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As aves da Estação Ecológica Serra das Araras, Mato Grosso, Brasil

Birds of the Estação Ecológica Serra das Araras, Mato Grosso, Brazil

Resumos

O Brasil possui 1.801 espécies de aves e o Cerrado abriga 856 dessas espécies. Esse bioma que cobre 24% do território nacional é a maior, mais distinta, mais rica e, provavelmente mais ameaçada savana tropical do mundo, o que lhe tornou "hot spot" mundial e área prioritária para conservação da biodiversidade. A Estação Ecológica Serra das Araras (EESA) ocupa 28.700 hectares de Cerrado no sudoeste do Mato Grosso, faz parte da Província Serrana, um corredor de serras com cerca de 400 km de comprimento por 40 km de largura, o qual conecta o Cerrado à transição do bioma Amazônico e ao Pantanal. Com o objetivo de inventariar a comunidade de aves da EESA, foi percorrido um transecto de 500 m em cada uma das seguintes fitofisionomias: mata semidecídua, mata ciliar, cerradão, cerrado sentido restrito e parque cerrado. Cada transecto foi amostrado uma vez por mês, de maio de 2006 a dezembro de 2007, durantes quatro horas a partir do nascer e duas horas a partir do por do sol, totalizando 600 horas de amostragem, sendo 80 horas de dia e 40 horas de noite por transecto/hábitat. A lista de aves da ESSA possui 431 espécies de aves, incluindo treze endêmicas do Cerrado e sete nacionalmente ameaçadas de extinção. Dessas, 396 foram registradas durante o esforço amostral, 29 fora do período amostral e seis constam somente na lista de 305 espécies registradas entre 1986 e 1988. Na mata semidecídua foram registradas 150 espécies, na mata ciliar 256, no cerradão 218, no cerrado sentido restrito 206 e no parque cerrado 176 espécies de aves. Quanto à similaridade, formaram-se dois grupos, o das fitofisionomias savânicas (cerrado sentido restrito e parque cerrado) e outro das florestais (mata ciliar, cerradão e mata semidecídua). A riqueza de espécies de aves na EESA é alta quando comparada com outros estudos realizados no Cerrado e provavelmente está relacionada heterogeneidade ambiental presente nessa unidade de conservação, com relevo e vegetação variados. Além de preservar um elevado número, a presença de espécies de aves endêmicas e ameaçadas de extinção reafirmam a importância da EESA para conservação desse grupo.

Cerrado; unidade de conservação; uso de hábitat; ecologia de comunidade; espécies endêmicas; espécies ameaçadas de extinção


There are 1801 bird species in Brazil and 856 of those occur in Cerrado. This Biome is the largest, most distinctive and the richest Savanna in the world and it is probably the world's most endangered tropical Savanna, becoming a Hotspot and priority area for biodiversity conservation. Ecological Station Serra das Araras (EESA) occupies an area of 28.700 hectares of Cerrado, located in the Southwest of the State of Mato Grosso. It is part of the Provincia Serrana, a 400 km long and 40 km large mountain corridor connecting the Amazonian and Pantanal Biomes. The bird community of EESA was sampled monthly from May 2006 through December 2007. We placed a 500 m transect in each of five vegetation types. Each transect was walked once a month for 4 hours starting at sunrise and for 2 hours starting at sunset. Total sampling effort was 600 hours, comprising 80 daylight hours and 40 evening hours per transect/habitat. The list of birds of ESSA has 431 bird species, including 13 endemic birds of Cerrado and 7 threatened species in Brazil. Of these, 396 were recorded during this sampling effort, 29 out the sampling effort and six species were not registered in this study, although listed in studies conducted at EESA between 1986 and 1988. In the semi deciduous forest were recorded 150 species of birds, 256 species in riparian forest, 218 species in cerradão, 206 in cerrado sensu strict and 176 in parquet cerrado. Data analysis splitted the phytophysiognomies in two groups, the savanna (cerrado sensu strict and parque cerrado) and forested (gallery forest, cerradão and semi deciduous forest) bird communities. EESA bird richness is high compared with other areas of Cerrado. Perhaps the environmental heterogeneity of this protected area, with varied topography and vegetation is the reason for this larger species number. Along with the number of bird species, the presence of endemic and endangered species reinforces the importance of EESA for the conservation of this group.

Cerrado; protected area; habitat use; community ecology; endemic species; red list


INVENTÁRIOS

As aves da Estação Ecológica Serra das Araras, Mato Grosso, Brasil

Birds of the Estação Ecológica Serra das Araras, Mato Grosso, Brazil

Rafael Martins Valadão* * Autor para correspondência: Rafael Martins Valadão, e-mail: rafael.valadao@icmbio.gov.br

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ESEC Serra das Araras, Rod. MT 343, Km 69, Comunidade Salobra Grande, Zona Rural, CEP 78398-000, Porto Estrela, MT, Brasil

RESUMO

O Brasil possui 1.801 espécies de aves e o Cerrado abriga 856 dessas espécies. Esse bioma que cobre 24% do território nacional é a maior, mais distinta, mais rica e, provavelmente mais ameaçada savana tropical do mundo, o que lhe tornou "hot spot" mundial e área prioritária para conservação da biodiversidade. A Estação Ecológica Serra das Araras (EESA) ocupa 28.700 hectares de Cerrado no sudoeste do Mato Grosso, faz parte da Província Serrana, um corredor de serras com cerca de 400 km de comprimento por 40 km de largura, o qual conecta o Cerrado à transição do bioma Amazônico e ao Pantanal. Com o objetivo de inventariar a comunidade de aves da EESA, foi percorrido um transecto de 500 m em cada uma das seguintes fitofisionomias: mata semidecídua, mata ciliar, cerradão, cerrado sentido restrito e parque cerrado. Cada transecto foi amostrado uma vez por mês, de maio de 2006 a dezembro de 2007, durantes quatro horas a partir do nascer e duas horas a partir do por do sol, totalizando 600 horas de amostragem, sendo 80 horas de dia e 40 horas de noite por transecto/hábitat. A lista de aves da ESSA possui 431 espécies de aves, incluindo treze endêmicas do Cerrado e sete nacionalmente ameaçadas de extinção. Dessas, 396 foram registradas durante o esforço amostral, 29 fora do período amostral e seis constam somente na lista de 305 espécies registradas entre 1986 e 1988. Na mata semidecídua foram registradas 150 espécies, na mata ciliar 256, no cerradão 218, no cerrado sentido restrito 206 e no parque cerrado 176 espécies de aves. Quanto à similaridade, formaram-se dois grupos, o das fitofisionomias savânicas (cerrado sentido restrito e parque cerrado) e outro das florestais (mata ciliar, cerradão e mata semidecídua). A riqueza de espécies de aves na EESA é alta quando comparada com outros estudos realizados no Cerrado e provavelmente está relacionada heterogeneidade ambiental presente nessa unidade de conservação, com relevo e vegetação variados. Além de preservar um elevado número, a presença de espécies de aves endêmicas e ameaçadas de extinção reafirmam a importância da EESA para conservação desse grupo.

Palavras-chave: Cerrado, unidade de conservação, uso de hábitat, ecologia de comunidade, espécies endêmicas, espécies ameaçadas de extinção.

ABSTRACT

There are 1801 bird species in Brazil and 856 of those occur in Cerrado. This Biome is the largest, most distinctive and the richest Savanna in the world and it is probably the world's most endangered tropical Savanna, becoming a Hotspot and priority area for biodiversity conservation. Ecological Station Serra das Araras (EESA) occupies an area of 28.700 hectares of Cerrado, located in the Southwest of the State of Mato Grosso. It is part of the Provincia Serrana, a 400 km long and 40 km large mountain corridor connecting the Amazonian and Pantanal Biomes. The bird community of EESA was sampled monthly from May 2006 through December 2007. We placed a 500 m transect in each of five vegetation types. Each transect was walked once a month for 4 hours starting at sunrise and for 2 hours starting at sunset. Total sampling effort was 600 hours, comprising 80 daylight hours and 40 evening hours per transect/habitat. The list of birds of ESSA has 431 bird species, including 13 endemic birds of Cerrado and 7 threatened species in Brazil. Of these, 396 were recorded during this sampling effort, 29 out the sampling effort and six species were not registered in this study, although listed in studies conducted at EESA between 1986 and 1988. In the semi deciduous forest were recorded 150 species of birds, 256 species in riparian forest, 218 species in cerradão, 206 in cerrado sensu strict and 176 in parquet cerrado. Data analysis splitted the phytophysiognomies in two groups, the savanna (cerrado sensu strict and parque cerrado) and forested (gallery forest, cerradão and semi deciduous forest) bird communities. EESA bird richness is high compared with other areas of Cerrado. Perhaps the environmental heterogeneity of this protected area, with varied topography and vegetation is the reason for this larger species number. Along with the number of bird species, the presence of endemic and endangered species reinforces the importance of EESA for the conservation of this group.

Keywords: Cerrado, protected area, habitat use, community ecology, endemic species, red list.

Introdução

Aves são importantes na avaliação da qualidade ambiental e peças chaves na determinação de áreas para a conservação, pois se trata de um grupo diversificado que ocupa diferentes hábitats, níveis tróficos e são altamente sensível às modificações ambientais. O comportamento conspícuo e facilidade de identificação de grande parte das espécies, além da rapidez na amostragem fazem delas um dos grupos mais bem conhecido da região neotropical (Kattan et al. 1994, Stotz et al. 1996, Tubelis & Cavalcanti 2000, Marini 2001, Eken et al. 2004).

O Brasil é o terceiro país em riqueza de aves, com 1.801 espécies (Comitê... 2011), dessas 856 tem registros para o Cerrado e 30 são endêmicas (Silva & Santos 2005). Esse pequeno número de espécies endêmicas pode ser explicado por sua interconexão como os demais biomas, o que influenciou no processo de especiação desse grupo (Sick 1966). Embora ocupe o terceiro lugar em riqueza de aves no Brasil, o Cerrado ainda é um ambiente pouco estudado em relação a sua avifauna, extensas porções de seu território ainda não tinham sido "minimamente estudadas" (localidades que tivessem pelo menos 80 espécimes coletados ou uma lista com no mínimo 100 espécies) em 1995, fato que pouco mudou em dez anos (Silva 1995, Silva & Santos 2005).

O Cerrado cobre aproximadamente 24% do território nacional e é hoje a maior, mais distinta, mais rica e, provavelmente, a mais ameaçada savana tropical do mundo (Silva & Bates 2002, Silva & Santos 2005, Serviço... 2011), o que lhe garante o título de "hot spots" mundial e área prioritária para conservação da biodiversidade (Myers et al. 2000). Um dos principais fatores determinantes da sua riqueza é a sua estratificação horizontal, pois Cerrado pode ser entendido como um grande mosaico, no qual as peças são as diferentes fitofisionomias, as quais produzem um gradiente em densidade e altura, definido por formações campestres a florestais (Coutinho 1978).

Nos últimos anos, tem havido uma intensa substituição das áreas de vegetação nativa do Cerrado por zonas urbanas, agricultura, pastagens e reflorestamentos com espécies vegetais exóticas (Machado & Lamas 1996). Dados do Serviço Florestal Brasileiro (2011) mostram que ao final de 2008 o percentual de área desmatada era de 47,8%, e que apenas 6,4% do bioma encontrava-se formalmente preservado em unidades de conservação, valor é bem inferior aos 10% assumido, via termo de compromisso, pelo Ministério do Meio Ambiente durante o Workshop "Ações Prioritárias para a conservação da biodiversidade do Cerrado e Pantanal" (Brasil 1999).

Inventariar um local é a forma mais direta para se acessar parte dos componentes da diversidade animal de uma localidade (Silveira et al. 2010). As listas de espécies, principal produto desses inventários, são importantes para análise futura de relações biogeográficas (Ribon et al. 1995, Nunes & Pacheco 2004), para a determinação de rotas migratórias (Ribon et al. 1995) e uma contribuição fundamental aos órgãos gestores das áreas protegidas brasileiras (Argel-de-Oliveira 1993). Podem ser utilizadas para investigação da dinâmica natural da flora e fauna, dos eventos ecológicos e da eficácia de gestão de uma Unidade de Conservação.

O objetivo deste trabalho foi inventariar a avifauna da Estação Ecológica Serra das Araras, comparar a riqueza de aves entre as fitofisionomias estudadas, comparar os resultados obtidos a estudos anteriores, bem como criar uma base de dados confiável que embase as tomadas de decisão e gestão dessa área protegida.

Material e Métodos

1. Área de estudo

A Estação Ecológica Serra das Araras é uma unidade de conservação federal que ocupa 28.700 ha do bioma Cerrado no sudoeste do Mato Grosso, nas cidades de Porto Estrela e Cáceres. Sua área está localizada entre as latitudes 15º 27' 11"-15º 51' 04" Sul e longitudes 57º 06' 06"-57º 16' 41" Oeste (Figura 1).


 




A região da unidade de conservação destaca-se das demais áreas do entorno por se encontrar fisicamente isolada e apresentar relevo e altitudes bem diferenciados das regiões adjacentes (vale do alto rio Paragai e Pantanal), sendo parte da Província Serrana. Essa unidade geomorfológica é um extenso corredor de serras paralelas, com cerca de 400 km de comprimento por 40 km de largura, estendendo-se do Pantanal de Cáceres até a cidade de Paranatinga. O Clima da região, segundo classificação de Köppen, é do tipo Aw Megatérmico com nítida sazonalidade, sendo o período chuvoso de outubro a abril e o período seco de maio a setembro (Ross 1991).

Cinco fitofisionomias foram amostradas sistematicamente durante o presente estudo. Sua classificação obedece Ribeiro & Walter (2008) e possuem as seguintes características:

1.1 Mata semidecídua: fitofisionomia florestal com árvores eretas, de 15 a 30 m de altura, que crescem sobre solo de origem calcária com afloramento rochoso. No período chuvoso a cobertura foliar é superior a 90%, e diminui para menos de 50% no período seco, com a queda das folhas das espécies decíduas.

1.2 Mata ciliar: fitofisionomia florestal que apresenta árvores eretas de 20 a 25 m de altura. A caducifólia, durante o período seco, permite o desenvolvimento de um denso sub-bosque e garante um estoque perene de serrapilheira.

1.3 Cerradão: fitofisionomia florestal com plantas de folhas duras e coriáceas, composto por espécies vegetais tanto do cerrado sentido restrito como de mata ciliar. A altura das árvores varia de 8 a 15 m de altura, proporcionando condições de luminosidade que favorece a formação de estrato arbustivo.

1.4 Cerrado sentido restrito: fitofisionomia savânica com denso estrato graminoso e presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas que variam entre 3 e 5 m de altura.

1.5 Parque cerrado: fitofisionomia savânica que apresenta árvores de cerrado sentido restrito de 3 a 6 m de altura, agrupadas em pequenas elevações bem drenadas do terreno, os "murundus". Neles a cobertura arbórea atinge de 50 a 60% e nas depressões, cobertas por um tapete graminoso denso que cresce em solo alagado de janeiro a abril, a cobertura arbórea cai para praticamente 0%.

2. Métodos

O levantamento da avifauna foi realizado no período de maio de 2006 a dezembro de 2007, em campanhas mensais, com intervalos médios de 27 (±3) dias entre elas.

Cinco fitofisionomias foram amostradas de forma sistemáticas: mata ciliar (Figura 2a), mata semi decídua (Figura 2b), cerradão (Figura 2c), cerrado sentido restrito (Figura 2d) e parque cerrado (Figura 2e). Um transecto de 500 m foi delimitado em trilhas preexistentes em cada uma das fitofisionomias (Figura 1b). Cada transecto foi amostrado uma vez por mês, percorrendo-se livremente sua extensão, durante quatro horas a partir do nascer e duas horas a partir do por do sol, totalizando 600 horas de amostragem, sendo 80 horas durante o dia e 40 horas durante a noite por transecto/hábitat.


 








Áreas de mata calcária (Figura 2f), campo rupestre (Figura 2g) e cerrado rupestre (Figura 2h) foram amostradas esporadicamente devido a sua dificuldade de acesso. Capturas eventuais, utilizando-se redes de neblina, foram também realizadas para confirmação de algumas espécies. Por não terem obedecido a uma metodologia padronizada, os registros obtidos nas áreas amostradas esporadicamente e nas capturas, somente serviram para compor a lista final de espécies, como registros não sistemáticos; o esforço amostral não foi considerado para esse trabalho e as espécies registradas não fizeram parte de nenhuma análise.

Os indivíduos coletados em estudos anteriores (Silva & Oniki 1988, Willis & Oniki 1990) e os eventualmente coletados no presente trabalho estão depositados na coleção de vertebrados da Universidade Federal de Mato Grosso.

As espécies de aves foram identificadas com auxílio de binóculos (8 × 42) e gravações de vocalizações, utilizando um gravador portátil de fita cassete e microfone direcional. Foram consultados guias de campo (Ridgely & Tudor 1989, 1994, Souza 1998, Fergusson-Lees et al. 2000) e CDs com gravações de vozes para a identificação das espécies (Vielliard 1995a, b, 1999).

Para verificar a eficiência da amostragem na coleta de dados foram confeccionadas curvas de acumulação de espécies. Os dados de riqueza de espécies foram testados quanto a homocedasticidade, normalidade e linearidade dos dados. Como a distribuição dos dados foi normal e não homocedástica, foi utilizado o teste não paramétrico Kruskall-Wallys para verificar possíveis diferenças nas riquezas entre as cinco fitofisionomias. Após isso, o teste a posteriori de Tukey foi utilizado para se determinar quais são os pares de médias diferentes. Utilizou-se o programa R (R Development... 2011) para realizar os testes estatísticos. Um cluster com o objetivo de analisar a similaridade entre as fitofisionomias foi gerado a partir do programa Multi Variate Statistical Package - MVSP.

A ordem filogenética e nomenclatura científica adotadas na lista final estão de acordo com o proposto pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (2011). As espécies foram classificadas em endêmicas do Cerrado (Silva 1995, 1997, Cavalcanti 1999, Silva & Santos 2005) e em ameaçadas de extinção (Instituto... 2005).

Resultados

A lista da avifauna da ESEC Serra das Araras é composta por 431 espécies (spp) de aves distribuídas em 295 gêneros, 63 famílias e 26 ordens. Desse total, 396 spp foram registradas de forma sistemática, 29 spp foram registradas exclusivamente durante o esforço não sistemático e 6 spp não foram registradas nesse estudo, porém foram listadas anteriormente por Silva & Oniki (1988) e Willis & Oniki (1990), os quais registraram juntos 305 espécies (Tabela 1).

Com relação à distribuição da avifauna entre as diferentes fitofisionomias, na mata ciliar foi registrado um total de 256 espécies, 218 spp no cerradão, 206 spp no cerrado sentido restrito, 176 spp no parque cerrado e 150 spp na mata semidecícua (Tabela 1).

A fitofisionomia com maior número de espécies exclusivas foi a Mata Ciliar, com 44 espécies; em seguida fica o parque cerrado com 11 spp, cerrado sentidorestrito com 9 spp, a mata semidecídua com 8 spp e apenas 2 espécies foram registradas exclusivamente no cerradão.

Treze das espécies registradas na EESA são endêmicas do bioma Cerrado: Penelope ochrogaster, Columbina cyanopis, Alipiopsitta xanthops, Herpsilochmus longirostris, Melanopareia torquata, Hylocryptus rectirostris, Antilophia galeata, Suiriri islerorum, Cyanocorax cristatellus, Saltatricula atricollis, Porphyrospiza caerulescens, Charitospiza eucosma e Basileuterus leucophrys (Silva 1995, 1997, Cavalcanti 1999, Silva & Santos 2005). Além disso, sete das espécies registradas na EESA estão presentes na lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção: Penelope ochrogaster, Tigrisoma fasciatum, Urubitinga coronata, Columbina cyanopis, Anodorhynchus hyacinthinus, Culicivora caudacuta, Sporophila maximiliani (Instituto... 2005).

Discussão

O presente estudo adiciona 126 novas espécies a lista com 305 espécies de aves registradas anteriormente por Silva & Oniki (1988) e Willis & Oniki (1990) na EESA. Tal resultado já era esperado por Silva & Oniki (1998). O táxon "Icterus hauxwelli" fora considerado por Willis & Oniki (1990) como uma espécie diferente de I. croconotus, entretanto Lopes et al. (2009) considera "duvidosa" a validade do táxon. Ressalta-se que no presente trabalho foi registrado somente I. croconotus e caso I. hauxwelli torne-se válida para a região, será mais uma espécie somente com registro histórico para a EESA.

A riqueza de espécies de aves registrada nessa unidade de conservação representa mais de 50% das aves listadas para o Cerrado (Silva & Santos 2005) o que é uma riqueza de espécies elevada, sobretudo quando comparada à outras áreas de Cerrado (Tabela 2), a despeito das diferenças metodológicas entre os estudos.

A alta riqueza de espécies de aves obtina na EESA certamente está relacionada à variedade dos ambientes amostrados, os quais formam um gradiente em densidade e altura definido por formações campestres, savânicas e florestais. Cabe destacar também a localização da EESA em área de transição entre Cerrado, Amazônia e Pantanal. Vale ressaltar ainda o esforço amostral desse trabalho, o qual foi suficiente para uma amostragem exaustiva, conforme a tendência à estabilização das curvas do coletor observadas na Figura 3.


O teste Kruskal-Walis indicou diferenças significativas entre as riquezas de espécies entre as áreas (Kruskal-Wallis: p < 0,001; H = 50.962; g.l. = 4) e o teste de Tukey indicou que a média das riquezas de espécie mensais registradas na mata-ciliar difere da de todas obtidas nas outras áreas; que a do cerrado sentido restritoé igual as do cerradão e parque cerrado e indicou também que as médias das riquezas observadas na mata semidecídua, no cerradão e no parque cerrado não diferem quando comparadas (Figura 4).


Certamente a maior riqueza de espécies de aves observada na mata ciliar se deve ao fato desta fitofisionomia possuir maior heterogeneidade espacial, e conseqüente maior quantidade de micro-hábitat que ambientes mais simples o que permite o estabelecimento de um maior número de espécies (MacArthur et al. 1962, August 1983, Antas 1995, Pianka, 2000). Uma maior riqueza de espécies em mata ciliar já era observada por Silva & Oniki (1988) na ESEC Serra das Araras na década de oitenta e foi observado por Blamires et al. (2001) em Goiás, por Antas (1995) no Parque Nacional de Brasília (DF), por Purificação & Castilho (2009) no Mato Grosso e também por Ferreira et al. (2009) em estudo realizado na RPPN Mata Samuel de Paula, Minas Gerais. Tais resultados reafirmam importância das matas-ciliares para conservação da avifauna do Cerrado, conforme já sugerido por Cavalcanti (1988).

Purificação & Castilho (2009) no Parque Estadual da Serra Azul (MT) e Ferreira et al. (2009) na RPPN Mata Samuel de Paula (MG) também identificaram a dominância de registros de espécies exclusivas em matas ciliares no Cerrado, o que pode indicar que, além de servir como refúgio para algumas espécies de aves durante o período de estresse hídrico desse bioma, o que faz dela um hábitat chave para conservação desse grupo animal (Cavalcanti 1992) essa fitofisionomia também apresenta uma avifauna peculiar.

Quando comparadas as fitofisionomias quanto à similaridade, a avifauna da EESA forma dois grupos bem característicos, um grupo formado pelas fitofisionomias savânicas, cerrado sentido restrito e parque cerrado, com índice se similaridade de Sörensen superior a 0,8; e outro formado pelas fitofisionomias florestais mata ciliar e cerradão (S = 0,75) e essas duas fitofisionomias e a mata semidecídua (S = 0,63) (Figura 5). A grosso modo, o mesmo foi observado por Almeida et al. (2003) quando analisa a diversidade beta em hábitats da Pré-Amazônia.


O registro de 13 espécies de aves endêmicas do Cerrado, que representam 43,3% das espécies endêmicas desse Bioma (Silva 1995, 1997, Cavalcanti 1999, Silva & Santos 2005) e das sete espécies nacionalmente ameaçadas de extinção ressalta a importância da Estação Ecológica Serra das Araras na proteção dessas aves. Devido a sua particularidade, o registro de C. cyanopis merece destaque. Ele foi realizado no campo rupestre (Figura 2g) em março de 2007, por volta das oito horas, quando um único indivíduo foi avistado junto com três indivíduos de C. talpacoti que bebiam água numa poça em meio as rochas. No ano de 2011 fora montada uma equipe para tentar documentar a espécie durante duas viagens de sete dias, entretanto não foi obtido sucesso. Os registros realizados por Silva & Oniki (1988) não indica o local, somente que fora nos limites da EESA. Willis & Oniki (1990) esclarecem que os registros foram realizados em "campos cerrados". A elaboração de um plano de conservação para essa espécie deve ser considerado dentre os programas de conservação de espécies nacionalmente ameaçadas de extinção.

A presença de alguns elementos do Pantanal e a influência de elementos amazônicos, quando considerado Silva (1996), pode sugerir que a Província Serrana atue como um corredor entre o Cerrado e esses outros dois biomas. Dessa maneira, além dos extensos corredores ribeirinhos, conforme apontado por Silva & Santos (2005); a preservação dessa cadeia de serras é outra estratégia para conservação dessas aves na região, mesmo que sua origem tenha sido relictual. A partir disso, ficam as sugestões de ampliação da ESEC Serra das Araras para sua região nordeste e sudoeste (vale do Rio Jauquara), a criação de um mosaico de unidades de conservação ao longo da Província Serrana e a sugestão de futuros estudos nessa cadeia de montanhas para corroborar ou negar essa "sugestão".

A partir dos resultados apresentados e discutidos, conclui-se que a Estação Ecológica Serra das Araras é uma das áreas no Cerrado com maior riqueza de espécies de aves registradas até o momento; e que além de preservar um elevado número, a presença de espécies endêmicas e nacionalmente ameaçadas de extinção faz dessa área protegida um local de grande importância para a conservação desse grupo animal, o que corrobora o proposto Oliveira et al. (2007) e Pinto et al. (2008), os quais indicam essa região como área prioritária para conservação de aves no Cerrado.

Agradecimentos

Ao colega Fabiano Ficagna de Oliveira pelo auxílio com a identificação de algumas espécies. Ao Nuno Rodrigues da Silva pelo auxílio na elaboração do mapa e a Carolina Pöter de Castro pelo auxílio com o abstract. Aos dois referis anônimos por suas críticas e sugestões para o melhoramento da qualidade do manuscrito.

Recebido em 27/09/2011

Versão reformulada recebida em 10/08/2012

Publicado em 19/08/2011

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  • *
    Autor para correspondência: Rafael Martins Valadão, e-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      08 Nov 2012
    • Data do Fascículo
      Set 2012

    Histórico

    • Recebido
      27 Set 2011
    • Aceito
      19 Ago 2011
    • Revisado
      10 Ago 2012
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