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Predação de ninhos artificiais em hábitats abertos no Brasil Central: efeito temporal e do tamanho do ovo

A acurácia de ninhos artificiais em representar padrões naturais de predação de ninhos foi amplamente estudada em regiões temperadas, sendo o tamanho do ovo uma das fontes de erro mais testadas. Nos Neotrópicos, os experimentos com ninhos artificiais geralmente usaram ovos maiores que os naturais, apesar da literatura indicar a necessidade do uso de ovos semelhantes aos das espécies locais. Aqui, testamos hipóteses sobre variação espaço-temporal no risco de predação de ninhos artificiais em função do tamanho do ovo. Para isso, usamos ninhos artificiais com ovos de Codorna (Coturnix coturnix; grandes), Curió (Oryzoborus angolensis; pequenos) e plasticina (ambos tamanhos). Analisamos a sobrevivência diária dos ninhos através de modelos gerados no Programa MARK. O modelo melhor ajustado aos dados incluiu o efeito do tamanho do ovo e do período reprodutivo na sobrevivência diária dos ninhos artificiais. Ninhos com ovos grandes tiveram maiores Estimativas de Sobrevivência Diária (ESD) durante os dois períodos, além disso, as ESD foram menores no início do período reprodutivo. ESD de 0,82 (95% IC = 0,76 a 0,86) e 0,91 (0,87 a 0,93) foram registradas para ovos grandes no início e fim da estação reprodutiva, comparado com 0,72 (0,65 a 0,78) e 0,84 (0,79 a 0,88) registradas para ovos pequenos. As aves foram predadores mais importantes (40% dos registros) que os mamíferos e répteis, de acordo com as marcas deixadas nos ovos de plasticina. Nossos resultados dão suporte à hipótese de que ovos grandes são menos predados do que pequenos, mesmo os principais predadores (Aves) tendo sido diferentes do comumente observado nos Neotrópicos (Mamíferos e Répteis). No entanto, controlar o tamanho dos ovos nos experimentos com ninhos artificiais pode não ser suficiente para se obter padrões temporais similares ao observado em ninhos naturais no Cerrado.

aves; Cerrado; savana neotropical; sucesso de ninhos; reprodução


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