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Flora arbustivo-arbórea do Parque Estadual do Jaraguá, São Paulo - SP

Floristic composition of tree and shrub species of the Jaraguá State Park, São Paulo - SP, Brazil

Resumos

O objetivo deste trabalho foi caracterizar a flora arbustivo-arbórea do Parque Estadual do Jaraguá (PEJ), a fim de contribuir para o conhecimento de sua diversidade. Foram feitas coletas mensais de material reprodutivo dos indivíduos arbustivos e arbóreos ao longo de três trilhas, durante um período de 12 meses. O levantamento resultou em uma lista florística contendo 262 espécies nativas, de 153 gêneros e 55 famílias. As famílias mais representativas foram Fabaceae, com 30 espécies, Myrtaceae (26), Asteraceae (24), Melastomataceae (20), Lauraceae (16) e Rubiaceae (15). Assim como relatado para outros remanescentes da região metropolitana de São Paulo e entorno, a vegetação do PEJ está situada em uma zona de transição, onde predomina a floresta ombrófila densa, com a presença de algumas espécies de floresta estacional semidecidual. Destaca-se ainda a existência de uma outra fitofisionomia em uma região de afloramentos de rocha e solo raso, onde ocorrem espécies de cerrado, e que merece estudos específicos. Nessa área, a vegetação é predominantemente herbácea, com árvores e arbustos esparsos, em geral de pequeno porte e com tronco suberoso. Especificamente nessa formação, foram registradas 55 espécies pertencentes a 41 gêneros e 18 famílias, das quais 22 não ocorreram nos outros locais amostrados. A família com maior riqueza foi Asteraceae (15 espécies), seguida por Myrtaceae (7), Fabaceae (5) e Melastomataceae (4). Em todo o levantamento, foram contabilizadas 20 espécies exóticas. Apesar de grande parte da vegetação do Parque ser secundária e estar exposta a fortes pressões antrópicas, foram encontradas 14 espécies presentes em alguma das categorias existentes nas listas oficiais de espécies ameaçadas, reforçando a importância do PEJ para a conservação da biodiversidade.

florística; floresta ombrófila densa; floresta estacional semidecidual; cerrado; campo de altitude


The objective of this study was to characterize the floristic composition of trees and shrubs of the Jaraguá State Park (PEJ), contributing to the knowledge of its biodiversity. Reproductive botanic material was collected along three trails during a 12-month period. The field survey resulted in a flora of 262 native species, 153 genera and 55 families. Fabaceae was the richest family (30 species), followed by Myrtaceae (26), Asteraceae (24), Melastomataceae (20), Lauraceae (16) and Rubiaceae (15). As mentioned for other forest remnants in São Paulo metropolitan region and surroundings, the PEJ vegetation is in a transition zone, where the main formation is the ombrophilous dense forest, but where species of seasonal semi-deciduous forest also occur. Besides that, there is a completely different phytophysiognomy occurring in a region with rocky outcrops and low depth soils, in which cerrado species were found, and that deserves more specific studies. In this site, the vegetation of grasses is the most abundant, and there are also shrubs and trees sparsely distributed, many of them with low height and suberous trunk. Most specifically in this area there were 55 species of 41 genera and 18 families, from which 22 did not occur in the other sites visited. Asteraceae was the family with the higher number of species (15), followed by Myrtaceae (7), Fabaceae (5) and Melastomataceae (4). Twenty exotic species were found along the trails. Despite the fact that PEJ has a big area of secondary vegetation and that it is exposed to strong anthropogenic pressures, there were 14 species belonging to some threat category defined at the official red lists, reinforcing the importance of the Park for biodiversity conservation.

tropical rainforest; ombrophilous dense forest; seasonal semi-deciduous forest; savanna; highland grassland


INVENTORIES

Flora arbustivo-arbórea do Parque Estadual do Jaraguá, São Paulo - SP

Floristic composition of tree and shrub species of the Jaraguá State Park, São Paulo - SP, Brazil

Flaviana Maluf de SouzaI, 1 1 Autor para correspondência: Flaviana Maluf de Souza, e-mail: flavianams@yahoo.com.br ; Rita de Cássia SousaII; Rejane EstevesI; Geraldo Antônio Daher Corrêa FrancoI

ISeção de Ecologia Florestal, Instituto Florestal de São Paulo, Rua do Horto, 931, CEP 02377-000, São Paulo, SP, Brasil, www.iflorestal.sp.gov.br

IIGraduação em Ciências Biológicas, Universidade Nove de Julho, Rua Dr. Adolfo Pinto, 109, CEP 01156-050, Barra Funda, São Paulo, SP, Brasil

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi caracterizar a flora arbustivo-arbórea do Parque Estadual do Jaraguá (PEJ), a fim de contribuir para o conhecimento de sua diversidade. Foram feitas coletas mensais de material reprodutivo dos indivíduos arbustivos e arbóreos ao longo de três trilhas, durante um período de 12 meses. O levantamento resultou em uma lista florística contendo 262 espécies nativas, de 153 gêneros e 55 famílias. As famílias mais representativas foram Fabaceae, com 30 espécies, Myrtaceae (26), Asteraceae (24), Melastomataceae (20), Lauraceae (16) e Rubiaceae (15). Assim como relatado para outros remanescentes da região metropolitana de São Paulo e entorno, a vegetação do PEJ está situada em uma zona de transição, onde predomina a floresta ombrófila densa, com a presença de algumas espécies de floresta estacional semidecidual. Destaca-se ainda a existência de uma outra fitofisionomia em uma região de afloramentos de rocha e solo raso, onde ocorrem espécies de cerrado, e que merece estudos específicos. Nessa área, a vegetação é predominantemente herbácea, com árvores e arbustos esparsos, em geral de pequeno porte e com tronco suberoso. Especificamente nessa formação, foram registradas 55 espécies pertencentes a 41 gêneros e 18 famílias, das quais 22 não ocorreram nos outros locais amostrados. A família com maior riqueza foi Asteraceae (15 espécies), seguida por Myrtaceae (7), Fabaceae (5) e Melastomataceae (4). Em todo o levantamento, foram contabilizadas 20 espécies exóticas. Apesar de grande parte da vegetação do Parque ser secundária e estar exposta a fortes pressões antrópicas, foram encontradas 14 espécies presentes em alguma das categorias existentes nas listas oficiais de espécies ameaçadas, reforçando a importância do PEJ para a conservação da biodiversidade.

Palavras-chave: florística, floresta ombrófila densa, floresta estacional semidecidual, cerrado, campo de altitude.

ABSTRACT

The objective of this study was to characterize the floristic composition of trees and shrubs of the Jaraguá State Park (PEJ), contributing to the knowledge of its biodiversity. Reproductive botanic material was collected along three trails during a 12-month period. The field survey resulted in a flora of 262 native species, 153 genera and 55 families. Fabaceae was the richest family (30 species), followed by Myrtaceae (26), Asteraceae (24), Melastomataceae (20), Lauraceae (16) and Rubiaceae (15). As mentioned for other forest remnants in São Paulo metropolitan region and surroundings, the PEJ vegetation is in a transition zone, where the main formation is the ombrophilous dense forest, but where species of seasonal semi-deciduous forest also occur. Besides that, there is a completely different phytophysiognomy occurring in a region with rocky outcrops and low depth soils, in which cerrado species were found, and that deserves more specific studies. In this site, the vegetation of grasses is the most abundant, and there are also shrubs and trees sparsely distributed, many of them with low height and suberous trunk. Most specifically in this area there were 55 species of 41 genera and 18 families, from which 22 did not occur in the other sites visited. Asteraceae was the family with the higher number of species (15), followed by Myrtaceae (7), Fabaceae (5) and Melastomataceae (4). Twenty exotic species were found along the trails. Despite the fact that PEJ has a big area of secondary vegetation and that it is exposed to strong anthropogenic pressures, there were 14 species belonging to some threat category defined at the official red lists, reinforcing the importance of the Park for biodiversity conservation.

Keywords: tropical rainforest, ombrophilous dense forest, seasonal semi-deciduous forest, savanna, highland grassland.

Introdução

A progressiva redução da cobertura vegetal nativa do estado de São Paulo, decorrente sobretudo da intensa exploração madeireira, da expansão agropecuária e do crescimento industrial e urbano, atingiu toda a vegetação do estado, desde as formações litorâneas até as áreas de cerrado e de floresta estacional (Victor 1975, Dean 1996, Kronka et al. 2005). Os remanescentes de maior extensão localizam-se ao longo da Serra do Mar, a leste do estado, onde a topografia acidentada inviabilizou o uso da terra para outras finalidades.

A região metropolitana de São Paulo é um inevitável centro de pressões urbanas e, com isso, as poucas áreas de vegetação remanescentes tendem a ser cada vez mais reduzidas. Entre 2005 e 2008, o desmatamento nessa região aumentou consideravelmente em relação ao período compreendido pelos cinco anos anteriores, em uma ordem de grandeza de 10 vezes (SOS Mata Atlântica 2008). Nesse cenário de pressões e perturbações constantes, os remanescentes que se encontram protegidos nas Unidades de Conservação, como os Parques Estaduais Alberto Löfgren, Cantareira, Fontes do Ipiranga, Jaraguá, Juquery e alguns núcleos do Parque Estadual da Serra do Mar, constituem importantes refúgios para espécies animais e vegetais e o conhecimento sobre sua biodiversidade é fundamental para estabelecer estratégias de conservação das espécies e restauração dos ecossistemas.

Embora o Parque Estadual do Jaraguá (PEJ) esteja localizado na cidade de São Paulo e seja de fácil acesso, sua vegetação é praticamente desconhecida. As informações mais antigas constam em relatos de A. Usteri (1908), um pesquisador alemão que estudou a flora da região metropolitana de São Paulo. Contudo, não existem estudos detalhados sobre a vegetação do PEJ e as únicas informações sobre sua flora provêm de coletas isoladas, que se encontram dispersas em algumas coleções biológicas do país.

O conhecimento da composição florística é um importante instrumento para subsidiar projetos de pesquisa em diversas áreas do conhecimento, bem como para auxiliar no processo de elaboração do plano de manejo e do zoneamento de uma Unidade de Conservação. Especialmente no caso do PEJ, a localização em uma região de transição entre áreas de floresta ombrófila densa, floresta estacional e cerrado (Kronka et al. 2005) reforça a necessidade do conhecimento de sua flora para que se possa identificar as diferentes fitofisionomias dentro do mosaico vegetacional e avaliar o grau de conservação da vegetação. Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a flora arbustivo-arbórea do Parque Estadual do Jaraguá, contribuindo para o conhecimento de sua diversidade e fornecendo informações para auxiliar na definição de propostas de pesquisa, conservação e manejo.

Materiais e Métodos

1. Área de estudo

Este trabalho foi realizado no Parque Estadual do Jaraguá (PEJ), que se localiza na região Noroeste do município de São Paulo (23° 27' 42" S e 46° 45' 44" W) e abrange uma área de 492,68 ha (Instituto Florestal 2007), em altitudes variando de 735 a 1.125 m (Figura 1). O clima da região é classificado como Cfb (Köppen 1948), ou seja, temperado de inverno seco, com temperatura média do mês mais quente inferior a 22 °C e do mês mais frio, inferior a 18 °C (Ventura et al. 1965/1966); a precipitação média anual é de 1.500 a 1.600 mm (Roque et al. 2003).


Na região, predomina o Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico de textura argilosa, em relevo forte ondulado e montanhoso, associado ao Cambissolo Háplico Distrófico de textura argilosa, em relevo montanhoso e escarpado (Oliveira et al. 1999).

De acordo com o mapeamento do Inventário Florestal de São Paulo (Kronka et al. 2005), a vegetação do Parque é definida como floresta ombrófila densa montana (sensu Veloso et al. 1991). Contudo, o PEJ possui também um trecho de vegetação composto predominantemente por espécies herbáceas, com algumas árvores e arbustos esparsos e que não se enquadra nessa classificação (Figura 2). A ausência dessa vegetação no Inventário decorre provavelmente da pequena área ocupada por esse trecho em relação à escala utilizada. Para distingui-la dos trechos com fisionomia tipicamente florestal característicos do Parque, essa área será tratada ao longo do texto como "campo", apenas pela semelhança fisionômica, mas sem conotação de similaridade florística com os campos naturais. Diante da inexistência de informações espacializadas desse tipo vegetacional no PEJ, optou-se por apresentar uma delimitação preliminar dessa área, a fim de possibilitar uma melhor visualização da extensão e localização dessa formação na paisagem (Figura 1).


O PEJ é margeado por duas grandes rodovias (Rodovia dos Bandeirantes e Rodovia Anhangüera) e tem uma intensa atividade de visitação, recebendo cerca de 360.000 pessoas por ano. Essa situação torna o Parque bastante vulnerável às pressões antrópicas e exposto a constantes perturbações. Dentre os fatores de maior impacto sobre a conservação da flora e da fauna do PEJ estão os incêndios, que ocorrem especialmente na parte mais alta, onde predomina a vegetação de gramíneas (V. A. Almeida, comunicação pessoal).

O Parque conta com quatro trilhas oficiais destinadas à visitação pública (Trilha da Bica, Trilha do Lago, Trilha do Pai Zé e Trilha do Silêncio) e algumas trilhas secundárias, utilizadas pela equipe de segurança para a fiscalização.

2. Levantamento florístico

Após algumas visitas de reconhecimento, foram selecionadas as trilhas para a realização do levantamento florístico. A definição das trilhas foi feita considerando o estádio de conservação da vegetação, a acessibilidade e a possibilidade de percorrer o gradiente altitudinal do Parque, a fim de amostrar diferenças florísticas eventualmente existentes e possivelmente associadas a ele. De acordo com esses critérios, selecionou-se uma trilha de uso público (Trilha do Pai Zé) e duas trilhas utilizadas para a fiscalização (Trilha do Mauro e Trilha das Garças).

A trilha do Pai Zé possui extensão de 1.830 m e inicia-se na parte alta do Parque, a 1.080 m de altitude, terminando na área próxima ao portão de entrada principal, a aproximadamente 790 m de altitude. A trilha do Mauro estende-se por cerca de 1.490 m e abrange altitudes de 850 a 1.020 m. A trilha das Garças, com 1.440 m de comprimento é a trilha que compreende a menor amplitude altitudinal, iniciando-se aproximadamente aos 760 e terminando aos 810 m.

Para a caracterização da composição florística foram realizadas visitas mensais a todas as trilhas, durante 12 meses. A sistemática de coleta envolveu caminhadas ao longo das trilhas e eventuais deslocamentos para o interior, tendo sido coletadas amostras dos indivíduos arbustivos e arbóreos em estágio reprodutivo. Também foram registradas as espécies observadas ou coletadas sem material fértil, ou ainda aquelas que, embora em estágio reprodutivo, não puderam ser coletadas mesmo com auxílio de um escalador e cujo material reprodutivo (especialmente frutos), muitas vezes, foi observado no chão. Em todos esses casos, só foram incluídas na lista florística as espécies cuja identificação pôde ser feita com absoluta segurança. A coleta e herborização de material botânico foram realizadas de acordo com Fidalgo & Bononi (1984).

Além das espécies nativas, registrou-se também a ocorrência de espécies exóticas ao longo das trilhas. Foram consideradas como espécies exóticas aquelas de ocorrência fora dos limites geográficos historicamente reconhecidos (Ziller 2001).

O material coletado foi identificado por comparação com exsicatas presentes no acervo do herbário do Instituto Florestal de São Paulo (Herbário D. Bento Pickel - SPSF), além de consultas a bibliografia especializada e envio de material a especialistas. Os melhores exemplares coletados de cada espécie foram selecionados como material testemunho e depositados no herbário SPSF. Os detalhes de cada espécime podem ser consultados no Species Link (www.splink.cria.org.br). Duplicatas de alguns materiais foram enviadas aos herbários da UNICAMP (UEC – Asteraceae e Melastomataceae), ESALQ (ESA – Piperaceae) e UFMG (BHCB – Solanaceae). A nomenclatura científica seguiu as normas propostas pelo APG II (Angiosperm Phylogeny Group II), com o auxílio de bibliografia (Souza & Lorenzi 2007). A grafia e sinonimização das espécies foram verificadas utilizando os bancos de dados W3 Tropicos (MOBOT 2008), Royal Botanic Gardens (2008) e International Plant Names Index (IPNI 2008), ou ainda, indicadas pelos respectivos especialistas.

A lista de espécies oriunda do levantamento foi comparada com as listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção no estado de São Paulo (Mamede et al. 2007), no Brasil (Biodiversitas 2008) e no mundo (IUCN 2006).

Resultados e Discussão

No levantamento de campo foram registradas 262 espécies arbustivas e arbóreas nativas, pertencentes a 153 gêneros de 55 famílias, sendo 169 espécies na trilha do Pai Zé, 162 espécies na trilha do Mauro e 107 espécies na trilha das Garças (Tabela 1). As famílias mais representativas foram Fabaceae (30 espécies), Myrtaceae (26), Asteraceae (24), Melastomataceae (20), Lauraceae (16) e Rubiaceae (15). Com exceção de Asteraceae, essas são as famílias mais freqüentemente relatadas como as de maior riqueza em trabalhos publicados realizados em outros remanescentes da região do município de São Paulo e seu entorno, como a Serra do Japi, em Jundiaí (Leitão-Filho 1992), o fragmento estudado por Gandolfi et al. (1995) em Guarulhos, a Reserva da Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira – USP (Dislich et al. 2001) e o Parque Santo Dias (Garcia & Pirani 2001), localizados na própria capital, a Reserva Florestal do Morro Grande (Catharino et al. 2006) e o Parque CEMUCAM (Ogata & Gomes 2006), no município de Cotia, os nove fragmentos estudados por Franco et al. (2007) em Embu, e os 21 remanescentes florestais localizados no município de Ibiúna (Bernacci et al. 2006).

A análise da composição florística indicou que a vegetação do PEJ é predominantemente característica da floresta ombrófila densa, com a presença de algumas espécies típicas de floresta estacional semidecidual, como Albizia polycephala (Benth.) Killip, Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth., Eugenia uniflora L. e Syagrus oleracea (Mart.) Becc. Pode-se dizer, portanto, que a vegetação do PEJ segue o padrão descrito para as florestas da região metropolitana de São Paulo e seu entorno, onde a flora tem um caráter de transição entre essas duas formações. Ressalta-se que a composição de espécies da floresta ombrófila e da floresta estacional semidecidual é geralmente influenciada pela altitude e pelas características climáticas associadas a ela, e a transição entre essas formações pode ocorrer de forma gradual e complexa (Oliveira-Filho & Fontes 2000), dificultando muitas vezes a categorização fitogeográfica das manchas.

Além das áreas com estrutura tipicamente florestal, ou seja, com estrato arbóreo predominante, o PEJ apresenta um trecho onde a vegetação é caracterizada pela abundância de plantas herbáceas em áreas com afloramentos de rocha e solo raso, chamado por Ab'Sáber (2003) de "espinhaço quartzítico" e referido aqui como "campo". Essa região ocupa cerca de 37 ha e grande parte situa-se na porção mais alta do Parque, sujeita à ocorrência de neblina, condição comum nos campos de altitude e matas nebulares (Garcia & Pirani 2005). Fisionomicamente, essa área assemelha-se mais a um mosaico de diferentes fisionomias de cerrado ou mesmo aos campos de altitude do que a outras formações. Além do estrato herbáceo, ocorrem arbustos e árvores esparsos, dos quais muitos com pequeno porte e tronco suberoso.

Locais com afloramentos rochosos e vegetação de características xeromórficas já foram relatados também para a Serra do Japi, no município de Jundiaí, a 60 km da capital (Leitão-Filho 1992) e para o Parque Estadual da Serra do Mar – núcleo Curucutu, na região sul do município de São Paulo (Garcia & Pirani 2005). Analisando-se o trabalho de Leitão-Filho (1992), nota-se que o componente herbáceo da vegetação encontrada no PEJ não parece ser o mesmo descrito para a Serra do Japi, onde dentre as famílias predominantes destacam-se Bromeliaceae, Piperaceae e Cactaceae, não observadas na área de campo do Jaraguá. Por outro lado, entre as famílias de árvores e arbustos mais comuns citadas pelo autor para os lajedos rochosos do Japi estão Asteraceae, Myrtaceae e Melastomataceae, que figuram entre as cinco famílias de maior riqueza na área de campo do PEJ (Tabela 1). Em relação à vegetação descrita por Garcia & Pirani (2005), apesar da semelhança fisionômica, foram observadas apenas oito espécies em comum à flora apresentada pelos autores para as áreas de campo de altitude e "mata baixa", fato que sugere uma baixa similaridade entre os campos do PEJ e os campos de altitude remanescentes das serras paulistas.

A existência de vegetação campestre em meio a uma matriz florestal foi mencionada também por Meira-Neto et al. (1989) para o Parque Estadual da Grota Funda, em Atibaia, a cerca de 70 km de São Paulo. Porém, a lista florística foi apresentada para todo o Parque, sem que houvesse detalhamento dessa vegetação em particular, o que impediu a comparação dessa área com o campo do PEJ.

Especificamente no campo, foram amostradas 55 espécies arbustivas e arbóreas pertencentes a 41 gêneros e 18 famílias, das quais 22 ocorreram exclusivamente nessa área. A família com maior riqueza foi Asteraceae (15 espécies), seguida por Myrtaceae (7), Fabaceae (5) e Melastomataceae (4). Além das espécies de floresta ombrófila densa e de floresta estacional semidecidual, ocorreram também espécies típicas de cerrado, como Byrsonima intermedia A. Juss., Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera, Psidium guineense Sw., Tabebuia ochracea (Cham.) Standl., entre outras (Durigan et al. 2004). Dentre as espécies herbáceas mais abundantes foram observadas espécies exóticas invasoras, como Urochloa decumbens (Stapf) R.D. Webster (braquiária) e Melinis minutiflora P. Beauv. (capim-gordura). Essas espécies, comuns em áreas antropizadas de cerrado (Ribeiro & Walter 1998), possivelmente se estabelecem mais rápido que as espécies nativas após os incêndios, que ocorrem quase todo ano nessa região. Em menor abundância ocorre também o sapê (Imperata brasiliensis Trin.), espécie nativa de campos (Longhi-Wagner et al. 2001).

Embora fisionomicamente a área de campo possa ser considerada semelhante também aos campos de altitude, floristicamente essa área parece ser mais próxima a algumas formações do cerrado sensu stricto, como o cerrado denso e o cerrado típico (Ribeiro & Walter 1998). Comparando-se sua flora com as lista de espécies arbustivas e arbóreas com binômio completo registrada para o Parque Estadual do Juquery (Baitello et al. dados não publicados), que fica distante cerca de 23 km em linha reta do PEJ e cuja formação predominante é de cerrado (Kronka et al. 2005), foram constatadas 26 espécies em comum, o que corresponde a quase 50% das espécies amostradas.

Relatos da possível existência de cerrado nas partes altas dos morros no Planalto Paulistano são antigos e apontam como algumas das justificativas para esse padrão a presença de solos de baixa fertilidade e a existência de linhas de pedra (stone lines) em camadas superficiais (20-30 cm) do solo, estrutura que dificultaria o desenvolvimento de árvores de maior porte e, conseqüentemente, o estabelecimento de uma vegetação florestal como a que predomina nos mares de morros da região (Ab'Sáber 1970a, b).

Em resposta às flutuações climáticas do Quaternário, no sudeste brasileiro, entre 10.000 e 5.500 anos AP, o cerrado se expandiu para o leste em direção ao Oceano Atlântico; no final do Holoceno (5.500 AP), o clima ficou mais quente e úmido, culminando na expansão das florestas (Behling 1998). As áreas remanescentes de cerrado no estado de São Paulo seriam, portanto, relictos de uma era de clima mais seco nessa região (Durigan 2006). Há evidências recentes de que o avanço das florestas sobre o cerrado ainda esteja ocorrendo, não apenas por condicionantes climáticas, mas também, pela diminuição das queimadas (Durigan 2006), o que explicaria em parte a existência de espécies de floresta estacional e ombrófila nos campos do PEJ.

Embora esses registros sugiram que vegetação de campo do PEJ é originária do cerrado, não se deve descartar a hipótese de que essa fitofisionomia seja um produto de alterações antrópicas associadas a uma melhor adaptação local de algumas espécies e/ou a condições edáficas. Certas particularidades geomorfológicas deram origem a outros tipos de solo na área de campo, provavelmente Cambissolos Háplicos e Neossolos Litólicos (M. Rossi, comunicação pessoal), o que poderia restringir o estabelecimento de algumas espécies. A proximidade do Parque Estadual do Juquery poderia explicar a ocupação de espécies de cerrado, que estariam colonizando a área em virtude de sua melhor adaptação a tais condições edáficas.

Entretanto, as informações disponíveis até o momento não são suficientes para que se possa compreender e determinar seguramente a classificação fitogeográfica da vegetação de campo do PEJ. Essa incerteza sobre as áreas de campo parece ser comum e justifica-se por suas pequenas extensões, pelo seu padrão fragmentado (Garcia & Pirani 2003) e pelo pouco conhecimento de sua dinâmica em resposta às perturbações antrópicas, gerando dúvidas sobre sua origem antrópica ou natural.

De modo geral, a vegetação do PEJ é bastante alterada, fato evidenciado pela abundância de espécies pioneiras, como, por exemplo, aquelas pertencentes aos gêneros Cecropia, Croton e Alchornea, ou também as espécies da família Solanaceae e os subarbustos do gênero Sida, bastante comuns em áreas de estágios iniciais de sucessão. Contudo, ao longo das trilhas percorridas, a vegetação secundária alterna-se com trechos mais bem conservados, onde ocorrem espécies características dessa condição, como Heisteria silvianii Schwacke, Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk., Sloanea monosperma (Aubl.) Benth. e Tovomitopsis paniculata (Spreng.) Planch & Triana.

Dentre as espécies amostradas, verificou-se a ocorrência de 14 espécies enquadradas em alguma das categorias de ameaça das listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção (Tabela 2), das quais 10 ocorreram na trilha do Mauro, nove na trilha do Pai Zé e cinco na trilha das Garças. Merecem destaque Nectandra debilis Mez (Lauraceae), classificada como "criticamente em perigo" de acordo com a lista mundial e "em perigo" segundo a lista estadual, e Mollinedia oligotricha Perkins (Monimiaceae), incluída na categoria "presumivelmente extinta" no estado. A presença dessas espécies reforça a importância da conservação e proteção de remanescentes florestais, mesmo quando a vegetação é secundária ou quando há fortes pressões antrópicas no local, como enfatizado por Franco et al. (2007).

Ao longo das trilhas foram registradas também 20 espécies exóticas (Tabela 3), das quais oito são nativas do Brasil, porém com ocorrência natural fora do estado de São Paulo (Lorenzi 2002) ou mesmo dentro do estado, mas em formações florestais distintas da encontrada no PEJ. Grande parte dessas espécies foi plantada na década de 40 por determinação do decreto 10877, de 30/12/1939, na ocasião da aquisição da Fazenda Jaraguá pelo governo do estado. Posteriormente, novas espécies foram plantadas espontaneamente por um guarda-parque. Aparentemente, nenhuma dessas espécies está em processo de expansão populacional ou exerce dominância sobre a comunidade, porém apenas estudos específicos poderão avaliar se de fato não há interferência sobre as espécies nativas. Portanto, um programa de monitoramento das populações de espécies exóticas é fundamental para avaliar possíveis alterações na estrutura da comunidade ao longo do tempo e orientar medidas de conservação e manejo.

A despeito do grau de conservação da vegetação e das fortes pressões antrópicas a que está submetido, o Parque Estadual do Jaraguá exerce papel importante na conservação da flora arbustivo-arbórea da região metropolitana de São Paulo, sobretudo para a proteção de espécies enquadradas em alguma das categorias de ameaça. A ocorrência de uma fisionomia distinta da floresta ombrófila densa e da floresta estacional semidecidual na porção mais elevada do PEJ deve ser considerada como objeto de estudos futuros, incluindo o resgate do histórico da área por fotografias aéreas, análises geomorfológicas e o levantamento de outras formas de vida para que se possa classificar adequadamente e compreender a dinâmica dessa vegetação. Com isso, será possível avaliar a necessidade do manejo das espécies invasoras e de ações de proteção das espécies nativas, uma vez que se trata de uma área de fácil acesso, com intensa visitação e altamente vulnerável.

Agradecimentos

Aos funcionários do Parque Estadual do Jaraguá, em especial a Vladimir A. de Almeida, pelo incondicional apoio logístico. À Ângela Borges Martins, Gabriel Dalla Colletta, João Aurélio Pastore, João Batista Baitello, João Renato Stehmann, João Semir, Kikyo Yamamoto, Marcelo Monge Egea, Natália Macedo Ivanauskas e Osny Tadeu Aguiar pelo auxílio nas identificações botânicas. À Isabel Mattos, Marina Kanashiro e Márcio Rossi, pelo auxílio na delimitação da área de campo e confecção do mapa. Ao CNPq, pela bolsa concedida à R. C. Sousa.

Recebido em 06/01/09

Versão reformulada recebida em 31/03/09

Publicado em 01/04/09

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    Autor para correspondência: Flaviana Maluf de Souza, e-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      19 Out 2009
    • Data do Fascículo
      Jun 2009

    Histórico

    • Aceito
      01 Abr 2009
    • Revisado
      31 Mar 2009
    • Recebido
      06 Jan 2009
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