Duas das superfamílias economicamente mais importantes de ácaros fitófagos são Tetranychoidea e Eriophyoidea, que apresentam espécies presentes no cultivo de seringueira no Brasil. No presente trabalho é revisada a literatura referente à acarofauna registrada em seringueiras no Brasil. O material utilizado foi o disponível na literatura, sendo também incluídos dados de coletas exploratórias esporádicas em Goianésia, Estado de Goiás, e de levantamentos mensais durante três anos em Cedral, noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. Entre os ácaros fitófagos, os de maior importância e que ocorreram em maior abundância foram Calacarus heveae e Tenuipalpus heveae. Sete das espécies nominais registradas pertencem à família Tetranychidae. Dentre elas, Eutetranychus banksi e Oligonychus gossypii ocorreram em grande abundância em diversos seringais estudados, a primeira delas, entretanto, sem causar dano aparente às folhas. A família com maior número de espécies (27) foi Phytoseiidae. Outra família com espécies predadoras bastante abundante foi Stigmaeidae (10). O estudo de ácaros associados à seringueira ganhou impulso após a descrição de Calacarus heveae, quando houve incremento dos trabalhos visando melhor compreensão da sazonalidade, biologia, controle químico e influência da vegetação vizinha e associada a seringueiras. A grande maioria das coletas realizadas em seringais paulistas é reflexo do maior número de pesquisadores e da maior produtividade que esse Estado apresenta, respondendo por mais de 60% da produção nacional de látex. Enquanto que em alguns seringais foram feitas coletas sazonais ao longo do ano, na maioria dos seringais amostrados foram feitas apenas coletas exploratórias pontuais.
Ácaros; Biodiversidade; levantamento de fauna; seringueira
