Acessibilidade / Reportar erro

Sinopse do gênero Coccocypselum P. Browne (Rubiaceae) no estado de São Paulo, Brasil

Synopsis of the genus Coccocypselum P. Browne (Rubiaceae) in the State of São Paulo, Brazil

Resumos

Coccocypselum é um gênero herbáceo com cerca de 35 espécies distribuídas exclusivamente nos Neotrópicos, desde o México até a Argentina. Caracteriza-se pelas cimeiras contraídas, flores distílicas, lilases, ovário bilocular, multiovulado e, usualmente, frutos carnosos azuis ou vináceos, às vezes tornando-se secos. Foram reconhecidas oito espécies de Coccocypselum em São Paulo: C. campanuliflorum (Hook.) Cham. & Schltdl., C. condalia Pers., C. cordifolium Nees & Mart., C. erythrocephalum Cham. & Schltdl., C. hasslerianum Chodat, C. krauseanum Standl., C. lanceolatum (Ruiz & Pav.) Pers. e C. lymansmithii Standl. A maioria das espécies ocorre na floresta ombrófila densa do litoral do Estado, à exceção de C. lymansmithii, encontrada apenas nos campos montanos da Serra da Mantiqueira, e de C. lanceolatum, que se estende até o interior do Estado. São apresentados comentários sobre morfologia e taxonomia, ilustrações, e dados sobre distribuição geográfica e fenologia, alem de uma chave para as espécies estudadas.

florística; Coccocypselum; Rubiaceae; São Paulo


The genus Coccocypselum comprises about 35 Neotropical species, distributed from Mexico to Argentina. It is characterized by contracted inflorescences, distylous lilac flowers, bilocular multiovulate ovary, and usually carnose, blue or purplish berries, which sometimes mature into dry. Eight species were recognized in the state of São Paulo: C. campanuliflorum (Hook.) Cham. & Schltdl., C. condalia Pers., C. cordifolium Nees & Mart., C. erythrocephalum Cham. & Schltdl., C. hasslerianum Chodat, C. krauseanum Standl., C. lanceolatum (Ruiz & Pav.) Pers. and C. lymansmithii Standl. All the species are widespread in the Atlantic forest, except for C. lanceolatum, which grows either on "cerradão" vegetation and C. lymansmithii, which grows only on open fields in Serra da Mantiqueira. Illustrations, comments and observations on the morphology, taxonomy, geographic distribution and phenology are presented, and a key to the species is provided.

floristic; Coccocypselum; Rubiaceae; São Paulo


ARTIGOS

Sinopse do gênero Coccocypselum P. Browne (Rubiaceae) no estado de São Paulo, Brasil

Synopsis of the genus Coccocypselum P. Browne (Rubiaceae) in the State of São Paulo, Brazil

Cristina Bestetti CostaI, * * Autor para correspondência: bestetti@usp.br, bestetti@directnet.com.br ; Maria Candida Henrique MamedeII

IInstituto de Botânica ( http://www.ibot.sp.gov.br/), Caixa Postal 4005, 01061-970, São Paulo, SP. Bolsista da CAPES

IIInstituto de Botânica, Caixa Postal 4005, 01061-970, São Paulo, SP. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. E-mail: mcmamede@uol.com.br

ABSTRACT

The genus Coccocypselum comprises about 35 Neotropical species, distributed from Mexico to Argentina. It is characterized by contracted inflorescences, distylous lilac flowers, bilocular multiovulate ovary, and usually carnose, blue or purplish berries, which sometimes mature into dry. Eight species were recognized in the state of São Paulo: C. campanuliflorum (Hook.) Cham. & Schltdl., C. condalia Pers., C. cordifolium Nees & Mart., C. erythrocephalum Cham. & Schltdl., C. hasslerianum Chodat, C. krauseanum Standl., C. lanceolatum (Ruiz & Pav.) Pers. and C. lymansmithii Standl. All the species are widespread in the Atlantic forest, except for C. lanceolatum, which grows either on "cerradão" vegetation and C. lymansmithii, which grows only on open fields in Serra da Mantiqueira. Illustrations, comments and observations on the morphology, taxonomy, geographic distribution and phenology are presented, and a key to the species is provided.

Key Words: floristic, Coccocypselum, Rubiaceae, São Paulo

RESUMO

Coccocypselum é um gênero herbáceo com cerca de 35 espécies distribuídas exclusivamente nos Neotrópicos, desde o México até a Argentina. Caracteriza-se pelas cimeiras contraídas, flores distílicas, lilases, ovário bilocular, multiovulado e, usualmente, frutos carnosos azuis ou vináceos, às vezes tornando-se secos. Foram reconhecidas oito espécies de Coccocypselum em São Paulo: C. campanuliflorum (Hook.) Cham. & Schltdl., C. condalia Pers., C. cordifolium Nees & Mart., C. erythrocephalum Cham. & Schltdl., C. hasslerianum Chodat, C. krauseanum Standl., C. lanceolatum (Ruiz & Pav.) Pers. e C. lymansmithii Standl. A maioria das espécies ocorre na floresta ombrófila densa do litoral do Estado, à exceção de C. lymansmithii, encontrada apenas nos campos montanos da Serra da Mantiqueira, e de C. lanceolatum, que se estende até o interior do Estado. São apresentados comentários sobre morfologia e taxonomia, ilustrações, e dados sobre distribuição geográfica e fenologia, alem de uma chave para as espécies estudadas.

Palavras-chave: florística, Coccocypselum, Rubiaceae, São Paulo

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

5. Agradecimentos

As autoras agradecem ao Instituto de Botânica e ao Depto de Botânica do Instituto de Biociências da USP, pela utilização das instalações e infra-estutura cedidas durante a realização do presente trabalho; aos curadores dos herbários cujas siglas são citadas no texto, pelo empréstimo e permissão de consulta ao seu acervo; à CAPES e ao CNPq pelas bolsas concedidas; à Coordenação do Projeto Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, pelo apoio; e à artista Emyko Naruto, pela cobertura a nanquim das ilustrações.

6. Referências bibliográficas

Recebido 19 de fevereiro de 2002

Modificado em 03 de maio de 2002

Aceito em 21 de maio de 2002

  • 1. ANDERSSON, L. 1992. A provisional checklist of Neotropical Rubiaceae. Scripta botanica belgica 1: 1-199.
  • 2. CHAMISSO, A. & SCHLECHTENDAL, D. 1829. Rubiaceae. Linnaea 4: 12-202.
  • 3. DUBS, B. 1998. Prodromus florae matogrossensis - Rubiaceae. The Botany of Mato Grosso 3(1): 1-254.
  • 4. DWYER, J.D. 1980. Flora of Panamá. 179. Rubiaceae. Ann. Missouri Bot. Gard. 67(1): 1-256.
  • 5. GOMES, M. 1996. Rubiaceae. In Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos Florísticos das Espécies Vasculares (M.P. Morim de Lima & R.R. Guedes-Bruni, eds.). Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, v.2, p.345-426.
  • 6. JUNG-MENDAÇOLLI, S.L. 1994. Flora Fanerogâmica da Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (São Paulo, Brasil). 155 - Rubiaceae. Hoehnea 21(1/2): 97-129.
  • 7. JUNG-MENDAÇOLLI, S.L. 1999. Rubiaceae. In Flora Fanerogâmica da Ilha do Cardoso (M.M.R.F. Melo, F. Barros, S.A.C. Chiea, M. Kirizawa, S.L. Jung-Mendaçolli & M.G.L. Wanderley, eds.). São Paulo: Instituto de Botânica, v.6, p.45-136.
  • 8. KRAUSE, K. & HOEHNE, F.C. 1922. Contribuições ao conhecimento das Rubiáceas do Brasil Meridional. Mem. Inst. Butantan (São Paulo) 1(3): 1-32.
  • 9. LAWRENCE, T.J. & GREEN, P.S. 1993. The anatomy of dehiscent berry. Kew Bull. 48(1): 53-57.
  • 10. LOEFGREN, A. 1896. Ensaio para uma distribuição dos vegetais nos diversos grupos florísticos no Estado de São Paulo: Índice das plantas do herbário da Commissão, cultivadas no jardim da Commissão. Boletim da Comissão Geográphica e Geológica da Província de São Paulo, n. 11.
  • 11. MORI, S.A.; SILVA, L.A.M.; LISBOA, G. & CORADIN, L. 1989. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. Ilhéus: CEPLAC.
  • 12. NIMER, E. 1979. Climatologia do Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
  • 13. RADFORD, A.E.; DICKISON, W.C.; MASSEY, J.R. & BELL, C.R. 1974. Vascular Plant Systematics. Harper & Row Publ., New York.
  • 14 . SCHUMANN, K. 1889. Rubiaceae (Tribo Mussaendae). In Flora Brasiliensis (C.P.F. Martius, A.G. Eichler & I. Urban, eds.). F. Fleischer, Lipsiae, v.6, pars 6, p.279-318.
  • 15. SMITH, L.B. & DOWNS, R.J. 1956. Resumo preliminar das Rubiaceae de Santa Catarina. Sellowia 7: 13-92.
  • 16. STANDLEY, P.C. 1930a. Rubiaceae. In Studies of American Plants VI (B.E. Dahlgren, ed.). Field Mus. Nat. Hist., Bot. Ser. 8(3): 151-236.
  • 17. STANDLEY, P.C. 1930b. The Rubiaceae of Colombia. Field Mus. Nat. Hist., Bot. Ser. 7(1): 3-175.
  • 18. STANDLEY, P.C. 1931. The Rubiaceae of Bolivia. Field Mus. Nat. Hist., Bot. Ser. 7(3): 255-339.
  • 19. STANDLEY, P.C. 1936. Rubiaceae. In Studies of American Plants VI (B.E. Dahlgren, ed.). Field Mus. Nat. Hist., Bot. Ser. 11(5): 176-274.
  • 20. STANDLEY, P.C. & WILLIAMS, L.O. 1975. Flora of Guatemala. 11- Rubiaceae. Fieldiana: botany 24(1/3): 1-274.
  • 21. STEYERMARK, J.A. 1967. Rubiaceae. In Botany of the Guayana Highlands, Part VII (B. Maguire & J.J. Wurdack, eds.). Mem. New York Bot. Gard. 17(1): 230-436.
  • 22. STEYERMARK, J.A. 1974. Rubiaceae. In Flora da Venezuela (T. Lasser, ed.), v.9, pars 1, p.478-494.
  • 23. USTERI, A. 1911. Flora der Umgebung der Stat São Paulo. Jena: Verlag.
  • 24. VELOSO, H.P.; RANGEL FILHO, A.L.R. & LIMA, J.C.A. 1991. Classificação da Vegetação Brasileira, adaptada a um Sistema Universal. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro.
  • *
    Autor para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Jun 2013
    • Data do Fascículo
      2002

    Histórico

    • Aceito
      21 Maio 2002
    • Recebido
      19 Fev 2002
    • Revisado
      03 Maio 2002
    Instituto Virtual da Biodiversidade | BIOTA - FAPESP Departamento de Biologia Vegetal - Instituto de Biologia, UNICAMP CP 6109, 13083-970 - Campinas/SP, Tel.: (+55 19) 3521-6166, Fax: (+55 19) 3521-6168 - Campinas - SP - Brazil
    E-mail: contato@biotaneotropica.org.br