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Auto-incompatibilidade, produtividade, ocorrência de sementes do tipo moca e mudas anormais no café Icatu

Self-compatibility, yield, peaberry seed an abnormal. seedlings In Icatu coffee populations

Acentuada variabilidade quanto à frutificação após a autopolinização artificial, ocorrência de sementes do tipo moca e freqüência de plantas anormais, possivelmente aneuplóides, têm sido verificadas em populações S1 e S2 do café Icatu. Três populações com um retrocruzamento para Coffea arabica e três com dois retrocruzamentos foram analisadas com relação às características mencionadas, em um experimento localizado em Campinas. A porcentagem de frutificação foi maior nas populações com dois retrocruzamentos (13,5 a 20,6) do que naquelas com um retrocruzamento (6,3 a 10,6). Nessas populações ocorreram cafeeiros com alta porcentagem de frutificação (51,1), semelhante às obtidas para o cultivar Catuai de C. arabica (41,6 a 61,6). Alguns cafeeiros, ao contrário, mostraram-se praticamente auto-estéreis, independentemente do número de retrocruzamentos. Tais plantas poderão ser, no futuro, utilizadas para síntese de híbridos F1. As porcentagens de sementes do tipo moca foram menores nos cafeeiros com dois retrocruzamentos (22 a 29) do que naqueles com um retrocruzamento apenas (39 a 56). (Quanto às plantas anormais, as porcentagens foram maiores nas populações resultantes de flores autopolinizadas artificialmente, em especial na população com um único retrocruzamento. Alguns cafeeiros, no entanto, não apresentaram plantas anormais na descendência. Verificou-se que essa característica não depende da produtividade dos cafeeiros originais e que, em algumas progênies, ocorreram plantas anormais do tipo angustifolia, com maior freqüência. Verificou-se, ainda, que nas populações S1 dos cafeeiros mais produtivos, é difícil encontrar indivíduos sem os defeitos indicados. Todavia, observações de algumas progênies S3 mostraram ser possível identificar cafeeiros sem os referidos defeitos, o que é de bastante interesse para fins de seleção. De modo geral, os resultados sugerem que a taxa de fecundação cruzada é mais elevada no Icatu do que nos cultivares de C. arabica e justificam tanto as pesquisas no sentido de aumentar a porcentagem de auto-fecundação no Icatu como também a seleção de plantas auto-incompatíveis visando à obtenção de híbridos.


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