O aquecimento global pode afetar negativamente regiões tradicionalmente vitícolas do globo terrestre. Esse fato indica a necessidade de verificar a presença de alterações nos padrões climáticos em regiões alternativas (ou não tradicionais) para o cultivo de uvas para vinhos finos. Assim, os objetivos desse estudo foram detectar tendências climáticas em séries de temperatura do ar e precipitação pluvial em três localidades da parte leste do estado de São Paulo e avaliar os efeitos dessas alterações em índices agrometeorológicos frequentemente utilizados na indicação de áreas favoráveis à produção de uvas para vinho. As análises de tendência foram aplicadas a séries de temperatura máxima e mínima, a séries de precipitação pluvial e aos seguintes índices, selecionados por serem usualmente utilizados em estudos que abordam o efeito do clima regional sobre a produção de uvas para vinho: heliotérmico, frio noturno e graus-dia. Consideraram-se os aspectos fenológicos em safras de verão e inverno. Os resultados suportam a hipótese de presença de mudanças climáticas na região do estudo, indicando que ela é fundamentalmente relacionada a alterações temporais na temperatura mínima do ar. Observou-se também o encurtamento da duração das fases fenológicas da videira e uma mudança para uma condição de temperatura do ar mais elevada ao longo do período de maturação. Essas alterações climáticas são consistentes com as observadas em outras regiões vitícolas do globo terrestre.
aquecimento global; índices biometeorológicos; Mann-Kendall
