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Genética de Coffea: XV - Hereditariedade dos característicos principais de Coffea arabica L. Var. semperflorens K.M.C.

No planalto de São Paulo, o cafeeiro normalmente floresce duas a quatro vezes por ano, nos períodos compreendidos entre fins de julho a novembro. Raramente floresce mais vêzes, e um pouco além dessa estação. Em 1934, foram encontrados alguns cafeeiros da espécie C. arabica, caracterizados por seu florescimento quase que continuamente durante o ano. A êsse mutante foi dada a denominação de semperflorens. Os resultados da análise genética apresentados indicam que os característicos principais do semperflorens, a forma da planta, tipo de ramificação e florescimento quase que contínuo, são controlados por um par de fatôres genéticos recessivos. Êsse fator genético tem por símbolo sf sf, correspondente à abreviação da palavra semperflorens. Os resultados dos cruzamentos entre o semperflorens e as variedades murta e nana indicam que o semperflorens deve ter-se originado como uma mutação recessiva do bourbon. Apesar de terem sido encontrados cafeeiros semperflorens quase que simultâneamente em Ribeirão Prêto e Campinas, é mais provável que a mutação tenha ocorrido em Ribeirão Preto, onde o café bourbon foi cultivado pela primeira vez em São Paulo. Além de apresentar o semperflorens interêsse do ponto de vista fisiológico, tem também valor econômico, por ser produtivo e possuir boa resistência à sêca, motivo pelo qual numerosas progênies dêsse cafeeiro vêm sendo estudadas, visando o isolamento de linhagens ainda mais produtivas.


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