Open-access Estimulação elétrica transcutânea do nervo vago como tratamento da migrânea: revisão sistemática

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:  Migrânea é um tipo de cefaleia primária cujo controle se faz principalmente por fármacos para tratamento da crise ou como profilaxia. Os efeitos adversos e o seu alto custo justificam a busca por opções de tratamento não farmacológicas. Existem evidências de que a estimulação elétrica do nervo vago (VNS) é capaz de modular estruturas relacionadas à fisiopatologia da migrânea. O objetivo deste estudo foi investigar a eficácia da VNS de forma transcutânea (tVNS) no tratamento agudo ou profilático da migrânea com e sem aura.

CONTEÜDO:  Foi feita uma busca na base de dados Pub-med utilizando todos os descritores para estimulação do nervo vago e migrânea, sem limite temporal e com o filtro “ensaio clínico randomizado” (ECR). Essa estratégia de busca identificou, no final, sete artigos que foram lidos integralmente e submetidos a uma análise de qualidade através da ferramenta do Centro de Medicina Baseada em Evidências de Oxford. Dos sete ECRs encontrados, 4 eram estudos de profilaxia e 3 de tratamento agudo.

CONCLUSÃO:  Existe algum comprometimento da validade interna de todos os estudos. A profilaxia da migrânea com tVNS não apresentou benefícios relevantes que justifiquem seu uso, principalmente com um protocolo de pouca aderência. O tratamento agudo da migrânea com a tNVS se mostrou eficaz em parte dos pacientes e pode ser uma opção não farmacológica de tratamento. Esses resultados justificam a realização de novos ECRs, de modo que não restem dúvidas sobre a sua validade interna.

Descritores:
Estimulação do nervo vago; Revisão; Transtornos de enxaqueca

DESTAQUES

A tVNS traz a possibilidade de um tratamento não farmacológico para a migrânea com o potencial de redução dos efeitos adversos das abordagens terapêuticas atuais.

Esta revisão também sumariza e discute questões relacionadas à fisiopatologia da migrânea.

A análise crítica de cada artigo incluído nesta revisão expõe a dificuldade de interpretar os resultados apresentados à comunidade científica, em especial quando a pesquisa é feita em colaboração com a indústria produtora do equipamento em questão.

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