RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS A dor no membro fantasma (DMF) é uma complicação comum da amputação de extremidades, com prevalência entre 41% e 46% dos casos. Apesar de sua fisiopatologia incerta, evidências sugerem mecanismos multifatoriais para explicar o fenômeno doloroso, que afeta diretamente a qualidade de vida (QV) do indivíduo. O objetivo deste estudo foi analisar a possível influência de um protocolo de telefisioterapia para a DMF na QV, intensidade e percepção da dor de indivíduos extremidades amputadas, em um contexto quasi-experimental.
MÉTODOS Estudo quasi-experimental com abordagem quantiqualitativa, de amostra composta por nove indivíduos. Os instrumentos utilizados foram o Questionário de Dor de McGill, uma escala verbal de dor, o Short-Form Health Survey (SF-36) e uma ficha de avaliação elaborada no formato de entrevista, todos aplicados antes e após o protocolo de tratamento. A intervenção constituiu de uma adaptação ao protocolo de Imagens Motoras Graduadas (IMG), realizado de forma online pela plataforma Google Meet. A análise quantitativa se deu através do teste de Wilcoxon pareado para variáveis não paramétricas. A abordagem qualitativa foi analisada pelo método de análise de conteúdo.
RESULTADOS Não houve diferença significativa nos parâmetros de QV, intensidade e percepção de dor, entretanto os relatos qualitativos demonstram percepção de melhora dos indivíduos.
CONCLUSÃO A divergência entre os resultados qualitativos e quantitativos reflete a necessidade da elaboração de questionários específicos para DMF e sua influência na QV de indivíduos amputados.
Descritores:
Amputados; Membro fantasma; Telessaúde
DESTAQUES
O artigo possui a abordagem quantiqualitativa do estudo, uma vez que a porção qualitativa pode contribuir para o entendimento da vivência da Dor no Membro Fantasma nos indivíduos com amputação de membros
Além disso, outro destaque é o próprio tema de Dor no Membro Fantasma, o qual ainda é pouco explorado na literatura, sobretudo no contexto brasileiro
Outro destaque que pode ser citado no estudo é o uso da telefisioterapia, recurso que pode ser útil para o tratamento de indivíduos com restrições na mobilidade