RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A dificuldade na avaliação da dor do recém-nascido é um desafio para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento da dor. O objetivo deste estudo foi analisar a concordância entre profissionais de saúde na identificação de movimentos faciais de dor em imagens de recém-nascidos submetidos ou não a um procedimento doloroso e a capacidade discriminatória quanto à presença de dor desses movimentos faciais.
MÉTODOS:
Estudo transversal. Seis profissionais de saúde treinados na avaliação da dor neonatal avaliaram 30 imagens de recém-nascidos submetidos a um procedimento doloroso e 30 imagens em repouso dos mesmos recém-nascidos, sem dor. Cada profissional avaliou cinco movimentos faciais que fazem parte do Sistema de Codificação Facial Neonatal. Sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e negativos foram determinados. A concordância interavaliadores foi avaliada pelo coeficiente kappa.
RESULTADOS:
Os seis observadores avaliaram corretamente 94±9% das imagens obtidas em repouso como ausência de dor e 88±28% das imagens obtidas durante o procedimento doloroso como presença de dor. Fronte saliente, fenda palpebral estreitada, sulco nasolabial aprofundado e boca aberta mostraram alta sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo no diagnóstico de dor, com valores entre 78 e 90%. A concordância interavaliadores para todas as 60 imagens mostrou um kappa 0,60 (IC95%0,55-0,66).
CONCLUSÃO:
A avaliação da fronte, pálpebra, sulco nasolabial e boca de recém-nascidos mostrou alta sensibilidade e especificidade para discriminar a presença e ausência de dor em imagens estáticas. A concordância interavaliadores na identificação de movimentos faciais relacionados à expressão da dor em recém- -nascidos foi moderada.
Descritores:
Expressão facial; Medição da dor; Recém-nascido; Variações dependentes do observador