RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS Diversos fatores contextuais (FCs) estão relacionados às intervenções terapêuticas e podem impactar positiva ou negativamente nos sintomas de pacientes com dor musculoesquelética crônica. Apesar do uso crescente de instrumentos de medidas autoaplicáveis, não há até o momento, uma ferramenta disponível para avaliar a interferência dos FCs nos tratamentos de saúde no Brasil. O objetivo deste estudo foi realizar a tradução e adaptação transcultural da forma curta da ferramenta Healing Encounters and Attitudes Lists (HEAL) para o contexto brasileiro.
MÉTODOS A adaptação transcultural incluiu tradução do inglês para o português, retrotradução, revisão por um comitê de especialistas e pré-teste realizado com questionários sobre dados sociodemográficos, intensidade da dor, nível de funcionalidade e a ferramenta HEAL. Foi realizada uma análise descritiva dos dados dos participantes do pré-teste, e a consistência interna do instrumento foi avaliada pelo teste Alfa de Cronbach.
RESULTADOS Participaram do estudo quatro tradutores, cinco especialistas e trinta pacientes com dor musculoesquelética crônica. A versão final foi bem compreendida pelos participantes do pré-teste, exceto a subescala “Atitudes sobre Medicina Complementar e Alternativa”, na qual 70% dos participantes apresentaram dúvidas. Como solução, foram incluídos exemplos nos itens avaliados. As subescalas da ferramenta HEAL apresentaram excelente consistência interna.
CONCLUSÃO A versão brasileira da forma curta da ferramenta HEAL está disponível para pesquisas e prática clínica e pode ajudar a identificar a interferência dos FCs no tratamento de dores musculoesqueléticas crônicas. Contudo, recomenda-se cautela no uso desta ferramenta até que as suas propriedades psicométricas sejam amplamente avaliadas.
Descritores:
Dor musculoesquelética; Inquéritos e questionários; Psicometria; Tradução
DESTAQUES
Os fatores contextuais influenciam nos desfechos clínicos dos tratamentos de saúde
A mensuração dos fatores contextuais pode otimizar o manejo das dores musculoesqueléticas crônicas
A versão brasileira da forma curta da ferramenta Healing Encounters and Attitudes Lists está disponível para auxiliar a identificar os fatores contextuais que impactam desfechos clínicos e experiência do cuidado, embora a amostra do pré-teste não permita a generalização dos resultados para a população brasileira
ABSTRACT
BACKGROUND AND OBJECTIVES Several contextual factors (CFs) are related to therapeutic interventions and can have a positive or negative impact on the symptoms of patients with chronic musculoskeletal pain. Despite the increasing use of self-administered measurement tools, there is currently no tool available to assess the impact of CFs on health treatments in Brazil. The aim of this study was to translate and cross-culturally adapt the short form of the HEAL tool to the Brazilian context.
METHODS The cross-cultural adaptation consisted of translation from English to Portuguese, back-translation, review by a committee of experts, and pre-testing with questionnaires on sociodemographic data, pain intensity, level of functionality, and the HEAL tool. A descriptive analysis of the participants' pre-test data was performed, and the internal consistency of the instrument was assessed using Cronbach's alpha test.
RESULTS Four translators, five specialists and thirty patients with chronic musculoskeletal pain participated in the study. The final version was well understood by the pre-test participants, except for the subscale “Attitudes towards Complementary and Alternative Medicine”, in which 70% of the participants had doubts. As a solution, examples were included in the items evaluated. The subscales of the HEAL tool showed excellent internal consistency.
CONCLUSION The Brazilian version of the HEAL tool is available for research and clinical practice and can help identify the interference of CFs in the treatment of chronic musculoskeletal pain. However, we recommend caution in using this tool until other measures have been widely evaluated.
Keywords:
Musculoskeletal pain; Psychometrics; Surveys and questionnaires; Translation
HIGHLIGHTS
Contextual factors impact the clinical outcomes of health treatments
Measuring contextual factors can optimize the management of chronic musculoskeletal pain
The Brazilian version of the short form Healing Encounters and Attitudes Lists tool is available to help identify the contextual factors that impact clinical outcomes and the experience of care, although the pre-test sample does not allow the results to be generalized to the Brazilian population
INTRODUÇÃO
Diversos fatores estão relacionados às intervenções terapêuticas no tratamento da dor musculoesquelética crônica. Os elementos físicos, psicológicos, sociais, cognitivos, emocionais e sensoriais que envolvem as interações entre o paciente e o profissional de saúde durante um tratamento são denominados fatores contextuais (FCs)1,2 . Os FCs podem ser internos, externos ou relacionais2 . Os fatores internos representam as memórias, emoções, expectativas e características psicológicas do paciente, enquanto os fatores externos incluem os aspectos físicos da terapia, como o tipo de tratamento e o local em que o tratamento é realizado. Os fatores relacionais são caracterizados pelas interações sociais da relação paciente-terapeuta, características do terapeuta, características do paciente2 .
Os FCs podem influenciar positiva ou negativamente os sintomas e desfechos clínicos. Os efeitos clínicos relacionados aos FCs podem variar de grande a pequeno, dependendo das características do paciente, do profissional, da condição clínica e da intervenção3 . Expectativas positivas podem potencializar os efeitos benéficos de um tratamento, enquanto as expectativas negativas podem gerar efeitos adversos. A história clínica, a gravidade da dor e as expectativas do paciente são elementos-chave no prognóstico das condições musculoesqueléticas. Estratégias de comunicação eficazes são essenciais para minimizar as expectativas negativas e sintomas de ansiedade4 . Uma maior compreensão dos FCs na prática clínica favorecerá a decisão por intervenções mais eficazes e pode otimizar os resultados dos tratamentos para dores musculoesqueléticas5 .
A dor musculoesquelética crônica representa um desafio significativo para os indivíduos e para os sistemas de saúde. Em 2019, as doenças musculoesqueléticas afetaram 1,71 bilhão de pessoas no mundo, sendo a dor lombar a mais prevalente em 134 dos 204 países analisados6 . Estima-se que, até 2050, o número de casos de lombalgia aumentará em 36,4%7 . No Brasil, a prevalência de dor crônica na população adulta varia de 23,02% a 42,33%8 , afetando principalmente mulheres9 . A dor lombar prejudica mais de 50% de adultos brasileiros ao longo de um ano, sendo que entre 4,2% e 14,7% da população apresenta dor lombar crônica10 .
A dor é definida como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a ou semelhante àquela associada a uma lesão real ou potencial ao tecido”11 . A mensuração da sensação dolorosa pode resultar em uma grande variedade de abordagens terapêuticas e um tratamento mais eficaz12 . Clínicos e pesquisadores encontram dificuldades na avaliação e mensuração da dor devido à sua natureza subjetiva, à escassez de instrumentos confiáveis e à variedade de características dos pacientes e tipos de dor13 .
Avaliar a interferência dos FCs no tratamento da dor musculoesquelética é desafiador. A ferramenta Healing Encounters and Attitudes Lists (HEAL) foi desenvolvida pela rigorosa metodologia Patient-Reported Outcomes Measurement Information System e tem como objetivo avaliar atitudes e percepções dos pacientes sobre diversos componentes do tratamento que estão associados aos resultados clínicos14 .
A HEAL é composta por seis subescalas, incluindo conexão paciente-terapeuta, ambiente de saúde, perspectiva positiva, expectativa de tratamento, espiritualidade e atitude em relação à medicina complementar e alternativa14 . As subescalas podem ser administradas na forma completa ou na forma curta com 6 a 7 itens em cada domínio. Os participantes são solicitados a avaliar os itens em relação ao seu tratamento atual em uma escala Likert de cinco pontos14,15 . A versão original da HEAL demonstrou uma excelente confiabilidade para cada subescala14 , assim como a versão alemã apresentou adequada confiabilidade15 .
Em aplicações clínicas, a HEAL pode auxiliar os profissionais de saúde na identificação de fatores que influenciam os desfechos terapêuticos e a experiência de cuidado14,16 . Apesar da importância e uso crescente de instrumentos de medidas autoaplicáveis, nenhum instrumento validado para o Brasil avalia a interferência dos FCs nos tratamentos de saúde. Assim, este estudo objetivou realizar a tradução e adaptação transcultural da forma curta da ferramenta HEAL para o contexto brasileiro.
MÉTODOS
Desenho de estudo
Foi conduzido um estudo de tradução e adaptação transcultural da forma curta da ferramenta HEAL, seguindo as diretrizes do documento Principles of Good Practice for the Translation and Cultural Adaptation Process for Patient-Reported Outcomes (PRO) Measures 17 . O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Augusto Motta (CAAE: 57253022.0.0000.5235). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) após serem informados sobre a natureza do estudo e dos procedimentos da pesquisa. A presente pesquisa está em consonância com os princípios e normas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei nº 13.709/2018.
Procedimentos
Após autorização da autora principal do HEAL, a versão original em inglês foi traduzida por dois tradutores bilíngues experientes, um deles nativo da língua portuguesa e fluente em inglês, e o outro nativo da língua inglesa e fluente na língua portuguesa do Brasil. A versão reconciliada pela pesquisadora responsável por este estudo foi retrotraduzida por dois tradutores independentes com as mesmas credenciais dos tradutores diretos, que não estiveram envolvidos na primeira etapa. A versão em português do Brasil harmonizada foi submetida a apreciação de um comitê de especialistas, composto por três fisioterapeutas especialistas em dor musculoesquelética, uma psicóloga e um pesquisador de linguística aplicada.
O comitê chegou a um acordo sobre a equivalência semântica, idiomática e conceitual entre a versão em inglês e a versão final em português das subescalas. Esta última versão ainda foi encaminhada a uma professora da língua portuguesa do Brasil, com o intuito de fazer uma análise ortográfica e gramatical. Foram feitas poucas modificações para manter uma linguagem simples e clara para o contexto brasileiro, sem alterar o significado genuíno das questões individuais.
Em seguida, o pré-teste foi conduzido com 30 pacientes em tratamento fisioterápico para condições musculoesqueléticas, recrutados por conveniência no serviço de fisioterapia ambulatorial do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), durante o mês de outubro de 2023. Os pacientes tinham idade acima de 18 anos e apresentavam dor musculoesquelética crônica (superior a 3 meses).
Análise estatística
Foi realizada uma análise descritiva dos dados sociodemográficos e clínicos dos participantes do pré-teste. As variáveis contínuas foram apresentadas como média e desvio padrão (DP), e as variáveis categóricas foram apresentadas em valores absolutos e proporções (%). A consistência interna da ferramenta HEAL foi avaliada pelo teste Alfa de Cronbach, considerado adequado se igual ou superior a 0,7018 . Os dados foram tabulados utilizando o Excel (Microsoft, U.S.A.) e a análise estatística realizada através do Jeffrey’s Amazing Statistics Program (JASP) software versão 0.18.1.0.
RESULTADOS
Quatro tradutores bilíngues, dois para tradução direta e dois para retrotradução, criaram a primeira versão traduzida da ferramenta HEAL. Na primeira versão traduzida ocorreram algumas diferenças geradas pelos tradutores bilíngues, as quais foram solucionadas através de consenso nas discussões entre os pesquisadores principais da pesquisa. Na subescala Healthcare Environment, cada um traduziu o verbo “was” como “era” e “foi” definido na reconciliação o uso do termo “era”. O substantivo “friendly”, foi traduzido por “simpática” e “amigável”, sendo escolhido o termo “simpática”. Na mesma subescala, o substantivo “helpful” foi traduzido por “prestativa” e “útil”, e foi escolhido o uso do termo “prestativa”. Na subescala Patient-Provider Connection, o próprio título foi traduzido em “Conexão paciente-profissional” e “Conexão paciente-terapeuta”, sendo este último o escolhido por ser um termo amplamente utilizado na literatura da área.
Em seguida, o verbo “provides” foi traduzido por “oferece” e “fornece”, sendo utilizado o termo “fornece”. Na subescala Attitudes Toward Complementary and Alternative Medicine (CAM), o substantivo “effective” foi traduzido por “eficaz” e “efetiva”, sendo escolhido o termo “efetiva”. Em Positive Outlook, o termo “about my future” foi traduzido em “em relação ao meu futuro” e “sobre meu futuro”, e foi escolhido o termo “em relação ao meu futuro”. Nesta mesma subescala, o termo “about myself” foi traduzido em “comigo mesmo” e “sobre mim mesmo”, que durante a reconciliação, foi definido o uso do termo “em relação a mim mesmo” para manter a coerência das questões anteriores. Na subescala Spirituality, o termo “supported” foi traduzido por “amparado” e “apoiado”, definido o uso do termo “apoiado” (Tabela 1).
Um comitê de especialistas formado por três fisioterapeutas especialistas na área musculoesquelética, uma psicóloga analista do comportamento e um pesquisador de linguística aplicada, aprovou a tradução com 80% de concordância. Ajustes gramaticais simples foram sugeridos para melhor entendimento dos itens na língua portuguesa do Brasil para a população geral. Por exemplo, foi sugerido acrescentar o artigo “(a)” após diversos substantivos masculinos nas subescalas, para abranger o sexo feminino. E na subescala “Conexão paciente-terapeuta”, foi sugerido que a questão “Meu profissional de saúde me dá apoio e encorajamento” fosse substituída por “Meu profissional de saúde me apoia e me encoraja”, de forma que fique mais clara para a população brasileira. As sugestões foram incorporadas às subescalas (Tabela 2).
A amostra do pré-teste foi majoritariamente composta por mulheres (86,7%), com ensino médio completo. Osteoartrose, hipertensão arterial e hipercolesterolemia foram as comorbidades mais frequentes nos participantes do pré-teste. Os pacientes tinham em média 60 anos de idade e relataram presença de dor em uma média de 5 dias por semana, predominantemente moderada e altos níveis de limitação funcional (Tabela 3).
Durante o pré-teste, 70% dos pacientes apresentaram dúvidas ao responder a subescala Attitudes Toward CAM (Atitudes em relação a MCA), pois não tinham familiaridade com o termo “Medicina Complementar e Alternativa”. Na versão final, a opção final foi substituir o termo “Medicina Complementar Alternativa” por “Terapias Alternativas”, e acrescentar exemplos em cada uma das seis questões da subescala (Tabela 2). A questão que apresentou maior dificuldade foi “Prefiro MCA à medicina convencional”, a qual foi modificada para “Prefiro as Terapias Alternativas no lugar (ou ao invés) da medicina convencional”. Foram excluídos dois pacientes por preenchimento incompleto das questões sociodemográficas e, portanto, insuficientes para a análise. Os participantes do pré-teste demonstraram boa compreensão da ferramenta HEAL, embora alguns itens (Atitudes em relação a MCA) tenham necessitado da inclusão de exemplos mais familiares à cultura brasileira.
Todas as subescalas apresentaram excelentes correlações entre os itens, de acordo com os seguintes valores de Alfa de Cronbach: Ambiente de Saúde [0,907 (95% IC 0,833; 0,951)], Expectativa do tratamento [0,922 (95% IC 0,868; 0,957)], Conexão paciente-terapeuta [0,91 (95% IC 0,848; 0,950)], Atitudes em relação às terapias alternativas [0,900 (95% IC 0,825; 0,946)], Perspectiva positiva [0,886 (95% IC 0,800; 0,939)], e Espiritualidade [0,901 (95% IC 0,888; 0,961)].
DISCUSSÃO
O presente estudo apresentou o processo de tradução e adaptação transcultural da forma curta da ferramenta HEAL para brasileiros, seguindo procedimentos metodológicos aceitos internacionalmente. Diversas fases do processo de tradução e adaptação transcultural foram concluídas de forma adequada, incluindo um pré-teste com pacientes da população alvo. Baseando-se na alta concordância do comitê de especialistas e grau de compreensão dos participantes do pré-teste, além de uma excelente consistência interna, o processo de adaptação transcultural das formas curtas da ferramenta HEAL foi considerado bem-sucedido.
Os presentes achados corroboram o adequado nível de confiabilidade da HEAL evidenciado em estudos anteriores. No trabalho original foi encontrado um coeficiente alfa de Cronbach entre 0,93 e 0,97 nas subescalas da forma curta da ferramenta HEAL14 , enquanto a versão alemã apresentou a consistência interna entre 0,74 e 0,9315 . No documento original foi encontrada uma excelente confiabilidade para cada subescala, demonstrando que a ferramenta possui uma estrutura interna robusta. Embora a consistência interna na versão alemã seja um pouco inferior em comparação com a ferramenta original, todos os valores ainda são considerados aceitáveis e indicam uma boa confiabilidade para a versão traduzida.
No estudo original da ferramenta HEAL, foi realizada uma análise fatorial exploratória que identificou uma estrutura unidimensional para cada subescala, com boas cargas fatoriais nos itens correspondentes14 . Considerando que as subescalas são independentes e cada uma possui um escore final próprio, foi realizado o cálculo da consistência para cada subescala e os valores encontrados indicaram uma excelente consistência interna e corroboram a confiabilidade da versão adaptada para o contexto brasileiro, semelhante à versão original.
A versão adaptada da HEAL para o Brasil oferece uma visão abrangente dos fatores não específicos que podem influenciar o tratamento clínico. A alta consistência interna das subescalas confirma a adequação da ferramenta para medir esses fatores no contexto brasileiro, refletindo a robustez observada nas versões original14 e alemã15 . Os itens apresentam características qualitativas, porém os questionários oferecem resultados quantitativos, possibilitando verificar quais FCs apresentam maior influência sobre os cuidados de saúde.
Uma das principais limitações deste trabalho é o viés de seleção da amostra teste, homogênea pelo predomínio do sexo feminino e limitando a validade externa dos valores apresentados nos resultados. Novos estudos precisam ser realizados para acessar os valores padronizados para a população brasileira. Considerou-se importante que futuros estudos ampliem para um grupo mais diverso, compatível com a população brasileira. Outra limitação se refere a ausência de uma análise mais robusta de outras propriedades de medida do instrumento, como validade de constructo, validade estrutural e responsividade. Sugere-se que novos trabalhos sejam realizados para uma avaliação completa das propriedades de medidas da versão brasileira da ferramenta HEAL.
CONCLUSÃO
A versão brasileira da forma curta da ferramenta HEAL está disponível após um processo de tradução e adaptação transcultural. A ferramenta pode ser utilizada em futuras pesquisas e na prática clínica para a identificação dos FCs que influenciam o tratamento de brasileiros com dores musculoesqueléticas crônicas. Recomenda-se cautela em sua aplicação até que novas pesquisas avaliem mais amplamente suas propriedades psicométricas.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à professora de Língua Portuguesa Lídia Dias do Amaral Corrêa pela revisão gramatical realizada na ferramenta HEAL traduzida, contribuindo para a qualidade da ferramenta no contexto brasileiro.
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Fontes de fomento:
Este estudo foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES). Código Financeiro 001, no 88881.708719/2022-01, e no. 88887.708718/2022-00).
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Editado por
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Editor associado responsável:
Jamir João Sardá Júnior https://orcid.org/0000-0001-9580-8288
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
11 Abr 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
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Recebido
19 Set 2024 -
Aceito
17 Fev 2025