Open-access Tratamento de condições ambulatoriais comuns de dor aguda: um guia para o médico generalista

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS  A dor aguda desempenha um papel crítico nos processos de alerta e recuperação de lesões teciduais, mas pode evoluir para dor crônica se não for tratada de forma adequada, resultando em consequências negativas à qualidade de vida a longo prazo, e em custos elevados para os sistemas de saúde. O manejo eficaz da dor aguda reduz o risco de cronificação ao mitigar a ocorrência de alterações neuroplásticas associadas à sensibilização da dor. O objetivo deste estudo foi revisar as evidências disponíveis e apresentar recomendações de um painel de especialistas em medicina da dor para médicos generalistas sobre o manejo de condições comuns de dor aguda no contexto ambulatorial, incluindo: dor musculoesquelética, lombalgia aguda, herpes-zóster, enxaqueca e cefaleia tipo-tensão. Ele também discute as particularidades do manejo da dor em populações específicas, como crianças, idosos e gestantes.

CONTEÚDO  Opioides continuam a desempenhar um papel importante no alívio rápido e eficaz da dor nociceptiva, neuropática e mista, mas seu uso exige cautela devido a efeitos adversos a curto prazo, bem como problemas de tolerância e risco de dependência quando do uso prolongado. A analgesia multimodal, que integra abordagens farmacológicas e não farmacológicas, representa uma mudança significativa no paradigma atual de manejo da dor.

CONCLUSÃO  Os clínicos são incentivados a adotar abordagens individualizadas e multimodais, equilibrando eficácia e segurança, para promover a funcionalidade e obter desfechos clínicos satisfatórios no manejo da dor aguda. Estas recomendações visam equipar médicos generalistas com ferramentas práticas para abordar esta condição complexa e reduzir suas consequências a longo prazo.

Descritores:
Analgésicos opioides; Cefaleia; Dor aguda; Dor lombar; Neuralgia

DESTAQUES

O tratamento eficaz da dor aguda previne a cronicidade ao interromper as alterações neuroplásticas ligadas à sensibilização à dor

Opioides proporcionam rápido alívio para a dor aguda, mas exigem uma dosagem cuidadosa devido aos riscos de tolerância, efeitos adversos e dependência no uso prolongado

A analgesia multimodal, que combina métodos farmacológicos e não farmacológicos, melhora os resultados da dor e reduz a dependência a opioides

As terapias não farmacológicas, como terapia manual e exercícios físicos, são essenciais no controle da dor musculoesquelética e lombar aguda

Considerações especiais se aplicam ao controle da dor em idosos, crianças e gestantes devido a variados desafios fisiológicos e farmacológicos

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