RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS O manejo da dor pela equipe de enfermagem na Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) demanda resolutividade, visando concluir a recuperação dos pacientes. O objetivo do presente estudo foi mapear as intervenções de enfermagem para o manejo da dor aguda na SRPA.
CONTEÚDO Trata-se de revisão de escopo, conforme a metodologia do Joana Briggs Institute, registrada no Open Science Framework (10.17605/OSF.IO/56TS7). A busca foi conduzida via Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde, Science Direct, Cochrane, CINAHL e literatura cinzenta e atualizada em 26 de março de 2025, além da busca exploratória. Foram incluídos na amostra 14 artigos que cumpriram os critérios de elegibilidade. As intervenções de enfermagem encontradas foram: a) farmacológicas - supervisão da infusão de opioides por meio da analgesia controlada pelo paciente ou analgesia peridural controlada pelo paciente; opioides por meio da analgesia controlada pela enfermagem; opioide por via venosa, oral ou intramuscular; analgésico por via oral; anti-inflamatório não esteroide por via venosa; e b) não farmacológicas - destacando-se aromaterapia, musicoterapia e Reik, reflexologia podal, toque terapêutico, imaginação guiada e medidas de conforto. Além disso, foi discutido o uso de escalas padronizadas para avaliação da dor como: escala visual analógica, escalas numéricas de dor e escala de classificação verbal. Identificou-se como principal limitação a ausência de estudos recentes.
CONCLUSÃO Foram mapeadas intervenções farmacológicas e não farmacológicas, utilizadas em combinação, associadas à recomendação de avaliação sistematizada da dor, evidenciando a autonomia e importância da atuação da enfermagem no tratamento da dor aguda na SRPA.
Descritores:
Analgesia; Cuidados de enfermagem; Dor aguda; Enfermagem em pós-anestésico
DESTAQUES
Encontrou-se a recomendação de avaliação sistemática da dor por meio de instrumentos padronizados
Como medida farmacológica para o controle da dor, destaca-se a supervisão do uso de opioides por meio de analgesia controlada pelo paciente e analgesia controlada pela enfermagem
A aromaterapia destaca-se como medida não farmacológica
ABSTRACT
BACKGROUND AND OBJECTIVES Pain management by the nursing team in the Post-Anesthesia Care Unit (PACU) demands resoluteness in order to complete patient recovery. The aim of this study was to map nursing interventions for acute pain management in the PACU.
CONTENTS This is a scoping review, according to the Joan Briggs Institute methodology, registered in the Open Science Framework (10.17605/OSF.IO/56TS7). The search was conducted via Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS - Virtual Health Library), Science Direct, Cochrane, CINAHL and the gray literature and updated on March 26, 2025, in addition to the exploratory search. Fourteen articles that met the eligibility criteria were included in the sample. The nursing interventions found were a) pharmacological - supervision of opioid infusion through patient-controlled analgesia or patient-controlled epidural analgesia; opioids through nurse-controlled analgesia; intravenous, oral or intramuscular opioid; oral analgesic; intravenous non-steroidal anti-inflammatory drug; and b) non-pharmacological - specially aromatherapy and music therapy, but also reiki, foot reflexology, therapeutic touch, guided imagination and comfort measures. In addition, the use of standardized pain assessment scales such as the Visual Analogue Scale, numerical pain scales and the verbal rating scale was discussed. The main limitation identified was the lack of recent studies.
CONCLUSION Pharmacological and non-pharmacological interventions were mapped, used in combination, associated with the recommendation for a systematized pain assessment, thus demonstrating the autonomy and importance of nursing action in the treatment of acute pain in the PACU.
Keywords:
Acute pain; Analgesia; Nursing care; Post-anesthesia nursing
HIGHLIGHTS
The study recommends systematically assess pain using standardized instruments
As a pharmacological measure for pain control, the study highlights the supervision of opioid use through patient-controlled analgesia and nurse-controlled analgesia
Aromatherapy stands out among the non-pharmacological measures
INTRODUÇÃO
A recuperação anestésica ocorre dentro do período pós-operatório imediato em uma área do centro cirúrgico denominada Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA), a qual tem como objetivo proporcionar condições para a recuperação de consciência e estabilidade de sinais vitais de pacientes submetidos a procedimentos anestésico-cirúrgicos1,2. Desse modo, a SRPA é o primeiro local que o paciente entrará em contato após a intervenção cirúrgica e sua transferência da sala operatória, onde suas queixas, desconfortos e complicações devem ser sanadas para assim ser encaminhado para a unidade de destino a fim de concluir sua recuperação2,3.
A dor é uma das principais complicações encontradas na SRPA3-6 e é causada primariamente pelo estímulo provocado pela lesão cirúrgica. O descontrole do quadro álgico pode gerar alterações cardiovasculares e atelectasia7, impactando tanto em parâmetros para alta da SRPA, como no Índice de Aldrete e Kroulik8,9, quanto em desfechos pós-operatórios, por exemplo, a pneumonia. Além disso, contribui significativamente para atrasos no fluxo de atendimentos, insatisfação dos pacientes e hospitalização prolongada10-12.
Apesar de avanços, o manejo da dor aguda no pós-operatório imediato tem sido demonstrado como um dos principais cuidados omitidos na SRPA10, permanecendo uma demanda assistencial a ser aperfeiçoada. Neste sentido, tem sido apontada a necessidade de mais estudos visando seu aprimoramento13. Os cuidados de enfermagem para o paciente que apresenta dor na SRPA incluem sua avaliação, intervenções farmacológicas e/ou não farmacológicas e monitoramento do quadro álgico visando seu controle. A atuação da equipe deve ser resolutiva de modo a evitar impacto negativo no quadro clínico do paciente9. Desta forma, estudos acerca da temática podem contribuir para o incremento e atualização de evidências científicas que possam embasar protocolos assistenciais para o manejo da dor em SRPA.
O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão de escopo para mapear as intervenções de enfermagem para o manejo da dor aguda na SRPA.
CONTEÚDO
A presente revisão de escopo foi desenvolvida conforme a extensão PRISMA para revisões de escopo do Joana Briggs Institute (The Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis extension for JBI Scoping Reviews)14. O mnemônico PCC orientou a estratégia de busca, no qual atribuiu-se “P” à população (adultos em pós-operatório imediato); “C” ao conceito (intervenções de enfermagem para o manejo da dor); e “C” ao contexto (sala de recuperação pós-anestésica). Com base no PCC formulou-se a pergunta de pesquisa “Quais são as evidências ou recomendações para intervenções de enfermagem no tratamento da dor aguda em sala de recuperação pós-anestésica?”. O estudo encontra-se registrado na plataforma Open Science Framework (DOI 10.17605/OSF.IO/56TS7).
Incluiu-se estudos com adultos, que abordavam intervenções de enfermagem na SRPA para tratamento da dor aguda. Foram excluídos todos os estudos que não respondessem à pergunta, realizados com pessoas acima de 65 anos, e aqueles estudos não disponíveis para leitura na íntegra.
Todas as buscas foram realizadas no dia 09 de setembro de 2024 nos bancos de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline - via Pubmed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Science Direct e Cochrane. As buscas foram atualizadas no dia 26 de março de 2025 e, além dos bancos de dados pesquisados anteriormente, foi incluído o Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), estendendo-se também para busca exploratória nas referências dos artigos selecionados. A literatura cinzenta foi recuperada via Google Scholar, também em sítios buscando material ligado a associações científicas, órgãos governamentais e instituições prestadoras de serviços de saúde. Adicionalmente, foram considerados livros e manuais da área de enfermagem perioperatória.
A partir da pergunta da pesquisa foram elencados os seguintes descritores de acordo com o Decs/Mesh: “adult”, “nursing”, “pain” e “perioperative period” (Tabela 1), sendo pesquisados em títulos, resumos e palavras-chave. Procedeu-se uma combinação dos descritores que resultou nas estratégias de busca demonstradas na Tabela 2, conforme características das bases de dados utilizadas. Nenhuma limitação de data de publicação foi aplicada, foram considerados documentos em língua portuguesa e inglesa.
Após a recuperação dos documentos nos bancos de dados realizou-se o download dos títulos e resumos das referências para posterior upload no gerenciador de referências Endnote com o objetivo de remover duplicatas. O arquivo proveniente do EndNote foi transferido para o Rayyan. A primeira etapa da seleção de fontes de evidência ocorreu por meio da leitura de títulos e resumos e aplicação dos critérios de elegibilidade por dois revisores de forma independente e cega. Após quebra do cegamento, um terceiro revisor (M.I.F.) atuou sobre as decisões conflituosas, elencando assim os artigos elegíveis para leitura na íntegra. Na segunda etapa da seleção foi realizada a busca dos documentos na sua íntegra e aqueles disponíveis foram analisados considerando os critérios de elegibilidade. Para extração dos dados utilizou-se instrumento desenvolvido pelas pesquisadoras de acordo com o objetivo e pergunta da pesquisa, e as ferramentas Microsoft Teams e Excel. Os dados extraídos incluíram: identificação, objetivo, aspectos metodológicos, resultados e considerações finais. A análise e síntese das evidências foi realizada buscando evidências para responder à pergunta da pesquisa de maneira descritiva e por meio de tabela.
RESULTADOS
A busca nos bancos de dados resultou em 1823 artigos, dos quais 203 eram duplicatas. Após a leitura de títulos e resumos e aplicação dos critérios de elegibilidade, 91 documentos foram elegíveis para leitura na íntegra, somados aos 25 artigos resultantes da busca exploratória. Destes, 14 estudos foram selecionados para compor a amostra. A Figura 1 representa o diagrama de fluxo da busca e seleção.
A Tabela 3 apresenta a síntese dos estudos incluídos na amostra da presente revisão. Os artigos foram publicados entre 1997 e 2025. Dos 14 estudos, seis (43%) foram desenvolvidos nos Estados Unidos12,17-20,23, e os demais, no Brasil6,27 (dois, 14%), Canadá16 (um estudo, 7%), França21 (um estudo, 7%), Suécia22 (um estudo, 7%), Singapura25 (um estudo, 7%), Tailândia24 (um estudo, 7%) e Turquia26 (um estudo,7%). Tratam-se de estudos: prospectivos (n=3), estudo de caso (n=1), estudo observacional (n=1), ensaio clínico (n=1), piloto experimental (n=1), estudo experimental (n=2), quase-experimental (n=1), revisão narrativa (n=1), revisão sistemática (n=1), qualitativo (n=2), conforme descrito pelos autores.
Síntese dos estudos incluídos nesta revisão de escopo sobre as intervenções de enfermagem na sala de recuperação pós-anestésica para manejo da dor aguda em adultos.
A amostra dos estudos variou entre 1 e 261 participantes, abrangendo adultos entre 18 e 65 anos. As intervenções cirúrgicas relatadas nos estudos foram: cirurgia ginecológica laparoscópica20,22, histerectomia abdominal16,18, hepatectomia26, cirurgias artroscópicas19, microdiscectomia lombar12, cirurgia geral25, cirurgia ortopédica6,17,25, cirurgias abdominais6,17, descompressão torácica17, simpatectomia cervical17, amigdalectomia21 e cirurgia urológica6.
O manejo da dor pela equipe de enfermagem na SRPA envolveu unanimemente a administração de fármacos por meio de diferentes vias de administração e modalidades de analgesia, com intuito de controle álgico. As classes de fármacos administrados foram: analgésicos19,20,23, anti-inflamatórios18-20,23, anestésicos26 e opioides12,16-19,21-26. As intervenções também incluíram a utilização de instrumentos padronizados para avaliação e reavaliação da dor, de modo a promover a intervenção adequada. Além disso, alguns estudos incluíram abordagens não farmacológicas, como musicoterapia12,18,20,22, reiki19, reflexologia podal19, toque terapêutico19, imaginação guiada20, medidas de conforto27 e aromaterapia6.
DISCUSSÃO
Todos os estudos incluídos buscaram explorar o manejo da dor pós-operatória a partir de intervenções, utilizando estratégias para comprovar a efetividade ou não da intervenção aplicada. Como mencionado, as intervenções dividiram-se em farmacológicas: infusão de opioides na analgesia controlada pelo paciente (ACP)12,16,23,26, analgesia peridural controlada pelo paciente (AEPC)26 e analgesia controlada pela enfermagem25, opioide por via venosa16-18,21-25, oral19 ou intramuscular16,18,24, analgésico por via oral19, anti-inflamatórios não esteroides por via venosa18,19, e intervenções não farmacológicas6,12,18-20,22,27.
As cirurgias realizadas na amostra estudada foram nas áreas da ginecologia, ortopedia, hepatologia, otorrinolaringologia, urologia, neurocirurgia, torácica e cirurgia geral. O manejo da dor nessas especialidades mostra-se distinto. Estudiosos28 guiaram um estudo postal prospectivo que buscou examinar o perfil de dor de três tipos de cirurgia quanto à intensidade e duração. A partir deste estudo, os autores destacaram que cada cirurgia possui um padrão único de experiência dolorosa, influenciado pela extensão do trauma, gravidade do procedimento e doenças pré-existentes29, o que deve ser considerado pela equipe de enfermagem durante todo o perioperatório, porém com especial atenção ao pós-operatório, de modo a intervir a partir do nível de dor esperado para o paciente.
É importante contextualizar que há diferenças quanto às atribuições da enfermagem na SRPA a depender do país. Em alguns países, por exemplo, nos Estados Unidos, enfermeiros habilitados podem realizar anestesia e prescrição de analgésicos. Já no Brasil, a enfermagem atua a partir da prescrição médica elaborada pelo profissional anestesiologista27, o qual pode tomar decisões como administrar ou não um analgésico prescrito para o caso de dor, dependendo do nível de dor e da política do estabelecimento de assistência à saúde para tal administração.
Assim, ao analisar os dados do presente estudo, é importante reiterar que em algumas situações (ou países) a decisão cabe à enfermagem em diferentes níveis: seja quanto a procedimentos e prescrição, seja na administração. Em estudo realizado no Brasil27 retrata o olhar de profissionais da enfermagem que se mostram insatisfeitos com sua própria conduta na SRPA, atribuindo essa percepção à falta de formação adequada, sobrecarga atribuída ao dimensionamento da equipe e indisponibilidade do profissional anestesiologista, evidenciando a distância entre a teoria e a prática da enfermagem na SRPA.
Nesse sentido, autores de referência10, em estudo realizado na Grécia, demonstraram que os cuidados com o manejo da dor estão entre aqueles mais frequentemente omitidos em SRPA pela equipe de enfermagem. Além disso, buscaram entender os motivos para os achados, e encontraram relação com alto fluxo de pacientes de Unidade de Terapia Intensiva, que necessitam de mais cuidados, dimensionamento inadequado de profissionais, alterações inesperadas no nível de cuidados exigidos pelos pacientes e alto fluxo de pacientes na admissão e alta da unidade. Portanto, tais aspectos parecem influenciar diretamente o manejo da dor na SRPA e precisam ser considerados.
Também é importante levar em conta que há diferenças quanto a protocolos institucionais. Independentemente de aspectos legais quanto às atribuições da equipe multidisciplinar, a escolha do fármaco a ser administrado deve partir primeiramente da avaliação da dor do paciente27,30. Para os estudos da amostra, essa avaliação deve ser realizada a partir do uso de instrumentos padronizados, dentre eles, a Escala Analógica Visual6,12,16,21,22,26, e escalas numéricas6,18-20,25, que permitem avaliar a intensidade da dor, mas também é essencial explorar a qualidade e localização da dor31. Em contraponto, um estudo27 mostra que a equipe de enfermagem não faz uso de instrumentos validados para avaliação da dor, o que permanece um desafio a ser sobreposto.
As intervenções farmacológicas desempenhadas pela equipe de enfermagem ao longo dos estudos tiveram predominância do uso de opioides. Com ênfase nesse aspecto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que dores moderadas a intensas sejam tratadas com fármacos opioides32. Em consonância com a recomendação da OMS e o nível de dor esperado na SRPA, conforme procedimento realizado, justifica-se a predominância dessa classe farmacológica nos protocolos aplicados pela enfermagem encontrados neste estudo.
Outra importante questão quanto à intervenção farmacológica é a via de administração. O uso da via venosa foi predominante, conhecida por proporcionar efeito imediato, trata-se de uma via efetiva no manejo da dor aguda pós-operatória. No estudo19, a via oral esteve presente em combinação com a via venosa, e corroborada por outros autores23, destacando a via oral, que demanda um nível de consciência permitindo a deglutição segura do paciente, o que pode limitar seu uso em alguns casos.
A infusão pela bomba de ACP foi relatada em quatro estudos12,16,23,26, demonstrando eficácia para o controle da dor. Em contraponto, um deles16 reportou que os pacientes preferiram tolerar parte do quadro álgico, não atingindo completo alívio, a fim de evitar efeitos adversos dos fármacos. Esses dados precisam ser analisados com cautela, tanto pela questão de data de publicação quanto pela importância em se considerar medidas de cuidado relativas à educação do paciente, podendo influenciar a tomada de decisão que são atribuições cabíveis à equipe de enfermagem33.
A bomba de AEPC demonstrou eficácia no controle da dor moderada de pacientes submetidos a hepatectomia, porém, os autores26 inferem que há falta de domínio da enfermagem sobre o dispositivo para promover um controle ideal da dor. No entanto, a análise destes dados também exige cautela, tendo em vista as diferentes realidades de serviços e países. Os cuidados referentes às bombas de ACP e AEPC são atribuições comuns à equipe de enfermagem, as quais abrangem a educação e orientação do paciente e cuidador acerca do funcionamento, forma de utilização e mecanismo de controle álgico, além da monitorização e documentação da dor34. Ainda esses autores34 destacaram que a segurança e eficácia do uso desses mecanismos sofreram influência direta não somente da equipe de enfermagem, mas também do próprio dispositivo e especialmente do paciente. Também foi demonstrado no estudo34 que a educação em saúde sobre ACP deve abranger o treinamento dos pacientes e cuidadores acerca do uso, da identificação de efeitos adversos e possíveis consequências do mau uso.
Nessa linha, a analgesia controlada pela enfermagem foi desempenhada a partir de um protocolo bem estabelecido25, que promoveu analgesia mais precoce, agindo de modo a prevenir efeitos fisiológicos negativos e estresse provocados pelo quadro álgico, além de maior autonomia para enfermagem na SRPA. Os autores25 destacaram, ainda, que a analgesia controlada pela enfermagem se trata de uma prática difundida mundialmente, e a enfermagem é capacitada para tal.
Dentre as práticas não farmacológicas, a musicoterapia foi utilizada em três artigos da amostra, introduzida no período pré20,22 ou intraoperatório12 e posterior aplicação na SRPA buscando redução do nível de dor pós-operatória. Autores20 demonstraram diminuição dos níveis de dor na alta da SRPA para o grupo intervenção comparado ao grupo controle. Já outros autores12,22 não obtiveram efeitos significativos. Revisando alguns estudos acerca desse tema, demonstrou-se que a música introduzida a partir da admissão do paciente na SRPA não foi eficaz para redução da dor pós-operatória35. Mesmo partindo do pressuposto de que a preferência de gêneros musicais escolhidos pelos pacientes desempenha papel importante frente aos seus sentimentos em um momento vulnerável12, fomentando um sentimento de pertencimento20, não se encontrou efeito significativo. Apesar da musicoterapia não demonstrar eficácia na diminuição do quadro álgico, foi eficaz ao promover relaxamento e distração, o que colabora diretamente com o controle da dor36, visto que a dor é composta por diferentes domínios além do físico20,37.
As práticas integrativas de Reiki, toque terapêutico e reflexologia podal foram exploradas19 e demonstraram eficácia frente a um quadro álgico e de estresse, ao serem associadas com terapia farmacológica composta por opioides, analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides. A prática integrativa de imaginação guiada por áudio foi usada em 200320, e resultou em menor nível de dor no grupo ao qual foi aplicada em conjunto com analgésico e anti-inflamatório. A aromaterapia, apresentada pela revisão sistemática6 que compõe a amostra do presente estudo dispõe do uso de diferentes óleos essenciais que demonstram efetividade para o alívio da dor em contraponto ao tratamento com placebo e cuidado usual.
Esses achados reforçam a multidimensionalidade da dor37, também influenciada pelo medo, estresse e ansiedade presentes no perioperatório38, e os benefícios ao associar práticas não farmacológicas que atuam nessas diversas dimensões com fármacos que promovem alívio álgico com maior foco na dimensão sensorial. Assim, estratégias não farmacológicas podem ser exploradas, visando complementar o manejo da dor na SRPA, impactando em sua intensidade, promovendo conforto e bem-estar, diminuindo necessidade de opioides, dentre outros. Apesar de não ter sido objetivo do presente estudo, analisando os estudos da amostra e considerando o rigor metodológico, destacam-se a aromaterapia e a musicoterapia (apesar de não ter sido unanimidade seu efeito positivo nos estudos) como práticas promissoras. Assim, recomenda-se que novos estudos sobre práticas não farmacológicas sejam conduzidos, com maior rigor metodológico visando aumentar a robustez dos dados gerados.
O manejo da dor pós-operatória na SRPA demanda eficiência e pode impactar parâmetros fisiológicos e conforto de maneira imediata, mas também desfechos pós-operatórios mediatos e tardios. Um estudo exploratório descritivo39 demonstrou que menor escore de dor na alta da SRPA é associado a períodos mais longos até a necessidade da administração de analgésicos na unidade de destino. Já outro trabalho38 evidenciou que o sofrimento psicológico no pré-operatório predispõe a maior dor na SRPA, esses achados reforçam a necessidade de uma abordagem contínua durante todo o perioperatório.
A enfermagem desempenha um papel essencial no manejo da dor40. Todas as intervenções encontradas no presente estudo integram um cuidado direcionado da enfermagem em conjunto com a equipe multidisciplinar da SRPA para promover o tratamento da dor dos pacientes que são admitidos na unidade. Não obstante, o cuidado da dor inicia-se com a percepção integral do paciente, valorização da sua queixa, avaliação do quadro álgico e, por fim, emprego de intervenções farmacológicas e não farmacológicas personalizadas e, se possível, preventivas, além da reavaliação e educação do paciente e família para continuidade do cuidado no domicílio19,30,40,41. A junção dessas informações viabiliza a construção de um cenário prático com a finalidade de aperfeiçoar o manejo da dor na SRPA, além de auxiliar profissionais enfermeiros nas suas práticas cotidianas para manejo da dor dentro da unidade, destacando sua autonomia e conhecimento para executar o cuidado e coordenar a equipe com excelência.
Dentre as limitações desta revisão, destaca-se a ausência de publicações recentes, evidenciando que nos últimos 10 anos houve pouca produção de conhecimento nesta área. Assim, atenta-se à necessidade de novos estudos com maior rigor metodológico que abarquem o manejo da dor pós-operatória na SRPA, explorando a atuação autônoma da enfermagem em seus diferentes contextos e destacando os cuidados não-farmacológicos como diferenciais para um cuidado eficaz realizado não somente pela enfermagem, mas com a articulação de toda equipe.
CONCLUSÃO
Esta revisão de escopo cumpriu com a proposta de realizar um mapeamento das intervenções de enfermagem na SRPA para tratamento da dor aguda pós-operatória, contando com pacientes submetidos a diferentes intervenções cirúrgicas e em diferentes contextos culturais. Realizou-se um levantamento amplo de práticas que podem ser incorporadas em serviços, mas também se detectou a necessidade de novos estudos com maior robustez e rigor metodológico. A síntese dos achados revelou intervenções farmacológicas (infusão de opioides por via venosa na ACP, AEPC, analgesia controlada pela enfermagem, opioide por via venosa, oral ou intramuscular, anti-inflamatório não esteroide por via venosa e analgésico por via oral) e não farmacológicas (aromaterapia, musicoterapia e Reiki) como práticas promissoras. Destaca-se a importância de novos estudos com maior robustez e rigor metodológico acerca do manejo da dor pós-operatória na SRPA, especialmente envolvendo práticas não farmacológicas, para ampliar o conhecimento na área e embasar o estabelecimento de protocolos assistenciais.
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Fontes de fomento:
CAPES, PROIC/UnB.
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Disponibilidade de dados
Os dados que apoiam as descobertas deste estudo estão disponíveis com o autor correspondente mediante solicitação razoável.
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Editado por
-
Editor associado responsável:
Maria Belém Salazar Posso https://orcid.org/0000-0003-3221-6124
Disponibilidade de dados
Os dados que apoiam as descobertas deste estudo estão disponíveis com o autor correspondente mediante solicitação razoável.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
20 Out 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
20 Fev 2025 -
Aceito
24 Jul 2025


