RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS A endometriose é uma doença crônica, inflamatória e dependente de estrogênio. Os sintomas mais comuns incluem dismenorreia, dispareunia, dor pélvica crônica e infertilidade. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do dienogeste na espessura endometrial e correlacioná-lo com os sintomas de dor em mulheres com endometriose profunda.
MÉTODOS Estudo de coorte retrospectivo com 104 mulheres diagnosticadas com endometriose profunda de um hospital terciário de 2018 a 2022. Foram avaliadas as variáveis características sociodemográficas das mulheres, sintomas de dor no início do tratamento com dienogeste e após um ano, além da avaliação da espessura endometrial medida por ultrassonografia no início do tratamento e após um ano de uso do dienogeste.
RESULTADOS A média de idade das mulheres foi de 36,0±6,3 anos, a maioria era branca (81,7%), nulípara (44,2%), com companheiro (68,2%) e apresentava índice de massa corporal de 27,6±5,4 kg/m2. Entre as participantes, 41,3% haviam passado por cirurgias prévias e apenas 15,3% apresentavam outra comorbidade. Houve melhor controle da dismenorreia (p<0,001) e da disúria (p=0,031) com o uso do dienogeste. Quanto maior a espessura endometrial, maior a dismenorreia (p=0,04). Não houve correlação entre a espessura endometrial e outros sintomas de dor.
CONCLUSÃO O uso do dienogeste por 12 meses reduziu a dismenorreia e a disúria, mas não reduziu outras queixas de dor. A espessura endometrial está diretamente relacionada à dismenorreia.
Descritores:
Dismenorreia; Dor pélvica; Endometriose
DESTAQUES
A eficácia do dienogeste no tratamento da dor da endometriose profunda
A espessura do endométrio está diretamente relacionada à dismenorreia
Não houve correlação entre a espessura do endométrio e outros sintomas da dor

