RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A discinese escapular tem sido associada a lesões e dor no ombro, no entanto essa relação em adolescentes atletas ainda não é bem definida. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de discinese escapular em adolescentes atletas amadores e sua associação com a dor e medidas de função no ombro.
MÉTODOS:
178 adolescentes do sexo masculino (14,58±2,16 anos) participaram do estudo. Os sujeitos responderam ao questionário Quick Disability Arm Shoulder Hand. Também foram avaliados massa corporal, estatura, rotação interna do ombro e Closed Kinetic Chain Upper Extremity Stability. Para avaliação da discinese escapular, utilizou-se o método visual dinâmico. A regressão logística binária foi utilizada para analisar a associação entre discinese e as demais variáveis. A comparação entre os grupos com e sem discinese foi feita pelo teste te Mann-Whitney, sendo aceito significância estatística quando p<0,05.
RESULTADOS:
A prevalência de discinese foi de 56,7% e essa condição não teve associação com dor no ombro. Atletas mais jovens têm 159% mais chances de apresentar discinese, enquanto aqueles que treinam mais de uma hora por dia, durante três vezes por semana, têm 77% mais chances de ter o mesmo desfecho. Nenhuma diferença na função do ombro foi encontrada.
CONCLUSÃO:
A discinese escapular não está associada à dor e não altera medidas de função no ombro em adolescentes atletas. Modalidade, idade e volume de treinamento parecem induzir mudanças na movimentação escapular.
Descritores:
Adolescente; Atletas; Desempenho atlético; Dor; Ombro