Open-access Efeito do exercício terapêutico na intensidade de dor em indivíduos com doenças do sistema nervoso central: revisão integrativa

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS  A dor é uma condição comum em pessoas com doenças do sistema nervoso central e atinge até dois terços dos pacientes com lesão medular, esclerose lateral amiotrófica, paralisia cerebral e, menos frequentemente, acidente vascular cerebral. Torna-se fundamental a busca por métodos terapêuticos, como o exercício físico, que possam identificar e atenuar a dor nessa população. Visando integrar o planejamento terapêutico e, consequentemente, aprimorar o tratamento, o objetivo deste estudo foi analisar a eficácia do exercício físico na redução da dor em pessoas com doenças do sistema nervoso central.

MÉTODOS  A busca foi feita por um revisor nas bases de dados: Cochrane Library, Google Acadêmico (100 primeiros resultados), LILACS, PeDro, Pubmed Scielo, Scopus e Web of Science. Foram incluídos ensaios clínicos publicados até setembro de 2023, sem restrição de idiomas. Assim como a seleção dos estudos, a extração dos dados também foi feita por um revisor, por meio de uma planilha com as variáveis relevantes para a elaboração da revisão.

RESULTADOS  Após análise, 16 artigos foram elegíveis. Os estudos desta revisão recrutaram 966 indivíduos. A maioria deles apontou redução significativa da intensidade de dor quando realizado o treinamento muscular global (fortalecimento e alongamento) em comparação a grupos controle.

CONCLUSÃO  Constatou-se que o exercício físico de diversas modalidades pode ser um método de intervenção eficaz para o tratamento da dor em pacientes com doenças do sistema nervoso central. No entanto, os estudos que pesquisam esse desfecho ainda são atualmente limitados.

Descritores:
Doenças do sistema nervoso central; Dor; Exercício físico

DESTAQUES

A dor é uma condição comum em pessoas com doenças do sistema nervoso central e atinge até dois terços dos indivíduos com lesão medular, esclerose lateral amiotrófica, paralisia cerebral e, menos frequentemente, acidente vascular cerebral

A busca pela resolução do quadro doloroso que, apesar de frequente, muitas vezes é negligenciado, é essencial, principalmente nas pessoas com doenças neurológicas

O exercício físico pode ser um método de intervenção eficaz para o tratamento da dor em pacientes com doenças do sistema nervoso central

ABSTRACT

BACKGROUND AND OBJECTIVES  Pain is a common condition in people with diseases of the central nervous system and affects up to two thirds of patients with spinal cord injury, amyotrophic lateral sclerosis, cerebral palsy and, less frequently, stroke. The search for therapeutic methods, such as physical exercise, that can identify and mitigate pain in this population is essential. In order to integrate therapeutic planning and, consequently, improve treatment, the aim of this study was to analyze the effectiveness of physical exercise in reducing pain in people with diseases of the central nervous system.

METHODS  The search was carried out by a reviewer in the databases: Cochrane Library, Google Scholar (first 100 results), LILACS, PeDro, Pubmed Scielo, Scopus and Web of Science. Clinical trials published up to September 2023 were included, with no language restrictions. Selection of studies and data extraction were carried out by a reviewer using a spreadsheet with the relevant variables for preparing the review.

RESULTS  After analysis, 16 articles were eligible. The studies in this review recruited 966 individuals. Most of them showed a significant reduction in pain intensity when global muscle training (strengthening and stretching) was carried out compared to control groups.

CONCLUSION  Various modalities of physical exercise can be an effective intervention method for the treatment of pain in patients with central nervous system diseases. However, studies investigating this outcome are currently still limited.

Keywords:
Central nervous system diseases; Pain; Physical exercise

HIGHLIGHTS

Pain is a common condition in people with central nervous system diseases and affects up to two thirds of individuals with spinal cord injury, amyotrophic lateral sclerosis, cerebral palsy and, less frequently, stroke

The search for a resolution to the pain, often neglected, even though is frequent, is essential, especially in people with neurological diseases

Physical exercise can be an effective intervention method for the treatment of pain in patients with central nervous system diseases

INTRODUÇÃO

A compreensão do conceito de dor, definido pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), promoveu diversos avanços no âmbito educacional, científico e clínico nas últimas quatro décadas. Uma melhor compreensão da dor, permitindo a abrangência de diferentes aspectos, tornou esse sintoma ainda mais notável1,2 . Contudo, apesar do progresso considerável, a busca pelo desenvolvimento de estratégias no que se refere à identificação e manejo da dor em populações especiais, como a de pacientes com doenças neurológicas se mantém em constante evolução.

A dor é uma condição comum em pessoas com doenças do sistema nervoso central (SNC). A prevalência desse sintoma atinge até dois terços dos indivíduos com lesão medular, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e paralisia cerebral3-5 . Tal condição também é frequente após um acidente vascular cerebral (AVC), embora ainda seja pouco reconhecida nesses pacientes6 e, mesmo quando constatada, pode não ser tratada adequadamente7 . Levando em conta esses dados, tornou-se fundamental a busca por métodos que possam identificar e atenuar a dor nessa população, visando integrar o planejamento terapêutico e, consequentemente, aprimorar o tratamento.

A presença de um quadro álgico intenso está associada a maior risco de que as atividades e o sono sejam afetados. Entretanto, apesar de ser um sintoma bastante relevante, é possível que a dor seja subnotificada e subtratada em indivíduos com dificuldade de comunicação, condição prevalente em pacientes com disfunção neurológica5 . Assim, os profissionais que acompanham esses pacientes devem estar mais atentos para a identificação desses casos, além de ter um conhecimento amplo sobre os diferentes instrumentos de avaliação da dor e modalidades de tratamento, visto que o manejo correto pode ser resolutivo não somente para a algia de forma isolada, mas também para a evolução do tratamento envolvendo diversas questões.

Dentre os tratamentos não farmacológicos utilizados para o manejo da dor, destaca-se o exercício terapêutico. Estudos realizados com seres humanos indicam que um maior nível de atividade física está relacionado a uma sensibilidade à dor igual ou diminuída em grande quantidade de análises8 . Essa afirmação é respaldada por um estudo de revisão sistemática e meta-análise9 , o qual mostrou que o exercício físico de variadas modalidades (treino resistido, exercício aeróbico, alongamento global, exercícios em grupo, exercícios com base no Método Pilates) pode ser eficaz para atenuar a sensibilidade à dor, quando comparado a intervenções sem exercício. No entanto, o estudo relata que não há clareza sobre como deve ser a prescrição adequada para alcançar esse objetivo. Além disso, os resultados obtidos tiveram baixa qualidade de evidência.

Especificamente ao se tratar da abordagem terapêutica com exercício na população neurológica, outro estudo de revisão10 avaliou a utilização do exercício para o controle da dor na doença de Parkinson (DP). De acordo com essa pesquisa, que incluiu apenas dois estudos, ensaios clínicos que exploram o efeito do exercício na dor são insuficientes para concluir sobre sua eficácia no alívio da dor. Isto porque, em um dos estudos citados neste artigo, foi demonstrado que um protocolo de exercícios em um grupo de pacientes com DP composto por fortalecimento, alongamento e exercício aeróbico não evidenciou melhora na intensidade de dor. Por outro lado, o outro estudo analisado evidenciou menor intensidade de dor em pacientes com DP que realizaram exercícios de relaxamento, flexibilidade ou caminhada. Outro ponto que vale ser ressaltado neste estudo diz respeito à ausência da dor como principal desfecho em ambos os estudos, comprovando a escassez de artigos que tenham esse desfecho como principal foco de análise nesses pacientes.

Diante desse contexto, é evidente o crescimento de discussões acerca da dor em pacientes neurológicos. Ainda que isso seja positivo, é necessário que haja uma intensificação na busca pela resolução desse quadro que, apesar de frequente, muitas vezes é negligenciado, principalmente nesta população. A utilização do exercício terapêutico na reabilitação neurológica para o tratamento de desfechos funcionais é amplamente conhecida, porém a sua utilização enquanto estratégia não-farmacológica para controle da dor nestes pacientes é pouco discutida.

Considerando a necessidade de conhecer o que há de evidenciado no cenário atual da literatura científica sobre a utilização do exercício terapêutico na dor do paciente neurológico, este estudo de revisão do tipo integrativa teve o objetivo de analisar os efeitos da intervenção terapêutica com exercícios na intensidade de dor em indivíduos com doenças do SNC.

CONTEÚDO

Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, visando o conhecimento do estado da arte na literatura científica acerca da temática explorada. A primeira etapa desta revisão integrativa consistiu na formulação da seguinte pergunta: “Qual o efeito da terapia com exercício na intensidade de dor de pacientes com doenças do SNC”? Após a definição da questão norteadora do estudo, os passos mencionados a seguir foram realizados.

Bases de dados e pesquisa

A busca eletrônica foi feita em setembro de 2023 nos bancos de dados Cochrane Library, Google Acadêmico (100 primeiros resultados), LILACS, PeDro, Pubmed Scielo, Scopus e Web of Science. Para a pesquisa, os termos utilizados foram “Exercise”, “Pain” e “Central Nervous System Diseases”. Esses descritores foram combinados da seguinte forma: “Exercise AND Pain AND Central Nervous System Diseases”. Na base Pubmed foi utilizado o filtro “randomized control trial”.

Seleção de estudos

A busca por trabalhos científicos compatíveis com a questão preestabelecida foi realizada por um revisor que analisou primeiramente os títulos e resumos. Após esse processo, a elegibilidade dos estudos foi determinada através da leitura integral dos artigos. Os critérios de inclusão compreenderam apenas estudos do tipo ensaios clínicos controlados (randomizados ou não randomizados) que abordassem a realização de intervenção terapêutica utilizando exercício físico (independentemente do tipo e realizado de forma isolada – sem combinação com outra modalidade terapêutica) e a mensuração do desfecho “intensidade de dor” (como variável primária ou secundária), publicados até setembro de 2023, sem restrição de idiomas. Já os critérios de exclusão integraram outros tipos metodológicos de estudo, tais como estudos observacionais, estudos de revisão, estudos de casos e séries de casos, bem como estudos com pacientes que não possuíam diagnóstico de alguma doença neurológica ou que avaliassem apenas desfechos funcionais, não apresentando a mensuração da intensidade de dor.

Extração dos dados

A extração dos dados também foi feita por um revisor por meio de uma planilha com as variáveis relevantes para a elaboração da revisão. Foram extraídas informações referentes ao autor, ano, objetivo, amostra, variáveis avaliadas, instrumentos de avaliação, intervenção e principais resultados.

RESULTADOS

Foram encontrados 954 estudos nos bancos de dados pesquisados. A partir da leitura dos títulos e resumos, foram selecionados 23 artigos para serem avaliados integralmente, sendo os demais excluídos por não atenderem aos critérios de tipo de estudo (ensaio clínico) e/ou não descreviam a mensuração do desfecho “intensidade de dor”. Após a leitura completa, 16 estudos foram elegíveis. Os demais foram excluídos porque não correspondiam aos critérios preestabelecidos, tais como, estudos quase-experimentais (n=2), estudos que representavam o desfecho da dor apenas na descrição da amostra do estudo, outros que não representaram esta variável em comparação antes e após a intervenção com o exercício (n=3), e estudos cuja realização de intervenção específica foi focada em reabilitação vestibular combinada à terapia com exercício (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma dos estudos incluídos na revisão.

Os estudos desta revisão recrutaram 966 indivíduos. Entretanto, alguns não estiveram presentes até o final da pesquisa (n=26). Foram incluídos pacientes com AVC (n=387), DP (n=332), lesão medular (n=166), paraparesia espástica tropical (n=56) e ELA (n=25) (Tabela 1).

Tabela 1
Caracterização dos estudos incluídos.

Os instrumentos para avaliação da dor foram heterogêneos. Porém, apesar da variabilidade, apresentavam especificidade para análise da dor na maioria dos estudos. Entre os recursos, destaca-se a Escala Analógica Visual (EAV), que foi utilizada em seis artigos. Além da dor, outras variáveis funcionais, não consideradas como desfechos de análise nesta revisão, foram representadas nos estudos, incluindo marcha, equilíbrio, qualidade de vida, força muscular, dentre outras (Tabela 1).

Assim como as ferramentas de avaliação, as intervenções também foram divergentes. Os artigos apresentaram diversas modalidades de exercícios, como terapia aquática, fortalecimento muscular global, alongamentos globais, yoga, treinamento em esteira, Tai Chi e exercícios guiados por vídeos. Os protocolos para execução dessas modalidades foram diversificados quanto à frequência (quantidade de sessões por semana), duração do treinamento (tempo de realização do exercício a cada sessão), duração do tratamento (período de exposição ao treinamento proposto), local de realização (ambulatorial ou domiciliar) e modo de supervisão (com ou sem acompanhamento de um especialista de forma presencial) (Tabela 1).

Eficácia da intervenção

Os principais resultados da intervenção com exercício em pacientes com doenças do SNC foram apresentados na Tabela 1. A maioria dos estudos apontou redução significativa da intensidade de dor (11–20), evidenciada em diferentes instrumentos de avaliação, EAV, Escala Numérica de Dor (END), versão turca do perfil de Nottingham, índice de dor no ombro do usuário de cadeira de rodas, Brief Pain Inventory (BPI), medidas do ângulo articular associadas à autopercepção de dor, medida funcional de dor de 3 itens, avaliação Fugl-Meyer da extremidade superior, além de itens do SF-36.

Ao considerar o efeito do exercício terapêutico de acordo com a doença neurológica tratada, um estudo que envolveu indivíduos diagnosticados com ELA submetidos a um programa global de exercício evidenciou que houve piora da dor nos pacientes avaliados, identificada através do aumento da dor classificada pela EAV12 . Outro estudo não apresentou alterações estatísticas significativas para a variável de intensidade da dor: realizado com pacientes com paraparesia espástica tropical submetidos a um programa de exercícios domiciliares, apenas mudanças clínicas foram observadas16 .

Em pacientes com DP, evidenciou-se que o treinamento em esteira ergométrica11 , exercícios de mobilidade de tronco13 e a prática de Ai Chi aquático20 promoveu redução da dor. Já em indivíduos com sequelas de AVC, notou-se que o Ai Chi aquático19,26 , a prática de yoga21 , de exercícios aeróbicos de membros superiores22 e exercícios para aumento da amplitude de movimento global foram eficazes para a redução da intensidade de dor. Para o manejo da dor após lesão medular, o uso de bicicleta ergométrica de membros superiores em ambiente clínico e suporte parcial de peso14 , além do treino de força15,17 e alongamento de membros superiores17 são recomendados.

Quanto ao tipo de exercício, foi evidenciado que o treinamento muscular global (fortalecimento e alongamento) foi apresentado pela maioria dos estudos como eficaz para a redução da intensidade de dor em comparação a grupos controle (sem realização de exercício).

Nos estudos citados anteriormente em que houve aumento na intensidade de dor ou não houve diferença nas medidas avaliadas, a modalidade de exercício utilizada também abrangeu o treinamento global guiado por profissional em pacientes com ELA12 ou por vídeos em pacientes com DP24 , exercícios realizados com cicloergômetro em ambiente domiciliar com indivíduos pós lesão medular18 e Tai Chi adaptado para cadeira de rodas em pacientes com sequelas de AVC25 .

Três artigos18,24,25 não mostraram diferenças significativas em relação à diminuição do quadro álgico e utilizaram diferentes medidas de avaliação (escala de 5 pontos, índice de dor no ombro do usuário de cadeira de rodas e avaliação Fugl-Meyer da extremidade superior). Vale ressaltar que não foi demonstrada nos estudos incluídos nesta revisão superioridade de uma modalidade de exercício terapêutico em relação a outra para o manejo da dor na população neurológica.

DISCUSSÃO

Esta revisão buscou analisar a eficácia de intervenções com exercícios na intensidade da dor em indivíduos com doenças do SNC. Através dos estudos selecionados, foi possível observar resultados positivos no que se refere à atenuação do quadro álgico neste desfecho. As modalidades e formas de prescrição foram variadas, assim como os instrumentos de avaliação da dor nesta população, o que conferiu grande heterogeneidade dos estudos.

Três estudos incluídos na revisão analisaram os efeitos do tratamento com Ai Chi aquático na dor, bem como em outras variáveis. O artigo20 avaliou indivíduos com DP, divididos em dois grupos (Ai Chi aquático e terapia em solo). Nos dois grupos foram encontradas diferenças significativas na redução da intensidade da dor. Porém, no grupo controle, a melhora foi menos expressiva. Os outros dois artigos avaliaram indivíduos diagnosticados com AVC divididos em três grupos (Ai Chi aquático, terapia em solo e terapia combinada). Em ambos, os grupos de Ai Chi aquático e terapia combinada apresentaram melhoras significativas na EAV, demonstrando superioridade em relação à terapia em solo19,26 .

Esses resultados contrastam com os de uma revisão sistemática prévia que investigou se o exercício aquático reduz a dor em pessoas com doenças neurológicas ou musculoesqueléticas, em que é explicitado que o exercício aquático e o exercício em solo possuem efeitos semelhantes no alívio da dor27 . Desse modo, mesmo que a terapia aquática não apresente resultados superiores quando comparada a outros tipos de exercícios realizados em solo, é importante considerar a utilização dessa modalidade para o tratamento da dor, uma vez que é possível afirmar que programas aquáticos melhoram diversas variáveis, além da dor, tais como qualidade de vida, equilíbrio postural, condicionamento cardiorrespiratório e marcha em adultos com doenças crônicas, incluindo as doenças do SNC28 .

O exercício tem sido uma intervenção bastante recomendada pelos profissionais de saúde para auxiliar no controle da dor29 . Em ensaios clínicos voltados para a DP, os exercícios mais utilizados para atenuar a dor são os exercícios aeróbicos, de fortalecimento, de flexibilidade e terapia aquática30 . Nesta revisão, três estudos que incluíram indivíduos com DP avaliaram os efeitos dessas modalidades de exercícios. Além das abordagens já citadas, foram utilizados outros tipos de exercícios, como os de equilíbrio.

O artigo13 avaliou pacientes com DP divididos em dois grupos. Ambos utilizaram intervenções com exercícios e apresentaram redução significativa da dor logo após o tratamento e um mês após o término. Essa melhora da dor pode ser explicada por alguns mecanismos como neuroplasticidade e recuperação neural, atenuação do apoptose neuronal, via analgésica dopaminérgica, via analgésica não dopaminérgica e inibição do estresse oxidativo30 .

Já o artigo11 alocou os pacientes com DP em 3 grupos. Todos os participantes receberam intervenção com exercícios de amplitude de movimento, fortalecimento e equilíbrio. Além disso, realizaram treinamento em esteira sem suporte de peso ou com suporte de peso, que poderia ser de 10% ou 20%. Os grupos com suporte de peso apresentaram diminuição da dor em comparação com o basal. Esses achados fortalecem outro estudo31 , o qual mostra que o exercício aeróbico reduz a sensibilidade à dor em pessoas com DP. Contudo, o grupo sem suporte de peso teve o efeito contrário e apresentou aumento da dor na sexta semana de treinamento, o que pode indicar uma necessidade de investigação acerca do uso de suporte de peso durante a realização do treinamento em esteira nessa população.

O estudo24 avaliou pacientes com DP que foram submetidos a um programa de exercícios domiciliares através de um aplicativo para tablet em comparação aos pacientes que receberam cuidados usuais de um tratamento multimodal. Os dois grupos de pacientes apresentaram melhora em todos os parâmetros avaliados, como qualidade de vida, capacidade de desempenho, entre outros. Entretanto, não houve diferenças significativas em relação à dor, o que não permite esclarecer os efeitos da intervenção no que se refere à analgesia. Por se tratar de um método mais recente, não foram encontrados estudos que utilizaram esse tipo de intervenção nessa população específica. Todavia, considerando os resultados positivos obtidos com exercícios domiciliares para redução da dor em outras populações32,33 , a junção do exercício com recursos eletrônicos para auxiliar a execução parece ter um grande potencial para aprimorar o tratamento dos pacientes neurológicos.

A dor também é prevalente em indivíduos com lesão medular3 . A presente revisão incluiu quatro estudos que avaliaram a influência do exercício no manejo da dor nesses pacientes. Os autores de referência17 elaboraram para o grupo experimental um programa domiciliar com exercícios de fortalecimento e alongamento para o ombro, além de recomendações de técnicas de transferência. O grupo controle assistiu a um vídeo educacional sobre o ombro e manejo da dor nessa região. Através da medição por duas escalas, apenas o grupo experimental apresentou redução significativa da intensidade da dor no ombro, sendo essa melhora associada ao aumento da força muscular e melhoras na qualidade de vida.

Os estudos15,17 utilizaram no grupo experimental um treinamento progressivo com exercícios de alongamento e fortalecimento para os membros superiores. Já o grupo controle realizou uma sessão de educação bimestral com o grupo experimental. Após o treinamento, o grupo experimental relatou significativamente menor intensidade da dor. Esses resultados corroboram o estudo de revisão sistemática e meta-análise34 , que apoia o tratamento fisioterapêutico ativo no tratamento da dor no ombro em pessoas com lesão medular que usam cadeiras de rodas manuais.

O estudo14 comparou os efeitos da bicicleta ergométrica de membros superiores (MMSS) e do treinamento em esteira com suporte de peso corporal em indivíduos com lesão medular. Os resultados identificaram que a dor foi significativamente menor no grupo de exercício com bicicleta ergométrica de MMSS ao longo da intervenção em comparação com outro grupo. Ao contrário dos resultados já descritos, o estudo18 não apresentou resultados significativos em relação à percepção de dor. Os participantes da pesquisa foram divididos em dois grupos, sendo um direcionado para realização de exercícios de intensidade moderada com um ergômetro portátil na própria residência, e o outro orientado a manter o comportamento habitual de atividade física. Apesar do efeito não significativo encontrado no estudo citado anteriormente, sabe-se que o exercício com ergômetro portátil, além de melhorar a capacidade aeróbica, também pode fortalecer os músculos dos membros superiores35 , o que sugere potencial efeito positivo no alívio da dor.

O ergômetro de MMSS também foi utilizado no artigo22 , que comparou o efeito do exercício aeróbico com o de um programa que incluiu estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), compressa fria, massagem retrógrada e banho de contraste em pacientes com síndrome da dor regional complexa tipo 1 (SDRC) após AVC. Outro programa abrangente composto por exercícios terapêuticos foi aplicado aos dois grupos. Esse programa foi somado ao tratamento que utilizou recursos de eletroterapia e termoterapia em um grupo, bem como ao tratamento que utilizou a ergometria dos membros superiores no outro grupo. No grupo que utilizou o exercício aeróbico para os MMSS, os pacientes relataram alívio significativo da dor, além de declínio nos sinais e sintomas da SDRC, indicando que a combinação dos exercícios aeróbicos com o programa de fisioterapia que foi estabelecido pode ser uma boa escolha de tratamento.

O artigo22 destacou também a utilização de anti-inflamatórios não esteroides (AINES) nos pacientes envolvidos na pesquisa. Esse é um fato importante que pode ter influenciado os resultados encontrados e, apesar do uso de fármacos dessa categoria não ter sido citado nos outros estudos, pode ser que faça parte da rotina de tratamento dos pacientes avaliados, visto que muitos sobreviventes de AVC utilizam fármacos para o tratamento da dor, sendo mais comum o uso de anti-inflamatórios36 . Essa pesquisa destaca também a necessidade de desenvolver tratamentos para dor crônica nessa população, pois mesmo buscando variados métodos para alívio da dor, muitos pacientes têm a percepção de que são ineficazes

Mais três estudos avaliaram o efeito de intervenções com exercícios em pacientes com AVC estabelecendo um protocolo de exercícios de amplitude de movimento (ADM) que foi realizado em dois grupos: um supervisionado por uma enfermeira e outro com a presença do enfermeiro para auxiliar os participantes no alcance do máximo de ADM. Um terceiro grupo não recebeu nenhum exercício extra de ADM além da rotina da instituição. Os escores médios para dor aumentaram no grupo de cuidados habituais e diminuíram nos grupos que realizaram os exercícios, com maior atenuação no grupo que recebeu auxílio. Esses resultados mostram que os exercícios realizados de forma ativa assistida parecem ser mais eficazes. Entretanto, são necessários mais estudos a fim de obter conclusões fidedignas23 .

Outro estudo21 avaliou o efeito da yoga em pacientes com AVC e incluiu exercícios envolvendo posturas modificadas, respiração e relaxamento. O grupo controle foi composto por menos participantes, que permaneceram com os cuidados habituais. A dor foi reduzida de forma significativa no grupo que realizou as sessões de yoga durante oito semanas. Esse resultado apoia outros dados encontrados na literatura, como os que são mostrados no artigo37: a prática de yoga está relacionada ao aumento da tolerância à dor e redução de desconfortos associados ao quadro doloroso. Levando em consideração os benefícios da prática e os efeitos supracitados, a yoga pode ser colocada como uma opção de intervenção terapêutica em pessoas com dor crônica38 . Porém, é necessário que sejam feitos novos estudos sobre a eficácia dessa modalidade em pacientes com doenças do SNC.

Os autores25 desenvolveram um programa de Tai Chi sentado para sobreviventes de AVC subagudo e realizaram uma comparação com um grupo que executou movimentos de MMSS recomendados pelo hospital. Os movimentos de Tai Chi revelaram melhoras significativas na função dos MMSS e em outras variáveis avaliadas. Porém, no que se refere à dor no ombro, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos. Os autores afirmaram que, embora não tenha havido significância estatística na dor no ombro entre os dois grupos, houve algumas mudanças na intensidade de dor em alguns momentos, e destacaram o pequeno tamanho da amostra de indivíduos com dor no ombro neste estudo, indicando a necessidade de mais pesquisas.

O impacto de um programa de exercícios domiciliares na intensidade da dor foi avaliado em indivíduos com paraparesia espástica tropical por meio do estudo16 . Os participantes foram divididos em três grupos, sendo um supervisionado por um fisioterapeuta, um que recebeu orientações do profissional para executar os exercícios em casa e o grupo controle, que foi orientado a manter os cuidados habituais, incluindo tratamento fisioterapêutico. Não foram encontradas alterações significativas após o programa de exercícios quando os participantes foram avaliados. Contudo, os autores relatam que do ponto de vista clínico, foi observada redução mais expressiva da dor no grupo que realizou exercícios em casa e no grupo controle, quando comparada à redução observada no grupo que realizou as atividades sob supervisão do profissional. Através das informações apresentadas no artigo, não foi possível obter informações claras sobre os exercícios utilizados, nem sobre os resultados apresentados. Além disso, não foram encontrados artigos que discutam o tema em questão. Portanto, os resultados sobre o impacto do exercício nessa doença são inconclusivos.

O efeito do exercício também foi avaliado em pacientes com ELA. O estudo12 comparou pacientes que receberam orientações para realizar uma lista de exercícios em casa com pacientes que não realizavam atividade física. Os exercícios foram projetados de acordo com a condição de saúde de cada indivíduo e envolviam a maioria dos grupos musculares. Durante o período de acompanhamento, todos os pacientes pioraram e a intensidade de dor aumentou em ambos os grupos. Por conta da alta taxa de abandono, a análise foi prejudicada. Todavia, mesmo com a dificuldade de obter uma análise mais criteriosa, possivelmente a piora pode ter relação com o caráter progressivo da doença.

Uma revisão sistemática com meta-análise39 sugeriu que o exercício pode melhorar a capacidade funcional e a função pulmonar em pacientes com ELA quando comparado a nenhum exercício ou cuidados habituais e considera o exercício seguro nessa população. No entanto, o estudou não avaliou a dor como um dos desfechos, de maneira que não se pode ter uma conclusão sobre o efeito do exercício no que diz respeito à dor nesses pacientes.

O presente estudo apresentou algumas limitações. Uma delas diz respeito à verificação da qualidade dos artigos: não foi feita uma análise do risco de viés dos trabalhos incluídos nesta revisão por se tratar de uma revisão integrativa da literatura que se propôs a descrever o estado da arte da literatura científica acerca da temática. Além disso, a análise qualitativa dos estudos incluídos possibilitou a constatação da alta heterogeneidade e variabilidade quanto aos tipos de exercício e formas de prescrição, o que permite identificar as modalidades que podem ser utilizadas, mas também dificulta a possibilidade de uma análise mais aprofundada para a indicação de proposta terapêutica baseada nas evidências existentes. Apesar desta problemática encontrada na discrepância de método terapêutico dos estudos, a apresentação deste panorama da literatura científica foi considerada relevante pelos autores desta revisão integrativa com forma de expor o estado da arte e a necessidade de desenvolvimento de estudos com impacto clínico para a população-alvo de pacientes neurológicos.

Uma outra limitação encontrada se deu pelo fato de alguns artigos não examinarem a dor como um desfecho primário, o que pode impactar na relevância da escolha dos instrumentos de avaliação e abordagem desta variável pelos investigadores dos estudos. Isso também pode revelar a negligência existente na construção dos estudos por desconsiderar a intensidade de dor do paciente neurológico como um desfecho clínico relevante a ser abordado com resultados posteriormente aplicados na prática clínica, algo que deve ser levado em consideração em estudos futuros sobre o tema.

É válido destacar também a utilização dos instrumentos para avaliação da dor. Embora a maioria dos estudos tenha aplicado métodos de avaliação específicos para esse sintoma, alguns fizeram o uso de recursos sem especificidade para esse fim, mas continham itens relativos à dor. Essa observação leva a refletir sobre a relevância da dor no tratamento desses pacientes, uma vez que nem sempre é vista com a mesma importância das limitações funcionais, mesmo que estejam diretamente ligadas. Além disso, alguns pacientes com doenças neurológicas possuem dificuldade de comunicação, como também déficits cognitivos. Desse modo, fica evidente a necessidade de utilizar métodos que englobem todas essas questões e não sejam voltados apenas para a comunicação verbal, a fim de melhorar a identificação de quadros dolorosos nessa população.

Em suma, a presente revisão integrativa traz à luz o panorama da literatura científica acerca do manejo da dor no paciente neurológico utilizando o exercício como estratégia terapêutica. Evidencia-se uma grande diversidade de modalidades de exercício estudadas com esse intuito, com resultados positivos para redução da dor, porém sem respaldar a superioridade de um tipo de exercício sobre outro e/ou a mensuração da dor como desfecho primário na população de indivíduos com doença do SNC. Assim, sugere-se a condução de novas revisões de caráter sistemático, com avaliação do risco de viés e do nível de evidência dos estudos, fomentando a maior robustez nas elucidações e recomendações geradas a partir das evidências analisadas.

CONCLUSÃO

Constatou-se que o exercício físico em diferentes modalidades pode ser um método de intervenção terapêutica eficaz para o tratamento da dor em pacientes com doenças do SNC. No entanto, os estudos que pesquisam esse desfecho ainda são atualmente limitados, não permitindo a conclusão aprofundada para recomendações sobre o tema. Dessa forma, novos estudos de revisão e ensaios clínicos com alto rigor metodológico, amostras maiores e intervenções bem detalhadas são necessários para que seja possível elucidar a eficácia do exercício na redução da dor em pessoas com doenças neurológicas, bem como identificar os tipos de exercícios e métodos de prescrição adequados.

  • Fontes de fomento: não há.

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Editado por

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Abr 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Aceito
    29 Dez 2023
  • Aceito
    13 Nov 2024
Creative Common - by 4.0
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/), que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.
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