Acessibilidade / Reportar erro

Crise financeira mundial e dores musculoesqueléticas: revisão sistemática

DESTAQUES

  • Aparentemente a crise financeira afeta a prevalência da dor musculoesquelética por meio de vários mecanismos diferentes, aumentando a demanda por controle de sintomas.

  • Devido à crise global, alguns pacientes podem perder a capacidade financeira de ter acesso às várias modalidades de tratamento. Com isso seus sintomas podem se agravar ou se tornarem crônicos.

  • Os sistemas de saúde pública devem se preparar para um aumento na demanda, devido à incapacidade de muitos pacientes com dor musculoesquelética para permanecerem em sistemas privados.

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

Na história recente, grandes catástrofes são seguidas de crises econômicas, que comumente são acompanhadas por altos níveis de estresse psicológico relacionado a dificuldades financeiras. A relação entre esse estresse financeiro (EF) e a dor musculoesquelética (DME) não está elucidada. O objetivo desta revisão sistemática foi avaliar criticamente as evidências da relação entre tais dificuldades financeiras e a DME.

MÉTODOS:

Uma busca abrangente foi realizada nas seguintes bases de dados: Medline, LILACS, Scielo e PsycINFO. Os estudos incluídos foram observacionais, entre adultos, aferindo o EF e sua associação com a piora ou desenvolvimento de uma DME, recrutando participantes ou dados de qualquer ambiente, e fornecendo dados de resultado para ao menos uma medida de resultado de dor.

RESULTADOS:

Foram identificadas 445 citações potencialmente relevantes, que incluíram 438 citações únicas, 419 das quais não atenderam aos critérios de inclusão. A pesquisa final incluiu 9 estudos. Os tipos de dor mais frequentes relatados foram lombalgia e cervicalgia. Descrições de estresse financeiro variaram. No geral, a exposição ao estresse financeiro foi determinada de acordo com alguma dificuldade em relação às necessidades de pagamento. Todos os estudos, exceto um, encontraram associações significativas entre algum tipo de DME e EF.

CONCLUSÃO:

Este estudo trouxe os dados disponíveis sobre a relação entre EF e DME. É possível afirmar que há razoável evidência do EF como um forte preditor para o aparecimento de DME. É preciso estar ciente dessa questão ao lidar com pacientes com dor durante a atual crise humanitária.

Descritores
Desastres provocados pelo homem; Dor musculoesquelética; Economia; Estresse financeiro; Guerra

Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 937 Cj2 - Vila Mariana, CEP: 04014-012, São Paulo, SP - Brasil, Telefones: , (55) 11 5904-2881/3959 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: dor@dor.org.br