Open-access Atividades significativas e cotidiano das pessoas que usam álcool e drogas: perspectivas da terapia ocupacional

Resumo

Introdução  O consumo de drogas compreende uma prática milenar e atualmente tem se caracterizado como uma questão de saúde pública. A partir da compreensão fundamentada no núcleo de conhecimento da terapia ocupacional, acredita-se que as pessoas têm a necessidade de realizarem atividades significativas que deem sentido em suas vidas. Nessa perspectiva, indaga-se se o uso problemático de álcool e outras drogas tem influência na realização dessas atividades significativas e no cotidiano das pessoas que usam drogas.

Objetivo  Compreender, a partir da perspectiva das pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas, se o consumo de substâncias influencia na realização de atividades significativas e em seus cotidianos.

Método  Participaram do estudo quatro pessoas que fazem tratamento em Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD). Os dados foram coletados por meio do método Photovoice e analisados a partir da técnica de análise de conteúdo do tipo temática.

Resultados  Nas categorias de análise discute-se os sentidos atribuídos às atividades significativas e ao cotidiano, e a influência do uso problemático de álcool e outras drogas na realização/reorganização desses. De uma forma geral, os participantes relataram que as atividades significativas estão relacionadas à produção de sentido e à realização de projetos de vida, enquanto o cotidiano foi atribuído à realização de atividades diárias.

Conclusão  As perspectivas da terapia ocupacional direcionam-se para a realização de atividades significativas e reorganização do cotidiano a fim de promover a reintegração social e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Palavras-chave:
Terapia Ocupacional; Atividades Cotidianas; Transtornos Relacionados ao uso de Substâncias

Abstract

Introduction  Drug consumption is an ancient practice and has currently become a public health issue. Based on the knowledge core of occupational therapy, it is believed that individuals have the need to engage in meaningful activities that give purpose to their lives. In this perspective, it is questioned whether problematic alcohol and drug use influences the performance of these meaningful activities and the daily lives of people who use drugs.

Objective  To understand, from the perspective of people with problematic alcohol and drug use, whether substance consumption influences the performance of meaningful activities and their daily lives.

Method  Four individuals undergoing treatment at a Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs (CAPS AD) participated in the study. Data were collected through the Photovoice method and analyzed using thematic content analysis techniques.

Results  The analysis categories discuss the meanings attributed to meaningful activities and daily life, and the influence of problematic alcohol and drug use on the performance/reorganization of these activities. Overall, participants reported that meaningful activities are related to creating purpose and achieving life goals, while daily life was associated with performing everyday tasks.

Conclusion  The perspectives of occupational therapy are focused on the performance of meaningful activities and the reorganization of daily life in order to promote social reintegration and improve the quality of life of individuals.

Keywords:
Occupational Therapy; Activities of Daily Living; Substance-Related Disorders

Introdução

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição (DSM-5), o termo "droga" refere-se a qualquer substância que, ao ser introduzida no corpo, pode alterar uma ou mais funções biológicas, cognitivas e/ou emocionais do indivíduo. O DSM-5 categoriza os transtornos relacionados ao uso de substâncias por diferentes classes de drogas, e o diagnóstico de transtornos relacionados ao uso de substâncias é realizado com base em um padrão problemático de uso que leva a consequências clinicamente significativas, tais como prejuízo ou sofrimento orgânicos (American Psychological Association, 2011).

O consumo de drogas compreende uma prática milenar e universal, e, no mundo contemporâneo, o uso de substâncias tem se caracterizado como uma questão de saúde pública que necessita do desenvolvimento de políticas públicas específicas para o público usuário. Nesse sentido, o Ministério da Saúde tem trabalhado em consonância com a Política Nacional de Saúde Mental para promover um arranjo institucional de implementação de diferentes serviços e ações articulados com outros recursos intra e intersetoriais que realizam o cuidado em rede e que buscam o alcance de intervenções capazes de responder às diferentes e complexas necessidades no campo da saúde mental, álcool e outras drogas (Bica et al., 2019).

Nesse contexto, a Rede de Atenção Psicossocial é responsável pela organização de um conjunto de diferentes serviços e ações que têm o objetivo de auxiliar o atendimento de demandas e necessidades das pessoas em sofrimento psíquico. Nesse cenário, as ações embasadas pela Atenção Psicossocial, junto às pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas, visam contemplar práticas intersetoriais, principalmente por meio dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) (Brasil, 2021).

Ballarin & Carvalho (2007) destacam que é importante considerar que as estratégias da Atenção Psicossocial desenvolvidas junto às pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas, embora se saiba que a trajetória de estabilização seja longa e caracterizada pela necessidade de múltiplos resgastes, devam favorecer sua reinscrição na cultura e na comunidade para além de se atingir a abstinência da substância psicoativa.

No âmbito da saúde mental e da atenção psicossocial, a terapia ocupacional tem desenvolvido sua prática com o intuito de intervir para auxiliar as pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas a terem uma plena participação em sua vida social, no exercício de sua cidadania e em sua promoção de saúde, considerando a realização das suas atividades no contexto em que vive (Ballarin & Carvalho, 2007; Rojo-Mota et al., 2017). Wasmuth et al. (2016) acrescentam que as pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas sofrem impactos em sua vida ocupacional e na realização de atividades significativas e, nessas circunstâncias, a terapia ocupacional pode contribuir para auxiliar os indivíduos a realizarem suas atividades de forma que consigam organizar seu tempo e suas rotinas e, assim, atribuam outros significados às suas vidas.

De acordo com Castro et al. (2001) e Elmescany & Barros (2015), as atividades significativas representam a forma com que a pessoa vive, isto é, tendo um compromisso real com sua existência, promovendo trocas sociais e rompendo com o isolamento e com a invalidação do sujeito, além de moldarem e produzirem os sentidos de suas vidas cotidianas. Nesse sentido, a terapia ocupacional busca melhorar o bem-estar, a saúde e a participação das pessoas que fazem uso de drogas, por meio da realização de suas ocupações1 que lhe são importantes. Esse trajeto ressignifica papeis sociais que foram prejudicados em virtude do uso da substância e beneficia as pessoas com a melhora de sua autoestima, bem-estar e sensação de identidade/pertencimento aos contextos em que vive (Dogu & Ozkan, 2023).

A partir da compreensão fundamentada no núcleo de conhecimento da terapia ocupacional, acredita-se que as pessoas têm a necessidade de realizarem atividades significativas, que deem sentido em suas vidas. Nessa perspectiva, a terapia ocupacional pode auxiliar na promoção da saúde da pessoa que faz uso problemático de álcool e outras drogas, auxiliando-as a realizarem atividades significativas, ressignificando os acontecimentos de sua vida cotidiana e permitindo a ampliação de seu viver. Nesse sentido, indaga-se se o uso problemático de álcool e outras drogas tem influência na realização de atividades significativas e no cotidiano das pessoas. Sendo assim, o objetivo deste estudo consistiu em compreender, a partir da perspectiva das pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas, se o consumo de substâncias influencia na realização de atividades significativas e em seus cotidianos.

Percurso Metodológico

Este estudo insere-se em uma pesquisa maior, de doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional (PPGTO) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar com o parecer nº 5.370.679.

Trata-se de uma pesquisa com enfoque qualitativo, de natureza exploratória e descritiva, e de modelo do tipo transversal. O enfoque qualitativo tem sido utilizado no sentido de descobrir e/ou refinar questões da pesquisa, sendo baseado em métodos de coleta que não envolvem medições numéricas, tais como as descrições e as observações (Sampieri et al., 2006).

Foram convidados a participar do estudo pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas e que são assistidas pelo CAPS AD de um município no interior do Estado de São Paulo. Previamente, os pesquisadores entraram em contato com a Secretaria Municipal de Saúde do município a fim de realizar o convite para participação na pesquisa, explicar os objetivos do estudo e obter a autorização para realização do trabalho.

Os critérios de inclusão na pesquisa consistiram em: 1) a pessoa ser assistida pelo CAPS AD do município em questão; 2) possuir telefone celular com câmera fotográfica; 3) aceitar participar da pesquisa de forma voluntária para, assim, assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Os dados foram coletados por meio da utilização de uma adaptação do método Photovoice, que possibilita às pessoas representarem e exporem suas vivências do dia a dia por meio de uma técnica de fotografia específica. Essa técnica tem sido utilizada em diversas áreas, incluindo saúde pública, educação, desenvolvimento comunitário e direitos humanos, e possibilita que as pessoas se tornem co-pesquisadoras, capturando imagens que representam suas experiências, perspectivas e desafios, para compartilhar essas imagens como sinalizadores do modo que adotam para viver suas histórias (Barry & Higgins, 2020).

Considerando as adaptações realizadas para este estudo, as etapas de utilização do Photovoice seguiram a seguinte ordem:

  • Seleção dos participantes: os participantes foram convidados a participar do estudo;

  • Realização de capacitação: os participantes foram orientados a utilizar seus próprios smartphones para o registro das fotografias;

  • Identificação das fotos registradas: os participantes foram orientados a tirar uma fotografia, seguindo as seguintes instruções: fotografia que signifique o que é uma atividade significativa; fotografia de uma atividade que gostaria de fazer e que não realiza; fotografia que exemplifique a que se resume o seu cotidiano; fotografia que gostaria que representasse o seu cotidiano.

  • Discussão sobre as fotos registradas e criação de narrativas: propomos uma conversa individual sobre as fotografias registradas pelos participantes, a fim de compreender o significado e a importância de cada imagem, além do desenvolvimento de narrativa para acompanhar as imagens, explicando o contexto e o impacto das questões tratadas. A conversa foi gravada e as informações transcritas e armazenadas para posterior análise dos dados.

  • Análise dos dados: os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo do tipo temática a partir de categorias de análise, conforme proposto por Bardin (2011).

Resultados

Participaram do estudo 4 usuários do CAPS AD (3 mulheres e 1 homem), sendo essas pessoas denominadas pelas siglas P1, P2, P3 e P4. Após leitura exaustiva do material, identificação de núcleos de sentido e agrupamento desses em temas, surgiram duas categorias de análise:

  • Categoria 1: Os sentidos das atividades significativas e do cotidiano das pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas

Nesta categoria são discutidos os sentidos que as pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas atribuíram para as atividades significativas e seus cotidianos. Todos os participantes do estudo definiram as atividades significativas como aquelas que realizam com algum propósito relevante e que são capazes de lhes proporcionar “produção de sentido”, ou seja, a partir da realização de determinadas atividades e considerando as perspectivas individuais e suas experiências de vida, as pessoas atribuem significados especiais para cada uma dessas atividades. Esses significados estão relacionados à elaboração de sentimentos de felicidade e de motivação; à melhora dos sentimentos de autoconfiança, autoeficácia e autoestima; à satisfação pessoal e à melhora do bem-estar (figura 1).

Figura 1
Participante registra fotografias de atividades significativas que realiza. Na foto, temos atividades instrumentais da vida diária relacionadas aos cuidados domésticos.

Atividade significativa é o que tem maior significado para mim. Quando eu faço as atividades que gosto, isso me deixa feliz, parece que melhora a minha vida, que eu consigo organizar ela de uma forma diferente. Nem sempre a gente que é adicto consegue fazer o que gosta, e isso é muito triste (P4).

Atividade significativa... Acho que seria uma coisa que te motivasse, que fizesse sentido. Eu me sinto motivado para viver quando faço o que gosto de fazer (P1).

A maioria das pessoas participantes do estudo também destacou que as atividades significativas estão relacionadas à elaboração de projetos de vida, ou seja, a partir da realização dessas atividades, é possível que elas planejem e definam metas, objetivos e aspirações pessoais que as orientem em seu curso de vida. Nesse sentido, os participantes destacaram que as atividades que realizam enquanto possibilidade de elaboração de projetos de vida são aquelas relacionadas à melhora de suas relações familiares e com as demais pessoas que convivem, à manutenção de bons relacionamentos afetivos e as que lhes dão a oportunidade de almejar coisas melhores para suas vidas (figura 2).

Figura 2
Participantes registram fotografias de atividades significativas que realizam. Na foto, temos atividades de lazer representadas por ouvir música e costurar.

É que tem tanta coisa que é significativa na nossa vida, né? Mas às vezes, por exemplo, o fato de eu ter meu pai e a gente poder passear, ele ter paciência comigo, com esse tanto de coisa que eu já passei na vida... (P2).

Eu tenho o sonho de casar, de ter família, ficar grávida. Então é significativo eu estar nesse relacionamento com meu namorado, fazendo, me esforçando para poder melhorar essa relação que eu tenho (P4).

Então atividade significativa pra mim é ter a família do seu lado, te apoiando, poder passear, poder voltar a estudar, trabalhar... (P1).

Sobre o sentido de cotidiano, todas as pessoas participantes do estudo destacaram que ele está relacionado às atividades que realizam em uma rotina diária, de forma sistematizada e com periodicidade, que organizam seu tempo, estabelecem hábitos, auxiliam a gerenciar suas responsabilidades e obrigações, melhoram sua produtividade e proporcionam o alcance de seus objetivos na comunidade.

Nesse contexto, o significado de cotidiano enquanto rotina foi direcionado para a realização de atividades significativas e também de atividades que não necessariamente são consideradas significativas pelos participantes do estudo, tais como aquelas relacionadas a “fazeres obrigatórios” (trabalhar, fazer tarefas domésticas, realizar atividades de autocuidado etc.). Dessa forma, identificamos que os participantes do estudo, embora tenham associado o termo cotidiano com uma rotina diária, não fizeram distinção entre os significados de atividades significativas e de cotidiano, uma vez que apenas relataram que os seus cotidianos são caracterizados pela simples realização de atividades (figuras 3 e 4).

Figura 3
Participantes registram fotografias que representam seus cotidianos. Na foto, temos uma participante no CAPS AD, um grupo de pessoas que frequentam os Narcóticos Anônimo e um participante em um terminal de ônibus com o objetivo de utilizar o transporte coletivo para procurar emprego pela cidade (o emprego foi destacado como representação de seu cotidiano).
Figura 4
Participante registram fotografias que representam e que gostariam que representasse os seus cotidianos. Na foto, relatam que as relações interpessoais com namorada e filha representam atividades significativas.

Cotidiano é o dia a dia, não é? Assim, “ah faz parte do meu cotidiano” quer dizer que faz parte do dia a dia da pessoa. É o que a gente sempre faz todos os dias (P2).

Cotidiano é um dia a dia? Será? Eu acho que sim, uma rotina. Para mim é uma rotina (P4).

Cotidiano são as coisas que a gente faz todo dia. É o que faz parte da minha rotina. Para mim cotidiano é a minha rotina (P3).

  • Categoria 2: A centralidade do uso problemático de álcool e outras drogas na realização de atividades significativas e no cotidiano

Considerando as atividades significativas e o cotidiano dos participantes do estudo, percebemos que o uso problemático de álcool e outras drogas influencia de maneira negativa no que diz respeito à sua realização e continuidade. Todos os participantes do estudo destacaram que o uso problemático de álcool e outras drogas culminou, em algum momento de suas vidas, em sentimentos de desmotivação, desinteresse, tristeza e baixa autoestima para realizarem atividades significativas e cotidianas. A maioria das pessoas também destacou que o uso das drogas prejudicou, de alguma maneira, suas relações com familiares, amigos e em seus relacionamentos românticos (figura 5).

Figura 5
Participantes registram fotografias que simbolizam as atividades significativas que gostariam de realizar. Na foto, está representado o desejo de voltar a cuidar de suas plantas, principalmente das orquídeas. Outra participante manifesta o desejo de ficar bem com auxílio das medicações que toma, retomando, dessa forma, a realização de atividades significativas.

Então, porque quando eu faço uso da substância, eu não consigo me concentrar, eu fico triste, deprimida. Não na hora, mas depois. E aí eu demoro para processar tudo isso, e eu não consigo fazer mais nada daquilo que eu gosto (P2).

Principalmente no dia seguinte [ao uso da droga] eu acordo parece que cansada, mal humorada, não consigo desenvolver nenhuma atividade em casa pra ajudar e eu gostaria de fazer. Isso me faz eu me sentir a pior pessoa do mundo, eu fico realmente triste por não ter forças para fazer nada (P3).

A maioria dos participantes do estudo também destacou que o uso problemático de álcool e outras drogas prejudicou a manutenção e a continuidade de atividades que constituem suas rotinas de trabalho, estudo e seus relacionamentos interpessoais. Nesse sentido, foram manifestados pelos participantes situações em que o uso da droga resultou em situações de isolamento social, aumento dos conflitos familiares, perda de emprego em virtude de comportamentos considerados inadequados e irresponsáveis, além de despertar sentimentos depressivos e aumento da ansiedade:

Perdi muitos empregos bons e isso comprometeu e muito o meu cotidiano. Não tenho como voltar atrás. E foi pelo uso do álcool. Já estava chegando o momento de trabalhar bêbado, entendeu? Porque eu sei que eu sou um alcóolatra de verdade (P1).

Porque eu me afastei muito das pessoas com o uso de álcool e drogas. Eu antes era cheia de amigos e aí eu comecei a usar e afastou todo mundo. Todo mundo foi afastando, hoje até os meus filhos se afastaram (P2).

Discussão

Relevantes autores da terapia ocupacional no Brasil discorrem sobre as atividades significativas. Beatriz Nascimento (1990), por exemplo, aponta que o verdadeiro significado de atividade significativa para uma pessoa está relacionado às suas finalidades sociais implícitas no ato de fazer algo importante. Rui Chamone Jorge (1995) destaca que as atividades significativas podem ser vistas como algo que possibilita à pessoa intervir em seu mundo, estando ativamente consigo mesma e com outros indivíduos e possibilitando sua transformação e consciência de si própria. Para Jô Benetton (2005), as atividades significativas não se encontram atreladas na história ocupacional que ocorreu em asilos e manicômios, mas sim ao fato de a pessoa atribuir significado àquilo que faz e que lhe é importante. Também é possível a compreensão da realização de atividades significativas enquanto construção do cotidiano a partir da inclusão saudável e participativa da pessoa em seu meio sociocultural (Benetton et al., 2003).

Galheigo (2020) ressalta que a perspectiva do conceito de cotidiano na terapia ocupacional se modificou ao longo do tempo no sentido de não o considerar como simples atividades habituais, caracterizadas por ações repetidas e mecanizadas, mas sim como um espaço e tempo no qual a pessoa, de forma individual ou coletiva, de modo imediato e nem sempre consciente, acessa oportunidades e recursos, enfrenta adversidades e limites, toma decisões, inventa modos de ser, estar, fazer e viver à medida em que o cotidiano acontece em vários contextos.

De uma forma geral, os terapeutas ocupacionais têm se debruçado sobre as teorias do cotidiano para compreender como o adoecimento muda a vida cotidiana dos sujeitos, além daqueles indivíduos que fazem parte de suas relações interpessoais. O sofrimento psíquico, por exemplo, pode desencadear mudanças no cotidiano, transformando o que os sujeitos fazem, como e com quem se relacionam e em seus projetos de vida. Nesse sentido, por vezes as pessoas terão que buscar ressignificar suas experiências, encontrando novos caminhos de construção de sua subjetividade e em seus modos de produção social. Nesse cenário, o cotidiano das pessoas em sofrimento psíquico é marcado por diversos tipos de rupturas que se expressam nas relações (sociais, familiares e de trabalho), na realização de atividades significativas e nas demais áreas que compõem o cotidiano (Leão & Salles, 2016).

Para Constantinidis & Andrade (2016), os terapeutas ocupacionais, amparados nos ideais da Reforma Psiquiátrica, atuam no sentido de intervir na condição praticamente inexistente de cidadania vivida pelos sujeitos em que fazem uso problemático de álcool e outras drogas, auxiliando-os na produção de sentido em busca do exercício pleno de seus direitos. De acordo com Gallassi & Santos (2014), a terapia ocupacional atua considerando o cotidiano e o contexto dos sujeitos como parte inerente do cenário de uso de álcool e outras drogas, e, portanto, a abordagem deve incluir esse uso como parte integrante do processo de cuidado e intervenção.

Considerando os sentidos atribuídos pelos participantes às atividades significativas e ao cotidiano, além da influência do uso da droga na realização/estruturação desses elementos, abordaremos algumas perspectivas da terapia ocupacional no sentido de compreender os conceitos e como a terapia ocupacional pode auxiliar as pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas na realização de atividades significativas e melhora do cotidiano.

Perspectivas da terapia ocupacional sobre as atividades significativas e o cotidiano

A terapia ocupacional começa a se debruçar sobre o conceito de atividades significativas a partir da década de 1990, período em que se buscou maior consistência teórica dessa expressão para a profissão. Nesse contexto, fazer atividades significativas tem sido considerado como essencial para refletir a forma como as pessoas manifestam a sua própria vida e constroem suas existências (Lima et al., 2018).

No campo de atuação da terapia ocupacional, as atividades podem ser vistas como recurso, instrumento, ferramenta ou objeto de estudo, além de estarem diretamente relacionadas às concepções de vida, de saúde e de humanidade que sustentam a prática profissional (Lima, 2020). Almeida & Costa (2019) destacam que a terapia ocupacional compreende a realização de atividades significativas não para tratar ou minimizar sequelas, mas sim como parte fundamental, constitutiva e essencial da vida das pessoas, proporcionando-lhes um sentido existencial. Nesse cenário, para terapia ocupacional, as atividades significativas são vistas como elemento direcionador do encontro e do diálogo entre a pessoa, seu grupo social, seu tempo histórico, sua tradição cultural e seu cotidiano (Pierce, 2001; Salles & Matsukura, 2016). No sentido de promover a possibilidade de realização de atividades significativas, Lima (2020) destaca que várias são as atividades e muitos são os seus sentidos, sendo que a prática da terapia ocupacional se insere no campo das possibilidades, recursos e trocas sociais.

Para a terapia ocupacional, as atividades significativas são vistas como elemento direcionador do encontro e do diálogo entre a pessoa, seu grupo social, seu tempo histórico, sua tradição cultural e seu cotidiano. As atividades significativas também podem ser compreendidas como ações e fazeres que constituem os sujeitos na medida em que, por meio de sua realização, criam e recriam as relações estabelecidas entre si, o mundo em que vivem e uma multiplicidade de formas de vida (Figueiredo et al., 2020). Lima (2020) ressalta que as atividades significativas podem ser compreendidas como um produto e meio de construção do próprio ser humano no sentido em que através da realização destas atividades a pessoa tende a desenvolver uma relação positiva com sua condição de vida e saúde.

É a partir dessa nova perspectiva que a terapia ocupacional começa a propor que a realização de atividades vai para além do processo terapêutico e que, ao se envolverem em atividades significativas, as pessoas conseguem se articular com a comunidade em que vivem; construir direitos (afetivos, relacionais, materiais, habitacionais, produtivos, culturais) importantes para uma vida plena; utilizar seu potencial criativo, artístico e intelectual; desenvolver habilidades e ter oportunidades de acesso a eventos e serviços socioculturais (Castro et al., 2001).

De acordo com Leão & Salles (2016), o uso do conceito de cotidiano na terapia ocupacional é relativamente recente e vem se apropriando de outros estudos filosóficos e/ou sociológicos que acabam incorporando aspectos como a subjetividade da pessoa, sua história e seu poder social para o enfrentamento de adversidades. As autoras destacam que a terapia ocupacional tem buscado compreender como o adoecimento muda a vida cotidiana das pessoas, que muitas vezes precisam ressignificar suas experiências, buscar novos sentidos e encontrar caminhos para elaboração da sua subjetividade, de quem ela é e o que gosta de fazer.

O estudo de Salles & Matsukura (2016) revelou que o conceito de cotidiano no campo da terapia ocupacional se estabelece entre aquilo que é singular da pessoa com o que é coletivo e social, enfatizando a subjetividade da pessoa em suas atividades significativas enquanto potencializador de sua inserção social. Nesse cenário, a profissão busca compreender a relação entre o cotidiano/vida cotidiana e o que as pessoas fazem (atividades significativas), como utilizam o tempo, aonde vão, quais são os seus desejos e como o contexto social facilita ou dificulta a realização de diferentes atividades.

Figueiredo et al. (2020) acrescentam que, por meio do cotidiano, é possível que a pessoa tenha acesso à diversas experiências, ao real, ao imaginário, à memória, aos sonhos, aos sentimentos, às necessidades e aos afetos individuais e coletivos. Nesse contexto, conhecer as atividades significativas e o cotidiano de pessoas em uso problemático de álcool e outras drogas possibilita compreender como o envolvimento com a droga causou transformações em suas vidas e das pessoas à sua volta, e quais rumos a vida cotidiana tomou. Dessa forma, é possível pensar que as situações vivenciadas por pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas requerem intervenções na direção de delinear mecanismos que favoreçam a reconstrução e ampliação dos direitos de cidadania, da realização de atividades significativas e da ressignificação de seus cotidianos.

Perspectivas da terapia ocupacional sobre as atividades significativas e o cotidiano das pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas

A prática do terapeuta ocupacional, no sentido de promover oportunidades de espaços de trocas pelas pessoas em sofrimento psíquico, possibilita a extensão de suas relações e intercâmbios sociais, a reflexão sobre a produção da atenção em espaços reais de vida das pessoas e o envolvimento em atividades que reflitam suas necessidades cotidianas. Através da relação existente entre sujeito-terapeuta-atividade, reflete-se que o “fazer atividades significativas” implica em uma forma importante no processo de superação da exclusão social e alienação da pessoa em sofrimento psíquico, conseguindo, dessa forma, promover a articulação entre ele e a comunidade, além de viabilizar encontros e trocas que proporcionam experiências significativas de inserção. Nesse sentido, terapeutas ocupacionais podem proporcionar ponderações importantes referentes à atividade humana, tais como a produção de sentido e de projetos de vida (Morato & Lussi, 2018).

Estando na condição de usuário de drogas, é comum que a pessoa vivencie fragilidade e ruptura de laços sociais, isolamento social e distanciamento de sua rede intersetorial, e neste contexto a terapia ocupacional desenvolve ações de contratualidade, trocas e suporte através da prática de um cotidiano com a realização de atividades significativas como projeto de existência social (Silva et al., 2015).

Lima (2020) ressalta que a terapia ocupacional atua no âmbito da vida ativa, ocupando-se e preocupando-se com a manutenção dessa vida através do restabelecimento de redes de relações humanas que foram rompidas, da diminuição da alienação em relação ao mundo, da luta contra o isolamento e da ampliação do horizonte de vida dos sujeitos através de sua capacidade de criar e agir. A autora acrescenta que o processo terapêutico ocupacional busca estabelecer espaços de vida comum que respeitem a diversidade de fatores e que fortaleçam as relações humanas de forma qualificada e singularizada.

Em um estudo realizado com mulheres que faziam uso problemático de álcool e outras drogas, Fejes et al. (2016) descobriram que a utilização de substância psicoativa influenciava em diversos tipos de atividades significativas, tanto no sentido de promover a sua realização quanto de dificultá-la. As autoras discorrem que não usar a droga auxiliava na manutenção de atividades que faziam bem às participantes, tais como atividades realizadas com pessoas da família e com amigos, no sentido de poderem estabelecer relações saudáveis; atividades que lhes davam prazer, como cantar, brincar com animais, limpar e cuidar da casa e de suas coisas, autocuidado, trabalhar com o que gosta e demais atividades que proporcionavam bons sentimentos como “se sentir viva sem o uso da droga”.

Nesse contexto, o processo de intervenção em terapia ocupacional possibilita a promoção de processos de vida, reconhecendo o sujeito em suas singularidades, auxiliando-o na construção de sua autonomia e seu sentimento de pertencimento social através da realização de atividades significativas com impacto benéfico em seus cotidianos. A realização de atividades significativas tem o potencial de organizar o cotidiano da pessoa, acolher seu sofrimento e promover o reconhecimento de sua capacidade de agir no mundo (Ricci et al., 2018).

Nesse cenário, a terapia ocupacional se propõe a compreender o cotidiano como a realização diária de atividades que fomentam a vida humana, composta por uma rede de trocas e de relações, caracterizadas por fatos que delimitam o tempo e a existência de cada sujeito em sua singularidade. A Atenção Psicossocial pode ser um alicerce na busca pela superação da alienação do cotidiano da pessoa em sofrimento psíquico, uma vez que seus eixos direcionadores se constituem como forma de materializar o exercício dos direitos sociais. Sendo assim, a compreensão do cotidiano é capaz de influenciar na proposição de práticas que se desenvolvem no território e que facilitam o alcance de objetivos importantes como a inclusão social e a conquista de autonomia. Os procedimentos terapêuticos ocupacionais que se relacionam com o cotidiano dos sujeitos em sofrimento psíquico vão ao encontro da compreensão das necessidades dos indivíduos, considerando um paradigma psicossocial que contemple a concepção de território e sua utilização, o cotidiano como orientador de ações e os eixos da Atenção Psicossocial como estratégia para a inclusão social (Leão & Salles, 2016).

Considerações Finais

Considerando as perspectivas da terapia ocupacional sobre as atividades significativas e o cotidiano das pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas, pensamos que compreender o significado desses conceitos, a partir da perspectiva do usuário, é importante para possibilitar um melhor direcionamento da assistência oferecida. Nesse sentido, quando o uso problemático de álcool e outras drogas influencia de forma negativa na realização de atividades significativas e no cotidiano das pessoas, refletimos sobre a necessidade da proposição de um cuidado em saúde por parte da terapia ocupacional que considere as singularidades de cada pessoa e a relação estabelecida com a substância a fim de propor práticas efetivas na promoção de saúde, ressignificando vivências e permitindo reconstrução de cidadania.

A terapia ocupacional desempenha um papel importante na vida das pessoas que usam drogas, focando em atividades significativas e na reorganização/reestruturação do cotidiano a fim de promover a reintegração social, recuperar habilidades perdidas, desenvolver novas competências, redescobrir um sentido de propósito, melhorar a qualidade de vida de uma forma geral, fortalecer a autoeficácia e autoestima, etc.

  • 1
    De acordo com Costa & Almeida (2004), os termos “atividade” e “ocupação” podem ser utilizados de forma intercambiável, uma vez que ambos são capazes de representar a multiplicidade da terapia ocupacional. Assim, optamos por utilizar os dois termos como sinônimos.
  • Como citar:
    Carleto, D. G. S., Nogueira, M., & Lussi, I. A. O. (2025). Atividades significativas e cotidiano das pessoas que usam álcool e drogas: perspectivas da terapia ocupacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 33, e3925. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO402339251
  • Fonte de Financiamento
    Informamos que o trabalho recebeu financiamento do Programa de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – PIBIC/CNPq.

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Editado por

  • Editora de seção
    Profa. Dra. Patrícia Leme de Oliveira Borba

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Maio 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    21 Ago 2024
  • Revisado
    09 Set 2024
  • Aceito
    22 Jan 2025
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