Resumo
O genocídio em curso contra o povo de Gaza agravou as injustiças ocupacionais pré-existentes enfrentadas pela população palestina, impactando os sistemas de saúde, incluindo a formação, a pesquisa e os serviços em terapia ocupacional. Este relato de experiência examina as barreiras multifacetadas que dificultam a formação, a prática e a pesquisa em terapia ocupacional em Gaza e Cisjordânia. Destaca o impacto do trauma causado pela perda de vidas, destruição de infraestrutura, fome provocada e escassez de recursos, deslocamento e riscos à segurança para terapeutas ocupacionais, educadores e clientes. Dada a herança histórica da colonização, limpeza étnica, cerco e guerras, e as contínuas injustiças que afetam profundamente a vida dos 2,5 milhões de habitantes de Gaza — a maioria dos quais está deslocada — os desafios são sistêmicos e urgentes. O relato baseia-se em experiências vividas e em respostas comunitárias para propor estratégias acionáveis, culturalmente sensíveis e informadas pela prática, a fim de reconstruir e fortalecer a educação, os serviços e a pesquisa em terapia ocupacional. Enfatiza-se a necessidade de solidariedade e colaboração internacional, soluções inovadoras e iniciativas de fortalecimento da resiliência. Entre estas, estão o fortalecimento de programas locais de terapia ocupacional, a expansão da reabilitação liderada pela comunidade, o desenvolvimento de ferramentas acessíveis de formação profissional online e a coprodução de conhecimentos específicos ao contexto. O relato faz um apelo à ação global para garantir os direitos dos palestinos e a justiça ocupacional como caminho para a recuperação coletiva e o empoderamento.
Palavras-chave:
Faixa de Gaza; Terapia Ocupacional; Genocídio; Resistência; Prática Profissional; Justiça Social