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Caracterização de publicações científicas sobre terapia ocupacional em periódicos não específicos da profissão no período de 2004 a 20151 1 Material referente a um recorte do projeto de pesquisa “A Terapia Ocupacional como campo de pesquisa no Brasil: Trajetórias, características e desafios” realizado durante o doutorado do primeiro autor no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (PPGTO/UFSCar).

Resumo

Introdução

Na terapia ocupacional os periódicos científicos têm sido objetos de estudos no intuito de se compreender as trajetórias e características da produção de conhecimento da profissão. No Brasil, a avaliação da produção bibliográfica difundida em periódicos tem sido pré-requisito para a inserção e a permanência de pesquisadores em programas de pós-graduação.

Objetivo

Caracterizar as publicações sobre terapia ocupacional em periódicos não específicos da profissão classificados nos estratos A1 e A2 pela lista WebQualis da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES) da área de Educação Física, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional quanto à origem dos periódicos e artigos publicados, bem como das temáticas, objetivos, métodos e públicos abordados.

Método

Trata-se de estudo descritivo dos artigos e periódicos publicados no período de 2004 a 2015. Os dados foram analisados por estatística descritiva simples.

Resultados

Observou-se aumento de publicações sobre terapia ocupacional nestes veículos, de 30 artigos publicados em 2004 para 82 em 2015, embora concentrada em determinados periódicos de países europeus e americanos. Observou-se uma maior frequência de artigos com autores vinculados às universidades e países da América do Norte e Europa, bem como de artigos com enfoque interventivo e abordagem metodológica quantitativa.

Conclusão

Embora tenha sido observado um aumento da publicação sobre terapia ocupacional, observou-se que há uma restrição numérica, temática e metodológica de periódicos não específicos de terapia ocupacional que publicam artigos relacionados à profissão.

Palavras-chave:
Ciência; Pesquisa; Publicações de Divulgação Científica; Terapia Ocupacional; Educação Superior

Abstract

Introduction

In occupational therapy, scientific journals have been the object of studies in order to understand the trajectories and characteristics of the production of knowledge of the profession. In Brazil, the evaluation of the bibliographical production disseminated in journals has been a prerequisite for the insertion and permanence of researchers in graduate programs.

Objective

To characterize the publications on occupational therapy in non-specific journals of the profession classified in strata A1 and A2 by the WebQualis list of the Coordination of Personal Improvement of Higher Education (CAPES) in Physical Education, Speech Language, Physiotherapy and Occupational Therapy areas as to the origin of journals and articles published, as well as the themes, objectives, methods and people addressed.

Method

This is a descriptive study of articles and journals published in the period from 2004 to 2015. Data were analyzed by simple descriptive statistics.

Results

There was an increase in publications on occupational therapy in these vehicles from 30 articles published in 2004 to 82 in 2015, although it is concentrated in certain journals in European and American countries. A higher frequency of articles with authors related to the universities and countries of North America and Europe was observed, as well as articles with an intervention approach and quantitative methodological approach.

Conclusion

Although an increase in publication on occupational therapy has been observed, it has been observed that there is a numerical, thematic and methodological restriction of non-specific occupational therapy journals that publish articles related to the profession.

Keywords:
Science; Research; Publications for Science Diffusion; Occupational Therapy; Higher Education

1 Introdução

Como uma profissão que visa favorecer o engajamento das pessoas em ocupações, a terapia ocupacional demanda e produz conhecimento empírico e teórico relacionado aos seus contextos de intervenção profissional e de compreensão acerca do homem, dos seus fazeres e da sua relação com o mundo (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
; LOPES et al., 2008LOPES, R. E. et al. XI Encontro Nacional de Docentes de Terapia Ocupacional: refletindo sobre os processos de formação acadêmica e profissional. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 159-166, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i3p159-166.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
).

Atualmente, os periódicos científicos são os principais meios de publicação do conhecimento produzido relacionado à terapia ocupacional e o mais valorizado academicamente (BROWN et al., 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
; LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoA...
). Nos últimos anos, o aumento do número de artigos publicados na profissão tem sido reportado tanto no Brasil quanto no âmbito internacional (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
; LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
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; POTTER, 2010POTTER, J. Mapping the literature of occupational therapy: an update. Journal of the Medical Library Association, Chicago, v. 98, n. 3, p. 235-242, 2010. http://dx.doi.org/10.3163/1536-5050.98.3.012. PMid:20648258.
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).

Historicamente, estudos e pesquisas têm sido publicados em periódicos científicos específicos e não específicos da profissão. Os primeiros são aqueles que contêm a palavra “terapia ocupacional” em seu título e que trazem em seu escopo a disseminação de manuscritos relacionados à categoria. Os últimos são aqueles que, embora não apresentem em seus títulos o nome da profissão, publicam artigos sobre temáticas de interesse aos terapeutas ocupacionais (BROWN, 1997BROWN, G. T. Characteristics of occupational therapy journals of WFOT member countries: a descriptive survey. Occupational Therapy International, New York, v. 4, n. 2, p. 116-134, 1997. http://dx.doi.org/10.1002/oti.51.
http://dx.doi.org/10.1002/oti.51...
; BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
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).

Nas últimas décadas, em virtude da facilidade de acesso e ampla difusão, periódicos e artigos relacionados à profissão têm sido analisados com o propósito de se compreender as características da produção de conhecimento neles contida (FOLHA; CRUZ; EMMEL, 2017FOLHA, O. A. C.; CRUZ, D. M. C.; EMMEL, M. L. G. Mapeamento de artigos publicados por terapeutas ocupacionais brasileiros em periódicos indexados em bases de dados. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 358-367, 2017.; LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
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; POTTER, 2010POTTER, J. Mapping the literature of occupational therapy: an update. Journal of the Medical Library Association, Chicago, v. 98, n. 3, p. 235-242, 2010. http://dx.doi.org/10.3163/1536-5050.98.3.012. PMid:20648258.
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; OLIVER, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.; BROWN; RODGER; BROWN, 2005BROWN, G. T.; RODGER, S.; BROWN, A. Publication practices of English language occupational therapy journals. British Journal of Occupational Therapy, London, v. 68, n. 2, p. 85-92, 2005. http://dx.doi.org/10.1177/030802260506800205.
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). As primeiras pesquisas com este enfoque, desenvolvidas ainda na década de 1980, visavam obter informações para subsidiar as atividades acadêmicas nos cursos de graduação (JOHNSON; LEISING, 1986JOHNSON, K. S.; LEISING, D. J. The literature of occupational therapy: a citation analysis study. American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 40, n. 6, p. 390-396, 1986. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.40.6.390. PMid:3521298.
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). Na década seguinte, as pesquisas analisaram os veículos de comunicação científica específicos de terapia ocupacional quanto ao seu público-alvo, o processo de revisão adotado, a equipe editorial e os tipos de textos publicados, por exemplo (BROWN et al., 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
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).

Nas primeiras décadas do século XXI, associada à caracterização dos artigos publicados em determinados periódicos, questões específicas sobre a publicação científica na profissão foram investigadas, tais como: autoria (LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
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); indicadores de qualidade e os critérios de escolha para publicação, como a reputação do periódico, o rigor e qualidade do processo de revisão e o impacto sobre práticas, serviços e políticas (RODGER; MCKENNA; BROWN, 2007RODGER, S.; MCKENNA, K.; BROWN, T. Quality and impact of occupational therapy journals: authors’ perspectives. Australian Occupational Therapy Journal, Melbourne, v. 54, n. 3, p. 174-184, 2007.); fontes de indexação (OLIVER, 2008OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i2p108-120.
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, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.) e indicadores de impacto e citação (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
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, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
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; FOLHA; CRUZ; EMMEL, 2017FOLHA, O. A. C.; CRUZ, D. M. C.; EMMEL, M. L. G. Mapeamento de artigos publicados por terapeutas ocupacionais brasileiros em periódicos indexados em bases de dados. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 358-367, 2017.).

Os estudos mencionados possibilitam entender que elementos relacionados à produção e difusão da publicação científica em terapia ocupacional têm sido analisados, principalmente no que diz respeito ao escopo, à audiência e à influência do conhecimento produzido sobre as práticas e sobre os serviços desenvolvidos pela categoria profissional. No contexto nacional, observa-se que a produção de conhecimento científico pelos terapeutas ocupacionais tem recebido atenção, principalmente, pelo maior envolvimento desses profissionais em pesquisa e em programas de pós-graduação (OLIVER et al., 2016OLIVER, F. C. et al. III Seminário Nacional de Pesquisa em Terapia Ocupacional: contribuições para o desenvolvimento da área. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 361-368, 2016. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v27i3p361-368.
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; LANCMAN; MÂNGIA, 2017LANCMAN, S.; MÂNGIA, E. F. Terapia ocupacional e programas de pós graduação: considerações sobre a situação. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 1-2, 2017.; MALFITANO, 2015MALFITANO, A. P. S. Editorial: doutorado em terapia ocupacional: desafios para a produção de conhecimento na área e sua consolidação acadêmica. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 23, n. 4, p. 683-684, 2015. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoED12304.
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; OLIVER, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.; BARROS; OLIVER, 2003BARROS, D. D.; OLIVER, F. C. Contribuindo para a discussão do Qualis de terapia ocupacional no Brasil. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 52-63, 2003. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v14i2p52-63.
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).

Considera-se que um elemento central ao fortalecimento da profissão, nesse contexto, envolve a difusão do conhecimento gerado em periódicos de qualidade ampla e internacionalmente reconhecida (MALFITANO et al., 2013MALFITANO, A. P. S. et al. Programa de pós-graduação stricto sensu em terapia ocupacional: fortalecimento e expansão da produção de conhecimento na área. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 105-111, 2013. http://dx.doi.org/10.12820/2317-1634.2013v18n1p105.
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; OLIVER, 2008OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i2p108-120.
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). A publicação nesses periódicos tem sido um aspecto balizador para a entrada e permanência de docentes na pós-graduação stricto sensu (LANCMAN; MÂNGIA, 2017LANCMAN, S.; MÂNGIA, E. F. Terapia ocupacional e programas de pós graduação: considerações sobre a situação. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 1-2, 2017.; OLIVER, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.; LOPES et al., 2008LOPES, R. E. et al. XI Encontro Nacional de Docentes de Terapia Ocupacional: refletindo sobre os processos de formação acadêmica e profissional. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 159-166, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i3p159-166.
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; BARROS; OLIVER, 2003BARROS, D. D.; OLIVER, F. C. Contribuindo para a discussão do Qualis de terapia ocupacional no Brasil. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 52-63, 2003. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v14i2p52-63.
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), para a melhoria de indicadores institucionais e recebimento de financiamento por órgãos de fomento à pesquisa; essenciais para o desenvolvimento das atividades acadêmicas e de pesquisa dos programas (OLIVEIRA, 2015OLIVEIRA, J. F. A pós-graduação e a pesquisa no Brasil: processos de regulação e de reconfiguração da formação e da produção do trabalho acadêmico. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 10, n. 2, p. 343-363, 2015. http://dx.doi.org/10.5212/PraxEduc.v.10i2.0004.
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; LOPES et al., 2010LOPES, R. E. et al. Pesquisa em terapia ocupacional: apontamentos acerca dos caminhos acadêmicos no cenário nacional. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 207-214, 2010. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v21i3p207-214.
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).

A despeito de que a pós-graduação regulamentada e regulada no Brasil tenha se iniciado nos anos 1960 (OLIVEIRA, 2015OLIVEIRA, J. F. A pós-graduação e a pesquisa no Brasil: processos de regulação e de reconfiguração da formação e da produção do trabalho acadêmico. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 10, n. 2, p. 343-363, 2015. http://dx.doi.org/10.5212/PraxEduc.v.10i2.0004.
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), o credenciamento de terapeutas ocupacionais como docentes em programas de mestrado e doutorado no país ocorreu somente na década de 1990 (LANCMAN; MÂNGIA, 2017LANCMAN, S.; MÂNGIA, E. F. Terapia ocupacional e programas de pós graduação: considerações sobre a situação. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 1-2, 2017.; OLIVER, 2008OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i2p108-120.
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). Primeiramente, esse ingresso se deu em programas de áreas afins, tais como Educação, Educação Especial e em Ciências da Reabilitação. Somente em 2009 foi criado o primeiro programa de pós-graduação específico de terapia ocupacional (MALFITANO et al., 2013MALFITANO, A. P. S. et al. Programa de pós-graduação stricto sensu em terapia ocupacional: fortalecimento e expansão da produção de conhecimento na área. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 105-111, 2013. http://dx.doi.org/10.12820/2317-1634.2013v18n1p105.
http://dx.doi.org/10.12820/2317-1634.201...
).

No Brasil, a pós-graduação é organizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal e de Nível Superior (CAPES) que, entre outras funções, avalia os programas de mestrado e doutorado no país. Estes programas são agrupados com base em afinidades temáticas em 49 áreas de avaliação. Essas áreas, por sua vez, são agrupadas em nove grandes áreas e estas, por conseguinte, são agrupadas em três colégios de ciências (SOMA; ALVES; YANASSE, 2016SOMA, N. Y.; ALVES, A. D.; YANASSE, H. H. O Qualis Periódicos e sua utilização nas avaliações. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 45-61, 2016.). A terapia ocupacional constitui com a fisioterapia, a educação física e a fonoaudiologia, a denominada área 21, situada na grande Área da Saúde, juntamente à outras grandes áreas das Ciências da Vida. Atualmente, a área 21 conta com 67 programas de pós-graduação que ofertam cursos de mestrado e doutorado (RODACKI; GUIRRO; KESKE-SOARES, 2017RODACKI, A. L. F.; GUIRRO, R. R. D. J.; KESKE-SOARES, M. Relatório de avaliação: educação física: avaliação quadrienal 2017. Brasília: CAPES, 2017. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/relatorios-finais-quadrienal-2017/20122017-EDUCACAO-FISICA-quadrienal.pdf>. Acesso em: 6 mar. 2017.
http://www.capes.gov.br/images/stories/d...
).

A CAPES realiza periodicamente uma avaliação sobre os programas de pós-graduação no país e um dos critérios de avaliação considera a análise da produção intelectual de docentes e discentes, a qual pode ocorrer de várias formas, principalmente por meio da publicação de artigos em periódicos científicos (BARATA, 2016BARATA, R. B. Dez coisas que você deveria saber sobre o Qualis. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 13-40, 2016.; SOMA; ALVES; YANASSE, 2016SOMA, N. Y.; ALVES, A. D.; YANASSE, H. H. O Qualis Periódicos e sua utilização nas avaliações. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 45-61, 2016.).

Para avaliar especificamente essa produção, a CAPES utiliza um conjunto de critérios (Qualis), empregados por várias áreas do conhecimento para classificar todas as publicações em periódicos científicos desenvolvidas por docentes e discentes dos programas de pós-graduação de uma determinada área. Desta classificação resulta uma listagem de periódicos categorizados (Webqualis) em oito estratos, com diferentes níveis de qualificação e gradação crescente, a saber: C, B5, B4, B3, B2, B1, A2 e A1 (RODACKI, 2016RODACKI, A. L. F. Qualis: implicações para a avaliação de programas de pós-graduação das diferentes áreas do conhecimento: uma análise preliminar. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 65-76, 2016.).

Com base nesta classificação a posteriori, os artigos publicados pelos docentes e estudantes dos programas de pós-graduação são quantificados, tornando-se o seu resultado um importante indicador do processo de avaliação (BARATA, 2016BARATA, R. B. Dez coisas que você deveria saber sobre o Qualis. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 13-40, 2016.; RODACKI, 2016RODACKI, A. L. F. Qualis: implicações para a avaliação de programas de pós-graduação das diferentes áreas do conhecimento: uma análise preliminar. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 65-76, 2016.; SOMA; ALVES; YANASSE, 2016SOMA, N. Y.; ALVES, A. D.; YANASSE, H. H. O Qualis Periódicos e sua utilização nas avaliações. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 45-61, 2016.). Um dos critérios de classificação comuns à todas as áreas é que a somatória dos títulos dos periódicos classificados como A1 e A2 não pode ultrapassar 25% do total de periódicos utilizados no ano de avaliação (SOMA; ALVES; YANASSE, 2016SOMA, N. Y.; ALVES, A. D.; YANASSE, H. H. O Qualis Periódicos e sua utilização nas avaliações. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 45-61, 2016.). A área 21, conforme o relatório de avaliação referente ao quadriênio 2013-2016 (RODACKI; GUIRRO; KESKE-SOARES, 2017RODACKI, A. L. F.; GUIRRO, R. R. D. J.; KESKE-SOARES, M. Relatório de avaliação: educação física: avaliação quadrienal 2017. Brasília: CAPES, 2017. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/relatorios-finais-quadrienal-2017/20122017-EDUCACAO-FISICA-quadrienal.pdf>. Acesso em: 6 mar. 2017.
http://www.capes.gov.br/images/stories/d...
), envolveu, além dos critérios comuns às outras áreas de conhecimento, dois critérios específicos: um relacionado à aderência dos periódicos aos temas, objetivos e saberes das subáreas que compõem a área 21, e outro balizado por indicadores bibliométricos e pela qualidade das fontes de indexação.

Considerando a recente inserção da terapia ocupacional na pós-graduação (MALFITANO et al., 2013MALFITANO, A. P. S. et al. Programa de pós-graduação stricto sensu em terapia ocupacional: fortalecimento e expansão da produção de conhecimento na área. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 105-111, 2013. http://dx.doi.org/10.12820/2317-1634.2013v18n1p105.
http://dx.doi.org/10.12820/2317-1634.201...
), associada à existência de um único programa específico com turmas concluídas no país (RODACKI; GUIRRO; KESKE-SOARES, 2017RODACKI, A. L. F.; GUIRRO, R. R. D. J.; KESKE-SOARES, M. Relatório de avaliação: educação física: avaliação quadrienal 2017. Brasília: CAPES, 2017. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/relatorios-finais-quadrienal-2017/20122017-EDUCACAO-FISICA-quadrienal.pdf>. Acesso em: 6 mar. 2017.
http://www.capes.gov.br/images/stories/d...
) e ao número reduzido de terapeutas ocupacionais que orientam em programas de pós-graduação (LANCMAN; MÂNGIA, 2017LANCMAN, S.; MÂNGIA, E. F. Terapia ocupacional e programas de pós graduação: considerações sobre a situação. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 1-2, 2017.; LOPES et al., 2010LOPES, R. E. et al. Pesquisa em terapia ocupacional: apontamentos acerca dos caminhos acadêmicos no cenário nacional. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 207-214, 2010. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v21i3p207-214.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
), é possível hipotetizar que um número limitado de periódicos específicos da profissão tem sido classificados nos estratos superiores. Sobre este aspecto, dados disponíveis na Plataforma Sucupira da CAPES indicam que somente 11 (onze) periódicos específicos da profissão foram utilizados para veiculação das publicações desenvolvidas por programas da área 21 no período de 2013 e 2016, sendo que apenas 4 (quatro) estão nos estratos A1 (American Journal of Occupational Therapy e Canadian Journal of Occupational Therapy) e A2 (Occupational Therapy International e Scandinavian Journal of Occupational Therapy) (COORDENAÇÃO..., 2018aCOORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR – CAPES. Plataforma Sucupira. Brasília, 2018a. Disponível em: <https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf>. Acesso em: 7 mar. 2018.
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/p...
).

No Brasil, considera-se que, atualmente, é importante compreender as trajetórias e características do conhecimento difundido em periódicos específicos e não específicos da área, com o intuito de favorecer os processos de publicação e difusão de conhecimento científico desenvolvido no país. Nesse contexto, análises bibliométricas recentes identificaram que artigos de grande impacto para a profissão têm sido publicados tanto em periódicos específicos quanto em não específicos (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
; FOLHA; CRUZ; EMMEL, 2017FOLHA, O. A. C.; CRUZ, D. M. C.; EMMEL, M. L. G. Mapeamento de artigos publicados por terapeutas ocupacionais brasileiros em periódicos indexados em bases de dados. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 358-367, 2017.). Embora estudos de caracterização sobre periódicos específicos tenham sido desenvolvidos tanto no âmbito internacional (BROWN, 1997BROWN, G. T. Characteristics of occupational therapy journals of WFOT member countries: a descriptive survey. Occupational Therapy International, New York, v. 4, n. 2, p. 116-134, 1997. http://dx.doi.org/10.1002/oti.51.
http://dx.doi.org/10.1002/oti.51...
; BROWN; RODGER; BROWN, 2005BROWN, G. T.; RODGER, S.; BROWN, A. Publication practices of English language occupational therapy journals. British Journal of Occupational Therapy, London, v. 68, n. 2, p. 85-92, 2005. http://dx.doi.org/10.1177/030802260506800205.
http://dx.doi.org/10.1177/03080226050680...
) quanto no contexto nacional (LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoA...
; OLIVER, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.), há poucos estudos sobre a produção de conhecimento publicada em periódicos não específicos (RODGER; MCKENNA; BROWN, 2007RODGER, S.; MCKENNA, K.; BROWN, T. Quality and impact of occupational therapy journals: authors’ perspectives. Australian Occupational Therapy Journal, Melbourne, v. 54, n. 3, p. 174-184, 2007.; BROWN; RODGER; BROWN, 2005BROWN, G. T.; RODGER, S.; BROWN, A. Publication practices of English language occupational therapy journals. British Journal of Occupational Therapy, London, v. 68, n. 2, p. 85-92, 2005. http://dx.doi.org/10.1177/030802260506800205.
http://dx.doi.org/10.1177/03080226050680...
).

Com o objetivo de caracterizar as publicações de terapia ocupacional nos periódicos não específicos da profissão, este estudo buscou responder às seguintes questões:

  1. Quais são os periódicos não específicos de terapia ocupacional que têm publicado manuscritos relacionados à profissão? Quais são os países de origem desses periódicos? Qual é o escopo de publicação desses periódicos?

  2. Quais são os objetivos e os tipos de estudo que têm sido publicados? Quais são os tipos de manuscritos que têm sido veiculados? Quem são as populações estudadas nas pesquisas?

  3. Quem são os autores que publicaram sobre terapia ocupacional nesses periódicos e as suas origens geográficas e institucionais?

2 Método

Foi realizado um estudo descritivo de abordagem quantitativa para caracterização dos periódicos em relação ao número de artigos veiculados, ao país de origem e ao escopo de publicação dos mesmos. Além disso, foi realizada a descrição dos artigos publicados quanto as áreas temáticas, os objetivos abordados, os métodos utilizados e o público investigado. Esse tipo de pesquisa tem sido amplamente utilizado para analisar a literatura científica produzida pela profissão em trabalhos anteriores (FOLHA; CRUZ; EMMEL, 2017FOLHA, O. A. C.; CRUZ, D. M. C.; EMMEL, M. L. G. Mapeamento de artigos publicados por terapeutas ocupacionais brasileiros em periódicos indexados em bases de dados. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 358-367, 2017.; LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoA...
; POTTER, 2010POTTER, J. Mapping the literature of occupational therapy: an update. Journal of the Medical Library Association, Chicago, v. 98, n. 3, p. 235-242, 2010. http://dx.doi.org/10.3163/1536-5050.98.3.012. PMid:20648258.
http://dx.doi.org/10.3163/1536-5050.98.3...
; OLIVER, 2008OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i2p108-120.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
).

2.1 Ferramenta de pesquisa e seleção dos periódicos

Este estudo utilizou o critério desenvolvido pela CAPES para a classificação dos periódicos (BARATA, 2016BARATA, R. B. Dez coisas que você deveria saber sobre o Qualis. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 13-40, 2016.). Foram selecionados periódicos A1 e A2 da área 21 da CAPES. Como mencionado anteriormente, os periódicos classificados nestes estratos representam aproximadamente 25% dos periódicos classificados relacionados à área 21, que inclui, entre outras áreas de conhecimento, a terapia ocupacional (RODACKI; GUIRRO; KESKE-SOARES, 2017RODACKI, A. L. F.; GUIRRO, R. R. D. J.; KESKE-SOARES, M. Relatório de avaliação: educação física: avaliação quadrienal 2017. Brasília: CAPES, 2017. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/relatorios-finais-quadrienal-2017/20122017-EDUCACAO-FISICA-quadrienal.pdf>. Acesso em: 6 mar. 2017.
http://www.capes.gov.br/images/stories/d...
; SOMA; ALVES; YANASSE, 2016SOMA, N. Y.; ALVES, A. D.; YANASSE, H. H. O Qualis Periódicos e sua utilização nas avaliações. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 45-61, 2016.).

Considera-se que nos estratos A1 e A2 estão os periódicos com os melhores indicadores de aderência, bibliométricos e de indexação relacionados à grande área 21 (RODACKI; GUIRRO; KESKE-SOARES, 2017RODACKI, A. L. F.; GUIRRO, R. R. D. J.; KESKE-SOARES, M. Relatório de avaliação: educação física: avaliação quadrienal 2017. Brasília: CAPES, 2017. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/relatorios-finais-quadrienal-2017/20122017-EDUCACAO-FISICA-quadrienal.pdf>. Acesso em: 6 mar. 2017.
http://www.capes.gov.br/images/stories/d...
; RODACKI, 2016RODACKI, A. L. F. Qualis: implicações para a avaliação de programas de pós-graduação das diferentes áreas do conhecimento: uma análise preliminar. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 65-76, 2016.). No período da coleta de dados, o estrato A1 do WebQualis da Área 21 estava composto por um universo de 122 periódicos e o estrato A2 por 134. Foram selecionados os periódicos não específicos de terapia ocupacional, no período de 2004 a 2015. Esse período de busca foi escolhido por permitir o levantamento e análise da produção de conhecimento mais recente, uma vez que, conforme demonstrado em investigações recentes (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
; FOLHA; CRUZ; EMMEL, 2017FOLHA, O. A. C.; CRUZ, D. M. C.; EMMEL, M. L. G. Mapeamento de artigos publicados por terapeutas ocupacionais brasileiros em periódicos indexados em bases de dados. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 358-367, 2017.; LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoA...
), o número de artigos publicados por terapeutas ocupacionais aumentou gradativamente nos últimos anos principalmente em virtude do envolvimento desses profissionais em atividades de pesquisa e pós-graduação.

2.2 Fontes de informação e estratégias de busca

Primeiro foram obtidos os periódicos de cada estrato por meio do acesso à Plataforma Sucupira no portal da CAPES. Em seguida, foi utilizada a base de dados Web of Science (Clarivate Analytics) para identificar textos sobre terapia ocupacional publicados nos periódicos não específicos elencados anteriormente. Esta identificação ocorreu por meio do cruzamento do descritor “occupational therapy”, nos filtros “título”, “corpo do resumo” e “palavras-chave” com o nome de cada periódico no filtro “nome da publicação”.

Destaca-se que o acesso à base de dados Web of Science ocorreu entre os meses de janeiro a julho de 2016, via Portal de Periódicos da CAPES. Este portal reúne e disponibiliza para instituições de ensino e pesquisa no Brasil o acesso à produção científica internacional (COORDENAÇÃO..., 2018bCOORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR – CAPES. Portal de Periódicos. Brasília, 2018b. Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br/index.php?option=com_pcontent&view=pcontent&alias=missao-objetivos&Itemid=102>. Acesso em: 7 mar. 2018.
http://www.periodicos.capes.gov.br/index...
). Estudos anteriores têm utilizado estratégias metodológicas semelhantes, seja pela utilização do descritor (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
; FOLHA; CRUZ; EMMEL, 2017FOLHA, O. A. C.; CRUZ, D. M. C.; EMMEL, M. L. G. Mapeamento de artigos publicados por terapeutas ocupacionais brasileiros em periódicos indexados em bases de dados. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 358-367, 2017.) ou pelo acesso via Portal de Periódicos da CAPES (GUIMARÃES; MARTINS; BARKÓKEBAS JÚNIOR, 2012GUIMARÃES, B. M.; MARTINS, L. B.; BARKOKÉBAS JUNIOR, B. Issues concerning scientific production of including people with disabilities at work. Work, Reading, v. 41, p. 4722-4728, 2012. Suplemento 1. PMid:22317448.).

2.3 Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos periódicos não específicos de terapia ocupacional e os textos que apresentaram o termo “occupational therapy” no título, resumo ou palavras-chave neles publicados. Foram excluídos textos que não apresentassem essas informações.

2.4 Universo de periódicos e de artigos

Conforme mencionado anteriormente, no período da coleta de dados, a somatória de periódicos nos estratos superiores do WebQualis da Área 21 foi correspondente a 256 periódicos, sendo 122 publicações no estrato A1 e 134 no estrato A2. Nos 256 periódicos, 851 artigos foram encontrados, no entanto, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 182 artigos foram excluídos. Por fim, 669 artigos foram considerados como amostra final para categorização e análise.

2.5 Procedimentos para coleta e análise dos dados

Inicialmente, os títulos, resumos e palavras-chaves foram analisados de acordo com os critérios de inclusão apresentados acima, conforme estudos anteriores (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
; ANDRESEN; TANG; BARNEY, 2006ANDRESEN, E. M.; TANG, J. J.; BARNEY, K. F. The importance of occupational therapy contributions to health services research. Occupation Participation and Health, Thorofare, v. 26, n. 3, p. 108-116, 2006. http://dx.doi.org/10.1177/153944920602600304.
http://dx.doi.org/10.1177/15394492060260...
). Em seguida, foi elaborado um roteiro para extração dos dados em uma planilha do Programa Microsoft Excel® para obtenção das seguintes informações: autoria, tipo de artigo, país e instituição de origem, objetivo do estudo, delineamento, abordagem de pesquisa, população estudada e faixa etária. Além disso, os periódicos foram classificados quanto ao número de artigos encontrados, ao país de origem, ao fator de impacto e quanto ao seu escopo. A classificação quanto ao escopo tomou como base a categorização dos periódicos desenvolvida pela base de dados Web of Science, conforme realizado por estudos recentes (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
).

As categorias extraídas de cada variável estão descritas a seguir:

  1. Filtro de seleção do artigo: Título, Resumo e Palavra-chave;

  2. Continente e País de Origem do 1° autor: América do Norte, Europa, Ásia, Oceania, África e América do Sul;

  3. Instituição de origem do 1° autor: Universidade ou Outras instituições;

  4. Autoria: Quantidade de autores por artigo;

  5. Objetivo do estudo: Avaliação, Intervenção, Serviços, Fundamentos e Formação;

  6. Tipo de Artigo: Artigo original, Ensaio e Relato de Experiência;

  7. Abordagem do Artigo Original: Quantitativa, Qualitativa e Mista;

  8. Populações estudadas: Usuários, Familiares e Cuidadores, Profissionais e Estudantes de terapia ocupacional e outros;

  9. Faixa etária do público estudado (Usuários): Crianças, Adolescentes, Adultos e Idosos.

Quanto ao objetivo do estudo, esta variável foi classificada de acordo com a finalidade principal dos estudos em 5 categorias, a saber:

  1. Avaliação: envolve estudos destinados à avaliação incluindo a descrição, adaptação transcultural e propriedades psicométricas de instrumentos de medida;

  2. Intervenção: inclui estudos de prognóstico e descrição situacional do público investigado, utilização de recursos, técnicas, métodos e processos de tratamento, bem como a descrição da efetividade das intervenções;

  3. Serviços: aborda a descrição de serviços, programas e ações e inclui estudos sobre planos de saúde e avaliações econômicas;

  4. Formação profissional: aborda metodologias de ensino e experiências da formação profissional em terapia ocupacional;

  5. Fundamentos: apresenta e discute aspectos teóricos e históricos relacionados à constituição e à prática da terapia ocupacional e aborda percepções de profissionais sobre aspectos profissionais.

Quanto aos tipos de artigos, classificaram-se os mesmos em:

  1. Artigo Original: baseados em informações geradas por meio de pesquisa empírica ou revisão sistemática da literatura. Mais especificamente, os artigos originais foram subdivididos em estudos de Revisões de Literatura, com e sem meta-análise; Observacionais, como os estudos descritivos qualitativos e estudos quantitativos transversais e longitudinais; e Interventivos, como os estudos do tipo antes e depois e ensaios clínicos randomizados e não randomizados. Os estudos observacionais e interventivos foram classificados quanto à abordagem de pesquisa em quantitativos, qualitativos e mistos;

  2. Ensaio: relato teórico e reflexivo sobre um determinado tema relacionado à terapia ocupacional; e

  3. Relato de Experiência: descrição de experiências ligadas à prática da profissão.

Para análise dos dados optou-se pela abordagem quantitativa e descritiva dos dados, com a utilização de gráficos e tabelas, semelhante a outros estudos (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
; FOLHA; CRUZ; EMMEL, 2017FOLHA, O. A. C.; CRUZ, D. M. C.; EMMEL, M. L. G. Mapeamento de artigos publicados por terapeutas ocupacionais brasileiros em periódicos indexados em bases de dados. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 358-367, 2017.; LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoA...
; OLIVER, 2008OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i2p108-120.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
; BROWN; RODGER; BROWN, 2005BROWN, G. T.; RODGER, S.; BROWN, A. Publication practices of English language occupational therapy journals. British Journal of Occupational Therapy, London, v. 68, n. 2, p. 85-92, 2005. http://dx.doi.org/10.1177/030802260506800205.
http://dx.doi.org/10.1177/03080226050680...
; BROWN, 1997BROWN, G. T. Characteristics of occupational therapy journals of WFOT member countries: a descriptive survey. Occupational Therapy International, New York, v. 4, n. 2, p. 116-134, 1997. http://dx.doi.org/10.1002/oti.51.
http://dx.doi.org/10.1002/oti.51...
).

3 Resultados

Os dados são apresentados, primeiramente, pelo número de artigos publicados em cada periódico por ano, pelo seu fator impacto, país de origem e escopo dos mesmos. Em seguida, são caracterizados os textos encontrados nestes periódicos quanto às variáveis supramencionadas.

3.1 Sobre a publicação em periódicos não específicos de terapia ocupacional da área 21 da CAPES

Dos 256 periódicos analisados, 27,34% (n=70) publicaram pelo menos um artigo relacionado à terapia ocupacional, 8,98% (n=23) publicaram 6 ou mais artigos e 5,47% (n=14) publicaram 12 ou mais artigos nos últimos 12 anos, o que configura que somente em um número restrito de periódicos houve média mínima de um artigo por ano.

A média do fator de impacto dos periódicos que publicaram pelo menos um artigo relacionado à terapia ocupacional (n=70) foi de 3,560 em 2015 e nos últimos 05 anos foi de 3,699. Estes periódicos estão distribuídos nos Estados Unidos (60,0%) e em países da Europa, como a Inglaterra (17,14%), Holanda (7,14%) e Suíça (4,29%). Destaca-se que países como Alemanha, Austrália, Croácia, Emirados Árabes, Itália, Japão, Nova Zelândia e Suécia totalizaram 1,43% dos periódicos cada.

Quanto ao escopo, os periódicos que publicaram pelo menos um manuscrito relacionado à terapia ocupacional apresentaram distribuição diversificada em 28 categorias diferentes da Web of Science (Tabela 1). Identificou-se que um mesmo periódico foi classificado em mais de uma categoria nesta base de dados. As categorias com maior número de periódicos que publicaram pelo menos um manuscrito sobre terapia ocupacional (n=70) foram: reabilitação 40% (n=28), neurociências e neurologia 25,71% (n=18), ciências do esporte 18,57% (n=13) e fonoaudiologia 8,57% (n=6).

Tabela 1
Distribuição das categorias de escopo dos periódicos não específicos da terapia ocupacional nos estratos A1 e A2 da Área 21 da CAPES no período de 2004-2015.

3.2 Manuscritos publicados em periódicos não específicos de terapia ocupacional da área 21 da CAPES

Foram analisados 669 textos relacionados à terapia ocupacional. Quanto aos filtros de seleção, identificou-se que poucos estudos apresentaram o descritor “occupational therapy” em seu título (1,35%), ou nas combinações entre título e palavras-chave (0,60%) e título e corpo do resumo (2,99%). Quase metade dos estudos foi selecionada por conter o descritor no corpo do resumo (48,73%), nas palavras-chave (29,15%) ou na combinação entre ambas (10,61%). Somente 6,58% apresentaram o termo de busca nos três filtros.

Em 2004, foram publicados 30 textos e, em 2015, 82, o que representa um aumento de 173% no número de manuscritos publicados (Figura 1). Em 2014, observou-se que houve uma diminuição na quantidade de estudos publicados (71).

Figura 1
Número de artigos publicados em periódicos não específicos de terapia ocupacional na área 21 da CAPES no período de 2014-2015.

Em relação ao número de autores por estudo, observou-se manuscritos com autoria única até publicações com 19 autores. No entanto, aproximadamente 74% (n=497) dos estudos apresentaram de 2 a 6 autores. No período de 2004 a 2015 a maior média de autores por trabalho foi em 2013, com 4,95 autores, e a menor foi em 2005, com 1,05.

Sobre o país de origem dos textos, quase 70% têm origem em países da América do Norte (39,01%) e Europa (29,45%). Países da Ásia (17,34%) e da Oceania (11,81%) também apresentam um importante volume de produções. Países da América do Sul (1,49%) e África (0,90%) tiveram menor frequência na divulgação do conhecimento veiculado em periódicos não específicos da profissão.

Quanto aos objetivos dos estudos, identificou-se que 66,67% (Figura 2) dos textos tinham como assunto principal discutir sobre estratégias de intervenção em terapia ocupacional, principalmente ilustrando a eficácia de determinados métodos, técnicas e recursos em um grupo de sujeitos. Outros estudos buscaram discutir o prognóstico dos pacientes em tempos inicial e final de determinados serviços (12,56%). Aspectos relacionados à avaliação, tais como a adaptação transcultural e propriedades psicométricas de instrumentos de medida foram identificadas (10,16%). Estudos voltados para aspectos teóricos e de fundamentação da profissão (5,98%) ou relacionados à formação acadêmica dos profissionais (4,63%) foram observados com menor frequência.

Figura 2
Distribuição de artigos publicados no período de estudo 2004-2015 (n=669) em periódicos não específicos de terapia ocupacional na área 21 da CAPES, segundo os objetivos do estudo.

Quanto aos tipos de manuscritos publicados, observou-se o predomínio de artigos originais (93,12%) em detrimento de ensaios (4,04%) e relatos de experiência (2,84%). Dentre os tipos de artigos originais desenvolvidos (n=623), mais da metade dos manuscritos eram do tipo observacionais (54,74%), seguido dos experimentais/interventivos (29,86%) e dos artigos de revisão sistemática da literatura (15,41%). Ao buscar compreender as abordagens de pesquisa dos artigos originais com pesquisa de campo (n=526), não incluídos os artigos de revisão de literatura, a análise mais frequente foi a quantitativa (81,56%), seguidos de artigos com abordagem qualitativa (14,07%) e mista (4,37%). Quanto à população estudada, notou-se (Figura 3) um predomínio de estudos voltados para os usuários (81,91%) de serviços de terapia ocupacional. Destaca-se que a somatória das variáveis ultrapassa 100% da amostra em virtude de alguns estudos focarem mais de um público-alvo.

Figura 3
Distribuição de artigos publicados no período de estudo 2004-2015 (n=669) em periódicos não específicos de terapia ocupacional na área 21 da CAPES, segundo o público-alvo do estudo.

A Figura 4 apresenta a distribuição dos textos que envolveram usuários e familiares/cuidadores (n=442) e que abordaram principalmente adultos (59,50%) e idosos (48,19%). Os adolescentes (6,11%) foram o público menos estudado. Mais uma vez observa-se que a somatória das variáveis ultrapassa 100% da amostra em virtude de alguns estudos focarem mais de uma faixa etária.

Figura 4
Distribuição de artigos publicados no período de estudo 2004-2015 em periódicos não específicos de terapia ocupacional na área 21 da CAPES, segundo a faixa etária dos artigos voltados para usuários e familiares e cuidadores (n=442).

4 Discussão

Primeiramente, é importante destacar que os dados obtidos neste estudo não abordam de forma isolada os periódicos utilizados por terapeutas ocupacionais e pesquisadores vinculados aos programas de pós-graduação da área 21, uma vez que a análise foi realizada com base na listagem produzida a partir das produções de todas as subáreas da referida área de conhecimento, incluindo, então, outros campos profissionais e acadêmicos. Embora com restrições, eles podem refletir padrões e tendências de periódicos classificados nos estratos superiores.

Os periódicos não específicos de terapia ocupacional representam a possibilidade de diálogo interdisciplinar entre a terapia ocupacional e áreas afins e uma ampliação da visibilidade da profissão, favorecendo seu fortalecimento e reconhecimento científico e social (POTTER, 2010POTTER, J. Mapping the literature of occupational therapy: an update. Journal of the Medical Library Association, Chicago, v. 98, n. 3, p. 235-242, 2010. http://dx.doi.org/10.3163/1536-5050.98.3.012. PMid:20648258.
http://dx.doi.org/10.3163/1536-5050.98.3...
; ANDRESEN; TANG; BARNEY, 2006ANDRESEN, E. M.; TANG, J. J.; BARNEY, K. F. The importance of occupational therapy contributions to health services research. Occupation Participation and Health, Thorofare, v. 26, n. 3, p. 108-116, 2006. http://dx.doi.org/10.1177/153944920602600304.
http://dx.doi.org/10.1177/15394492060260...
; JOHNSON; LEISING, 1986JOHNSON, K. S.; LEISING, D. J. The literature of occupational therapy: a citation analysis study. American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 40, n. 6, p. 390-396, 1986. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.40.6.390. PMid:3521298.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.40.6.390...
). No entanto, menos de 1/3 (n=70) dos periódicos não específicos de terapia ocupacional listados nos estratos A1 e A2 da Webqualis da área 21 da CAPES publicaram pelo menos um texto relacionado à profissão. Além disso, somente 5,47% apresentaram frequência mínima de um manuscrito por ano no período pesquisado. O fator de impacto médio destes periódicos (3,560), em 2015, é três vezes maior que a média dos fatores de impacto de periódicos específicos de terapia ocupacional (1,059) identificados no Journal Citation Reports, indicador bibliométrico da Web of Science. O periódico da profissão com maior fator de impacto no período da coleta de dados era o American Journal of Occupational Therapy com 1,806, referente ao ano de 2015.

Estes dados indicam que, embora um número razoável de periódicos (n=70) com fator de impacto tenham publicado manuscritos relacionados à terapia ocupacional no período estudado, poucos (n=14) apresentaram uma regularidade mínima anual de publicação no campo. Analisando o foco e o escopo destes periódicos, observam-se públicos e temas específicos, principalmente relacionados à saúde física e reabilitação de determinadas condições de saúde. Estudos pioneiros na década de 80 sobre a produção de conhecimento em terapia ocupacional já identificavam essa contribuição da literatura divulgada em canais não específicos para a profissão (JOHNSON; LEISING, 1986JOHNSON, K. S.; LEISING, D. J. The literature of occupational therapy: a citation analysis study. American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 40, n. 6, p. 390-396, 1986. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.40.6.390. PMid:3521298.
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).

As diferenças no fator de impacto de periódicos específicos e não específicos indica a necessidade de reflexão pelos pesquisadores da área. A despeito de alguns estudos demonstrarem que o fator de impacto é uma métrica não muito forte dos periódicos da área e que autores terapeutas ocupacionais não consideram esta medida como prioritária para a escolha de um periódico para publicação de seus trabalhos (RODGER; MCKENNA; BROWN, 2007RODGER, S.; MCKENNA, K.; BROWN, T. Quality and impact of occupational therapy journals: authors’ perspectives. Australian Occupational Therapy Journal, Melbourne, v. 54, n. 3, p. 174-184, 2007.), indagar-se sobre o que publicar em cada periódico, específico ou não, é uma questão importante atualmente e, certamente, para além do critério fator de impacto.

Além disso, é importante considerar também que, em virtude da lista WebQualis da Área 21 derivar das publicações difundidas pelos programas de pós-graduação de todas as subáreas que a compõem, como da fisioterapia, da educação física e da fonoaudiologia (RODACKI, 2016RODACKI, A. L. F. Qualis: implicações para a avaliação de programas de pós-graduação das diferentes áreas do conhecimento: uma análise preliminar. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 65-76, 2016.), é possível supor que a terapia ocupacional, por apresentar o menor número de cursos de mestrado e doutorado e de pesquisadores na Área 21 (RODACKI; GUIRRO; KESKE-SOARES, 2017RODACKI, A. L. F.; GUIRRO, R. R. D. J.; KESKE-SOARES, M. Relatório de avaliação: educação física: avaliação quadrienal 2017. Brasília: CAPES, 2017. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/relatorios-finais-quadrienal-2017/20122017-EDUCACAO-FISICA-quadrienal.pdf>. Acesso em: 6 mar. 2017.
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), apresente uma menor influência na composição dos estratos superiores da área. Dessa forma, o número de publicações e a diferença no fator de impacto entre os periódicos específicos e não específicos pode refletir essa diferença numérica entre as subáreas.

A evidência acerca do descritor “terapia ocupacional” ter sido mais frequentemente localizado no corpo do resumo e nas palavras-chave, em detrimento do título, pode ser explicada pelo fato de serem periódicos não específicos do campo. Por outro lado, os temas relacionados a métodos, técnicas, recursos, instrumentos de avaliação e serviços oferecidos podem refletir objetos de estudos comuns e de interesse interdisciplinar, onde a terapia ocupacional tradicionalmente encontra-se inserida. Estudos anteriores sobre periódicos específicos já indicavam esta tendência das pesquisas da profissão (BROWN, 1997BROWN, G. T. Characteristics of occupational therapy journals of WFOT member countries: a descriptive survey. Occupational Therapy International, New York, v. 4, n. 2, p. 116-134, 1997. http://dx.doi.org/10.1002/oti.51.
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).

Ainda sobre os desdobramentos da utilização dos descritores em nosso estudo, é importante destacar que o predomínio da língua inglesa encontra-se relacionado diretamente à utilização do termo “occupational therapy”, o que justifica, e de certa forma restringe, a recuperação de periódicos que publicam neste idioma. Embora exista um esforço para a ampliação da publicação em outros idiomas, como, por exemplo, o espanhol, ainda predomina a língua inglesa na comunicação científica do cenário mundial atual, seja de forma primária nos países falantes dessa língua ou secundária naqueles países cuja língua materna é outro idioma (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017....
, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.0237...
; BROWN, 1997BROWN, G. T. Characteristics of occupational therapy journals of WFOT member countries: a descriptive survey. Occupational Therapy International, New York, v. 4, n. 2, p. 116-134, 1997. http://dx.doi.org/10.1002/oti.51.
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).

A identificação do aumento da produção de conhecimento de terapia ocupacional indica que estes periódicos têm sido crescentemente considerados como importantes veículos de divulgação do conhecimento da profissão, somado ao fato de que outros pesquisadores recentemente têm analisado os mesmos para identificar a publicação científica do campo (BROWN et al., 2018BROWN, T. et al. A bibliometric analysis of occupational therapy publications. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, Oslo, v. 25, n. 1, p. 1-14, 2018. http://dx.doi.org/10.1080/11038128.2017.1329344. PMid:28508696.
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, 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
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; ANDRESEN; TANG; BARNEY, 2006ANDRESEN, E. M.; TANG, J. J.; BARNEY, K. F. The importance of occupational therapy contributions to health services research. Occupation Participation and Health, Thorofare, v. 26, n. 3, p. 108-116, 2006. http://dx.doi.org/10.1177/153944920602600304.
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).

Pesquisas prévias identificaram um aumento do volume de artigos publicados sobre terapia ocupacional em bases de dados e em periódicos específicos da profissão (BROWN et al., 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
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; POTTER, 2010POTTER, J. Mapping the literature of occupational therapy: an update. Journal of the Medical Library Association, Chicago, v. 98, n. 3, p. 235-242, 2010. http://dx.doi.org/10.3163/1536-5050.98.3.012. PMid:20648258.
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), nesse estudo também foi observada essa tendência de crescimento em periódicos não específicos. Esse aumento pode ser um reflexo tanto da expansão das atividades de pesquisa e de divulgação da profissão quanto do aumento da capacidade produtiva de pesquisadores do campo, observada pelo maior envolvimento em orientações de pesquisadores e na publicação das pesquisas desenvolvidas na pós-graduação (BROWN et al., 2017BROWN, T. et al. Highly cited occupational therapy articles in the science citation index expanded and social sciences citation index: a bibliometric analysis. The American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 71, n. 6, p. 71, 2017. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2017.023747. PMid:29135433.
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; FOLHA; CRUZ; EMMEL, 2017FOLHA, O. A. C.; CRUZ, D. M. C.; EMMEL, M. L. G. Mapeamento de artigos publicados por terapeutas ocupacionais brasileiros em periódicos indexados em bases de dados. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 358-367, 2017.; LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
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; POTTER, 2010POTTER, J. Mapping the literature of occupational therapy: an update. Journal of the Medical Library Association, Chicago, v. 98, n. 3, p. 235-242, 2010. http://dx.doi.org/10.3163/1536-5050.98.3.012. PMid:20648258.
http://dx.doi.org/10.3163/1536-5050.98.3...
; OLIVER, 2008OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i2p108-120.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.).

Sobre este último aspecto, verificou-se um aumento do número de autores nos artigos analisados. Esse crescimento pode estar relacionado ao estabelecimento de redes de colaboração em virtude da complexidade dos objetos de pesquisa e como uma possível estratégia com a meta de impulsionar a produção científica (OLIVER, 2008OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i2p108-120.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.).

Embora a lista da WebQualis seja gerada a partir das atividades de pós-graduação desenvolvidas na academia (BARATA, 2016BARATA, R. B. Dez coisas que você deveria saber sobre o Qualis. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 13-40, 2016.; RODACKI, 2016RODACKI, A. L. F. Qualis: implicações para a avaliação de programas de pós-graduação das diferentes áreas do conhecimento: uma análise preliminar. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 65-76, 2016.; SOMA; ALVES; YANASSE, 2016SOMA, N. Y.; ALVES, A. D.; YANASSE, H. H. O Qualis Periódicos e sua utilização nas avaliações. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 45-61, 2016.), as publicações disseminadas nesses periódicos foram produzidas tanto por autores filiados ao ambiente universitário quanto por autores vinculados às instituições não acadêmicas. Conforme esperado, o ambiente acadêmico foi predominante. Estudos anteriores têm identificado uma mudança longitudinal na origem das publicações, uma vez que, inicialmente, estes trabalhos eram desenvolvidos por profissionais vinculados à prática profissional e atualmente estão mais relacionados às atividades de pesquisa desenvolvidas nas universidades (FOLHA; CRUZ; EMMEL, 2017FOLHA, O. A. C.; CRUZ, D. M. C.; EMMEL, M. L. G. Mapeamento de artigos publicados por terapeutas ocupacionais brasileiros em periódicos indexados em bases de dados. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 358-367, 2017.; LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoA...
; BROWN; BROWN, 2005BROWN, G. T.; BROWN, A. Characteristics of the occupational therapy journal of research: the first twenty years. Occupational Therapy in Health Care, London, v. 19, n. 3, p. 73-92, 2005. http://dx.doi.org/10.1080/J003v19n03_06. PMid:23927748.
http://dx.doi.org/10.1080/J003v19n03_06...
). Sobre os trabalhos oriundos de países da América do Norte e da Europa, alguns estudos de terapia ocupacional apontam que essa concentração tem forte influência sobre o que é pensado e sobre o que é considerado importante para a profissão no panorama mundial (HAMMELL, 2011HAMMELL, K. W. Resisting theoretical imperialism in the disciplines of occupational science and occupational therapy. British Journal of Occupational Therapy, London, v. 74, n. 1, p. 27-33, 2011. http://dx.doi.org/10.4276/030802211X12947686093602.
http://dx.doi.org/10.4276/030802211X1294...
). Porém, sabe-se que estas influências muitas vezes podem não refletir as demandas e necessidades de terapeutas ocupacionais situados em outros contextos geográficos e sociais, como no caso do contexto brasileiro (MALFITANO, 2015MALFITANO, A. P. S. Editorial: doutorado em terapia ocupacional: desafios para a produção de conhecimento na área e sua consolidação acadêmica. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 23, n. 4, p. 683-684, 2015. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoED12304.
http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoE...
; OLIVER, 2008OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i2p108-120.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.).

A identificação das principais categorias de periódicos não específicos produziu um perfil sobre o escopo de publicação dos mesmos, com maior frequência das categorias de: reabilitação, neurociências e neurologia e ciências do esporte. A primeira categoria, conforme descrito na base de dados investigada, abrangeu estudos sobre terapia e estratégias que visam auxiliar na reabilitação das capacidades físicas, mentais e sociais de pessoas com algum tipo de condição de saúde ou do processo de um ciclo de desenvolvimento específico, como é o caso do envelhecimento humano. De certa forma, pode-se discutir que este resultado era esperado, uma vez que a listagem de periódicos analisada nesta pesquisa deriva das publicações decorrentes dos programas de mestrado e doutorado de quatro áreas profissionais e acadêmicas que historicamente têm estado envolvidas na intervenção com pessoas em processo de reabilitação.

Há de se considerar o fato de que a existência de certo perfil de periódicos com escopos específicos pode não refletir de forma abrangente a realidade da produção de conhecimento relacionado à profissão no Brasil e isso tem implicação em uma limitação das possibilidades de difusão dos trabalhos desenvolvidos no país neste universo de periódicos. Estas reflexões têm sido reiteradamente evidenciadas por alguns docentes terapeutas ocupacionais vinculados às pós-graduações na área 21 (LANCMAN; MÂNGIA, 2017LANCMAN, S.; MÂNGIA, E. F. Terapia ocupacional e programas de pós graduação: considerações sobre a situação. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 1-2, 2017.; MALFITANO, 2015MALFITANO, A. P. S. Editorial: doutorado em terapia ocupacional: desafios para a produção de conhecimento na área e sua consolidação acadêmica. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 23, n. 4, p. 683-684, 2015. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoED12304.
http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoE...
; OLIVER, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.; BARROS; OLIVER, 2003BARROS, D. D.; OLIVER, F. C. Contribuindo para a discussão do Qualis de terapia ocupacional no Brasil. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 52-63, 2003. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v14i2p52-63.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
).

Com maior frequência na intervenção profissional, as pesquisas analisadas sinalizam temas envolvendo a avaliação de usuários e a oferta de serviços, sendo estes essenciais para a prática baseada em evidências e pelo caráter de uma constituição que é alimentada por pesquisas aplicadas em detrimento das básicas. Quanto aos objetivos das pesquisas, apesar do predomínio de propostas relacionadas à intervenção, observou-se, ainda, textos voltados para os fundamentos da profissão e para a formação profissional. Esta abrangência pode estar relacionada com a diversificada audiência que periódicos específicos e não específicos possuem, que vão desde pesquisadores, profissionais da assistência a estudantes (BROWN, 1997BROWN, G. T. Characteristics of occupational therapy journals of WFOT member countries: a descriptive survey. Occupational Therapy International, New York, v. 4, n. 2, p. 116-134, 1997. http://dx.doi.org/10.1002/oti.51.
http://dx.doi.org/10.1002/oti.51...
).

O destaque para maior frequência de abordagens de pesquisa quantitativas, assim como dos estudos observacionais e de intervenção é atribuído ao fato de seus objetivos buscarem verificar e demonstrar a eficiência de um recurso, técnica ou método avaliativo; tendência impulsionada pela demanda de pesquisas que forneçam evidências para subsidiar as práticas profissionais (GUTMAN, 2008GUTMAN, S. A. Research priorities of the profession. American Journal of Occupational Therapy, Rockville, v. 62, n. 5, p. 499-501, 2008. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.62.5.499. PMid:18826009.
http://dx.doi.org/10.5014/ajot.62.5.499...
).

Acredita-se que, em virtude dos critérios adotados pelo sistema de avaliação da CAPES, com melhores estratos para periódicos de acordo com o seu fator de impacto e que demonstram indicadores bibliométricos significativamente elevados, o perfil de periódicos classificados nos estratos superiores tende a mudar pouco, a menos que políticas e ações estratégicas incisivas sejam realizadas em favor de alternativas de classificação.

Embora autores alertem para os usos indevidos e equivocados do WebQualis, principalmente no que concerne a se constituir como um balizador para a escolha de periódicos na difusão dos estudos na pós-graduação (BARATA, 2016BARATA, R. B. Dez coisas que você deveria saber sobre o Qualis. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 13-40, 2016.; RODACKI, 2016RODACKI, A. L. F. Qualis: implicações para a avaliação de programas de pós-graduação das diferentes áreas do conhecimento: uma análise preliminar. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 65-76, 2016.), observa-se que a lista do WebQualis tem influenciado substancialmente as ações desenvolvidas no ambiente acadêmico (SOMA; ALVES; YANASSE, 2016SOMA, N. Y.; ALVES, A. D.; YANASSE, H. H. O Qualis Periódicos e sua utilização nas avaliações. Revista Brasileira de Pós-graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 45-61, 2016.; OLIVEIRA, 2015OLIVEIRA, J. F. A pós-graduação e a pesquisa no Brasil: processos de regulação e de reconfiguração da formação e da produção do trabalho acadêmico. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 10, n. 2, p. 343-363, 2015. http://dx.doi.org/10.5212/PraxEduc.v.10i2.0004.
http://dx.doi.org/10.5212/PraxEduc.v.10i...
; OLIVER, 2008OLIVER, F. C. Pesquisa e produção bibliográfica em terapia ocupacional: contribuições ao debate sobre parâmetros de avaliação da produção acadêmica brasileira. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 108-120, 2008. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i2p108-120.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
, 2009OLIVER, F. C. Disseminação do conhecimento e periódicos científicos: contribuições para o debate em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 17, p. 69-85, 2009.; BARROS; OLIVER, 2003BARROS, D. D.; OLIVER, F. C. Contribuindo para a discussão do Qualis de terapia ocupacional no Brasil. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 52-63, 2003. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v14i2p52-63.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
).

A proposta de caracterização desenvolvida neste estudo não teve a finalidade de identificar a escolha de um tipo de pesquisa a ser seguido e disseminado nos periódicos avaliados. Diante dos importantes desafios impostos à pós-graduação para terapeutas ocupacionais na área 21, o levantamento de informações aqui coletadas direciona-se para a compreensão de um panorama, ação fundamental para a elaboração e implementação de estratégias individuais e coletivas. Essa é uma demanda que tem sido reiteradamente abordada por pesquisadores da área no país (LOPES; CRUZ; MALFITANO, 2017LOPES, R. E.; CRUZ, D. M. C.; MALFITANO, A. P. S. Estamos no nosso melhor momento. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, v. 25, n. 3, p. 447-448, 2017. http://dx.doi.org/10.4322/2526-8910.ctoED22503.
http://dx.doi.org/10.4322/2526-8910.ctoE...
; LOPES et al., 2016LOPES, R. E. et al. A divulgação do conhecimento em Terapia Ocupacional no Brasil: um retrato dos seus periódicos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 4, p. 777-789, 2016. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.
http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoA...
, 2014LOPES, R. E. et al. II Seminário Nacional de Pesquisa em Terapia Ocupacional: caminhos para a institucionalização acadêmica da área. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 167-176, 2014. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v25i2p167-176.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
; OLIVER et al., 2016OLIVER, F. C. et al. III Seminário Nacional de Pesquisa em Terapia Ocupacional: contribuições para o desenvolvimento da área. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 361-368, 2016. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v27i3p361-368.
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-614...
).

4.1 Limitações e recomendações para futuras pesquisas

A utilização do termo “occupational therapy” para identificar os artigos é uma limitação de nosso estudo, uma vez que é possível a existência de um grande número de artigos sobre terapia ocupacional que não adotam necessariamente o termo no título, resumo ou palavras-chave. Dessa forma, os dados relatados neste estudo devem ser analisados com cautela, relativizando os critérios utilizados para essa investigação.

A escolha pela análise do WebQualis da área 21 também é uma limitação pelo fato que há terapeutas ocupacionais orientadores em outros programas de pós-graduação que não compõem a área 21. Além disso, a categorização descritiva para classificação dos estudos encontrados pode não ter sido suficiente para o entendimento da distribuição da produção de conhecimento em terapia ocupacional no Brasil.

Sugerem-se novos estudos com outros critérios, bases de dados e classificações para uma compreensão mais ampla da produção em terapia ocupacional no país. Um bom critério seria utilizar a autoria das publicações por terapeutas ocupacionais em detrimento da área da saúde, por exemplo. Além disso, investigações acerca das publicações difundidas em periódicos específicos da profissão são essenciais para a compreensão do campo de conhecimento atual da área.

Cabe destacar aqui que a publicação sobre terapia ocupacional em periódicos de áreas afins é essencial para a divulgação do conhecimento produzido pela profissão, dado que a terapia ocupacional é uma profissão de caráter interdisciplinar, fazendo-se fundamental o diálogo com outros campos do conhecimento.

5 Conclusão

Esta pesquisa buscou responder questões pertinentes aos periódicos não específicos de terapia ocupacional mas que publicaram estudos e pesquisas relacionados à mesma no período de 2004 a 2015. Obtiveram-se informações específicas sobre a audiência, entendida aqui como as pessoas que veiculam informações nesses periódicos e ao escopo dos mesmos, traduzido nas temáticas, objetivos, métodos e populações investigadas.

Poucos periódicos não específicos de terapia ocupacional de relevante prestígio internacional listados no Webqualis da área 21 da CAPES publicaram artigos relacionados à profissão de acordo com os critérios adotados para essa pesquisa. Aqueles que publicaram com maior frequência apresentaram temas envolvendo um perfil de determinados públicos e audiências, o que pode, em parte, limitar os espaços de diálogo e interlocução com diferentes atores e práticas profissionais. Esses periódicos estão concentrados em poucos países, o que pode restringir as possibilidades de divulgação científica oriundas de outros contextos, realidades e modos diferentes de pensar e fazer ciência.

Por ter considerado a classificação da CAPES, o presente estudo pode indicar o que os Programas de Pós-Graduação da área 21 têm publicado sobre terapia ocupacional. Para além do cenário nacional, identificou-se quem e de onde são os interlocutores que difundem estudos em periódicos de reconhecida reputação científica e internacional, utilizados pelos pesquisadores brasileiros.

Dessa forma, acredita-se que obter informações sobre a audiência e as características dos estudos difundidos sobre terapia ocupacional nesses periódicos poderá contribuir para identificar os veículos científicos que não trazem a área em seu cerne principal, mas que oferecem espaço para publicação de estudos da profissão. Tais informações poderão auxiliar na escolha dos canais onde seria possível publicar o conhecimento produzido pela profissão.

O presente estudo forneceu informações sobre os escopos de interesse de difusão de conhecimento que estes periódicos apresentam, podendo auxiliar na compreensão de um recorte do panorama da divulgação científica em terapia ocupacional, bem como fomentar a elaboração de ações capazes de fortalecer a disseminação do saber da profissão e contribuir para a pesquisa brasileira no âmbito internacional.

  • 1
    Material referente a um recorte do projeto de pesquisa “A Terapia Ocupacional como campo de pesquisa no Brasil: Trajetórias, características e desafios” realizado durante o doutorado do primeiro autor no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (PPGTO/UFSCar).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Ago 2019
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2019

Histórico

  • Recebido
    06 Abr 2018
  • Revisado
    13 Jun 2018
  • Revisado
    04 Out 2018
  • Aceito
    06 Nov 2018
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