Resumo
O modelo de terapias especializadas para aquisição de habilidades para crianças, especialmente autistas, tem crescido sob a lógica neoliberal. Profissionais da saúde vivenciam a precarização do trabalho, com repercussões tanto para sua própria saúde como para o cuidado das crianças e famílias. Para aprofundar a compreensão desses aspectos, esta pesquisa documental e retrospectiva, de abordagem qualitativa, analisou 131 relatos de terapeutas em uma mídia social. Os resultados são apresentados em dois eixos: (1) o trabalho e sua precarização e (2) a assistência prestada às crianças. Discute-se como a relação entre trabalho precário e assistência no “Complexo Industrial do Autismo” afeta profissionais, crianças e suas famílias. Para superar condutas historicamente institucionalizantes e promover um cuidado efetivo, é urgente o envolvimento de todos os interessados na busca por soluções dignas diante da gravidade do problema, incluindo a ampliação de regulamentações e políticas públicas.
Palavras-chave:
Cuidado da Criança; Experiências Adversas da Infância; Transtornos do Neurodesenvolvimento; Precarização do Trabalho