Resumo
Este artigo é um convite para refletir sobre as práticas decoloniais que se desenvolvem academicamente, a partir de uma experiencia vivida e acompanhada com o programa de apoio psicossocial da Escola de Terapia Ocupacional da Universidade Santiago de Chile, cujo plano de estudos enfoca nos debates atuais de terapias ocupacionais no sul global. O objetivo deste artigo é repensar as relações sociais que se produzem dentro da universidade, com a finalidade de desconstruir e ressignificar as premissas do projeto colonial moderno que nos condiciona como comunidade universitária. Desde uma perspectiva analítica decolonial, analisa-se a responsabilidade da universidade, a consciência do mal estar social e as possibilidades de uma prática decolonial e de libertação dentro da universidade, especialmente na experiência dos estudantes. Daí a importância de refletir se é possível instituir programas de apoio psicossocial que contribuam para esta tarefa, tendo em conta que a universidade reproduz a racionalidade colonial moderna. Conclui-se que é possível construir espaço de acompanhamento e convivência comunitária através da humanização e decolonização de distintas formas de como se relacionar, construindo respostas outras para o mal estar social, revelando as implicações da ordem colonial moderna na vida cotidiana da comunidade estudantil.
Palavras-chave:
Universidade; Sistemas de Apoio Psicossocial; Terapia Ocupacional