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Formação para o SUS: a trajetória de adesão de um curso de terapia ocupacional às políticas indutoras de mudança curricular Pró e PET-Saúde1 1 Os projetos que basearam a experiência relatada neste artigo foram financiados pelo Ministério da Saúde, por meio dos seguintes programas: (a) Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde – Pró-Saúde III; (b) Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde); (c) Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde- Redes de Atenção à Saúde (PET- Redes). ,2 2 Este manuscrito é fruto de intervenções, em que se observaram os seguintes aspectos éticos: os projetos que serviram de base para construção deste relato de experiência foram autorizados formalmente pelo gestor municipal, bem como pelo gestor do serviço; os resultados foram validados com os membros das equipes de saúde da família, que acompanharam a experiência relatada; e foram omitidos dados que de alguma forma pudessem identificar profissionais ou usuários.

Resumo

Tendo por base a relevância das políticas indutoras da formação para, com e no Sistema Único de Saúde (SUS), este artigo apresenta a experiência da participação do Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro no Pró-Saúde e no PET-Saúde, bem como indica as perspectivas e desafios que ainda se configuram. Trata-se de um relato de experiência a respeito de como, juntamente com outros cursos da universidade, o curso de terapia ocupacional se lançou ao desafio de rever sua matriz curricular, criando metodologias de ensino e aprendizagem que favorecessem uma formação profissional eticamente compromissada com o SUS e que reconhecessem o papel estratégico da Atenção Básica à Saúde (ABS) nos modos de pensar e agir em saúde. Nesse contexto, foi eleita uma unidade básica de saúde no entorno da Universidade que passou a receber estudantes de seis disciplinas obrigatórias remodeladas para promover maior integração ensino-serviço. Também foram desenvolvidas ações de extensão e projetos de pesquisa abarcando populações historicamente atendidas pela terapia ocupacional, mas com acesso limitado à ABS. Por fim, foi criada uma disciplina obrigatória sobre o tema. As iniciativas do curso de terapia ocupacional se configuraram como resistência a processos de captura dos modos de produção do cuidado pela lógica produtivista, insistindo na sensibilização dos atores, na visibilidade a seus modos de saber-fazer alinhados à perspectiva da integralidade, e na articulação da construção de terrenos férteis para a produção de saúde e convivência com e nas diferenças.

Palavras-chave:
Educação Continuada; Recursos Humanos em Saúde; Terapia Ocupacional; Atenção Primária à Saúde; Vulnerabilidade em Saúde

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