Resumo
Introdução A região Centro-Oeste do Brasil concentra o menor número de cursos de graduação em terapia ocupacional do país, e pouco se sabe sobre o perfil sociodemográfico e acadêmico dessas profissionais.
Objetivo Descrever o perfil de terapeutas ocupacionais que atuam na região Centro-Oeste do Brasil em relação aos aspectos sociodemográficos e acadêmicos.
Método Pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem quantitativa, realizada com 187 terapeutas ocupacionais inscritas nos Conselhos Regionais da profissão com sede na região Centro-Oeste, que responderam a um formulário online entre setembro de 2022 e março de 2023. As análises foram conduzidas com base na estatística descritiva.
Resultados A maioria das participantes era composta por mulheres (89%, n=167), casadas (44%, n=83), na faixa etária de 20 a 29 anos (38%, n=71), que se autodeclararam brancas (54%, n=98). Em relação aos aspectos acadêmicos, verificou-se que 59% (n=111) se formaram em instituições públicas, 70% (n=131) estudaram em instituições localizadas na região Centro-Oeste e 69% (n=129) concluíram especialização lato sensu na área de ciências da saúde.
Conclusão O estudo contribui para o conhecimento da realidade da profissão na região, fornecendo subsídios sobre o perfil profissional, o alcance das políticas de ações afirmativas e o planejamento de estratégias adequadas às demandas da terapia ocupacional, visando à sua expansão na região Centro-Oeste do Brasil.
Palavras-chave:
Terapia Ocupacional; Perfil Profissional; Formação Profissional; Formação Acadêmica
Abstract
Introduction The Midwest region of Brazil has the lowest number of undergraduate programs in occupational therapy in the country, and little is known about the sociodemographic and academic profile of these professionals.
Objective To describe the profile of occupational therapists working in the Midwest region of Brazil concerning sociodemographic and academic aspects.
Method A descriptive and exploratory study with a quantitative approach was conducted with 187 occupational therapists registered with the Regional Councils of the profession headquartered in the Midwest region. The participants completed an online questionnaire between September 2022 and March 2023. Analyses were performed using descriptive statistics.
Results Most participants were women (89%, n=167), married (44%, n=83), aged between 20 and 29 years (38%, n=71), and self-identified as white (54%, n=98). Regarding academic aspects, 59% (n=111) graduated from public institutions, 70% (n=131) studied at institutions located in the Midwest region, and 69% (n=129) completed a lato sensu specialization in the field of health sciences.
Conclusion This study contributes to the understanding of the professional landscape in the region, providing insights into the professional profile, the reach of affirmative action policies, and the planning of strategies that address the demands of Occupational Therapy, aiming at its expansion in the Midwest region of Brazil.
Keywords:
Occupational Therapy; Job Description; Professional Training; Teaching
Introdução
No Brasil, a formação da terapeuta ocupacional é orientada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos de graduação em terapia ocupacional, que estabelecem uma formação generalista, crítica e reflexiva. Essa formação deve abordar conteúdos e oferecer oportunidades de prática em diversas áreas de atuação da profissão, estando alinhada às demandas e as expectativas da região em que os cursos estão inseridos (Brasil, 2002).
Em 2001, havia apenas 29 cursos de graduação em terapia ocupacional em funcionamento no Brasil (Mariotti et al., 2016). Atualmente, de acordo com o Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Ensino Superior do Ministério da Educação (Portal e-Mec), existem 118 cursos presenciais de graduação em terapia ocupacional em atividade no país, sendo a região Sudeste a que concentra o maior número de cursos (n=51) e a região Centro-Oeste a que apresenta o menor número (n=71 ) (Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior, 2024). Entre os cursos da região Centro-Oeste, três têm sede no Distrito Federal, dois no Mato Grosso, um em Goiás e um no Mato Grosso do Sul. Desses sete cursos, três ainda constam como não iniciados, e dois tiveram início em 2023.
A região Centro-Oeste do Brasil é composta pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal, onde está localizada a capital do país, Brasília. Atualmente, a região abriga quatro Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito), responsáveis pela fiscalização do exercício profissional de 1.614 terapeutas ocupacionais inscritos, sendo 182 vinculados ao Crefito-9 (Mato Grosso), 320 ao Crefito 13 (Mato Grosso do Sul) e 1.112 ao Crefito 11 (Distrito Federal) e Crefito 19 (Goiás, recentemente criado), de acordo com informações disponibilizadas pelas ouvidorias do Crefito 9 e 13 e pelo portal da transparência do Crefito 11.
Anteriormente, o Crefito 11 abrangia Goiás e o Distrito Federal; porém, por meio da Resolução n.º 563, de 27 de janeiro de 2023, iniciou-se o processo de desmembramento do Crefito 11 para a criação do Crefito 19, passando o primeiro a abranger apenas o Distrito Federal e o segundo, o estado de Goiás. O colegiado do novo conselho foi homologado em maio de 2024, conforme o acórdão n.º 728, de 21 de maio de 2024, publicado no Diário Oficial da União.
Estudos nacionais que abordaram aspectos sociodemográficos e de formação acadêmica e complementar de terapeutas ocupacionais no Brasil revelam que a maioria das profissionais é composta por mulheres, jovens e que possuem especialização lato sensu, principalmente na área da saúde (Mata et al., 2023; Lins & Monteiro, 2023; Bianchi & Rosan, 2023; Graeber et al., 2018; Mariotti et al., 2016; Krug, 2014).
Resultados similares foram observados em estudos internacionais realizados na África do Sul, na Espanha e em Hong-Kong, nos quais a maioria das terapeutas ocupacionais eram mulheres, solteiras, com menos de 40 anos de idade (Escudero-Escudero et al., 2020; Ned et al., 2020; Chai et al., 2017).
A maioria dos estudos mencionados investiga aspectos sociodemográficos, profissionais e acadêmicos de terapeutas ocupacionais a partir de um recorte específico, considerando profissionais que atuam em determinadas áreas, como saúde mental (Mata et al., 2023; Silva et al., 2015), educação (Lins & Monteiro, 2023; Folha et al., 2020) e assistência social (Basso et al., 2024). Além disso, alguns estudos abordam temas específicos, como é o estudo de Escudero-Escudero et al. (2020), que trata da síndrome de Burnout entre terapeutas ocupacionais. Embora esses estudos tenham focos distintos, eles fornecem indícios sobre o perfil profissional em relação aos aspectos sociodemográficos e acadêmicos das terapeutas ocupacionais, apontando para resultados similares aos de pesquisas mais abrangentes, guardadas as devidas proporções. Ademais, há poucos estudos cujo foco principal é a análise dos aspectos sociodemográficos e acadêmicos das profissionais a partir de recortes regionais. Como exemplo, destacam-se os estudos sobre os perfis de formação e atuação de terapeutas ocupacionais no Paraná, a realidade das profissionais no Rio Grande do Sul e as mudanças demográficas das terapeutas ocupacionais na África do Sul (Krug, 2014; Mariotti et al., 2016; Ned et al., 2020).
Pouco se sabe sobre a realidade das terapeutas ocupacionais da região Centro-Oeste (Lins & Monteiro, 2023). Compreender o perfil dessas profissionais pode contribuir para identificar suas principais características, distribuição e concentração entre as regiões. Assim, considerando que o mapeamento dessas profissionais pode proporcionar uma melhor compreensão da realidade da profissão e gerar reflexões que orientem caminhos para a sua expansão na região, este estudo tem como objetivo descrever o perfil das terapeutas ocupacionais que atuam na região Centro-Oeste em relação aos aspectos sociodemográficos e acadêmicos.
Método
Este estudo faz parte de uma pesquisa mais ampla intitulada “Caracterização do perfil de terapeutas ocupacionais na região Centro-Oeste”, que foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer n.º 5.640.714 e CAEE 60398222.8.0000.8093, conforme a Resolução n.º 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Além disso, o estudo está vinculado ao grupo de pesquisa “EducaTO: formação, educação e terapia ocupacional”, certificado pelo CNPq, liderado pela primeira autora deste artigo.
Trata-se de um estudo transversal e descritivo, de abordagem quantitativa (Sampieri et al., 2006), conduzido com terapeutas ocupacionais com inscrição ativa nos Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da região Centro-Oeste que estavam em funcionamento no período da coleta dos dados (Crefito 9, 11 e 13).
Atualmente, a região Centro-Oeste conta com quatro conselhos; porém, quando da coleta dos dados para este estudo, o Crefito 19 ainda não havia sido criado e, por esse motivo, não há referências a este Conselho, porém compreende-se que os participantes atualmente inscritos neste novo conselho constam nessa pesquisa dentre os participantes do Crefito 11.
A pesquisa contabilizou 202 respostas; no entanto, 15 respostas foram excluídas por terem sido respondidas por profissionais inscritos em conselhos não localizados na região Centro-Oeste, por profissionais que ainda não haviam concluído a graduação, e por duplicação. Assim, a amostra foi composta por 187 participantes que atendiam aos critérios de inclusão do estudo.
Os dados foram coletados por meio de um questionário elaborado pelas pesquisadoras, composto por variáveis sociodemográficas (gênero, faixa etária, estado civil, cor da pele, renda familiar, local de residência e trabalho, local de atuação, Crefito de vínculo) e aspectos acadêmicos (região da graduação, natureza da instituição de ensino superior, ano de conclusão da graduação, formação complementar e área de formação complementar).
Como procedimento de coleta de dados, as profissionais foram convidadas a responder à pesquisa de forma voluntária, por meio de redes sociais. Após a concordância em participar, um link foi encaminhado a essas profissionais direcionando-se à página inicial da pesquisa, que continha os detalhamentos do estudo e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), a ser assinado virtualmente por meio de um ícone de preenchimento obrigatório.
Os dados foram coletados online entre setembro de 2022 e março de 2023, garantindo o anonimato e o sigilo das informações fornecidas pelas participantes.
Os dados foram organizados, quantificados e tabulados em uma planilha Excel® , analisados com base na estatística descritiva simples e apresentados como frequências absolutas (n) e relativas (%).
Para a discussão dos dados deste estudo, também foram considerados estudos nacionais e internacionais que abordavam aspectos sociodemográficos e acadêmicos de terapeutas ocupacionais em diferentes localidades e áreas de atuação.
Resultados
Os resultados foram organizados em duas partes, a primeira aborda os aspectos sociodemográficos das participantes (Tabela 1) e a segunda, os aspectos acadêmicos (Tabela 2).
Identificação e caracterização de aspectos sociodemográficos de terapeutas ocupacionais da região Centro-Oeste do Brasil que participaram da pesquisa (N=187).
Caracterização do perfil acadêmico de terapeutas ocupacionais da região Centro-Oeste, Brasil, que participaram da pesquisa (N=187).
Em relação aos aspectos sociodemográficos, os resultados revelaram que a maioria das participantes eram mulheres (n=167; 89%), brancas (n=97; 52%) e, na ocasião da coleta de dados, estavam vinculadas ao Crefito 11 (66%), conforme informa a Tabela 1 a seguir.
O Distrito Federal não se organiza por estados e municípios, mas sim por regiões administrativas. Assim, das 83 profissionais que atuavam no Distrito Federal, 23 trabalhavam em mais de uma região administrativa, podendo abranger Brasília e/ou cidades satélites ou mais de uma cidade satélite.
Em relação aos demais estados, quatro participantes informaram atuar em mais de um local: duas em capital e interior, e duas em interiores. No entanto, a contabilização considerou apenas a primeira resposta dessas participantes.
Quanto aos aspectos acadêmicos das terapeutas ocupacionais participantes deste estudo, verificou-se que 70% (n=131) se formaram em universidades da região Centro-Oeste, 59% (n=111) em universidades públicas e 69% (n=129) possuem especialização lato sensu como maior titulação da formação complementar, conforme indica a Tabela 2 a seguir.
As participantes informaram a universidade na qual haviam se formado e, a partir dessa informação, foram criadas as categorias “região de formação graduada” e “natureza da IES de formação” para fins de organização. Para tanto, foram consultadas as informações disponibilizadas no sistema do e-MEC ou no site da instituição informada.
Em relação à formação complementar, as participantes forneceram mais de uma resposta; porém, foi considerada apenas a maior titulação informada. Verificou-se que a maioria possui especialização lato sensu ou residência multiprofissional ou MBA (n=129; 69%).
Além disso, ao contabilizar todas as respostas fornecidas, o resultado permaneceu inalterado, exceto pelo fato de que 131 participantes indicaram ter concluído especialização lato sensu ou residência multiprofissional ou MBA, e 127 informaram ter concluído cursos livres, que incluem cursos de curta duração, workshops, formações técnicas, entre outros.
Discussão
Este estudo revelou que 89% (n=167) das participantes eram mulheres, confirmando a predominância desse gênero na região Centro-Oeste, assim como em outros contextos nacionais e internacionais. Estudos realizados no Distrito Federal, na Paraíba, no Rio Grande do Sul e no Paraná indicaram que mais de 90% das terapeutas ocupacionais participantes eram mulheres (Lins & Monteiro, 2023; Mata et al., 2023; Graeber et al., 2018; Mariotti et al., 2016; Krug, 2014). Essa realidade também foi revelada em estudos internacionais, que evidenciam a predominância de mulheres na terapia ocupacional em diversas partes do mundo (World Federation of Occupational Therapists, 2022; Escudero-Escudero et al., 2020; Ned et al., 2020; Chai et al., 2017).
Dados estatísticos da educação superior brasileira indicam que a maioria dos ingressantes e concluintes de cursos de graduação e sequenciais de formação específica, tanto presenciais quanto a distância, são mulheres (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2022), o que reflete um contexto comum também na terapia ocupacional.
Estudos sobre a distribuição de gênero na profissão apontam que a entrada de mulheres na terapia ocupacional ocorreu, em grande parte, como uma forma de inserção no mercado de trabalho, sendo essa uma profissão historicamente associada ao cuidado, prática tradicionalmente vinculada às mulheres, o que pode ter influenciado a composição da categoria (Figueiredo et al., 2018; Lima & Paula, 2023).
Por outro lado, embora a terapia ocupacional seja uma profissão majoritariamente feminina, terapeutas ocupacionais homens relatam perceber diferenças de gênero no exercício profissional. Eles costumam ser escolhidos para cargos de liderança, são vistos como referência e sentem-se valorizados por serem homens (Ferreira & Almeida, 2022). Esse cenário evidencia a necessidade de avanços em prol da igualdade de oportunidades dentro de uma categoria predominantemente composta por mulheres.
Ainda assim, considera-se que essa configuração vem passando por mudanças, ainda que lentamente, e que essa tendência pode se acentuar ao longo do tempo. A replicação deste estudo no futuro poderá revelar resultados distintos dos apresentados aqui, não apenas em relação ao curso de terapia ocupacional, mas também a outras graduações oferecidas pelas instituições de ensino superior.
Em relação ao estado civil, os resultados revelaram que praticamente metade das participantes eram casadas (n=83; 44%) e metade eram solteiras (n=76; 41%). O estudo também contou com profissionais de diferentes faixas etárias, sendo a maioria delas com menos de 39 anos (n=125; 67%), sugerindo que a profissão é composta majoritariamente por profissionais jovens. No entanto, esse resultado pode estar associado ao método on-line de coleta de dados ou ao fato de a maioria das participantes ter formação recente. Resultados semelhantes foram encontrados no Paraná, onde 54,8% das terapeutas ocupacionais vivem em união conjugal e 82,4% têm menos de 40 anos (Mariotti et al., 2016), assim como entre egressos do curso de Terapia Ocupacional da Unifesp, onde a maioria também tem menos de 39 anos (Bianchi & Rosan, 2023). Estudos internacionais, como os realizados na Espanha (Escudero-Escudero et al., 2020) e na África do Sul (Ned et al., 2020), também apontaram que a maioria dos terapeutas ocupacionais analisados tinham menos de 40 anos.
Dados estatísticos da educação superior brasileira referentes a 2022 indicam que a maioria dos concluintes de cursos de graduação e sequenciais de formação específica, presenciais ou a distância, em universidades públicas ou privadas, formou-se entre 20 e 24 anos (n=48.302). O número de concluintes diminui progressivamente com o avanço da idade, sendo que apenas 170 pessoas se formaram com 65 anos ou mais (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2022). Esses dados sugerem que quanto menor a idade, maior o número de concluintes, e quanto maior a idade, menor o número de concluintes.
A predominância de profissionais jovens com formação superior pode estar relacionada à cultura de ingresso na universidade logo após a conclusão do ensino médio, geralmente por volta dos 18 anos. Entretanto, desde 2023, a Universidade de Brasília (UnB) passou a realizar um processo seletivo destinado a pessoas idosas para ingresso em cursos de graduação, conhecido como “Vestibular 60+”, que visa ao preenchimento de vagas extraordinárias conforme a adesão dos cursos (Universidade de Brasília, 2024). Essa iniciativa busca incentivar e viabilizar o ingresso de pessoas idosas na universidade e, caso replicada em outras instituições, pode impactar a distribuição etária dos profissionais de terapia ocupacional.
Com relação à cor da pele, verificou-se que 52% (n=98) das participantes se identificaram como brancas, seguido daquelas que se declararam pardas e pretas. Esse resultado é semelhante ao encontrado por Melo & Cruz (2022), que apontaram que 57,1% das estudantes matriculadas no curso de graduação em terapia ocupacional da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) se autodeclararam brancas. Além disso, os dados acompanham a realidade nacional dos concluintes de cursos de graduação de universidades brasileiras, onde a maioria se identifica como branca, seguido de pardos e pretos (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2022). De forma complementar, Ned et al. (2020) apontaram que, na África do Sul, a maioria das terapeutas ocupacionais registradas era brancas (n=66%).
Para Porto & Silva (2023), a predominância de pessoas brancas na terapia ocupacional é reflexo da colonização, que ainda hoje influencia no acesso desigual à educação e às oportunidades profissionais devido ao legado de discriminação racial e desigualdade socioeconômica. No Brasil, a Lei n.º 12.711, de 29 de agosto de 2012, estabeleceu políticas de ações afirmativas para reduzir desigualdades e ampliar o acesso ao ensino superior. Acredita-se que os resultados deste estudo refletem o impacto dessas políticas até o momento, uma vez que tanto os dados aqui apresentados como os do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2022) demonstram uma proximidade entre o número de estudantes autodeclarados brancos e pardos, por exemplo.
Além disso, no Brasil, as instituições de ensino superior desenvolvem iniciativas voltadas à permanência desses estudantes na universidade, incluindo políticas de assistência estudantil. Essas políticas são implementadas por meio da disponibilização de bolsas-auxílio (para alimentação, moradia, tecnologia, entre outros), editais de monitoria e tutoria, e programas específicos para participação em iniciação científica com remuneração, entre outras ações, visando reduzir a evasão e promover a permanência na formação.
Apesar dessas iniciativas, França & Tostes (2021) discutem as dificuldades enfrentadas por pessoas pretas e pardas para permanecerem nas instituições de ensino superior. Essas autoras apontam que, embora os estudantes busquem usufruir das estratégias oferecidas pela universidade, elas nem sempre são suficientes, tornando necessário recorrer a alternativas complementares, como ações individuais e inserção no mercado de trabalho. Ainda assim, ressaltam a importância das políticas de ações afirmativas no enfrentamento das desigualdades e sugerem a ampliação dessas estratégias.
No presente estudo, verificou-se que a maioria das participantes (66%; n=123) estava vinculada ao Crefito 11, que, à época da coleta de dados, abrangia o estado de Goiás e o Distrito Federal. No entanto, grande parte delas residia e atuava no Distrito Federal (45%; n=85). Esse resultado era esperado, uma vez que o Distrito Federal concentra o maior número de terapeutas ocupacionais inscritas no conselho regional em comparação aos estados da região Centro-Oeste. Nesse sentido, uma consulta ao Portal Transparência do Crefito 11, realizada em 2 de setembro de 2024, indicou que havia 620 terapeutas ocupacionais ativas no Distrito Federal (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 11, 2024).
Esse resultado pode estar relacionado ao fato de que, atualmente, o Distrito Federal abriga o único curso de graduação em terapia ocupacional oferecido por universidade pública, o que pode atrair candidatos ao curso e levar à permanência de egressos na localidade. Esse padrão também foi observado no Paraná, onde a maioria das terapeutas ocupacionais se formou em universidade pública e permaneceu na mesma região (Mariotti et al., 2016). Por outro lado, esse resultado pode estar associado ao fato de que as capitais concentram um maior número de serviços, áreas de atuação e demandas por terapeutas ocupacionais.
Este estudo revelou que 54% (n=97) das participantes atuavam em capitais e 48% (n=88), em interiores ou cidades satélites, no caso do Distrito Federal. Apesar da distribuição relativamente equilibrada, observa-se uma tendência de maior concentração de profissionais nas capitais. Estudos nacionais e internacionais indicam que a maioria das terapeutas ocupacionais se concentra em regiões mais centrais (Chai et al., 2017; Mariotti et al., 2016).
Na realidade da região Centro-Oeste, verifica-se que essa é a região brasileira com o menor número de cursos de graduação em terapia ocupacional em atividade, totalizando sete, sendo um público e seis privados (Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior, 2024). E é possível que haja interessados no curso de terapia ocupacional que não o realizam devido à ausência de oferta de cursos e/ou vagas em sua localidade. Esses dados reforçam a necessidade da abertura de novos cursos de graduação em terapia ocupacional na região, especialmente em cidades e regiões administrativas mais distantes das capitais que compõem a região Centro-Oeste, além da ampliação da oferta em universidades públicas, possibilitando o acesso de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
No decorrer desta pesquisa, buscas realizadas no sistema e-MEC indicaram um crescimento no número de cursos presenciais de terapia ocupacional em atividade no Brasil: em junho de 2024, foram identificados 61 cursos, enquanto em dezembro de 2024, esse número subiu para 118. Esse aumento representa um avanço importante para a profissão no país. Entretanto, a região Centro-Oeste continua sendo a que possui o menor número de cursos (n=7), evidenciando a necessidade de maior oferta e distribuição de profissionais na região.
Este estudo contou com a participação de profissionais com diferentes tempos de formação e revelou que 70% (n=131) se formaram em instituições de ensino superior localizadas na região Centro-Oeste e 59% (n=111) concluíram a graduação em terapia ocupacional em universidade pública. Dados semelhantes foram encontrados em outros estudos nacionais, que também indicaram que a maioria das terapeutas ocupacionais concluiu a formação em universidades públicas (Lins & Monteiro, 2023; Graeber et al., 2018; Mariotti et al., 2016; Silva et al., 2015).
Destaca-se o estudo recente de Lins & Monteiro (2023) que, embora tenha focado o campo da educação, ao caracterizar as terapeutas ocupacionais, já apontava que a maioria deles havia se formado na UnB, atualmente a única universidade pública da região Centro-Oeste a oferecer o curso de terapia ocupacional.
Considera-se que, entre os fatores que podem estar vinculados ao maior número de profissionais oriundos de instituições públicas, destaca-se o fato de serem instituições consolidadas, com menor risco de fechamento do curso, e que, geralmente, formam duas turmas anuais. Isso evidencia a importância das universidades públicas para a formação de terapeutas ocupacionais. Por outro lado, ressalta-se a relevância dos cursos oferecidos por universidades privadas, que formam terapeutas ocupacionais em diversas localidades brasileiras e cujos projetos político-pedagógicos e formatos, geralmente oferecidos em apenas um turno, podem atender e se adequar a diferentes perfis de estudantes, especialmente àqueles que enfrentam dificuldades para conciliar trabalho e estudo.
Em relação à formação complementar, verificou-se que a maior titulação da maioria das participantes foi a graduação acompanhada de especialização lato sensu, residência multiprofissional ou MBA (n=129; 69%), sendo poucas as que realizam cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado). Esse dado também foi apontado por outros estudos nacionais (Lins & Monteiro, 2023; Bianchi & Rosan, 2023; Mariotti et al., 2016; Graeber et al., 2018).
Acredita-se que os cursos de especialização lato sensu, categoria que inclui os programas de residência multiprofissional, são mais procurados por serem mais acessíveis devido à maior oferta, à demanda por especialização em áreas específicas da profissão, à possibilidade de conciliar trabalho e estudo, à remuneração ou ao fato de estarem mais vinculados à prática profissional, considerando que este é o principal interesse da maioria dos egressos de terapia ocupacional. Por outro lado, o presente estudo revelou um número reduzido de profissionais com mestrado ou doutorado, programas destinados à formação de pesquisadores e docentes, reiterando que a região Centro-Oeste continua concentrando o menor número de profissionais com formação stricto sensu (Folha et al., 2018).
Na região Centro-Oeste, há programas de mestrado e doutorado em instituições públicas e privadas com linhas de pesquisa que envolvem temas vinculados à terapia ocupacional. No Distrito Federal, por exemplo, há terapeutas ocupacionais que atuam como docentes pesquisadoras, orientando em alguns desses programas. Isso poderia ser um fator motivador para que terapeutas ocupacionais buscassem ingressar nesses programas, apesar da não obrigatoriedade da orientação por terapeutas ocupacionais. Entretanto, é possível que o reduzido número de profissionais com essas titulações esteja relacionado ao desinteresse pela área acadêmica ou a questões financeiras, uma vez que nem sempre há garantia de bolsa, os valores podem ser menos atrativos que as ofertas do mercado de trabalho ou ainda pela dificuldade de conciliar as atividades laborais com a pós-graduação. Esse cenário pode ser parcialmente mitigado pela possibilidade recente de acúmulo de remunerações, viabilizada pela CAPES, por exemplo.
Nesse sentido, tem-se discutido a demanda por terapeutas ocupacionais em diversas regiões brasileiras, o que sugere a necessidade e urgência da abertura de novos cursos de graduação em terapia ocupacional. No entanto, a criação de novos cursos exigirá terapeutas ocupacionais qualificados para atuar na formação desses profissionais. Para isso, é fundamental refletir sobre estratégias que incentivem terapeutas ocupacionais a buscar formação em nível de mestrado e doutorado.
As participantes também informaram sobre sua área de formação complementar, e os resultados revelaram que a maioria (n=91) realizou formação na área de ciências da saúde. Esses dados convergem com os resultados de outros estudos nacionais, que apontaram as ciências da saúde como a principal área de formação complementar, seguidas pelas ciências humanas (Souza & Duque, 2024; Graeber et al., 2018; Folha et al., 2018).
A terapia ocupacional é reconhecida como uma profissão da área da saúde, e é possível que a maioria das oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho esteja vinculada a esse campo, o que pode justificar a predominância das formações complementares nessa área.
Um estudo recente sobre a área de atuação e o público atendido pelos egressos do curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Brasília, revelou que, do total de 83 participantes, 71% (n=58) atuam em clínicas, consultórios ou hospitais, e que 63% atendem crianças de 0 a 12 anos (Lins et al., 2024). Esses resultados reforçam a premissa de que terapeutas ocupacionais estão mais vinculadas a serviços da saúde que a outros campos de atuação e que atendem majoritariamente crianças. Essa predominância pode estar atrelada às demandas atuais da profissão em relação à população neurodivergente, que inclui pessoas com Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, Dislexia, entre outros, cujos diagnósticos são comumente realizados na infância.
Ou seja, ainda que existam possibilidades de atuação da profissão para além da saúde – na educação, assistência social, trabalho e cultura, por exemplo–, que são cenários em expansão, a atuação na saúde continua em sendo predominante na terapia ocupacional. Isso evidencia a importância de se refletir sobre uma formação profissional alinhada às demandas da prática.
Conclusão
Este estudo descreveu o perfil das terapeutas ocupacionais que atuam na região Centro-Oeste do Brasil, considerando aspectos sociodemográficos e acadêmicos.
Entre os principais resultados, identificou-se a predominância de mulheres jovens, brancas, residentes e atuantes no Distrito Federal, formadas em instituições de ensino superior da região Centro-Oeste, majoritariamente em universidades públicas, e com especialização na área da saúde como formação complementar. Por outro lado, considerando as mudanças em curso na sociedade e no mercado de trabalho, acredita-se que a replicação deste estudo no futuro possa contribuir para a compreensão da configuração das áreas de atuação das terapeutas ocupacionais do Centro-Oeste em um contexto sócio-histórico específico.
Apesar da existência de estudos que abordam o perfil de terapeutas ocupacionais a partir de diferentes áreas de atuação – o que representa um avanço no conhecimento sobre a terapia ocupacional e merece reconhecimento –, considera-se essencial a realização de pesquisas mais amplas. Estudos que transcendam as áreas de atuação específicas e englobem estados, regiões e o país são fundamentais para uma compreensão mais abrangente da realidade profissional de terapeutas ocupacionais. Adicionalmente, destaca-se a necessidade da abertura de novos cursos de graduação em terapia ocupacional presenciais na região, especialmente em localidades mais afastadas dos centros urbanos, assim como o incentivo à formação em mestrado e doutorado.
Os temas apontados e discutidos neste estudo não se esgotam aqui, mas devem servir como motivação para novas investigações em outras regiões brasileiras, sobretudo aquelas voltadas a estratégias para a ampliação da formação stricto sensu entre terapeutas ocupacionais.
Considera-se que estudos dessa natureza podem contribuir para a compreensão da realidade da profissão, para a avaliação do alcance das políticas de ações afirmativas, para a análise das mudanças no perfil profissional e para o planejamento e a formulação de estratégias e políticas que atendam às demandas da profissão.
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Os dados disponíveis no sistema de cadastros de cursos do Ministério da Educação podem não corresponder à realidade devido a possíveis atualizações na abertura e fechamento de cursos e na oferta de turmas.
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Como citar:
Lins, S. R. A., Barros, M. C. R., Oliveira, S. S. C., & Rodrigues, D. S. (2025). Aspectos sociodemográficos e acadêmicos de terapeutas ocupacionais da região Centro-Oeste do Brasil. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 33, e3951. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO40473951
Referências
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Editado por
-
Editora de seção
Profa. Dra. Daniela Tavares Gontijo
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
25 Abr 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
23 Set 2024 -
Revisado
20 Dez 2024 -
Aceito
06 Fev 2025
