Resumo
Este artigo de reflexão discute as contribuições da terapia ocupacional na promoção e garantia dos direitos das famílias LGBTQIA+, considerando barreiras históricas, estruturais e culturais que limitam o acesso a esses direitos e o exercício da cidadania. Propõe-se uma análise crítica da heteronormatividade e de sua influência na prática profissional, destacando a necessidade de abordagens teórico-práticas interseccionais. A heteronormatividade, presente no sistema legal e nos meandros institucionais, reconhece como legítimas apenas as famílias que se ajustam a padrões binários e heteroafetivos, excluindo historicamente diversas configurações familiares e perpetuando desigualdades no exercício das parentalidades. No campo da terapia ocupacional, ainda há exploração limitada dessa temática, o que evidencia a necessidade de desenvolver abordagens teóricas e práticas que desafiem esses marcos hegemônicos. Nesse sentido, sugerem-se estratégias concretas, como a criação e o fortalecimento de redes comunitárias, a articulação com movimentos sociais e a construção de políticas públicas inclusivas, enfatizando a integração entre níveis micro e macrossociais para efetivar o suporte às dinâmicas cotidianas dessas famílias.
Palavras-chave:
Terapia Ocupacional; Justiça Social; Enquadramento Interseccional; Parentalidade; Estrutura Familiar; Pessoas LGBT+