Open-access O processo de ensino-aprendizagem de saúde mental em terapia ocupacional: uma revisão de literatura

Resumo

Introdução  A formação acadêmica contemporânea vem exigindo atualizações das habilidades e das competências a serem adquiridas pelos futuros profissionais para acompanhar as mudanças nos paradigmas da saúde e da atenção psicossocial. A formação de terapeutas ocupacionais para o contexto de saúde mental é analisada sobre a perspectiva do processo de ensino-aprendizagem.

Objetivo  O objetivo da pesquisa foi analisar as produções científicas e identificar referenciais teóricos-metodológicos sobre o ensino de saúde mental na formação de terapeutas ocupacionais.

Método  Foi realizada uma revisão integrativa da literatura utilizando os descritores “occupational therapy”, “teaching” e “mental health” nas bases Web of Science e Scopus de artigos publicados entre 2020 e 2024.

Resultados  Cinco artigos científicos integraram a amostra final da revisão, sendo um artigo de reflexão e os demais artigos experimentais. O artigo de reflexão (n=1) discorreu sobre a prática profissional baseada nos conceitos da ocupação significativa voltada para autonomia e inclusão social dos usuários. Os artigos experimentais (n=4) descreveram intervenções realizadas com os alunos para aproximá-los da prática profissional, por meio da inclusão efetiva dos usuários no curso e no currículo, e incentivo ao uso de dispositivos de realidade virtual.

Conclusão  Tendências foram sinalizadas para a realização de pesquisas complementares, como o cumprimento das normas mundiais de ensino e a avaliação da integração do usuário e do uso de tecnologias de simulação para o ensino na realidade brasileira.

Palavras-chave:
Ensino; Saúde Mental; Terapia Ocupacional; Revisão

Abstract

Introduction  Contemporary academic training has been demanding updates on the skills and competencies to be acquired by future professionals to keep up with changes in the paradigms of health and psychosocial care. The training of occupational therapists for the mental health context is analyzed from the perspective of the teaching-learning process.

Objective  The objective of the research was to analyze scientific productions and identify theoretical-methodological references on the teaching of mental health in the training of occupational therapists.

Method  An integrative review of the literature was carried out using the descriptors “occupational therapy”, “teaching” and “mental health” in the Web of Science and Scopus databases of articles published between 2020 and 2024.

Results  Five scientific articles were part of the final sample of review, being a reflection article and the other experimental articles. The reflection article (n=1) discussed professional practice based on the concepts of meaningful occupation focused on autonomy and social inclusion of users. The experimental articles (n=4) described interventions carried out with students to bring them closer to professional practice, through the effective inclusion of users in the course and curriculum, and encouraging the use of virtual reality devices.

Conclusion  Trends were highlighted for carrying out additional research, such as compliance with global teaching standards and the evaluation of user integration and the use of simulation technologies for teaching in the Brazilian reality.

Keywords:
Teaching; Mental Health; Occupational Therapy; Review

Introdução

A terapia ocupacional enquanto área do conhecimento está historicamente vinculada às ciências da saúde. Em seu processo de constituição, a terapia ocupacional acompanha e responde à sociedade, ao mesmo tempo que vem construindo novos contornos e contextos da atuação profissional. Como profissão, vem sendo moldada pelos processos históricos, políticos, geográficos e, sobretudo, pelas demandas de saúde.

As mudanças dos paradigmas na saúde exigem que as áreas do conhecimento relacionadas se atualizem para realizar uma intervenção adequada às características contemporâneas. As transformações epidemiológicas e das perspectivas de assistência avançaram em direção a uma nova concepção de atenção à saúde.

Considerando esse entendimento, tornou-se recomendado que a compreensão do processo de saúde-doença seja baseada nos determinantes sociais de saúde, na atuação em níveis de atenção em saúde articulados com o território e, principalmente, tendo o sujeito como centro das práticas do cuidado (Paim, 2008). Os estudos sobre os determinantes sociais vêm ganhando cada vez espaço nas discussões em saúde. Uma pesquisa de revisão de Machado et al. (2023) trouxe de forma atualizada a complexidade do assunto ao discutir sobre a relação com a desigualdade em saúde no Brasil, a determinação social na/da saúde e a relação dos determinantes sociais com a violência.

Na perspectiva de atualização frente às demandas contemporâneas, a terapia ocupacional vive um processo crescente e contínuo marcado pelo movimento de produção de conhecimento e pela afirmação da importância de uma atuação que considere diferentes contextos de vida da população atendida. Além disso, é necessária uma reflexão sobre a formação dos profissionais para atender às transformações na área da saúde, tema que já vem sendo estudado nas diversas áreas profissionais e de conhecimento que integram esse campo.

O ensino em saúde vem exigindo a utilização de uma gama de diferentes tecnologias para acompanhar o avanço da assistência. A tecnologia pode ser descrita sob diferentes perspectivas teóricas e significados. No entanto, numa visão cotidiana e concreta, é comum associar tecnologia a dispositivos que refletem o refinamento de softwares e equipamentos de última geração. Entretanto, a complexidade do tema na saúde exige uma ampliação dessa perspectiva sobre o conceito de tecnologia.

A expansão do tema avança a tal ponto que se torna necessária uma organização léxica dos principais construtos derivados da produção de pesquisas na área. Um exemplo disso é a publicação de Silva et al. (2020), que identificou diversos tipos de tecnologias educacionais predominantes nas pesquisas dos programas de pós-graduação sobre ensino em saúde, reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Nogueira et al. (2022) fizeram uma revisão teórica analisando algumas terminologias sobre as expressões educação em saúde e educação na saúde. Segundo os autores, o processo de ensino-aprendizagem tem evoluído para um modelo dialógico que busca pela relação horizontal entre educador e educando. Essa abordagem pedagógica tem uma tendência para o ensino problematizador que incentiva a capacidade de construção do conhecimento de forma crítica e significativa para o aluno que deseja transformar as realidades sociais por meio do conteúdo adquirido.

Campos et al. (2023) trazem o conceito de tecnologia social como algo que possui a capacidade de melhorar a qualidade de vida sob uma perspectiva coletiva e relacional. Os autores afirmam que as tecnologias sociais são ferramentas de resgate do cuidado humanizado e que, quando utilizadas no ensino em saúde, são capazes de elevar o aprendizado por meio da compreensão do ato de cuidar e das questões que envolvem sofrimento humano (Campos et al., 2023). Assim, o ensino em saúde abarca a problematização da conciliação entre a teoria e a prática, que é marcada pela dinamicidade da integração entre a formação e a assistência.

Em relação à formação em terapia ocupacional, Souza et al. (2022) reforçam a necessidade de sustentação do equilíbrio entre a educação e a saúde. No mesmo estudo, os autores iniciaram a discussão sobre a aproximação dos usuários na formação dos futuros profissionais da saúde, favorecendo o aprendizado por meio do incentivo à validação das necessidades da população e do território aos quais os alunos prestam atendimento.

Nesse sentido, Kubo & Botomé (2005), referencial adotado pelo presente estudo, reforçam o significado da ação contínua no desenvolvimento entre os envolvidos na aquisição de conhecimento. Os autores utilizam a expressão processo de ensino-aprendizagem que abarca em si a dimensão relacional entre professor, aluno, ambiente e conhecimento, os quais devem constituir uma relação horizontalizada e integrada. Eles afirmam que a ação de ensinar só se efetiva na existência concomitante da aprendizagem, constituindo assim uma relação indispensável de troca entre as partes para efetivação da ação em questão (Kubo & Botomé, 2005).

Estudos indicam que o principal objetivo do incentivo à formação em saúde é capacitar os educandos para se tornarem agentes de transformação em contextos de vida que demandem uma atuação crítica e resolutiva diante das realidades encontradas, promovendo uma identidade profissional capaz de transformar vidas e de agir como tensionadora e geradora de respostas sociais (Almeida-Filho & Nunes, 2020; Nogueira et al., 2022).

Considera-se que as inovações para a atuação profissional crítica e alinhada aos avanços citados exigem um reconhecimento da necessidade de atualização (Falcón et al., 2006). As inovações curriculares na história do ensino na saúde acompanham correntes teóricas do campo da pedagogia com importantes autores brasileiros como pedagogia contextual Paulo Freire e Anísio Teixeira, propositor da escola democrática e integral (Almeida-Filho & Nunes, 2020).

Diante do exposto, destaca-se a raridade de estudos que abordam a temática da formação em terapia ocupacional e, especificamente, não há notícias de estudos nacionais que explorem o processo de ensino-aprendizagem em terapia ocupacional na área de saúde mental. Assim, o presente artigo estabeleceu como recorte a análise do processo de ensino-aprendizagem de terapeutas ocupacionais para o contexto da saúde mental.

No Brasil, o reconhecimento da saúde mental como uma especialidade da terapia ocupacional aconteceu por meio de documento público em 18 de agosto de 2011, porém o exercício profissional do terapeuta ocupacional na saúde mental está presente desde a constituição da profissão (Brasil, 2011). A história da atuação de terapeutas ocupacionais no Brasil estabelece uma relação próxima com as mudanças paradigmáticas que o campo da saúde mental vem passando ao longo dos anos. As perspectivas moral e manicomial sofreram tensionamentos de diferentes origens e intensidades para serem substituídas pelo cuidado integral do sujeito em sofrimento psíquico.

Adotar a concepção antimanicomial requer constante renovação do pensamento e questionamentos que sustentam a produção de cuidado em saúde mental, assim como são necessárias mudanças amparadas pelos meios jurídicos, políticos, financeiros e físicos para avançar na prática da atenção psicossocial no Brasil. Além disso, considera-se que os usuários, os familiares e os profissionais compõem o grupo de indivíduos que compartilham o processo de saúde e adoecimento psíquico.

A complexidade e o alcance desses eventos na formação de terapeutas ocupacionais constituíram o ponto de partida para elaboração da pergunta de pesquisa deste artigo: como está estruturado o processo de ensino-aprendizagem de terapeutas ocupacionais para atuar no campo da saúde mental? Assim, este estudo tem como objetivo analisar as produções científicas sobre o ensino de saúde mental na formação de terapeutas ocupacionais e identificar referenciais teóricos e metodológicos utilizados nas publicações sobre o processo de ensino-aprendizagem de saúde mental em terapia ocupacional. Portanto, o presente estudo tem relevância para a prática assistencial e para a comunidade científica por colaborar com as discussões sobre a formação dos futuros terapeutas ocupacionais que irão atuar no campo da saúde mental.

Método

A sistematização e a organização de estudos primários publicados permitem a produção de novos conhecimentos por meio do estabelecimento de análises que podem culminar em achados valiosos para o avanço da ciência. Os estudos de literatura compõem um campo ilimitado que interliga subáreas de diferentes disciplinas permitindo a atualização de achados esparsos nos bancos de dados.

As revisões do tipo meta-análise, do tipo sistemática e do tipo integrativa são amplamente reconhecidas no meio acadêmico (Mendes et al., 2008). Outras categorizações e nomenclaturas podem ser encontradas considerando que existe uma diversidade de tipos de revisões de literatura que recebem diferentes tipos de classificações a depender do referencial metodológico adotado (Mendes et al., 2008).

Os três tipos de revisões citadas têm em comum a intenção de reunir produções científicas para responder alguma pergunta que não foi respondida previamente pela comunidade acadêmica com nível de evidência suficiente para afirmar ou rejeitar as hipóteses relacionadas a determinados objetivos de pesquisa. Cada tipo de revisão apresenta especificidades em relação à finalidade, procedimentos e critérios de inclusão/exclusão dos estudos primários selecionados para análise (Mendes et al., 2008).

A revisão integrativa foi escolhida para esta pesquisa considerando o objetivo de elucidar o entendimento sobre o processo de ensino-aprendizagem de saúde mental em terapia ocupacional por meio de evidências geradas por estudos primários. Souza et al. (2010) e Mendes et al. (2008) descreveram seis etapas para realização de uma revisão integrativa, são elas: 1) identificação do tema e elaboração da pergunta de pesquisa; 2) busca na literatura com base nos critérios de inclusão/exclusão; 3) coleta de dados; 4) análise dos estudos; 5) interpretação e discussão dos resultados; 6) apresentação da revisão. A realização da revisão integrativa seguindo a execução dos procedimentos indicados na literatura tende a assegurar que os resultados sejam fidedignos em relação à realidade estudada. Sendo assim, é recomendado que o(a) pesquisador(a) responsável siga as etapas comumente orientadas e, quando aplicável, adote o uso de instrumentos com reconhecimento internacional para extração dos dados dos trabalhos primários.

A rede internacional EQUATOR é uma associação de pesquisadores da saúde que estabelecem uma valiosa força de trabalho para adequar e organizar as informações de pesquisas de saúde de forma sistemática para todo o mundo. A EQUATOR criou diretrizes para que os pesquisadores pudessem fazer relatórios de pesquisas consistentes e adequados para cada tipo de pesquisa. Existem pelo menos 15 instrumentos publicados originalmente na língua inglesa, para atender os 11 tipos de estudos descritos pela EQUATOR. Alguns tipos de estudo têm mais de uma opção de diretriz para orientar os relatórios de pesquisa, além de documentos de atualização e as respectivas traduções para vários idiomas.

A diretriz denominada Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (Moher et al., 2009) orienta a construção de relatórios de revisões sistemáticas. Esse instrumento é o que mais se aproxima do tipo de pesquisa deste artigo ― revisão de literatura ―, porém não é a classe exata. A aproximação entre o que é preconizado e a realidade do levantamento realizado permitiu que a ideia central do PRISMA servisse como norte e que o fluxograma proposto pelo instrumento representasse graficamente as fases da revisão integrativa descritas anteriormente (Moher et al., 2009).

Foram incluídos trabalhos publicados nas bases Web of Science e Scopus que apareceram como resultado da estratégia de busca elaborada para a pesquisa. Foram incluídas todas as publicações em inglês, português e espanhol. O recorte temporal considerado para a busca foi de 2020 até março de 2024.

Foram excluídos os trabalhos que não estavam disponibilizados na íntegra de forma gratuita mediante o acesso via identificação pela credencial do programa de pós-graduação ao qual as autoras estão vinculadas. As publicações duplicadas foram excluídas. Os trabalhos que não responderam à questão da pesquisa após a leitura do título e do resumo foram excluídos.

Foram adotados três descritores (termos exatos) indicados pela DeCS/MeSH intercalados pelo operador booleano and: “occupational therapy”, “teaching” e “mental health”.

A etapa de coleta de dados exigiu uma organização preliminar do conteúdo que foi exportado pela base de dados. A leitura completa das publicações foi realizada após a organização inicial e verificação da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão.

A base de dados Web of Science identificou 121 artigos como resposta à estratégia de busca utilizada. A aplicação dos critérios de disponibilização na íntegra e publicação nos anos indicados reduziu o quantitativo para 42 artigos. A base de dados Scopus identificou 119 artigos como resposta à estratégia de busca, e com a aplicação dos mesmos critérios o quantitativo reduziu para 23 artigos.

A exclusão das publicações que estavam listadas nas duas bases de dados ao mesmo tempo após a organização das informações exportadas automaticamente pelas bases permitiu a elaboração de uma planilha única com o quantitativo de 51 artigos, os quais avançaram para a etapa seguinte.

O procedimento de leitura do título e do resumo permitiu a verificação da proximidade com o tema e objetivos da revisão, o que levou à exclusão de 39 artigos. As 12 publicações selecionadas foram lidas na íntegra, e após análise detalhada, cinco trabalhos foram considerados elegíveis para amostra final por guardarem familiaridade com o tema do ensino de saúde mental para alunos da graduação de terapia ocupacional. A Figura 1 ilustra o fluxograma das etapas de seleção das publicações.

Figura 1
Fluxograma da seleção das publicações.

Os dados dos artigos foram analisados de forma descritiva considerando título, autores, ano, revista, tipo de estudo, objetivo e conclusão. A análise metodológica dos artigos permitiu a descrição e contextualização dos principais achados de forma relacionada ao tema.

Resultados

Foram incluídos na amostra cinco artigos considerando a busca a partir de 2020 até 2024. Os estudos selecionados têm entre si diferentes delineamentos metodológicos. Um deles é um artigo de reflexão e os outros quatro artigos são derivados de pesquisas experimentais. As informações sobre as características dos artigos e os pontos centrais como objetivo e conclusão estão representados na Tabela 1.

Tabela 1
Estudos selecionados.

O estudo de Osorio & Montaño (2022), um artigo de reflexão, foi o único publicado no único periódico brasileiro identificado no levantamento. O trabalho apresenta uma reflexão da prática de professores colombianos do campo psicossocial sobre o ensino de saúde mental no país de origem sob uma perspectiva qualitativa (Osorio & Montaño, 2022). A principal contribuição do artigo de Osorio & Montaño (2022) parte do consenso dos professores ― majoritariamente professores de disciplinas práticas ― em direcionar a formação dos futuros terapeutas ocupacionais que irão atuar na saúde mental para as ocupações subjetivas dos usuários. A discussão trazida pelos autores, que adotam uma perspectiva que se aproxima da prática baseada na comunidade, indica que as ocupações subjetivas são aquelas baseadas nos interesses e nas capacidades individuais, as quais consideram os contextos habituais do sujeito como espaço adequado para intervenção. (Osorio & Montaño, 2022).

Osorio & Montaño (2022) elegem o termo ocupação para orientar a preparação para a prática profissional reconhecendo o valor da aplicação do conceito como ferramenta para autonomia e inclusão social. Por fim, os autores reforçam que a formação e a atuação profissional não devem ser orientadas para a resolução de sintomas para não incorrer na institucionalização da prática, pois a atuação deve ser orientada pela e para a abordagem integral do sujeito nos serviços de saúde descentralizados e no território.

Enquanto o artigo de Osorio & Montaño (2022) foi o único artigo publicado em periódico nacional, o artigo de Sullivan et al. (2021) foi o único artigo publicado em uma revista não específica de terapia ocupacional. Tal artigo foi publicado na revista Journal of Higher Education Theory and Practice (JHETP), que tem como escopo evidências científicas sobre a temática da formação para o ensino superior. Os resultados da pesquisa realizada por Sullivan et al. (2021) evidenciaram o aumento do sentimento de preparo e confiança ao passar pela simulação do atendimento voltado para usuários de saúde mental com demandas de uso e abuso de substâncias, demonstrando que o uso de tecnologias de simulação como estratégia no processo de ensino-aprendizagem reduziu custos financeiros para a instituição de ensino, dentre outros aspectos positivos.

Para os autores, a utilização da tecnologia que simula o contato direto com o usuário pode ser adotada como estratégia de preparação para a etapa de atendimento com usuário real, reduzindo fatores estressantes para os alunos. Além disso, a pesquisa aponta que houve melhora das habilidades de compreensão das necessidades do paciente e de incentivo para buscar tratamento; aspectos tão relevantes considerando a necessidade do comportamento assertivo do terapeuta quando o usuário demonstra iniciativa e procura atendimento (Sullivan et al., 2021).

Em outra perspectiva, diferente da proposta da utilização de tecnologia de simulação, os estudos de Arblaster et al. (2023) e Scanlan et al. (2020) descreveram aspectos relativos à aproximação entre alunos e usuários sob uma perspectiva de valorizar a contribuição dos usuários na construção do conhecimento dos alunos. O trabalho de Scanlan et al. (2020) afirma a necessidade de aprofundar os tipos de aproximação ao identificar facilitadores e barreiras para a implantação de meios de envolvimento dos usuários na formação em terapia ocupacional. Arblaster et al. (2023), por sua vez, reconhecem o potencial para a formação do compartilhamento da vivência em saúde mental por parte dos usuários para com os alunos apontando para uma elaboração colaborativa de recursos de ensino.

Nessa mesma perspectiva, Logan et al. (2022) avaliaram o desenvolvimento das habilidades de empatia pelos alunos de terapia ocupacional que tiveram contato com usuários de saúde mental para a construção colaborativa de recursos que permitiam melhor forma de abordar e intervir junto aos usuários orientados pelos preceitos do recovery.

Discussão

O referencial internacional publicado pela World Federation of Occupational Therapists (WFOT) está descrito no documento Minimum Standards for the Education of Occupational Therapists (MSEOT) – Revised 2016. Há mais de 60 anos, o documento vem sendo revisado e têm sido publicadas atualizações periódicas. O documento sugere práticas pedagógicas, estratégias de ensino, descrevem habilidades e competências importantes e, de forma geral, tem como objetivo garantir a qualidade e o desenvolvimento da formação pelo mundo, reconhecendo as peculiaridades dos programas de ensino em cada país (World Federation of Occupational Therapy, 2016).

Analisando a distribuição dos artigos é possível identificar que a maioria das publicações se refere à realidade de dois países da Oceania, a Austrália e a Nova Zelândia. Além de tal relação geográfica entre as publicações, foi possível identificar que os autores dos quatro artigos em questão (Scanlan et al., 2020; Sullivan et al., 2021; Logan et al., 2022; Arblaster et al., 2023) realçaram a importância dos cursos de graduação seguirem os parâmetros preconizados pela acreditação da organização mundial de terapeutas ocupacionais.

O documento Accreditation standards for australian entry-level occupational therapy education programs, publicado originalmente em 2018, passou a ter vigência na Austrália em 2020 (Occupational Therapy Council of Australia, 2018). Na Nova Zelândia, o documento Competencies for Registration and Continuing Practice e o guideline dos padrões de acreditação também regulam e indicam padrões para o ensino e para a prática profissional no país (Occupational Therapy Board of New Zealand, 2022). A existência do documento específico de terapia ocupacional voltado para a região pode ser um indicativo de maior embasamento técnico para regulamentar o ensino no campo, além de implicar na adequação das exigências que vêm sendo referendadas pelas instâncias de organização e controle da profissão.

Ademais, os quatro artigos em questão desenvolveram estudos em nível de evidência superior (níveis três e quatro) adotando os critérios da Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) dos Estados Unidos da América, ao passo que a única pesquisa desenvolvida na América Latina apresenta o menor nível de evidência descrita pela AHRQ (nível sete) (Galvão, 2006). Infere-se, portanto, que ao produzir pesquisas com maior nível de evidência, essas instituições também apliquem o mesmo rigor quanto à formação de qualidade. Ao mesmo tempo, fatores culturais e econômicos da região podem destacar a importância da educação superior, refletida na produção científica sobre o tema.

Em três estudos analisados (Logan et al., 2022; Arblaster et al., 2023; Scanlan et al., 2020), tiveram destaque estratégias de aproximação entre o aluno e os usuários de saúde mental visando o desenvolvimento de habilidades e competências do futuro profissional. As vivências envolvidas nas três pesquisas são oriundas de instituições de ensino superior em que há uma aproximação diferenciada dos usuários à comunidade acadêmica. Na realidade de tais cursos, vem sendo estabelecida uma nova organização no processo de formação, abrangendo a participação dos usuários na elaboração, na execução e na avaliação do currículo.

A convivência entre aluno e usuário, nesse nível de relação, supera o contato habitual. Comumente, nessa relação terapeuta-usuário, os usuários estabelecem uma comunicação sobre sua experiência de vida em relação ao sofrimento psíquico. Mudando essa situação, as novas propostas permitiram o aumento do nível de empatia e o desenvolvimento de estratégias de ensino-aprendizagem mais adequadas às demandas reais dos usuários de saúde mental, colaborando com o sucesso nas intervenções e troca de conhecimento. Os estudos constatam a necessidade de suporte institucional para que essas práticas possam continuar existindo, criando meios de manter os usuários e alunos próximos e dando continuidade a uma relação benéfica para ambos os lados (Logan et al., 2022; Arblaster et al., 2023; Scanlan et al., 2020).

Estudos nacionais sobre a metodologia ativa no ensino de cursos de graduação da área da saúde, destacam a importância da participação do estudante no processo de ensino-aprendizagem (Amaral et al., 2021; Araújo et al., 2024). No entanto, a participação de pacientes/usuários de forma ativa nesse processo, conforme apresentados nos estudos acima, parece ser pouco explorada no Brasil.

Ainda em relação aos artigos internacionais analisados neste estudo, vale destacar a dimensão termos-chave que foram mais referidos por todos os autores, e que parece orientar as publicações sobre o tema da revisão, tais como: “Consumer Participation”, “Occupational Therapy Education”, “Co-Design” e “Co-production”. Esses termos são constructos pertinentes à pesquisa de ensino de saúde mental para alunos de terapia ocupacional. No entanto, é necessário aguardar uma elaboração consensual da comunidade acadêmica para que seja validada uma tradução fidedigna da descrição conceitual de tais termos, por isso todas as palavras foram redigidas na língua de origem (Logan et al., 2022; Arblaster et al., 2023; Scanlan et al., 2020).

O exercício de fazer uma livre tradução para o português e buscar relações conceituais com o que vem sendo indicado pelos estudos internacionais faz com que sejam estabelecidas discussões e possíveis encontros com o que vem sendo escrito no Brasil, como o Plano Nacional de Educação (PNE) e, mais especificamente, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de terapia ocupacional. O PNE não menciona, em seus artigos, referência à participação dos usuários nos cursos de graduação na elaboração ou avaliação dos currículos como metas e estratégias para serem alcançadas pelas instituições de ensino superior (Brasil, 2014). O que vem sendo destacada é a participação das pessoas da comunidade civil em estratégias colegiadas de fiscalização e monitoramento das políticas públicas como componentes das instâncias do Conselho Nacional da Educação (CNE) e do Fórum Nacional de Educação (FNE) (Brasil, 2014).

As DCNs são uma referência essencial para a construção dos projetos pedagógicos das instituições de ensino e visam assegurar que a formação oferecida tenha qualidade e relevância social e profissional em âmbito nacional. O Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou em 4 de dezembro de 2020 o parecer técnico das novas propostas de Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação de bacharelado em terapia ocupacional, válidas em todo território nacional. Ao longo dos 26 artigos estão descritas informações para implementação do curso desde aspectos organizativos, como carga horária (mínimo de 3.600 horas, integralizadas em 4 anos) e modalidades de atividades (teóricas, práticas e complementares), até os conhecimentos essenciais que devem ser abordados por área de conhecimento ao longo do curso (Brasil, 2020).

Ressalta-se que o uso do termo “educação” junto à expressão “terapia ocupacional” pode gerar ambiguidade no Brasil devido à proximidade da terapia ocupacional com a educação enquanto campo de atuação. Esse campo vem ampliando o espectro de atuação de terapeutas ocupacionais e, consequentemente, vem aumentando as publicações com esse termo (Brasil, 2018). Para dirimir dúvidas entre os dois temas, deve-se buscar os termos que vêm sendo adotados em estudos nacionais, os quais já inauguraram uma discussão sobre a formação em terapia ocupacional. Estudos nacionais têm utilizado o termo “formação” junto à expressão “terapia ocupacional”, acrescidos ou não de outros qualificadores (Constantinidis & Cunha, 2014; Lopes, 1996; Roriz et al., 2023).

Outro termo bastante utilizado nos artigos é “recovery”. Esse termo não se refere especificamente ao processo de ensino-aprendizagem da terapia ocupacional, mas está relacionado a ele. Recovery é um conceito que se refere ao processo pessoal de recuperação e fortalecimento de pessoas que enfrentam transtornos mentais, focado na construção de uma vida significativa e satisfatória, apesar dos desafios trazidos pelo sofrimento psíquico. No Brasil, esse termo ganhou representatividade conforme abordado na revisão integrativa sobre a atualização do termo no país (Brandão et al., 2022). A abordagem do recovery prevê a criação de estratégias que busquem novos sentidos para a história de sofrimento psíquico. Os termos “protagonismo”, “inclusão” e “empoderamento” junto a “usuário” vêm no bojo dessa abordagem (Brandão et al., 2022).

Realizando uma análise da incidência do termo recovery na maioria dos artigos analisados, pode-se identificar relações entre a prática orientada por essa abordagem, a formação e a prática profissional. Pelos resultados encontrados, infere-se que a partir do momento em que há o incentivo do protagonismo dos usuários no processo formativo, seja pela narrativa das experiências de vida ou por outras estratégias, engendra-se um novo padrão no processo de ensino-aprendizagem: os próprios alunos entendem que o referencial que lhes foi ensinado é o ponto de partida para as definições e intervenções a serem realizadas junto às pessoas em sofrimento psíquico. A formação sustentada pelo reconhecimento do sujeito em sua especificidade permitirá a elaboração do raciocínio clínico em outro nível de relação e conexão estabelecida com usuários, serviços, profissionais e familiares.

Avançando na análise dos artigos que compõem a amostra, foram detectadas três tendências que compõem os resultados e os referenciais adotados nos referidos estudos. É importante destacar que os achados dos trabalhos internacionais suscitam dúvidas quanto à sua pertinência para a realidade brasileira. Infere-se a necessidade de pesquisas complementares que possam vir a responder sobre a possibilidade da utilização destas tendências no sistema de ensino brasileiro e, mais especificamente, para o ensino de terapia ocupacional em saúde mental.

A primeira tendência, encontrada nos artigos de Arblaster et al. (2023), Logan et al. (2022) e Scanlan et al. (2020), trata da utilização dos padrões e/ou recomendações que orientam o ensino de terapia ocupacional, ou seja, no caso dos estudos citados, os parâmetros preconizados pela acreditação aplicada à organização mundial de terapeutas ocupacionais, além de documentos que regulam e indicam padrões para o ensino e para a prática profissional nos países de origem dos estudos. No Brasil, destaca-se a necessidade de estudos que abordem os parâmetros oficiais orientadores do ensino de terapia ocupacional, das DCNs, além do referencial internacional da WFOT, especialmente para o campo da saúde mental no contexto brasileiro.

A segunda tendência que elevaria o nível do processo de ensino-aprendizagem parte do favorecimento do desenvolvimento de relações horizontalizadas e diminuição do estigma para com os usuários (Arblaster et al., 2023; Logan et al., 2022; Scanlan et al., 2020). Os estudos preconizam a integração dos usuários de saúde mental com os alunos na perspectiva de construção e de convivência, não apenas no âmbito paciente-profissional, mas também com o objetivo de uma construção colaborativa entre alunos e usuários. Como citado anteriormente, não se tem notícias de experiências nesse sentido no ensino de terapia ocupacional Brasil.

A última tendência foi identificada no artigo Impact of a virtual role-play simulation in teaching motivational interviewing communication strategies to occupational therapy students for readiness in conducting screening and brief interventions, de Sullivan et al. (2021). Essa tendência diz respeito ao uso de tecnologias no processo de ensino-aprendizado, como programas de realidade virtual que simulam atendimentos e modalidades de abordagem junto aos pacientes de saúde mental.

O uso de tecnologias de realidade virtual pode ser incentivado no Brasil, sendo incorporado ao contexto da saúde mental como algo inovador por meio de parceria com as instituições que já adotam a prática em outros países. Alguns estudos nacionais já relatam experiências de uso de simuladores de baixa tecnologia para o favorecimento de habilidades de escuta terapêutica e da capacidade de identificar demandas reais dos usuários (Oliveira et al., 2018). Os autores da pesquisa realizada com alunos da graduação do curso de enfermagem deixaram claro as limitações encontradas para operacionalização e utilização da prática, como o preparo docente, a disponibilidade e preparo dos voluntários, além suporte de material e estrutural para aplicar o processo de ciclos de simulação clínica (Oliveira et al., 2018).

Outro estudo, também referente ao ensino de enfermagem, que aborda o uso de tecnologias no processo de ensino-aprendizagem em saúde mental é de Rodrigues et al. (2016). Os autores descreveram a utilização do paciente simulado como estratégia de desenvolvimento da habilidade de comunicação de alunos da graduação de enfermagem em parceria com atores vinculados ao núcleo da instituição de ensino superior de referência. Na busca por publicações nacionais que estabelecessem informações sobre o uso de tecnologias de simulação para o ensino de saúde mental não foram encontrados estudos de outro curso de nível superior que não fosse a enfermagem.

Diante do exposto, ressalta-se a importância de se investigar de que forma tais tendências irão se colocar no ensino de terapia ocupacional ao longo dos anos. Outro aspecto relevante levantado na discussão é a pertinência de uma análise das formas de implantação das tendências alinhadas às necessidades culturais e históricas do que vem se construindo enquanto assistência para atenção psicossocial no Brasil.

Ainda em relação ao Brasil, não foram identificadas publicações sobre o ensino de saúde mental para alunos de terapia ocupacional no nosso país na amostra, mesmo sendo utilizadas bases de dados que contemplam a produção científica nacional e palavras-chaves em português. Isso aponta para uma limitação na produção de conhecimento sobre o tema na realidade nacional.

Além disso, não foram identificados nos artigos considerações em relação aos aspectos organizativos dos cursos e das disciplinas, como carga horária, materiais de referência, métodos de avaliação dos alunos e duração das aulas, modalidades de aula, semestre de ocorrência. Os principais achados apontam para a necessidade de estabelecer uma investigação robusta das instituições de ensino e dos professores brasileiros para compreender o que vem sendo construído no país sobre o ensino de saúde mental tendo em vista a ausência de pesquisas publicadas nacionalmente.

As constatações evidenciadas nos parágrafos anteriores endossam a discussão sobre a necessidade do desenvolvimento de pesquisas brasileiras, em especial com nível de evidência mais elevado para contribuir com a temática. Além disso, são importantes estudos que agreguem ao cenário acadêmico mundial para, assim, estabelecer o desenvolvimento e o diálogo amplo de conhecimentos no campo da terapia ocupacional.

Conclusão

Diante do exposto, constata-se que o tema de ensino de saúde mental para alunos de terapia ocupacional tem evidências incipientes. Foi possível detectar uma corrente que incentiva a relação próxima ao usuário como forma de melhorar o desenvolvimento de habilidades, bem como um incentivo ao uso de tecnologias duras (ex: de realidade virtual) como estratégia de desenvolvimento de habilidades e competências, que podem afastar o aluno do contato com o usuário real; incentivos pedagógicos esses aparentemente antagônicos.

O encontro dessas duas perspectivas compõe um cenário complexo, que vem sendo remodelado fortemente, sobretudo após a pandemia do COVID-19. Serra et al. (2021) afirmaram sobre a necessidade de mudança na educação médica remodelando o plano de formação geral do curso, necessidade que é inerente aos campos de saber que envolvem o cuidado humano para a assistência em saúde. Infelizmente os artigos selecionados não abordaram os efeitos da pandemia diretamente sobre o ensino de terapia ocupacional para a saúde mental, mas possivelmente este pode ser um objeto para pesquisas futuras no campo do ensino para alunos da graduação.

O estudo identificou os conceitos adotados como referenciais nos locais em que a temática vem sendo estudada, o que permite um direcionamento dos estudos em dois sentidos: o primeiro no âmbito da intervenção, orientado pelos conceitos de recovery e de prática baseada na comunidade; e o segundo no âmbito de estruturação do processo de ensino-aprendizagem em terapia ocupacional pelos conceitos de consumer participation, co-design e co-production.

A ausência de artigos que comparam estratégias pedagógicas adotadas para ensino de saúde mental para alunos da graduação justifica a necessidade de pesquisas sobre o tema. A revisão apresentada aponta a necessidade de conhecer a realidade do ensino no Brasil, no seu âmbito formal de organização junto às instituições de ensino superior, o nível de participação dos usuários com os alunos e a utilização de tecnologias de simulação nas disciplinas como estratégia de ensino. Destacamos a participação do usuário no processo de ensino-aprendizagem em terapia ocupacional em saúde mental como estratégia inovadora na realidade de ensino de graduação em saúde no Brasil. Tal abordagem vai ao encontro das propostas de produção de cuidado na perspectiva do paradigma da atenção psicossocial, que é componente central para a política no campo a saúde mental no Brasil.

Ressaltamos ainda a importância da discussão sobre ensino-aprendizagem em terapia ocupacional em saúde mental em eventos científicos sobre a docência em terapia ocupacional, como o “Encontro Nacional de Docentes de Terapia Ocupacional”, assim como o “Seminário Nacional de Pesquisa em Terapia Ocupacional”, uma vez que tais eventos são importantes espaços de divulgação científica e discussão da produção de conhecimento em diferentes campos da terapia ocupacional, inclusive no campo da saúde mental, sendo encontros propícios para fomentar pesquisas sobre o tema.

  • Como citar:
    Faria, I. B. A., & Constantinidis, T. C. (2025). O processo de ensino-aprendizagem de saúde mental em terapia ocupacional: uma revisão de literatura. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 33, e3783. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAR391337831

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Editado por

  • Editora de seção
    Profa. Dra. Adriana Miranda Pimentel

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Abr 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    27 Fev 2024
  • Revisado
    15 Mar 2024
  • Revisado
    25 Set 2024
  • Aceito
    03 Dez 2024
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