Open-access Paratletas brasileiros: papéis ocupacionais ao longo do tempo

Resumo

Introdução  O engajamento do sujeito em ocupações significativas ao longo da vida é fundamental. Porém, o envolvimento em algumas ocupações pode dificultar o desempenho de outras igualmente importantes. A carreira paralímpica pode gerar grande complexidade na vida dos paratletas, tornando desafiadora a tarefa de conciliar a rotina de treinos e competições com as suas demais ocupações, principalmente quando tratamos de paratletas que disputam competições a nível internacional.

Objetivo  Buscou-se identificar o perfil esportivo do paratleta e sua participação em papéis ocupacionais ao longo do tempo.

Método  Trata-se de um estudo observacional, descritivo, com paratletas brasileiros. Foi utilizado questionário para caracterização da amostra e identificação do perfil esportivo e a Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais. Foram utilizadas análises descritivas e inferenciais.

Resultados  Participaram 80 paratletas brasileiros, de 5 modalidades do esporte paralímpico, em treinamento em dois centros de referência paralímpica. Observou-se que os paratletas perderam desempenho em papéis ocupacionais quando comparados o tempo passado e o presente, e pretendem retornar ou adquirir novos papéis no tempo futuro.

Conclusão  Alguns papéis ocupacionais com altos níveis de importância para os paratletas ficam em latência, sendo de extrema importância planejar a transição de carreira desses indivíduos para que eles possam se envolver em novas perspectivas ou retomar ocupações significativas.

Palavras-chave:
Esportes para Pessoas com Deficiência; Paratletas; Terapia Ocupacional

Abstract

Introduction  The engagement of individuals in meaningful occupations throughout life is fundamental. However, involvement in certain occupations may hinder performance in others that are equally important. A Paralympic career can generate great complexity in the lives of para-athletes, making it challenging to reconcile the routine of training and competitions with their other occupations, especially when it comes to para-athletes competing at the international level.

Objective  The aim was to identify the athletic profile of the para-athlete and their participation in occupational roles over time.

Method  This is an observational, descriptive study with Brazilian para-athletes. A questionnaire was used to characterize the sample and identify the athletic profile, as well as the Occupational Role Identification List. Descriptive and inferential analyses were used.

Results  A total of 80 Brazilian para-athletes participated, from 5 Paralympic sport modalities, undergoing training in two Paralympic reference centers. It was observed that para-athletes experienced a decrease in performance in occupational roles when comparing the past and present, and they intend to return to or acquire new roles in the future.

Conclusion  Some occupational roles with high levels of importance for para-athletes remain latent, making it extremely important to plan the career transition of these individuals so they can engage in new perspectives or resume meaningful occupations.

Keywords:
Sports for Persons with Disabilities; Para-Athletes; Occupational Therapy

Introdução

A deficiência é um fenômeno em constante transformação, abrangendo diversas dimensões, e a participação plena da pessoa com deficiência na comunidade depende do comprometimento da sociedade em promover a inclusão, uma vez que a deficiência pode ser entendida como uma construção social (Maior, 2017).

No Brasil, a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade vem se consolidando progressivamente, assegurada por uma gama de ações e políticas públicas, dentre elas a Lei nº 13.146 de 2015, também conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), que dispõe sobre os direitos e sobre a garantia de participação social em igualdade, de condições com o restante da sociedade (Brasil, 2015; Van Petten et al., 2018). Esse processo está pautado no modelo social da deficiência, que se opõe ao modelo meramente biológico, reconhecendo que as barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência não são apenas resultado de seus impedimentos físicos, mentais ou sensoriais, mas, sim, de um contexto social que não oferece as adaptações e oportunidades necessárias para sua plena inclusão (Verzolla, 2023).

Nessa perspectiva, para além da implementação de políticas públicas e acessibilidade, busca-se o reconhecimento da autonomia e independência das pessoas com deficiência (Maior, 2017). Com isso, temos testemunhado, ainda que de forma lenta, uma quebra de paradigma com a inclusão de pessoas com deficiência em diferentes contextos, e essa mudança de concepção tem contribuído para que esses indivíduos tenham acesso a oportunidades e direitos que antes lhes eram negados, como educação, mercado de trabalho e contexto esportivo (Seron et al., 2021).

A participação de pessoas com deficiência no contexto esportivo competitivo, embora recente, vem crescendo rapidamente nas últimas décadas, e as oportunidades de participação desse público nesse campo tornam-se cada vez mais conhecidas (Berardi et al., 2021). Com o passar dos anos, a prática de esporte por este público deixou de ser apenas para fins de reabilitação e integração social, para possibilitar às pessoas com deficiência a construção de uma carreira no meio esportivo, por meio do esporte de alto rendimento (Feiten et al., 2023). O esporte de alto rendimento é caracterizado pela busca por resultados em modalidades esportivas regidas por normas universalmente estabelecidas e vinculadas a federações e confederações nacionais e internacionais de esporte, além de favorecer a integração entre pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações (Brasil, 1998).

Este investimento reflete na criação de centros de formação de atletas, implementação de políticas e programas de governo no campo do esporte, incentivo à participação nos Jogos Paralímpicos, entre outros. Esse processo vem contribuindo significativamente para o crescimento do número de PCD competindo no esporte paralímpico, evidenciado pelo aumento significativo do número de paratletas em diversas modalidades, bem como pelo número de medalhas conquistadas em competições paralímpicas (dos Santos et al., 2022; Silva & Mello, 2021; Comitê Paralímpico Brasileiro, 2023), alcançado o top 5 dos Jogos Olímpicos, na França, em 2024, e elevando o Brasil ao status de potência internacional (Santos et al., 2022; Silva & Mello, 2021). Além disso, por meio do esporte paralímpico, as PCD têm benefícios que vão além do aspecto físico, uma vez que este promove o bem-estar socioemocional, proporciona oportunidades de interação com outras pessoas, possibilita o desenvolvimento de uma carreira profissional, fortalece a autoestima e a participação social (Seron et al., 2021).

A participação no esporte paralímpico na perspectiva de construção de uma carreira profissional como atleta se constitui como um importante papel ocupacional. Segundo o Modelo de Ocupação Humana (MOHO), os papéis ocupacionais são componentes importantes da volição e são definidos como comportamentos atribuídos, esperados ou adotados pelos indivíduos, constituindo-se como parte fundamental da vida, atribuindo o sentido de autoidentidade na medida em que as pessoas os desempenham (Kielhofner, 2002). São fundamentais para fornecer ao sujeito um sentimento de pertencimento social, pois são eles que definem as funções e responsabilidades de cada indivíduo, organizam o uso do tempo, fornecendo uma estrutura para o comportamento adequado em diferentes contextos, como no trabalho, na família e na comunidade (Oliveira, 2023).

É importante destacar que o envolvimento no esporte de alto rendimento implica uma mudança significativa em diferentes áreas da vida da pessoa com deficiência (Haiachi et al., 2016). Como exemplo, podemos destacar a rápida transição entre a fase de ingresso no esporte e o alcance do alto rendimento, apesar do ingresso tardio (idade mais elevada), bem como a possibilidade de carreira prolongada com consequente aposentadoria tardia (Feiten et al., 2023). Além disso, a dificuldade de conciliar as atividades do cotidiano com a rotina de treino é algo desafiador, muitas vezes levando ao distanciamento social e, até mesmo, à perda ou abandono do emprego ou estudos (Teixeira & Cappelle, 2023; Lima et al., 2021).

O desempenho deste papel ocupacional, embora exija dedicação, não pode ser considerado como atividade única e exclusiva, pois caminha em paralelo com outros papéis ocupacionais que fazem parte da vida cotidiana do indivíduo. No entanto, em determinados momentos, alguns papéis podem se tornar proeminentes e, em outros, podem se tornar periféricos, ou mesmo inexistentes, estruturando o engajamento do indivíduo na sociedade (Savickas, 2013; Super, 1980; Bränholm & Fugl-Meyer, 1994). Nessa perspectiva, como se dá a organização e o engajamento dos paratletas nos diferentes papéis ocupacionais após o ingresso na carreira esportiva? O ingresso no esporte de alto rendimento implica o abandono de papéis ocupacionais específicos? Fatores como sexo ou condição socioeconômica podem influenciar o engajamento dos paratletas nos papéis ocupacionais? Como se dá o envolvimento dos paratletas nos papéis ocupacionais ao longo do tempo (antes do ingresso no esporte, durante e após)? Que perspectiva ocupacional é percebida pelo paratleta após o término da carreira esportiva?

Responder a estas questões permitirá identificar, em alguma medida, como os papéis ocupacionais estruturam a participação deste indivíduo na sociedade, considerando os padrões de rotina de comportamento, motivação e influência do ambiente (Savickas, 2013). Estudos científicos nesse campo auxiliam na compreensão das demandas e características específicas dos paratletas, bem como no melhor entendimento da influência do papel do esporte como parte do repertório ocupacional desse público, campo de interesse da terapia ocupacional. Compreender, por exemplo, como a prática esportiva influencia a identificação dos atletas com seus papéis ocupacionais nos diferentes tempos da vida é fundamental para a proposição de uma intervenção voltada para a transição de carreira desses indivíduos. A terapia ocupacional pode desempenhar um papel crucial nesse processo, auxiliando os atletas a explorarem suas habilidades e interesses, e a desenvolverem novas competências que possam ser transferidas para outras áreas ocupacionais. Além disso, com base na compreensão dos papéis e na análise de atividade, a terapia ocupacional pode intervir na direção da eliminação de barreiras com vistas à melhora do desempenho esportivo (Bullen & Clarke, 2021). Ao trabalhar em colaboração com atletas, treinadores e equipe multidisciplinar, os terapeutas ocupacionais podem maximizar o potencial dos indivíduos com deficiência, promovendo sua independência, autonomia e qualidade de vida.

Esse campo de atuação e pesquisa se apresenta como promissor e abrangente para a profissão, e a literatura da área é escassa e pouco explorada. No Brasil, as produções são recentes, ainda incipientes e, a maioria, tem seu foco voltado para o uso de Tecnologia Assistiva no esporte (Teixeira & Alves, 2021; Silva & Alves, 2020; Pavani et al., 2017; Lima & Alves, 2020; Tiele et al., 2017). No que diz respeito ao estudo do perfil ocupacional, podemos citar os estudos de Gomes et al. (2023) e Sousa et al. (2021) que, utilizando o instrumento Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais, buscam compreender a influência da carreira esportiva no desempenho ocupacional dos paratletas.

Nota-se que esse campo se apresenta como propício e inovador para a profissão, especialmente quando se trata do impacto do esporte no desempenho de papéis ocupacionais nos paratletas. Existe uma lacuna relevante de produções nessa área, que requer maior investigação e compreensão. Nesta direção, este estudo se propôs a identificar a participação dos paratletas em papéis ocupacionais ao longo do tempo, bem como identificar o perfil esportivo do paratleta.

Metodologia

Trata-se de uma pesquisa observacional, de corte transversal, do tipo descritiva exploratória, de abordagem quantitativa (Prodanov & Freitas, 2013). Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos (COEP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), CAAE nº 46971321.6.0000.5149. Aqueles que concordaram em participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

A amostra foi selecionada por conveniência, de forma não-probabilística intencional, composta por paratletas brasileiros dos centros de treinamento de Belo Horizonte e São Paulo. Os critérios de inclusão adotados no estudo foram: paratletas de alto rendimento que estejam entre os 8 melhores do Brasil da modalidade praticada, brasileiros, de qualquer região do país, participantes de qualquer uma das 22 modalidades paralímpicas, com deficiência física, intelectual e/ou visual. Como critério de exclusão, definiu-se: paratleta com a função cognitiva comprometida que os impediam de responder ao questionário de pesquisa.

Para coleta de dados sociodemográficos e do perfil esportivo do atleta, foi utilizado um questionário desenvolvido pelos pesquisadores deste estudo. O perfil esportivo do atleta foi identificado a partir da coleta de informações relacionadas à categoria esportiva, ingresso no esporte, volume do treino, bem como questões relacionadas à prática do esporte paralímpico de alto rendimento. Também foi utilizado o Critério de Classificação Econômica Brasil (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2021) para estimar a renda familiar mensal e identificação dos estratos socioeconômicos dos participantes.

Para coleta das informações relativas aos papéis ocupacionais desempenhados pelos atletas, utilizou-se a Lista de Identificação dos Papéis Ocupacionais (Role Checklist) (Oakley et al., 1986; Cordeiro, 2005; Scott et al., 2018). Este instrumento tem a finalidade de extrair informações a respeito da participação do indivíduo em papéis ocupacionais ao longo da vida (Oakley et al., 1986; Cordeiro, 2005; Scott et al., 2018). Este instrumento foi construído tendo como base o Modelo de Ocupação Humana (MOHO), que é centrado na motivação do indivíduo para a escolha e realização das ocupações, observando os comportamentos padronizados em suas rotinas e atividades diárias (Kielhofner, 2002). Trata-se de um questionário padronizado, aplicado em formato de entrevista, constituído de duas partes. A primeira busca analisar a percepção individual sobre o desempenho do indivíduo em 10 (dez) papéis ocupacionais (“Estudante”, “Trabalhador”, “Voluntário”, “Cuidador”, “Serviço doméstico”, “Amigo”, “Membro de família”, “Religioso”, “Passatempo/amador” e “Participante em organizações”, “Outro”), nos tempos passado, presente e futuro. A segunda parte do questionário busca identificar o grau de importância atribuído pelo indivíduo a cada papel ocupacional, atribuindo os valores de nenhuma importância, pouca importância e muita importância (Oakley et al., 1986; Cordeiro, 2005; Scott et al., 2018).

O instrumento original apresenta bons índices psicométricos com resultados confiáveis e satisfatórios para Teste-Reteste, com medidas de concordância de moderada a quase perfeita na maioria dos resultados da Parte I e Parte II do questionário (Oakley et al., 1986). Este instrumento foi validado e traduzido para uso no contexto brasileiro e apresentou resultados psicométricos semelhantes ao instrumento original, com concordância entre os papéis ocupacionais variando de 84 a 91% na Parte I e 75% na Parte II. (Cordeiro, 2005).

Conforme regras de aplicação do instrumento, para a coleta das informações relacionadas à parte I do questionário, o participante deve ser orientado a indicar, para cada papel, se realizou no passado, se realiza atualmente e se pretende desempenhar no futuro. Passado refere-se ao período de até 7 dias atrás; presente refere-se não só ao dia de hoje, mas também aos 7 dias anteriores; considera-se futuro qualquer tempo de amanhã em diante (Oakley et al., 1986; Cordeiro, 2005). Considerando que este estudo buscou analisar o impacto da carreira esportiva na realização dos diferentes papéis ocupacionais, foi solicitado aos paratletas que considerassem o tempo passado, aquele anterior ao ingresso na carreira esportiva, e o tempo futuro como aquele após o fim da sua carreira no esporte. Para captação das informações relativas à parte II do questionário, o participante é convidado a indicar o grau de importância que cada papel tem para ele, mesmo que ele nunca tenha desempenhado ou não tenha intenção de realizar. O grau de importância se refere ao valor atribuído pelo participante a cada papel ocupacional (Oakley et al., 1986; Cordeiro, 2005).

A coleta de dados foi realizada de forma presencial com os paratletas em treinamento no Centro de Treinamento Esportivo (CTE – UFMG) e no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro (CPB), no período de janeiro a abril de 2023. Inicialmente, a proposta do estudo foi apresentada para os paratletas, esclarecendo seus objetivos, procedimentos metodológicos e relevância, convidando-os a participar. Aqueles que concordaram em participar do estudo assinaram o TCLE e, em seguida, iniciou-se a aplicação dos questionários em formato de entrevista. A aplicação do formulário completo teve duração média de 25 a 35 minutos. Todos os procedimentos foram realizados por uma única pesquisadora. Finalizado o procedimento de coleta, uma via do questionário com as respostas dadas foi enviada ao e-mail do participante.

Foram utilizadas análises descritivas e inferenciais para análise dos dados coletados. Os testes de Shapiro-Wilk, Mauchly e Levene foram utilizados, respectivamente, para verificação da normalidade, esfericidade e avaliação das variâncias. As frequências absolutas e relativas foram obtidas para cada variável e verificado potenciais associações entre as frequências das categorias para as diferentes variáveis com o uso do teste de qui-quadrado de ajustamento (χ 2).

Após análise dos pressupostos, o teste de Friedman foi usado para comparação pareada dos períodos (passado, presente e futuro) para as frequências dos papéis ocupacionais. O teste de Wilcoxon também foi utilizado para avaliação aos pares (passado e presente; passado e futuro ou presente e futuro). Todas as análises foram realizadas com o auxílio dos programas estatísticos SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), Statistics 21 e GraphPad Prism 7.0 (GraphPad Software, Inc., San Diego, Califórnia, EUA). Para todos os testes estatísticos foi considerado o nível de significância de p<0,05 (Swift, 1997; Arango, 2001; Field, 2013).

Resultados

Caracterização da amostra

Participaram deste estudo 80 paratletas, sendo a maioria do sexo masculino, idade média de 29,7 anos (± 8,44), escolaridade em nível médio, renda familiar entre 2 e 4 salários-mínimos, com deficiência física. A informação sobre o perfil sociodemográfico encontra-se na Tabela 1.

Tabela 1
Perfil sociodemográfico dos paratletas.

A Tabela 2 apresenta a caracterização do perfil esportivo dos paratletas. A maioria dos atletas são do atletismo, treinam de 1 a 2 horas por dia, 5 ou mais vezes na semana, participam de competições individuais, de nível internacional.

Tabela 2
Caracterização do perfil esportivo dos paratletas.

A Tabela 3 apresenta o número de participantes envolvidos nos diferentes papéis ocupacionais nos tempos passado, presente e futuro.

Tabela 3
Número de paratletas envolvidos nos diferentes papéis ocupacionais ao longo do tempo (n=80).

A Tabela 4 apresenta o número médio de papéis ocupacionais desempenhados pelos paratletas ao longo do tempo, bem como a comparação entre passado e presente, passado e futuro, e presente e futuro. Quanto ao número de papéis ocupacionais desempenhados pelos paratletas no decorrer do tempo, observou-se uma redução no número de papéis realizados no tempo presente quando comparado ao tempo passado e uma expectativa de ampliação dos papéis no futuro.

Tabela 4
Número médio de papéis ocupacionais desempenhados pelos paratletas ao longo do tempo.

A Figura 1 apresenta a importância atribuída pelos paratletas aos papéis ocupacionais. É interessante notar que a maioria das atribuições se concentra no item de “muita importância”. Isso sugere que esses atletas valorizam profundamente seus papéis ocupacionais e reconhecem a relevância que eles desempenham em suas vidas.

Figura 1
Apresenta a média de frequência de papéis ocupacionais e as dispersões em desvio padrão para cada grau de importância. Legenda: a e b representam significância estatística, onde a (p<0,05) e b (p>0,05).

Discussão

Os resultados deste estudo oferecem subsídios para a compreensão do desempenho ocupacional de paratletas brasileiros e sua relação com a prática esportiva. Observou-se a redução no número de papéis desempenhados no tempo presente, quando comparado ao tempo passado, bem como a expectativa de sua retomada no futuro.

A redução no número de papéis desempenhados no tempo presente, quando comparado ao tempo passado (antes do ingresso na carreira esportiva), era esperado, já que a participação no esporte de alto rendimento está diretamente relacionada com a disputa de grandes competições e a conquista de grandes resultados (Barreto, 2016; Tonon, 2019), o que exige longos períodos de formação e treinamento. Sobre este aspecto, neste estudo, identificou-se que a maioria dos paratletas treinam de 1 a 4 horas por dia, 5 vezes por semana e, quando somado ao tempo de deslocamento, reduz significativamente a disponibilidade para o desempenho de outras atividades.

Este achado vai ao encontro dos estudos de Gomes et al. (2023) e Sousa et al. (2021), que encontraram resultados semelhantes. Campos et al. (2017) discorrem sobre a complexidade do atleta de alto rendimento, visto que muitas vezes a dedicação e o envolvimento podem fragilizar os laços sociais, familiares, além do desempenho em outras atividades. Isto é, a exigência de horas diárias e frequência dos treinos, a necessária participação em competições nacionais e internacionais podem implicar dificuldade para conciliar a atividade esportiva com a participação nos demais papéis que compõem a vida cotidiana do paratleta.

Cabe destacar os principais papéis ocupacionais que a maioria dos paratletas deixou de realizar após o ingresso na carreira de alto rendimento: de estudante, de trabalhador, de religioso, de voluntário e de membro de família. Quanto ao papel de estudante, nota-se que, apesar do abandono deste papel no tempo presente, a maioria dos paratletas indicou o desejo de sua retomada no futuro, bem como evidenciaram a sua relevância, corroborando os achados de Gomes et al. (2023). Nas últimas décadas, o acesso à educação nos diferentes níveis de ensino para as pessoas com deficiência tem modificado sobremaneira, especialmente a partir da implementação da política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva (Porto et al., 2023), porém, a formação desse público na educação superior ainda se mostra incipiente.

É oportuno registrar que os participantes deste estudo têm, em média, 29 anos e 21,3% deles têm ensino fundamental e outros 55%, ensino médio. Pode-se questionar se estes tiveram acesso a um sistema de educação inclusiva e acessível de maneira a eliminar as barreiras físicas e sociais que geram altas taxas de evasão nos diferentes níveis de ensino (Viegas, 2023). Questiona-se, ainda, o interesse em galgar níveis educacionais mais altos, não só em função do desejo pessoal de cada um, mas também do importante incentivo familiar. Sobre esse item, pode-se questionar a percepção dos atletas sobre a própria condição de deficiência, bem como de seus familiares, ou se o término do ensino fundamental ou médio é suficiente para este público (Van Petten et al., 2018). Entende-se que a formação tem papel fundamental na ampliação de possibilidade de inserção no mercado de trabalho para os paratletas, especialmente, após o término da carreira esportiva. A perspectiva de retomada do papel de estudante, apontada pelos participantes, é um indicador importante. Dessa forma, torna-se relevante o incentivo à retomada desses papéis ocupacionais, buscando melhor formação e qualificação dos paratletas para que eles tenham melhores condições de competitividade no mercado de trabalho. Nesta direção, o Comitê Paralímpico Brasileiro, por meio do Programa Atleta Cidadão, oferta cursos, promove convênios com universidades que possibilitam o resgate em alguma medida do papel de estudante (Comitê Paralímpico Brasileiro, 2023). A Terapia Ocupacional pode ser forte aliada nesse processo de transição de carreira, identificando as potencialidades, direcionando as atividades e promovendo o efetivo engajamento em atividades significativas para os paratletas em questão, visto que a conciliação dos papéis ocupacionais exige uma organização do tempo e da rotina para seu desempenho.

Quanto ao papel de trabalhador, considerando que todos os respondentes estão na carreira esportiva como profissionais, participando de atividades que compõem esta ocupação, inclusive com suporte financeiro para tal, esperava-se que os paratletas indicassem, no tempo presente, envolvimento com o papel de trabalhador. No entanto, apenas 43 (53,8%) dos paratletas indicaram desempenhar este papel. Chama a atenção que 44 (55%) dos paratletas contam com algum tipo de suporte financeiro para o desenvolvimento das atividades esportivas e, desses, 44 atletas que apresentam renda pelo esporte, 13 (29,54%) não consideraram o esporte de alto rendimento como carreira profissional, ainda que a dedicação diária ao esporte seja quase exclusiva. Teixeira & Cappelle (2023) discutem que a possibilidade de profissionalização no esporte é recente e ainda é pautada na autoconcepção do indivíduo como profissional do esporte ou não. Para os autores, a definição de esporte de alto rendimento assemelha-se com a definição de trabalho, que consiste em uma dedicação máxima, além de disponibilidade física e de tempo para cumprir determinada tarefa. Ainda assim, o esporte pode não ser visto como profissão, levando a crer que a sua prática seja apenas uma ocupação extrínseca ao papel de trabalhador (Campos et al., 2017). Estes mesmos autores relatam que “mesmo com alcances extraordinários e reconhecimento financeiro, a prática do esporte de alto rendimento persiste como atividade fora da esfera do trabalho pelas suas especificações informais e diferenciais da prática ocupacional” (p. 37). O reconhecimento da carreira de paratleta de alto rendimento como trabalho implica uma mudança de paradigma e pressupõe um processo a médio e longo prazo que envolve questões macro contextuais importantes que merecem reflexões e novos caminhos.

No que diz respeito à redução do número de participantes envolvidos no papel de membro de família, destacam-se as exigências das competições que dificultam o envolvimento neste papel. Porém, este é um papel fundamental no cotidiano de todo indivíduo, especialmente para as pessoas com deficiência, já que as relações familiares são consideradas como um suporte emocional para os paratletas, e como um componente facilitador para o rendimento esportivo deles, potencializando seus resultados e colaborando para o desempenho e permanência na carreira esportiva (Cardoso et al., 2019; Seron et al., 2015; Gomes et al., 2023; Sousa et al., 2021). Nesta perspectiva, avaliar a relação entre família e desempenho do paratleta, propor intervenções tanto com o paratleta como com a família parece ser uma importante ação da terapia ocupacional no acompanhamento deste público.

Sobre a participação no papel de religioso, observou-se uma redução de 31,7% no número de paratletas engajados neste papel. Interessante notar que apesar de que gestos e expressões religiosas possam ser facilmente observados em competições esportivas, bem como em depoimentos e entrevistas (Silva et al., 2023; Pinheiro, 2018) estas ações não são consideradas como representativas do engajamento neste papel. Ao que parece, o envolvimento no papel de religioso pode ter sido entendido por eles como a efetiva participação em atividades oferecidas pelas suas respectivas congregações, embora este papel ultrapasse essa fronteira.

Estes achados demonstram claramente a proeminência de alguns papéis ocupacionais que, por possível influência da carreira esportiva, sobressaem no desempenho ocupacional mantendo outros papéis igualmente significativos em latência. Observou-se que o envolvimento em papéis ocupacionais ao longo do tempo é dinâmico e dependente dos objetivos e metas vigentes em cada momento. Kielhofner (2002) traz em seu modelo que o ser humano funciona como um sistema que é ao mesmo tempo aberto, complexo, dinâmico e que está em constante mudança. O autor também relata que o indivíduo escolhe suas ocupações com base nas motivações que ele tem naquele determinado momento da vida e, portanto, os papéis ocupacionais são modificáveis e amplamente influenciados pelo desempenho de outros papéis (Kielhofner, 2002).

Todos os aspectos discutidos anteriormente não podem ser pensados sem agregar a importância atribuída aos papéis ocupacionais pelos paratletas. Os paratletas aferiram grande importância para a maioria dos papéis, especialmente naqueles de Membro de família, Trabalhador e Estudante. Tal importância tem relação direta com os principais papéis apontados com maior expectativa de desempenho no futuro. Esses dados são importantes quando pensamos na fase de transição para a aposentadoria. Em relação a esse ponto, o Comitê Paralímpico Brasileiro, por meio do programa Atleta Cidadão, acompanha os paratletas em todas as fases da carreira esportiva, inclusive na fase de aposentadoria, fornecendo subsídios educacionais e profissionalizantes para que o indivíduo se desenvolva, não só no contexto esportivo, como também fora dele (Comitê Paralímpico Brasileiro, 2023). O programa tem como estratégias fornecer palestras, workshops, cursos e preparações vocacionais aos paratletas, identificando seus interesses e potencialidades para o desenvolvimento pleno de uma carreira pós-esportiva. A terapia ocupacional, juntamente com outros profissionais, pode desenvolver ações na direção de levantar possibilidades, orientar sobre o acesso a diferentes níveis de ensino, sobre os direitos das pessoas com deficiência, por exemplo.

Dessa maneira, ainda que recente o reconhecimento do campo de atuação para a terapia ocupacional, é indispensável a atuação do profissional no meio paralímpico, onde ele pode auxiliar no gerenciamento de rotinas, preparação para competições, viagens competitivas, adequação de estratégias e organização das fases de transição, para que o paratleta possa ter melhor rendimento no desempenho esportivo e ocupacional. Além disso, o terapeuta ocupacional, por meio da análise de atividade, pode auxiliar na elaboração e adequação de equipamentos adaptados, levando em consideração a individualidade do paratleta e contribuindo para uma relação mais efetiva entre atleta/treinador.

Conclusão

Os processos de inclusão de PCDs em diferentes contextos, especialmente no esporte, têm se mostrado um caminho essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, na qual todos possam desfrutar dos mesmos direitos e oportunidades, independentemente de suas habilidades ou limitações.

Os resultados desta pesquisa permitiram conhecer o perfil ocupacional de paratletas brasileiros, e observar a complexidade de conciliar a carreira esportiva com as demais ocupações, por meio dos achados relacionados à modificação do desempenho ocupacional dos indivíduos ao longo do tempo. Dessa forma, ficou evidente a perda de papéis entre passado e presente e o aumento da expectativa de desempenho entre presente e futuro. Alguns papéis ocupacionais com altos níveis de importância para os paratletas ficam em latência durante a fase de dedicação ao esporte de alto rendimento, sendo de extrema importância planejar a transição de carreira desses indivíduos para que eles possam se envolver em novas perspectivas ou retomar ocupações significativas.

A relevância do estudo se apresenta ao buscar compreender o universo ocupacional do paratleta. Os aspectos relacionados à condição socioeconômica, ao gênero e ao nível de competição e sua influência no envolvimento nos diferentes papéis ocupacionais oferecem subsídios para a proposição de intervenção mais direcionada no campo da terapia ocupacional. A atuação da terapia ocupacional, em parceria com equipe multidisciplinar, pode auxiliar na preparação e organização da rotina, identificação das ocupações significativas e construção da perspectiva de aposentadoria. Além disso, a complexidade da organização e gerenciamento das rotinas de treinos e competições de paratletas que competem em nível internacional é evidente, sendo necessário um ajuste na estrutura organizacional da carreira.

Embora tenha sido verificada a similaridade dos resultados desta pesquisa com outros estudos desenvolvidos com público e cenário similares, ainda não é possível tomá-los como conclusivos, considerando o tipo de estudo realizado, a amostra de conveniência e o desequilíbrio amostral entre as modalidades. Sugere-se ainda que o mesmo trabalho seja feito com paratletas de modalidades coletivas, buscando compreender se existe diferença entre o esporte coletivo e o individual na relação da carreira esportiva e o desempenho das suas ocupações, bem como com a população PCD não paratleta, de forma a comparar os papéis ocupacionais com os paratletas.

Este estudo buscou contribuir para a produção do conhecimento no campo do esporte de alto rendimento com PCDs e as perspectivas de atuação da terapia ocupacional neste contexto. Destaca-se, ainda, a importância da inclusão das PCDs no contexto esportivo e suas implicações sociais, indicando as possibilidades de ação da terapia ocupacional em um campo inovador. Contribui também para que se perceba a importância do planejamento e implantação de políticas públicas voltadas para a inserção, participação e permanência de PCDs no esporte de alto rendimento, bem como o planejamento de programas e ações com foco na transição de carreira especialmente no que tange o momento de aposentadoria.

  • Como citar:
    Figueiredo, J. M., Rodrigues, W., Ribeiro, R. C. F., Mello, A. S., Guerreiro, R. C., & Van Petten, A. M. V. N. (2025). Paratletas brasileiros: papéis ocupacionais ao longo do tempo. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 33, e4031. https://doi.org/10.1590/2526-8910.cto410740311
  • Disponibilidade de Dados
    Os dados que sustentam os resultados deste estudo estão disponíveis com o autor correspondente, mediante solicitação.
  • Fonte de Financiamento
    Pro-Reitoria de Pesquisa – Universidade Federal de Minas Gerais, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (N. 444769/2023-4), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Secretaria Especial do Esporte do Ministério do Esporte (Governo Federal, Brazil - N. 58000.008978/2018-37 and N. 71000.056251/2020- 49).

Referências

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Editado por

  • Editor de seção
    Prof. Dr. Rodolfo Morrison

Disponibilidade de dados

Os dados que sustentam os resultados deste estudo estão disponíveis com o autor correspondente, mediante solicitação.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Nov 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    17 Jan 2025
  • Revisado
    30 Jan 2025
  • Aceito
    02 Jun 2025
Creative Common - by 4.0
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/), que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.
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