Resumo
Introdução
A hospitalização é reconhecida como um fator de risco para o declínio funcional do idoso, bem como para o declínio cognitivo. Entretanto, a associação entre essas variáveis ainda não é bem estabelecida, sobretudo no contexto hospitalar.
Objetivo
Verificar a associação entre deficit cognitivo e limitação funcional em atividades básicas da vida diária entre idosos hospitalizados.
Método
Estudo seccional, com idosos internados em dois hospitais públicos. Foi verificada a presença de deficit cognitivo por meio do teste de rastreio Mini Exame do Estado Mental e a presença de limitação funcional pelo Índice Katz para Atividades Básicas de Vida Diária. Foi realizada análise descritiva da amostra e regressão logística, estimando-se os valores de odds ratio e respectivos intervalos de confiança (95%).
Resultados
A prevalência de deficit cognitivo foi de 51,5% (IC95%, 41,6-61,4) e 37,6% dos idosos apresentaram dependência em uma ou mais atividades básicas de vida diária. Os resultados mostraram que tanto o número de atividades comprometidas (p=0,002) quanto a classificação final do índice Katz (p=0,001) foram diferentes estatisticamente entre os grupos de idosos com e sem deficit cognitivo. Entre os idosos que eram dependentes parciais para as atividades, 14,9% apresentaram deficit cognitivo; já entre aqueles que eram dependentes totais, o valor foi de 13,9%. Os idosos dependentes nas atividades apresentaram 5,08 vezes (IC95%, 1,84-14,01) maior chance de deficit cognitivo. Conclusão: O deficit cognitivo foi associado à limitação funcional e os resultados colaboraram no direcionamento da sistematização da assistência precoce direcionada, a fim de minimizar perdas cognitivas e funcionais na hospitalização.
Palavras-chave:
Hospitalização; Idoso; Cognição; Envelhecimento; Atividades Cotidianas