Resumo
Terapeutas ocupacionais têm contribuído e ambicionam dar continuidade à criação de soluções para problemáticas no âmbito do setor da Educação. Assim, o objetivo da pesquisa da qual decorre este artigo foi conhecer e analisar as proposições que terapeutas ocupacionais, no Brasil, vêm fazendo para e na Escola. Para tanto, lançou-se mão de uma revisão de mapeamento na biblioteca SciELO e nos periódicos Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional e Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, em período aberto até o fim de 2018. Com esse levantamento e sua sistematização, foram reunidos 36 textos que articulavam “terapia ocupacional e escola/educação”. Paralelamente, durante 2017, foram realizadas seis entrevistas com pesquisadoras brasileiras que atuavam na interface terapia ocupacional e educação. O conjunto de dados reunidos e sua análise levaram à elaboração de quatro eixos temáticos que configuraram e delimitaram a argumentação utilizada para sustentar e problematizar proposições terapêutico-ocupacionais em diálogo com o setor da Educação, especificamente nas escolas. Ficou evidente uma prevalência de práticas voltadas às crianças com deficiência, em uma perspectiva individualizada e relacionada à produção da/na saúde. Paripassu, há o crescimento de proposições voltadas a crianças em geral na educação infantil e a jovens em situação de vulnerabilidade social. Pontua-se que o estofo para designar a educação como um campo particular de intervenção do terapeuta ocupacional, com um recorte metodológico próprio, um saber técnico e populações específicas, ainda está em construção e em disputa no interior da própria terapia ocupacional.
Palavras-chave:
Terapia Ocupacional; Escola; Educação; Inclusão Escolar; Educação Especial