Resumo
Introdução: As ações em cuidado farmacêutico na Atenção Primária à Saúde trazem benefícios aos usuários e vêm sendo estimuladas por meio de instrumentos normativos. Apesar disso, a oferta de tais ações ainda é incipiente no cenário nacional.
Objetivo: Analisar as evidências científicas sobre o cuidado farmacêutico na Atenção Primária à Saúde à luz de sua implementação no Brasil, por meio de uma revisão de escopo da literatura.
Método: Foram identificados artigos originais e revisões da literatura publicados no período de março de 2011 a março de 2021, nas bases Scielo, MEDLINE, Web of Science, Scopus e Lilacs. A sumarização e a análise dos achados partiram da extração e da tabulação das informações de autor, ano de publicação, país de origem, tipo de ação em cuidado farmacêutico, população ou condição-alvo.
Resultados: Foram incluídos 91 artigos. Os estudos retrataram diversas ações de cuidado farmacêutico, sendo concentradas no acompanhamento farmacoterapêutico e em seus múltiplos benefícios para os usuários. As ferramentas utilizadas para a condução das ações foram apresentadas em poucos estudos.
Conclusão: A abrangência limitada das atividades abordadas na literatura aponta para a necessidade de produção de evidências que norteiem a prática do cuidado farmacêutico na Atenção Primária à Saúde.
Palavras-chave:
assistência farmacêutica; atenção primária à saúde; revisão de escopo
Abstract
Introduction: Pharmaceutical care actions in Primary Health Care (PHC) bring benefits to users and are encouraged through normative instruments. Despite this, the Brazilian PHC scenario is incipient.
Objective: To analyze the scientific evidence on pharmaceutical care in PHC in the light of its implementation in Brazil, through a literature scoping review.
Method: Original articles and literature reviews published from March 2011 to March 2021 in Scientific Electronic Library Online (SciELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Web of Science, Scopus, and Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS) databases were identified. The summarization and analysis of the findings started from the extraction and tabulation of author information, year of publication, country of origin, type of action in pharmaceutical care, and target population or condition.
Results: Ninety-one articles were included. The studies portrayed several pharmaceutical care actions, focusing on pharmacotherapeutic follow-up and its multiple benefits for users. The tools used to conduct the actions were developed in a few studies.
Conclusion: The limited scope of activities addressed in the literature points to the need to produce evidence that guides the practice of pharmaceutical care in PHC.
Keywords:
pharmaceutical services; primary health care; scoping review
INTRODUÇÃO
A Atenção Primária à Saúde (APS) é designada porta de entrada no sistema, dada a sua capilaridade, o potencial resolutivo e o baixo custo das ações desenvolvidas, quando comparadas às de maior densidade tecnológica1,2. Com o marco de concepção na Conferência de Alma-Ata, a APS envolve setores relacionados às dimensões sociais, para além do setor saúde; engloba cuidados essenciais, direcionando-se aos principais problemas do território e à garantia do acesso aos serviços de saúde3.
Desde a sua criação, o conceito de APS vem sendo reinterpretado e redefinido. Uma compreensão recente é pautada em três componentes: garantia do acesso aos serviços de promoção, proteção, prevenção, cura, reabilitação e cuidados paliativos ao longo da vida; atuação sobre os determinantes de saúde (características e comportamentos sociais, econômicos, ambientais, bem como das pessoas), por meio de políticas públicas baseadas em evidências; e empoderamento de indivíduos, famílias e comunidades em benefício da saúde4.
Entre as ações desenvolvidas na APS está a Assistência Farmacêutica (AF), que é norteada por políticas que propõem a implementação de todas as atividades relacionadas à promoção do acesso da população aos medicamentos essenciais, bem como a garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos e a promoção do seu uso racional5,6. A AF foi pela primeira vez definida no documento da Política Nacional de Medicamentos, sendo principalmente relacionada com o medicamento e em apoio às ações de saúde5. Mais tarde, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica trouxe o enfoque para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde estabelecendo a atuação com foco nas pessoas, e não nos medicamentos, para produzir resultados para a qualidade de vida da população6.
Considerando o processo mundial de reestruturação demográfica — caracterizado pela redução das taxas de fecundidade e de mortalidade e pelo aumento da expectativa de vida —, o incremento das doenças crônicas não transmissíveis e da polifarmácia e o aumento de consumo dos medicamentos, evidencia-se o papel do farmacêutico e sua inserção no cuidado7-9. Nesse sentido, o cuidado farmacêutico amplia o papel do farmacêutico junto aos demais membros das equipes de saúde10, porém as evidências científicas em conjunto com uma formação adequada precisam fornecer subsídios para que esses profissionais se sintam seguros e preparados para exercer o cuidado.
No Brasil, o cuidado farmacêutico na APS é definido como "ação integrada do farmacêutico com a equipe de saúde, centrada no usuário, para promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de agravos"10, e contempla educação em saúde e a promoção do uso racional de medicamentos, fazendo uso de serviços de clínica farmacêutica e atividades técnico-pedagógicas, com base em uma relação terapêutica entre farmacêutico e paciente e de corresponsabilização pelas necessidades farmacoterapêuticas dos pacientes10-12.
Os serviços de cuidado farmacêutico trazem diversos benefícios aos usuários. Barros et al.13 identificaram ganhos na prevenção e resolução de Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM), melhoria dos resultados clínicos-terapêuticos, controle de doenças crônicas e ampliação da qualidade de vida de usuários da APS brasileira. Tan et al.14, em revisão da literatura internacional, encontraram resultados semelhantes, incluindo ainda melhoria na adesão à farmacoterapia, satisfação do usuário com o tratamento e melhorias de parâmetros laboratoriais. Já Metz et al.15 comprovaram benefícios mesmo quando as ações em cuidado foram realizadas de forma remota.
Ações em cuidado farmacêutico voltadas para usuários com tuberculose resultaram no aumento da incidência de cura16 e, em usuários tabagistas, houve resultados positivos na cessação do tabagismo17.
Apesar dos benefícios que a implantação e realização das ações em cuidado farmacêutico podem trazer aos usuários, a literatura aponta sua incipiência no cenário da APS brasileira10,12,18. Araújo et al.18 apresentam dados de estudo nacional que caracterizou as atividades de natureza clínica e a participação em atividades de promoção da saúde desenvolvidas pelos farmacêuticos na atenção primária no Sistema Único de Saúde (SUS): 79% dos profissionais que participaram da pesquisa não realizam qualquer atividade, desses, 45% justificam a não realização pela falta de tempo.
Esse fato pode estar relacionado com a alta demanda de atividades gerenciais e com a deficiência na formação acadêmica para o cuidado, fazendo com que essas ações ocupem uma pequena parcela da rotina de trabalho dos farmacêuticos na APS do Brasil10,12,18.
A resolução do Conselho Federal de Farmácia n. 585/2013 regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico19. Estímulos à prática do cuidado ocorreram também por meio da lei n. 13.021/2014 que, entre outros, implica o farmacêutico na realização do acompanhamento farmacoterapêutico20. Além dessas, em 2017, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de graduação em farmácia incorporaram o cuidado em saúde como principal eixo estruturante para a formação de farmacêuticos21, estabelecendo um mínimo de 50% da carga horária do curso para essa finalidade.
Tendo em vista os benefícios do cuidado farmacêutico na APS, os desígnios da legislação vigente e as mudanças recentes nas diretrizes para a graduação em farmácia, este artigo tem como objetivos a revisão de escopo da literatura científica e a análise das evidências sobre o cuidado farmacêutico na APS à luz de sua implementação no Brasil.
MÉTODO
Identificação da questão de pesquisa
Esta revisão adotou as recomendações do Joanne Briggs Institute (JBI)22 e as orientações para relato de revisão de escopo Prisma Extension for Scoping Reviews (PrismaSR)23. O JBI recomenda a estrutura mnemônica "PCC" (população, conceito e contexto) como guia para construir uma pergunta clara e significativa para uma revisão de escopo. Seguindo essa estrutura mnemônica, foi definida a seguinte pergunta: quais são as evidências disponíveis na literatura científica que fornecem subsídios para o cuidado farmacêutico voltado para os usuários da APS?
Estratégia de busca e fontes de informação
A análise exploratória inicial da literatura identificou poucas publicações antes de 2011, assim, o período de interesse foi de janeiro de 2011 a março de 2021, mês de execução das buscas. Empregou-se a expressão: ("Pharmaceutical services" OR "Pharmaceutical care" OR "Pharmacy Services" OR "Evidence-Based Pharmacy Practice" OR "Clinical Pharmaceutical Services" OR "Pharmacotherapeutic Follow-up" OR "Pharmaceutical Clinical Practices" OR Clinic$ Pharmac$") AND ("Primary Health Care" OR "Primary Care" OR "Primary Healthcare"). As buscas consideraram títulos e resumos dos artigos nas bases MEDLINE, Web of Science, Scopus, LILACS e Scielo.
Critérios de elegibilidade e seleção dos estudos
Foram incluídos artigos originais e revisões, publicados na íntegra nos idiomas português, inglês ou espanhol, tendo como temática ações em cuidado farmacêutico na APS.
A seleção dos artigos foi realizada de maneira independente por dois revisores (ABO e LBBS), partindo da leitura do título. Os selecionados passaram pela leitura dos resumos, e, por fim, os artigos selecionados por meio dos resumos foram lidos na íntegra para compor esta revisão de escopo. Todas as etapas foram pautadas nos critérios de inclusão. Discordâncias entre as análises dos dois revisores foram discutidas com um terceiro revisor (ATP) que, com base na leitura de títulos, resumos e artigos na íntegra, colaborou na tomada de decisão. As publicações disponíveis em mais de uma base de dados foram incluídas uma única vez.
Extração e análise de dados
A primeira etapa foi a definição de categorias de análise que partiu do conceito de cuidado farmacêutico10 e da pré-análise dos artigos; assim, estabeleceram-se categorias temáticas, de acordo com os tipos de ações em cuidado farmacêutico identificadas, sendo elas: acompanhamento farmacoterapêutico, educação em saúde, promoção e/ou prevenção em saúde, revisão de prescrição e ações inovadoras. Cada categoria recebeu um código para facilitar a síntese dos dados. As categorias temáticas, suas descrições e códigos foram agrupadas no Quadro 1.
A seguir, para a sumarização e análise dos achados, foi feita a extração e tabulação das informações de: autor, ano de publicação, país de origem, tipo de ação em cuidado farmacêutico realizada, população/ condição-alvo. Esses dados originaram um quadro preliminar de informações que subsidiaram a etapa seguinte de análise e síntese de conteúdo24. Foram categorizados os tipos de ação e identificadas as ferramentas e estratégias utilizadas para a condução das ações em cuidado farmacêutico na APS. A apresentação dos resultados foi feita por meio de quadro síntese, gráfico de frequência das publicações por ano e descrição qualitativa dos principais achados22.
RESULTADOS
Foram recuperados e agrupados em pastas no gerenciador de referências Mendeley® 1.385 artigos. Após a remoção das duplicatas, restaram 1.168 registros, dos quais 91 foram selecionados e incluídos na revisão, conforme apresentado na Figura 1.
Fluxograma do processo de busca, triagem e seleção dos estudos a serem incluídos na revisão de escopo.
Distribuição cronológica e geográfica
O maior número de publicações ocorreu em 2017, seguido do ano de 2012. O menor número de artigos publicados foi no ano de 2016. Cabe ressaltar que, em 2021, foi considerado apenas o primeiro trimestre, dado o ponto de corte da coleta, justificando o baixo número de artigos (Figura 2).
Os países com o maior número de publicações são: Estados Unidos (35), seguido de Brasil (15) e Holanda, Espanha e Canadá (com 6 artigos cada país) (Quadro 2).
Descrição das publicações por autor, ano, país, categorização temática, população/condição-alvo e estratégias/ferramentas.
Tema, população e condição de saúde abordada
Tiveram destaque publicações sobre acompanhamento farmacoterapêutico, totalizando 71,4% (65). Destas, 35 também ofertaram ações de educação em saúde. Os EUA e o Brasil registraram maior número de publicações nesta temática, que foi a única abordada em outros quatro países (Argentina, Cuba, Nova Zelândia, Suécia).
Dos estudos, 13,2% (12) abordaram somente ações de educação em saúde, aparecendo em apenas 6 dos 21 países identificados na revisão, e mais numerosos também nos EUA e Brasil. Cerca de 10% (9) dos estudos tiveram como temática a revisão de prescrição medicamentosa e foram publicados em sete países, sendo a única ação em cuidado farmacêutico relatada na Eslovênia e na Indonésia.
As ações inovadoras aparecem em sua maioria nos EUA e totalizam 3,3% (3), as ações em promoção e/ou prevenção perfazem 2,2% (2), ocorrendo apenas no Brasil e na Tailândia.
O cuidado farmacêutico realizado por equipe multiprofissional foi apresentado na menor parte dos estudos (45%). Em relação à população-alvo, 41,7% (38) dos estudos concentraram-se no cuidado para pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, tais como: hipertensão, diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2, hipercolesterolemia, dislipidemia, dor crônica, insuficiência cardíaca e asma (Quadro 2). Os estudos que tiveram como população-alvo os usuários idosos somaram 17,6% (16), destes, 37,5% (6) tratavam de idosos submetidos à polifarmácia.
Estratégias e ferramentas utilizadas para o cuidado farmacêutico na APS
A maioria dos artigos incluídos não relataram quais foram as ferramentas utilizadas na condução das ações em cuidado farmacêutico, perfazendo cerca de 60% dos estudos analisados (Quadro 2).
Nos artigos sobre acompanhamento farmacoterapêutico, 58% não citam quais ferramentas utilizaram. Dos que as citam, as mais referenciadas foram o Método Dáder25-29 e o Pharmacist's Workup of Drug Therapy (PWDT)30-34. Foi citada a Standard Operating Procedure (SOP) em ações desenvolvidas em lares de idosos35. Quatro estudos trouxeram ferramentas elaboradas pelos próprios autores em formato de fluxogramas, ciclos e formulários36-41.
Dos estudos que combinaram o acompanhamento farmacoterapêutico com ações de educação em saúde, em metade deles foram apresentadas ferramentas apenas para nortear o acompanhamento, dessa forma, os autores citaram apenas no corpo do texto que foram realizadas ações educativas, mas não detalharam ou apresentaram as ferramentas para tal25,26,30,33,40,41.
Entre os trabalhos que abordam apenas a revisão de prescrição, um apresentou no corpo do texto a ferramenta utilizada, em forma de fluxograma, demonstrando o processo estruturado para condução da revisão de medicamentos, além de citar o uso das ferramentas Screening Tool of Older Peoples's Prescription (STOPP) e Screening Tool to Alert to Right Treatement (START) e os critérios de Beers da associação americana de geriatria para triagem e adequação de medicamentos potencialmente perigosos para idosos42.
Stuhec et al.43 citaram o "PRISCUS" para a identificação de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos. Blenkinsopp et al.44 sugerem que, na revisão clínica de medicamentos, o farmacêutico deve: verificar se permanece a necessidade dos medicamentos prescritos; se os medicamentos estão ajudando ou causando danos ou riscos; se o usuário está satisfeito em continuar utilizando os medicamentos e explorar a necessidade de uso de medicamento adicional para doenças tratadas ou não2.
Todas as ações de educação em saúde voltadas aos usuários estavam centradas no uso de medicamento e, principalmente, no favorecimento da adesão à farmacoterapia e na promoção do uso racional de medicamentos. Nos estudos em que houve medida de adesão, 51,3% (19) citam as ferramentas utilizadas, sendo o questionário de Morisky-Green-Levine o mais citado27,28,31,45-47, outros consideram a não adesão com base na observação do atraso na retirada mensal dos medicamentos na farmácia29,48-53 ou da falha nos objetivos terapêuticos33. Foi citado ainda o questionário Martín-Bayarre-Grau (MBG), elaborado e validado em Cuba para a medida de adesão na hipertensão35.
Outras ações de educação em saúde identificadas foram: oferta de materiais educativos impressos; organização de medicamentos em caixas personalizadas utilizando cores, pictogramas e etiquetas com horários de tomada; orientações verbais acerca da importância da adesão ao tratamento, uso e armazenamento correto dos medicamentos, além de orientações para a melhoria no estilo de vida e na alimentação45,51,54.
Em relação às ferramentas utilizadas nas ações de educação em saúde voltadas para os profissionais, um dos artigos apresenta fluxogramas que visam nortear a dispensação de medicamentos e identificar possíveis problemas relacionados aos medicamentos, por técnicos de farmácia previamente capacitados50, outro traz a validação de instrumento para nortear visitas domiciliares55. Além disso, houve ainda um artigo que abordou a capacitação de farmacêuticos para o uso de duas ferramentas de medida de adesão, a Adherence Estimator (AE), que consiste em um questionário de três itens para identificar usuários que provavelmente não aderem ao tratamento dadas as crenças sobre seus medicamentos, e a Drug Adherence Work-up (DRAW), que visa auxiliar farmacêuticos e prescritores na identificação e resolução de problemas de adesão56.
Obreli Neto et al.57 relataram intervenções junto aos prescritores por meio de palestras e distribuição de material educativo para promover o uso racional de antimicrobianos.
Na temática de promoção e/ou prevenção da saúde, em um dos estudos, realizado na Tailândia, os autores relatam o aconselhamento de usuários sobre comportamentos alimentares, sobrepeso e obesidade, mas não detalham como ele foi realizado58. Em artigo brasileiro, os autores tratam da condução de grupos de promoção da saúde e trazem as temáticas e metodologias abordadas e adotadas em cada um deles, todavia não descrevem de maneira precisa o suficiente para permitir a reprodução59.
Dois artigos relatam a realização de ações de prevenção de casos graves de depressão, na temática de ações inovadoras. Em um deles, há orientações para identificar ideações suicidas, utilizando uma ferramenta intitulada "P4 Suicidality Screener", que também serve para guiar a tomada de decisão do farmacêutico sobre a intervenção a ser realizada60; o outro estudo aborda a identificação do risco de depressão e orienta para intervenções envolvendo os usuários, as famílias e as equipes de saúde, nesse caso, os autores citam o uso de três ferramentas: "Beyondblue Depression Checklist", "Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9)" e "Índice 5 de Bem-Estar da OMS". Esses instrumentos avaliam os sintomas da depressão duas semanas antes da intervenção farmacêutica e podem ser tanto aplicados pelo farmacêutico como autoadministrados pelo usuário61.
DISCUSSÃO
A distribuição geográfica dos artigos segue o padrão de concentração nos países normalmente observado em revisões da literatura, tendo destaque os EUA e a Europa, contudo se observa alta proporção de produções nacionais. Em relação ao total de artigos produzidos no Brasil, não há um padrão cronológico, mas sim concentração de autoria, dado que quatro autores participam de quase metade das produções. É sabido que a produção científica é um critério importante para a definição de alocação de recursos para a pesquisa62. Assim, caberia analisar se no Brasil a produção científica em cuidados farmacêuticos estaria de alguma forma sendo enviesada por estar concentrada em determinados grupos de autores ou temas.
O acompanhamento farmacoterapêutico foi o tema com o maior número de publicações, destacando-se como a atividade clínica farmacêutica mais estudada mundialmente e que apresentou a maior parte das ferramentas identificadas, sendo os Métodos Dáder25-29 e PWCDT30-34 os mais citados para acompanhamento farmacoterapêutico, e o instrumento Morisky-Green-Levine27,28,31,45-47, para medida de adesão.
Pela análise dos estudos no âmbito da APS brasileira, observa-se que menos de 10% têm o acompanhamento farmacoterapêutico como foco. Tal cenário pode estar relacionado com as diferentes denominações atribuídas às atividades de natureza clínica no país. Uma pesquisa nacional realizada com farmacêuticos da APS destacou que nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul os profissionais não identificaram o acompanhamento farmacoterapêutico como atividade clínica18. Outros fatores importantes a serem considerados são a estrutura física inadequada e o número de profissionais insuficiente12.
A maior parte dos artigos sobre acompanhamento farmacoterapêutico aborda também estratégias de educação em saúde para a promoção do uso racional de medicamentos e/ou da adesão ao tratamento farmacológico45,46,51. Contudo se considera que o sucesso do cuidado em saúde é multifatorial, não estando relacionado apenas com o uso correto dos medicamentos, mas também com o entendimento do usuário acerca de sua condição de saúde e com outros fatores que possam contribuir para sua qualidade de vida25,26,28-31,63,64.
Nesse sentido, a promoção e a prevenção da saúde são pilares da APS e constituem uma importante estratégia para o enfrentamento das desigualdades sociossanitárias65. Poucos artigos abordaram esta temática, o que pode ser um reflexo da escassa atuação de farmacêuticos59. Da mesma forma, é pequena a participação desses profissionais em atividades educativas e relacionadas à promoção da saúde, principalmente aquelas que não se relacionam com o uso de medicamentos, o que indica pouca integração nas equipes de saúde e favorece a manutenção da ideia equivocada de que o medicamento é o centro das práticas farmacêuticas, não o paciente18,66.
A interação entre profissionais de saúde de diferentes categorias e a complementaridade dos saberes favorece a integralidade do cuidado. Dessa forma, a multiprofissionalidade na APS é primordial para que a completude de recursos e competências estejam disponíveis para o cuidado da população18,65,66. Contudo, em mais da metade dos artigos incluídos na presente revisão, independentemente da temática abordada, as ações em cuidado foram realizadas apenas pelo farmacêutico ou pela equipe de farmácia. Tal fato pode estar relacionado ao desconhecimento do papel assistencial do farmacêutico em outros espaços para além da farmácia, ou mesmo à não aceitação de parte da equipe de saúde18,67.
A principal dificuldade para exercer o cuidado farmacêutico na APS apontada por farmacêuticos foi o pouco desenvolvimento de competências clínicas, tanto na graduação como na pós-graduação18,67. Essa deficiência é identificada, principalmente, entre farmacêuticos graduados antes das DCN de 201721,68. A qualificação deficiente dificulta a compreensão de valores, responsabilidades, funções e atividades relacionadas ao processo do cuidado e pode estar levando a um déficit na oferta18. A qualificação e o treinamento para a realização de qualquer ação em cuidado farmacêutico são requisitos tanto na formação quanto nos treinamentos periódicos18. No Canadá, são exigidos estágios curriculares em práticas clínicas paralelamente à teoria e, ao fim do bacharelado, um estágio de 600 horas. Na França, os programas de formação promovem, após a graduação, a adição de créditos que permitem o desenvolvimento da farmácia clínica69.
Destaca-se que grande parte dos estudos incluídos nesta revisão não apresentaram claramente os instrumentos capazes de orientar a prática do cuidado farmacêutico na APS. Essa conjuntura de reprodutibilidade na literatura foi constatada em estudo realizado com mais de 1.500 pesquisadores de diversas áreas de conhecimento, apontando que mais de 70% deles não tiveram sucesso ao tentar reproduzir experimentos de terceiros e mais de 50% não conseguiram reproduzir seus próprios experimentos com base em suas publicações70. Tendo em vista a prática baseada em evidências, é de suma importância que, além de informar os resultados ou benefícios de determinada intervenção, a literatura traga informações precisas sobre como desenvolvê-la.
Entre as poucas publicações em educação, uma é voltada para técnicos de farmácia. As ações de educação permanente e técnico-pedagógicas, voltadas para profissionais de saúde, integram o conceito do cuidado farmacêutico na APS e são de extrema importância na qualificação da educação e no empoderamento das equipes de saúde para a promoção do uso racional de medicamentos e da melhoria contínua do monitoramento dos resultados de saúde obtidos com a farmacoterapia10.
Notou-se o fato de não ter sido identificado artigo que tivesse como tema principal a dispensação de medicamentos, que aparece apenas como plano de fundo em diversos artigos, fato muito contraditório, considerando que a dispensação é apontada como atividade realizada com maior frequência pelos farmacêuticos na APS65,71,72. A temática revisão de prescrição medicamentosa também não foi abordada de maneira ampla. Os motivos para essa carência de publicações podem estar relacionados com a pouca importância atribuída pelos farmacêuticos ou a não visualização da dispensação de medicamentos como um serviço clínico, reforçando a ideia de que possa haver mais entrega de medicamentos do que a dispensação propriamente dita72,73. A dispensação como serviço de saúde na promoção do uso racional de medicamentos e no processo de educação do usuário é importante para permitir a identificação de demandas e o encaminhamento para outros serviços72,73.
Destacam-se as ações inovadoras em cuidado farmacêutico, entre as quais o monitoramento da depressão e a identificação de ideações suicidas, objetivos bem distintos daqueles normalmente apresentados na literatura48,60,61. O aumento da gama de serviços clínicos prestados por farmacêuticos promove este profissional para diferentes e variadas possibilidades de atuação que visam contribuir no processo do cuidado e na promoção da qualidade de vida dos usuários da APS. Nesse sentido, os benefícios do cuidado farmacêutico não se limitam a promoção do uso racional de medicamentos, identificação e resolução de PRM. Identificaram-se melhorias nos resultados clínicos, na adesão ao tratamento, no empoderamento dos usuários quanto à farmacoterapia, ao autocuidado, à alimentação e ao estilo de vida74,75, demonstrando o quão relevante é a atuação do farmacêutico no desenvolvimento dos serviços clínicos, requerendo assim maiores esforços científicos no sentido de oferecer evidências que norteiem melhores práticas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados da presente revisão apontam lacunas na literatura científica sobre cuidado farmacêutico na APS, considerando que grande parte dos estudos teve foco no acompanhamento farmacoterapêutico. O cuidado farmacêutico abarca outros tipos de ações, que, nesta revisão, tiveram aparição incipiente, tais quais: promoção da saúde e prevenção de agravos, atividades técnico-pedagógicas voltadas ao indivíduo, à família, à comunidade e à equipe de saúde e promoção do uso de terapias alternativas e complementares. Além disso, os resultados também indicam uma escassez na apresentação das estratégias e nas ferramentas utilizadas para condução do cuidado farmacêutico, fato que inviabiliza a reprodutibilidade das experiências relatadas.
A oferta do cuidado farmacêutico é de suma importância para a qualificação do serviço de saúde, a promoção do uso racional de medicamentos e a saúde de forma geral, favorecendo a inserção e a visualização do farmacêutico como um profissional de saúde e não, exclusivamente, gestor da logística de medicamentos. Contudo a produção científica, até o presente, não suporta todos os aspectos necessários para a APS, sendo insuficiente para nortear a prática farmacêutica. Nesse sentido, são necessárias publicações de novos estudos que retratem a realização do cuidado em suas diversas vertentes e que descrevam claramente as ferramentas utilizadas, de forma que ampliem a oferta e a multiplicidade do cuidado farmacêutico na APS.
DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE DADOS:
Os conjuntos de dados gerados e/ou analisados durante o estudo estão disponíveis com o autor correspondente mediante solicitação.
REFERÊNCIAS
- 1 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. Gestão do cuidado farmacêutico na atenção básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2019.
- 2 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2017.
-
3 World Health Organization. Declaração de Alma-Ata. Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde [Internet]. World Health Organization; 1978 [acessado em 3 nov. 2025]. Disponível em: http://www.who.int/hpr/NPH/docs/declaration_almaata.pdf
» http://www.who.int/hpr/NPH/docs/declaration_almaata.pdf -
4 Organização Pan-Americana da Saúde. Escritório Regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde. Atenção Primária à Saúde [Internet]. Organização Pan-Americana da Saúde; 2022 [acessado em 3 nov. 2025]. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/atencao-primaria-saude/
» https://www.paho.org/pt/topicos/atencao-primaria-saude/ - 5 Brasil. Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998. Dispõe sobre a aprovação da Política Nacional de Medicamentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. 1998.
- 6 Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Diário Oficial da União. 2004.
-
7 Closs VE, Schwanke CHA. A evolução do índice de envelhecimento no Brasil, nas suas regiões e unidades federativas no período de 1970 a 2010. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2012;15(3):443-58. https://doi.org/10.1590/S1809-98232012000300006
» https://doi.org/10.1590/S1809-98232012000300006 -
8 Pereira KG, Peres MA, Iop D, Boing AC, Boing AF, Aziz M, et al. Polifarmácia em idosos: um estudo de base populacional. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(2):335-44. https://doi.org/10.1590/1980-5497201700020013
» https://doi.org/10.1590/1980-5497201700020013 - 9 Wiedenmayer K, Summers RS, Mackie CA, Gous AGS, Everard M, Tromp D. Developing pharmacy practice: a focus on patient care. Genebra: WHO; 2006.
- 10 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Cuidado Farmacêutico na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde; 2015. Caderno 1: Serviços farmacêuticos na atenção básica à saúde.
-
11 Conselho Federal de Farmácia. Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual [Internet]. Brasília: Conselho Federal de Farmácia; 2016 [acessado em 3 nov. 2025]. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/ProfarArcaboucoTELAFINAL.pdf
» http://www.cff.org.br/userfiles/ProfarArcaboucoTELAFINAL.pdf -
12 Destro DR, Vale SA, Brito MJM, Chemello C. Desafios para o cuidado farmacêutico na Atenção Primária à Saúde. Physis. 2021;31(3):1-24. https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310323
» https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310323 -
13 Barros DSL, Silva DLM, Leite SN. Serviços farmacêuticos clínicos na atenção primária à saúde do Brasil. Trab Educ Saúde. 2020;18(1):e0024071. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00240
» https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00240 -
14 Tan EC, Stewart K, Elliott RA, George J. Pharmacist services provided in general practice clinics: a systematic review and meta-analysis. Res Social Adm Pharm. 2014;10(4):608-22. https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2013.08.006
» https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2013.08.006 -
15 Metz VE, Leibowitz A, Satre DD, Parthasarathy S, Jackson-Morris M, Cocohoba J, et al. Effectiveness of a pharmacist-delivered primary care telemedicine intervention to increase access to pharmacotherapy and specialty treatment for alcohol use problems: Protocol for the alcohol telemedicine consult cluster-randomized pragmatic trial. Contemp Clin Trials. 2022;123:107004. https://doi.org/10.1016/j.cct.2022.107004
» https://doi.org/10.1016/j.cct.2022.107004 -
16 Lara-Júnior CR, Ahouagi AEO, Pinto IVL, Braga DG, Andrade TR, Ramalho-de-Oliveira D, et al. Implementation and effectiveness of a pharmacotherapeutic follow-up service for people with tuberculosis in primary healthcare. Int J Environ Res Public Health. 2022;19(21):14552. https://doi.org/10.3390/ijerph192114552
» https://doi.org/10.3390/ijerph192114552 -
17 Laborne-E-Valle MEP, Ahouagi AEO, Braga DG, Pinto IVL, Lara-Júnior CR, Ferreira SG, et al. Assessment of pharmaceutical services for smoking cessation: na effectiveness–implementation hybrid study. Int J Environ Res Public Health. 2022;19(19):12305. https://doi.org/10.3390/ijerph191912305
» https://doi.org/10.3390/ijerph191912305 -
18 Araújo PS, Costa EA, Guerra Junior AA, Acurcio F de A, Guibu IA, Álvares J, et al. Atividades farmacêuticas de natureza clínica na atenção básica no Brasil. Rev Saúde Pública. 2017;51(Supl. 2):6s. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051007109
» https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051007109 - 19 Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Brasil: Conselho Federal de Farmácia; 2013.
-
20 Brasil. Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas [Internet]. 2014 [acessado em 3 nov. 2025]. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei13021-8-agosto-2014-779151-normaatualizada-pl.pdf
» https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei13021-8-agosto-2014-779151-normaatualizada-pl.pdf - 21 Brasil. Resolução CNE/CES nº 6, de 19 de outubro de 2017. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Diário Oficial da União. 2017.
- 22 Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil H. Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, editor. JBI Manual for Evidence Synthesis. JBI; 2020.
-
23 Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR): Checklist and Explanation. Ann Intern Med. 2018;169(7):467-73. https://doi.org/10.7326/m18-0850
» https://doi.org/10.7326/m18-0850 - 24 Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70/Martins Fontes; 1979.
-
25 Firmino PYM, Vasconcelos TO, Ferreira CC, Moreira LM, Romero NR, Dias LA, et al. Cardiovascular risk rate in hypertensive patients attended in primary health care units: The influence of pharmaceutical care. Brazilian J Pharm Sci. 2015;51(3):617-28. https://doi.org/10.1590/S1984-82502015000300013
» https://doi.org/10.1590/S1984-82502015000300013 -
26 Melo DO, Castro LLC. A contribuição do farmacêutico para a promoção do acesso e uso racional de medicamentos essenciais no SUS. Ciên Saúde Colet. 2017;22(1):235-44. https://doi.org/10.1590/1413-81232017221.16202015
» https://doi.org/10.1590/1413-81232017221.16202015 - 27 Martins BCC, Firmino PYM, Alves S de CF, Lima LF, Oliveira BE, Porto AC, et al. Adesão ao tratamento para hipertensão em uma unidade Básica de Saúde do Ceará. Rev Bras Hipertens. 2014;21(1):24-30.
-
28 Plaster CP, Melo DT, Boldt V, Cassaro KOS, Lessa FCR, Boëchat GAP, et al. Reduction of cardiovascular risk in patients with metabolic syndrome in a community health center after a pharmaceutical care program of pharmacotherapy follow-up. Brazilian J Pharm Sci. 2012;48(3):435-46. https://doi.org/10.1590/S1984-82502012000300010
» https://doi.org/10.1590/S1984-82502012000300010 - 29 Badesso RE, Uthurry NHS, Armando PD. Efecto del seguimiento farmacoterapéutico a pacientes con diabetes mellitus tipo 2 en un servicio de atención primaria de Córdoba (Argentina). Pharm Care Espana. 2013;15(1):2-9.
-
30 Mourão AOM, Ferreira WR, Martins MAP, Reis AMM, Carrillo MRG, Guimarães AG, et al. Pharmaceutical care program for type 2 diabetes patients in Brazil: A randomised controlled trial. Int J Clin Pharm. 2013;35(1):79-86. https://doi.org/10.1007/s11096-012-9710-7
» https://doi.org/10.1007/s11096-012-9710-7 -
31 Martins BPR, de Aquino AT, Provin MP, Lima DM, Dewulf N de LS, Amaral RG. Pharmaceutical care for hypertensive patients provided within the family health strategy in Goiânia, Goiás, Brazil. Brazilian J Pharm Sci. 2013;49(3):609-18. https://doi.org/10.1590/S1984-82502013000300023
» https://doi.org/10.1590/S1984-82502013000300023 -
32 Neves C de M, Nascimento MMG do, Silva DÁM, Ramalho-de-Oliveira D. Clinical results of comprehensive medication management services in primary care in Belo Horizonte. Pharmacy. 2019;7(2):58. https://doi.org/10.3390/pharmacy7020058
» https://doi.org/10.3390/pharmacy7020058 -
33 Santos BD, Nascimento MMG, Oliveira GCB, Nascimento YA, Mambrini JVM, Cid AS, et al. Clinical impact of a comprehensive medication management service in primary health care. J Pharm Pract. 2021;34(2):265-71. https://doi.org/10.1177/0897190019866309
» https://doi.org/10.1177/0897190019866309 -
34 Obreli-Neto PR, Vieira JC, Cuman RKN. Impact of pharmaceutical care in the rational use of antimicrobials in a basic health unit in Säo Paulo State. Acta Sci Heal Sci. 2011;33(2):159-64. https://doi.org/1010.4025/actascihealthsci.v33i2.8006
» https://doi.org/1010.4025/actascihealthsci.v33i2.8006 -
35 García Falcón D, Lores-Delgado D, Dupotey-Varela NM, Espino-Leyva DL. Atención farmacéutica en adultos mayores hipertensos. Una experiencia en la atención primaria de salud en Cuba. Ars Pharm. 2018;59(2):91-8. https://doi.org/10.30827/ars.v59i2.7307
» https://doi.org/10.30827/ars.v59i2.7307 -
36 Norman JL, Kroehl ME, Lam HM, Lewis CL, Mitchell CN, O’Bryant CL, et al. Implementation of a pharmacist-managed clinic for patients with chronic nonmalignant pain. Am J Heal Pharm. 2017;74(16):1229-35. https://doi.org/10.2146/ajhp160294
» https://doi.org/10.2146/ajhp160294 -
37 Brunisholz KD, Olson J, Anderson JW, Hays E, Tilbury PM, Winter B, et al. "Pharming out" support: A promising approach to integrating clinical pharmacists into established primary care medical home practices. J Int Med Res. 2018;46(1):234-48. https://doi.org/10.1177/0300060517710885
» https://doi.org/10.1177/0300060517710885 -
38 Hazen ACM, Zwart DLM, Poldervaart JM, De Gier JJ, De Wit NJ, De Bont AA, et al. Non-dispensing pharmacists’ actions and solutions of drug therapy problems among elderly polypharmacy patients in primary care. Fam Pract. 2019;36(5):544-51. https://doi.org/10.1093/fampra/cmy114
» https://doi.org/10.1093/fampra/cmy114 -
39 Verdoorn S, Blom J, Vogelzang T, Kwint HF, Gussekloo J, Bouvy ML. The use of goal attainment scaling during clinical medication review in older persons with polypharmacy. Res Soc Adm Pharm. 2019;15(10):1259-65. https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2018.11.002
» https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2018.11.002 -
40 Javaid Z, Imtiaz U, Khalid I, Saeed H, Khan RQ, Islam M, et al. A randomized control trial of primary care-based management of type 2 diabetes by a pharmacist in Pakistan. BMC Health Serv Res. 2019;19(1):409. https://doi.org/10.1186/s12913-019-4274-z
» https://doi.org/10.1186/s12913-019-4274-z -
41 Siaw MYL, Ko Y, Malone DC, Tsou KYK, Lew YJ, Foo D, et al. Impact of pharmacist-involved collaborative care on the clinical, humanistic and cost outcomes of high-risk patients with type 2 diabetes (IMPACT): a randomized controlled trial. J Clin Pharm Ther. 2017;42(4):475-82. https://doi.org/10.1111/jcpt.12536
» https://doi.org/10.1111/jcpt.12536 -
42 Khera S, Abbasi M, Dabravolskaj J, Sadowski CA, Yua H, Chevalier B. Appropriateness of medications in older adults living with frailty: impact of a pharmacist-led structured medication review process in primary care. J Prim Care Community Heal. 2019;10:2150132719890227. https://doi.org/10.1177/2150132719890227
» https://doi.org/10.1177/2150132719890227 -
43 Stuhec M, Gorenc K, Zelko E. Evaluation of a collaborative care approach between general practitioners and clinical pharmacists in primary care community settings in elderly patients on polypharmacy in Slovenia: A cohort retrospective study reveals positive evidence for implementation. BMC Health Serv Res. 2019;19(1):118. https://doi.org/10.1186/s12913-019-3942-3
» https://doi.org/10.1186/s12913-019-3942-3 -
44 Blenkinsopp A, Bond C, Raynor DK. Medication reviews. Br J Clin Pharmacol. 2012;74(4):573-80. https://doi.org/10.1111/j.1365-2125.2012.04331.x
» https://doi.org/10.1111/j.1365-2125.2012.04331.x -
45 Obreli-Neto PR, Guidoni CM, de Oliveira Baldoni A, Pilger D, Cruciol-Souza JM, Gaeti-Franco WP, et al. Effect of a 36-month pharmaceutical care program on pharmacotherapy adherence in elderly diabetic and hypertensive patients. Int J Clin Pharm. 2011;33(4):642-9. https://doi.org/10.1007/s11096-011-9518-x
» https://doi.org/10.1007/s11096-011-9518-x -
46 Oñatibia-Astibia A, Malet-Larrea A, Gastelurrutia MÁ, Calvo B, Ramírez D, Cantero I, et al. Effect of health professional intervention on adherence to statin use according to the cause of patient non-adherence. Int J Clin Pharm. 2020;42(2):331-5. https://doi.org/10.1007/s11096-020-01024-1
» https://doi.org/10.1007/s11096-020-01024-1 -
47 Fiß T, Meinke-Franze C, van den Berg N, Hoffmann W. Effects of a three party healthcare network on the incidence levels of drug related problems. Int J Clin Pharm. 2013;35(5):763-71. https://doi.org/10.1007/s11096-013-9804-x
» https://doi.org/10.1007/s11096-013-9804-x -
48 Billups SJ, Delate T, Newlon C, Schwiesow S, Jahnke R, Nadrash A. Outcomes of a pharmacist-managed medication refill program. J Am Pharm Assoc. 2013;53(5):505-12. https://doi.org/10.1331/japha.2013.13008
» https://doi.org/10.1331/japha.2013.13008 -
49 Heisler M, Hofer TP, Schmittdiel JA, Selby JV, Klamerus ML, Bosworth HB, et al. Improving blood pressure control through a clinical pharmacist outreach program in patients with diabetes mellitus in 2 high-performing health systems: the adherence and intensification of medications cluster randomized, controlled pragmatic trial. Circulation. 2012;125(23):2863-72. https://doi.org/10.1161/circulationaha.111.089169
» https://doi.org/10.1161/circulationaha.111.089169 -
50 Melo DO, Molino CGRC, Ribeiro E, Romano-Lieber NS. Capacitação e intervenções de técnicos de farmácia na dispensação de medicamentos em Atenção Primária à Saúde. Cien Saúde Colet. 2017;22(1):261-8. https://doi.org/10.1590/1413-81232017221.16122015
» https://doi.org/10.1590/1413-81232017221.16122015 -
51 Prata PBA, Cunha MR, Pereira ÉG, Nichiata LYI. Atenção farmacêutica e a humanização da assistência: Lições aprendidas na promoção da adesão de usuários aos cuidados terapêuticos nas condições crônicas. Mundo da Saúde. 2012;36(3):526-30. https://doi.org/10.15343/0104-7809.2012363521525
» https://doi.org/10.15343/0104-7809.2012363521525 -
52 Leendertse AJ, de Koning GH, Goudswaard AN, Belitser SV, Verhoef M, de Gier HJ, et al. Preventing hospital admissions by reviewing medication (PHARM) in primary care: an open controlled study in an elderly population. J Clin Pharm Ther. 2013;38(5):379-87. https://doi.org/10.1111/jcpt.12069
» https://doi.org/10.1111/jcpt.12069 -
53 Rubio-Valera M, March Pujol M, Fernández A, Peñarrubia-María MT, Travé P, López Del Hoyo Y, et al. Evaluation of a pharmacist intervention on patients initiating pharmacological treatment for depression: a randomized controlled superiority trial. Eur Neuropsychopharmacol. 2013;23(9):1057-66. https://doi.org/10.1016/j.euroneuro.2012.11.006
» https://doi.org/10.1016/j.euroneuro.2012.11.006 -
54 Noureldin M, Plake KS, Morrow DG, Tu W, Wu J, Murray MD. Effect of health literacy on drug adherence in patients with heart failure. Pharmacotherapy. 2012;32(9):819-26. https://doi.org/10.1002/j.1875-9114.2012.01109.x
» https://doi.org/10.1002/j.1875-9114.2012.01109.x -
55 Santos JB, Luquetti TM, Castilho SR, Calil-Elias. Cuidado farmacêutico domiciliar na Estratégia de Saúde da Família. Physis. 2020;30(2):e300229. https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300229
» https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300229 -
56 Witry MJ, Doucette WR, Zhang Y, Farris KB. Multiple adherence tool evaluation study (MATES). J Manag Care Pharm. 2014;20(7):734-40. https://doi.org/10.18553/jmcp.2014.20.7.734
» https://doi.org/10.18553/jmcp.2014.20.7.734 -
57 Obreli Neto PR, Vieira JC, Cuman RKN. Impacto da atenção farmacêutica no uso racional de antimicrobianos em uma unidade básica de saúde no interior do Estado de São Paulo. Acta Sci Health Sci. 2011;33(2):159-64. https://doi.org/10.4025/actascihealthsci.v33i2.8006
» https://doi.org/10.4025/actascihealthsci.v33i2.8006 -
58 Phimarn W, Pianchana P, Limpikanchakovit P, Suranart K, Supapanichsakul S, Narkgoen A, et al. Thai community pharmacist involvement in weight management in primary care to improve patient's outcomes. Int J Clin Pharm. 2013;35(6):1208-17. https://doi.org/10.1007/s11096-013-9851-3
» https://doi.org/10.1007/s11096-013-9851-3 - 59 Costa EM, Rabelo AR de M, de Lima JG. Avaliação do papel do farmacêutico nas ações de promoção da saúde e prevenção de agravos na atenção primária. Rev Ciências Farm Basica Apl. 2014;35(1):81-8.
-
60 Bhat S, Kroehl ME, Trinkley KE, Chow Z, Heath LJ, Billups SJ, et al. Evaluation of a clinical pharmacist-led multidisciplinary antidepressant telemonitoring service in the primary care setting. Popul Health Manag. 2018;21(5):366-72. https://doi.org/10.1089/pop.2017.0144
» https://doi.org/10.1089/pop.2017.0144 -
61 O’Reilly CL, Wong E, Chen TF. A feasibility study of community pharmacists performing depression screening services. Res Social Adm Pharm. 2015;11(3):364-81. https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2014.08.013
» https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2014.08.013 -
62 Hart KL, Perlis RH. Authorship inequality: a bibliometric study of the concentration of authorship among a diminishing number of individuals in high-impact medical journals, 2008-2019. BMJ Open. 2021;11(1):e046002. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2020-046002
» https://doi.org/10.1136/bmjopen-2020-046002 -
63 Moreau C, Sando KR, Zambrano DH. Assessing the effect of pharmacist care on diabetes-related outcomes in a rural outpatient clinic: a retrospective case-control study. Ann Pharmacother. 2017;51(6):473-8. https://doi.org/10.1177/1060028016685731
» https://doi.org/10.1177/1060028016685731 -
64 Gagnon A, Jin M, Malak M, Bednarowski K, Feng L, Francis-Pringle S, et al. Pharmacists managing people with diabetes in primary care: 10 years of experience at the Hamilton Family Health Team. Can J Diabetes. 2017;41(6):576–9. https://doi.org/10.1016/j.jcjd.2017.08.240
» https://doi.org/10.1016/j.jcjd.2017.08.240 -
65 Teixeira MB, Casanova A, Oliveira CCMD, Ensgtrom EM, Bodstein RCDA. Avaliação das práticas de promoção da saúde: um olhar das equipes participantes do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. Saúde Debate. 2014;38(spe.):52-68. https://doi.org/10.5935/0103-1104.2014S005
» https://doi.org/10.5935/0103-1104.2014S005 - 66 Cipolle RJ, Strand LM, Morley PC. Pharmaceutical care practice: the clinician's guide. 2ª ed. Nova York: McGraw-Hill; 2004.
- 67 Freitas GRM, Luna-Leite MDA, Castro MS, Heineck I. Principais dificuldades enfrentadas por farmacêuticos para exercerem suas atribuições clínicas no Brasil. Rev Bras Farm Hospitalar Serv Saúde. 2019;7(3):35-41.
- 68 Brasil. Ministério da Saúde. Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde. Cursos para a Atenção Básica. São Paulo: Ministério da Saúde; 2021.
- 69 Bussières JF, Roy P, Lebel D, Binette MC, Cambar J, Colombel C. Profil de la pratique pharmaceutique de la France et du Québec et perspectives d’échange. Pharmactuel. 2002;35(1):308.
-
70 Baker M. 1,500 scientists lift the lid on reproducibility. Nature. 2016;533(7604):452-4. https://doi.org/10.1038/533452a
» https://doi.org/10.1038/533452a -
71 Nakamura CA, Leite SN. A construção do processo de trabalho no Núcleo de Apoio à Saúde da Família: a experiência dos farmacêuticos em um município do sul do Brasil. Ciên Saúde Colet. 2016;21(5):1565-72. https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.17412014
» https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.17412014 -
72 Leite SN, Bernardo NLMDC, Álvares J, Guerra AA Junior, Costa EA, Acurcio FA, et al. Medicine dispensing service in primary health care of SUS. Rev Saúde Pública. 2017;51(Supl. 2):1s-10s. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051007121
» https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051007121 - 73 Nascimento Junior JMDN. Dispensação: dispensar e entregar não são sinônimos. Brasil: Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde no Brasil; 2016.
-
74 Rotta I, Salgado TM, Silva ML, Correr CJ, Fernandez-Llimos F. Effectiveness of clinical pharmacy services: an overview of systematic reviews (2000-2010). Int J Clin Pharm. 2015;37(5):687-97. https://doi.org/10.1007/s11096-015-0137-9
» https://doi.org/10.1007/s11096-015-0137-9 - 75 Carvalho FD, Artuzo FSC, Chrysostomo TN, Andrade CG. Influência do seguimento farmacoterapêutico sobre o tratamento medicamentoso de diabetes mellitus tipo 2 no Brasil: revisão sistemática. Rev Bras Farm Hosp Serv Saúde. 2011;2(2):5-10.
- 76 Biltaji E, Abughosh S, Almeman A, Fox BI, Wang X, Essien EJ. Outcomes associated with pharmacist-led diabetes collaborative drug therapy management in a Medicaid population. J Pharm Health Serv Res. 2017;8(1):59-62.
- 77 Carter KL, Gabra IG, O’Brien RJ, Elmore K, Shukla R. Improved latent tuberculosis therapy completion rates in refugee patients through use of a clinical pharmacist. Int J Tuberc Lung Dis. 2017;21(4):432-7.
- 78 Geurts ME, Talsma J, Brouwers JR, De Gier JJ. Implications of a clinical medication review and a pharmaceutical care plan of polypharmacy patients with a cardiovascular disorder. Int J Clin Pharm. 2016;38(4):808-15.
-
79 Gilani F, Majumdar SR, Johnson JA, Tsuyuki RT, Lewanczuk RZ, Spooner R, et al. Adding pharmacists to primary care teams increases guideline-concordant antiplatelet use in patients with type 2 diabetes: results from a randomized trial. Ann Pharmacother. 2013;47(1):43-8. https://doi.org/10.1345/aph.1r552
» https://doi.org/10.1345/aph.1r552 -
80 Gonzalvo JD, Hamm JA, Shan M. A pharmacist-managed cardiovascular risk-reduction clinic for individuals experiencing serious mental illness. J Am Pharm Assoc. 2019;59(5):698-703. https://doi.org/10.1016/j.japh.2019.06.012
» https://doi.org/10.1016/j.japh.2019.06.012 -
81 Harrison J, Shaw JP, Harrison JE. Anticoagulation management by community pharmacists in New Zealand: an evaluation of a collaborative model in primary care. Int J Pharm Pract. 2015;23(3):173-81. https://doi.org/10.1111/ijpp.12148
» https://doi.org/10.1111/ijpp.12148 -
82 Henry TM, Smith S, Hicho M. Treat to goal: impact of clinical pharmacist referral service primarily in diabetes management. Hosp Pharm. 2013;48(8):656-61. https://doi.org/10.1310/hpj4808-656
» https://doi.org/10.1310/hpj4808-656 -
83 Kennedy AG, MacLean CD, Littenberg B. Improving population management through pharmacist–primary care integration: a pilot study. Popul Health Manag. 2015;18(1):23-9. https://doi.org/10.1089/pop.2014.0043
» https://doi.org/10.1089/pop.2014.0043 -
84 Lenander C, Elfsson B, Danielsson B, Midlöv P, Hasselström J. Effects of a pharmacist-led structured medication review in primary care on drug-related problems and hospital admission rates: a randomized controlled trial. Scand J Prim Health Care. 2014;32(4):180-6. https://doi.org/10.3109/02813432.2014.972062
» https://doi.org/10.3109/02813432.2014.972062 -
85 López TM, Domínguez Camacho JC, Palma Morgado D, Caraballo Camacho Mde L, Morales Serna JC, López Rubio S. Revisión de la medicación en ancianos polimedicados en riesgo vascular: ensayo aleatorizado y controlado [A review of the medication in polymedicated elderly with vascular risk: a randomised controlled trial]. Aten Primaria. 2012;44(8):453-60. https://doi.org/10.1016/j.aprim.2011.09.015
» https://doi.org/10.1016/j.aprim.2011.09.015 -
86 Lowrie R, Mair FS, Greenlaw N, Forsyth P, Jhund PS, McConnachie A, et al. Pharmacist intervention in primary care to improve outcomes in patients with left ventricular systolic dysfunction. Eur Heart J. 2012;33(3):314-24. https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehr433
» https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehr433 -
87 Modig S, Holmdahl L, Bondesson Å. Medication reviews in primary care in Sweden: importance of clinical pharmacists’ recommendations on drug-related problems. Int J Clin Pharm. 2016;38(1):41-5. https://doi.org/10.1007/s11096-015-0189-x
» https://doi.org/10.1007/s11096-015-0189-x -
88 Mondiello TB, Stutzman LA. Impact of pharmacists in optimizing geriatric pharmacotherapy in primary care within a Veterans Affairs medical center. Consult Pharm. 2017;32(1):47-53. https://doi.org/10.4140/tcp.n.2017.54
» https://doi.org/10.4140/tcp.n.2017.54 -
89 Nagy MW, Gruber S, McConnell M. Implementation of a pilot pharmacist testosterone therapy management service. J Pharm Pract. 2020;33(5):654-60. https://doi.org/10.1177/0897190019830251
» https://doi.org/10.1177/0897190019830251 -
90 Oboh L, Todd A, Husband A. Frail older people with multimorbidities in primary care: a new integrated care clinical pharmacy service. Int J Clin Pharm. 2018;40(1):41-7. https://doi.org/10.1007/s11096-017-0566-8
» https://doi.org/10.1007/s11096-017-0566-8 -
91 Smith MC, Boldt AS, Walston CM, Zillich AJ. Effectiveness of a pharmacy care management program for veterans with dyslipidemia. Pharmacotherapy. 2013;33(7):736-43. https://doi.org/10.1002/phar.1273
» https://doi.org/10.1002/phar.1273 -
92 Stallings AM, Dixon C, Carter A, Ali A, Herring C. Evaluation of a pharmacist-managed hypertension clinic in a rural primary care setting. J Pharm Pract. 2021;34(6):844-9. https://doi.org/10.1177/0897190020926841
» https://doi.org/10.1177/0897190020926841 -
93 Weidman-Evans E, Evans J, Eastwood R, Fort A. Implementation of a pharmacist-run telephonic insulin titration service. J Am Pharm Assoc. 2012;52(6):e266-72. https://doi.org/10.1331/japha.2012.11225
» https://doi.org/10.1331/japha.2012.11225 -
94 Woodall T, Landis SE, Galvin SL, Plaut T, Roth McClurg MT. Provision of annual wellness visits with comprehensive medication management by a clinical pharmacist practitioner. Am J Health Syst Pharm. 2017;74(4):218-23. https://doi.org/10.2146/ajhp150938
» https://doi.org/10.2146/ajhp150938 -
95 Zillich AJ, Jaynes HA, Bex SD, Boldt AS, Walston CM, Ramsey DC, et al. Evaluation of pharmacist care for hypertension in the Veterans Affairs patient-centered medical home: a retrospective case-control study. Am J Med. 2015;128(5):539.e1-6. https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2014.11.027
» https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2014.11.027 -
96 Counsell AB, Nguyen AD, Baysari MT, Kannangara DRW, McLachlan AJ, Day RO. Exploring current and potential roles of Australian community pharmacists in gout management: a qualitative study. BMC Fam Pract. 2018;19(1):54. https://doi.org/10.1186/s12875-018-0744-3
» https://doi.org/10.1186/s12875-018-0744-3 -
97 Goldfien RD, Ng MS, Yip G, Hwe A, Jacobson A, Pressman A, et al. Effectiveness of a pharmacist-based gout care management programme in a large integrated health plan: results from a pilot study. BMJ Open. 2014;4(1):e003627. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2013-003627
» https://doi.org/10.1136/bmjopen-2013-003627 -
98 Klang SH, Ben-Amnon Y, Cohen Y, Barak Y. Community pharmacists’ support improves antidepressant adherence in the community. Int Clin Psychopharmacol. 2015;30(6):316-9. https://doi.org/10.1097/yic.0000000000000090
» https://doi.org/10.1097/yic.0000000000000090 - 99 Pehlivanli A, Celik I, Demirkan K. The role of the pharmacist in hypertension management: a model application in primary health care. J Fac Pharm Ankara Univ. 2021;45(1):1-11.
-
100 Sharaya NH, Dorrell MF, Sciacca NA. The impact of addressing adherence in pharmacist-managed pharmacotherapy clinics. J Pharm Pract. 2017;30(1):37-41. https://doi.org/10.1177/0897190015585760
» https://doi.org/10.1177/0897190015585760 -
101 Bowers BL, Heffern C, Billings S. Implementation of a medication therapy management program in a primary care clinic. J Am Pharm Assoc. 2019;59(3):383-9. https://doi.org/10.1016/j.japh.2019.02.009
» https://doi.org/10.1016/j.japh.2019.02.009 -
102 Gallimore CE, Sokhal D, Zeidler Schreiter E, Margolis AR. Pharmacist medication reviews to improve safety monitoring in primary care patients. Fam Syst Health. 2016;34(2):104-9. https://doi.org/10.1037/fsh0000185
» https://doi.org/10.1037/fsh0000185 -
103 van de Steeg-van Gompel CH, Wensing M, De Smet PA. Implementation of a pharmacist-led intervention to enhance statin prescribing for secondary prevention in primary care: a cluster randomized trial. Eur J Prev Cardiol. 2012;19(2):169-76. https://doi.org/10.1177/1741826711398846
» https://doi.org/10.1177/1741826711398846 -
104 Köberlein-Neu J, Mennemann H, Hamacher S, Waltering I, Jaehde U, Schaffert C, et al. Interprofessional medication management in patients with multiple morbidities: a cluster-randomized trial (the WestGem Study). Dtsch Arztebl Int. 2016;113(44):741-8. https://doi.org/10.3238/arztebl.2016.0741
» https://doi.org/10.3238/arztebl.2016.0741 -
105 Suryani D, Bahtiar A, Andrajati R. Pharmacist involvement to decrease drug-related problems among geriatric patients in Indonesian primary health centers. Asian J Pharm Clin Res. 2017;10(Special Issue Oct):102-7. https://doi.org/10.22159/ajpcr.2017.v10s5.23109
» https://doi.org/10.22159/ajpcr.2017.v10s5.23109 -
106 Teichert M, Griens F, Buijs E, Wensing M, De Smet PA. Effectiveness of interventions by community pharmacists to reduce risk of gastrointestinal side effects in nonselective nonsteroidal anti-inflammatory drug users. Pharmacoepidemiol Drug Saf. 2014;23(4):382-9. https://doi.org/10.1002/pds.3587
» https://doi.org/10.1002/pds.3587 -
107 Abdin MS, Grenier-Gosselin L, Guénette L. Impact of pharmacists’ interventions on the pharmacotherapy of patients with complex needs monitored in multidisciplinary primary care teams. Int J Pharm Pract. 2020;28(1):75-83. https://doi.org/10.1111/ijpp.12577
» https://doi.org/10.1111/ijpp.12577 -
108 Abdulrhim SH, Saleh RA, Mohamed Hussain MA, Al Raey H, Babiker AH, Kheir N, et al. Impact of a collaborative pharmaceutical care service among patients with diabetes in an ambulatory care setting in Qatar: a multiple time series study. Value Health Reg Issues. 2019;19:45-50. https://doi.org/10.1016/j.vhri.2018.12.002
» https://doi.org/10.1016/j.vhri.2018.12.002 -
109 Albertson S, Murray T, Triboletti J, Pence L, Gonzalvo J, Meredith A, et al. Implementation of primary care clinical pharmacy services for adults experiencing homelessness. J Am Pharm Assoc. 2021;61(1):e80-e84. https://doi.org/10.1016/j.japh.2020.10.012
» https://doi.org/10.1016/j.japh.2020.10.012 -
110 Armour CL, Reddel HK, LeMay KS, Saini B, Smith LD, Bosnic-Anticevich SZ, et al. Feasibility and effectiveness of an evidence-based asthma service in Australian community pharmacies: a pragmatic cluster randomized trial. J Asthma. 2013;50(3):302-9. https://doi.org/10.3109/02770903.2012.754463
» https://doi.org/10.3109/02770903.2012.754463 -
111 Benedict AW, Spence MM, Sie JL, Chin HA, Ngo CD, Salmingo JF, et al. Evaluation of a pharmacist-managed diabetes program in a primary care setting within an integrated health care system. J Manag Care Spec Pharm. 2018;24(2):114-22. https://doi.org/10.18553/jmcp.2018.24.2.114
» https://doi.org/10.18553/jmcp.2018.24.2.114 -
112 Bex SD, Boldt AS, Needham SB, Bolf SM, Walston CM, Ramsey DC, et al. Effectiveness of a hypertension care management program provided by clinical pharmacists for veterans. Pharmacotherapy. 2011;31(1):31-8. https://doi.org/10.1592/phco.31.1.31
» https://doi.org/10.1592/phco.31.1.31 -
113 Byrd KK, Hardnett F, Clay PG, Delpino A, Hazen R, Shankle MD, et al. Retention in HIV care among participants in the patient-centered HIV care model: a collaboration between community-based pharmacists and primary medical providers. AIDS Patient Care STDS. 2019;33(2):58-66. https://doi.org/10.1089/apc.2018.0216
» https://doi.org/10.1089/apc.2018.0216 -
114 Collier IA, Baker DM. Implementation of a pharmacist-supervised outpatient diabetes treatment clinic. Am J Health Syst Pharm. 2014;71(1):27-36. https://doi.org/10.2146/ajhp130200
» https://doi.org/10.2146/ajhp130200 -
115 Duran-Parrondo C, Vazquez-Lago JM, Campos-Lopez AM, Figueiras A. Impact of a pharmacotherapeutic programme on control and safety of long-term anticoagulation treatment. Drug Saf. 2011;34(6):489-500. https://doi.org/10.2165/11588520-000000000-00000
» https://doi.org/10.2165/11588520-000000000-00000 -
116 Fabel PH, Wagner T, Ziegler B, Fleming PA, Davis RE. A sustainable business model for comprehensive medication management in a patient-centered medical home. J Am Pharm Assoc. 2019;59(2):285-90. https://doi.org/10.1016/j.japh.2018.11.001
» https://doi.org/10.1016/j.japh.2018.11.001 - 117 Figueiredo I, Móteiro C, Castel-Branco MM, Caramona MM, Fernandez-Llimos F. Seguimiento de pacientes con diabetes tipo 2 en una unidad de atención primaria de salud. Pharm Care Espana. 2014;16(2):39-48.
-
118 Fogg A, Staufenberg EF, Small I, Bhattacharya D. An exploratory study of primary care pharmacist-led epilepsy consultations. Int J Pharm Pract. 2012;20(5):294-302. https://doi.org/10.1111/j.2042-7174.2012.00207.x
» https://doi.org/10.1111/j.2042-7174.2012.00207.x -
119 McAdam-Marx C, Dahal A, Jennings B, Singhal M, Gunning K. The effect of a diabetes collaborative care management program on clinical and economic outcomes in patients with type 2 diabetes. J Manag Care Spec Pharm. 2015;21(6):452-68. https://doi.org/10.18553/jmcp.2015.21.6.452
» https://doi.org/10.18553/jmcp.2015.21.6.452 -
120 Padiyara RS, D’Souza JJ, Rihani RS. Clinical pharmacist intervention and the proportion of diabetes patients attaining prevention objectives in a multispecialty medical group. J Manag Care Pharm. 2011;17(6):456-62. https://doi.org/10.18553/jmcp.2011.17.6.456
» https://doi.org/10.18553/jmcp.2011.17.6.456 -
121 Ray S, Lokken J, Whyte C, Baumann A, Oldani M. The impact of a pharmacist-driven, collaborative practice on diabetes management in an urban underserved population: a mixed method assessment. J Interprof Care. 2020;34(1):27-35. https://doi.org/10.1080/13561820.2019.1633289
» https://doi.org/10.1080/13561820.2019.1633289 -
122 Santos FTC, Silva DLM, Tavares NUL. Pharmaceutical clinical services in basic care in a region of the municipality of São Paulo. Braz J Pharm Sci. 2018;54(3):e17033. https://doi.org/10.1590/s2175-97902018000317033
» https://doi.org/10.1590/s2175-97902018000317033 -
123 Schafer KM, Gionfriddo MR, Boehm DH. Shared decision making and medication therapy management with the use of an interactive template. J Am Pharm Assoc. 2016;56(2):166-72. https://doi.org/10.1016/j.japh.2015.12.013
» https://doi.org/10.1016/j.japh.2015.12.013 -
124 Schröder S, Zöllner YF, Schaefer M. Drug-related problems with antiparkinsonian agents: consumer internet reports versus published data. Pharmacoepidemiol Drug Saf. 2007;16(10):1161-6. https://doi.org/10.1002/pds.1415
» https://doi.org/10.1002/pds.1415 -
125 Tahaineh L, Albsoul-Younes A, Al-Ashqar E, Habeb A. The role of clinical pharmacist on lipid control in dyslipidemic patients in North of Jordan. Int J Clin Pharm. 2011;33(2):229-36. https://doi.org/10.1007/s11096-011-9479-0
» https://doi.org/10.1007/s11096-011-9479-0 -
126 Thavornwattanayong W, Sribundit N. Effects of family pharmacy intervention on clinical outcomes in primary care settings in Thailand. Thai J Pharm Sci. 2017;41(1):1-8. https://doi.org/10.56808/3027-7922.2421
» https://doi.org/10.56808/3027-7922.2421 -
127 Wu WC, Taveira TH, Jeffery S, Jiang L, Tokuda L, Musial J, et al. Costs and effectiveness of pharmacist-led group medical visits for type 2 diabetes: a multi-center randomized controlled trial. PLoS One. 2018;13(4):e0195898. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0195898
» https://doi.org/10.1371/journal.pone.0195898 -
128 Yakiwchuk EM, Jorgenson D, Mansell K, Laubscher T, Lebras M, Blackburn DF. Collaborative cardiovascular risk reduction in primary care II (CCARP II): implementation of a systematic case-finding process for patients with uncontrolled risk factors. Can Pharm J. 2013;146(5):284-92. https://doi.org/10.1177/1715163513499303
» https://doi.org/10.1177/1715163513499303
Editado por
-
Editor responsável:
Guilherme L. Werneck https://orcid.org/0000-0003-1169-1436
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
08 Dez 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
18 Set 2022 -
Aceito
25 Mar 2023



Fonte: Adaptado de Peters et al.