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Mercúrio em peixe e em sedimento do Rio Purus, Estado do Acre, Amazônia

Resumo

Tema central

Quantificar o teor de mercúrio (Hg) em sedimentos e em peixes coletados ao longo do rio Purus, no Estado do Acre, Região Amazônica, a fim de identificar se essas amostras conferem uma via potencial de exposição do Hg para a população de Manoel Urbano (uma comunidade ribeirinha).

Métodos

O mercúrio total (HgT) foi quantificado utilizando a técnica de absorção atômica por vapor frio.

Resultados

Seis amostras de sedimentos e 264 amostras de peixes foram coletadas. O Hg em sedimentos de fundo variou entre 0,038 e 0,065 μg.g–1 (média de 0,050 μg.g–1). Os resultados indicam que os sedimentos estão de acordo com rios amazônicos “não contaminados”. As espécies carnívoras apresentaram o mais alto nível de Hg no músculo (média de 0,927 μg/g–1), seguido por piscívoros (média de 0,873 μg/g–1), planctófagos (média de 0,566 μg/g–1), onívoros (média de 0,533 μg/g–1) e detritívoros (média de 0,176 μg/g–1). Além disso, 44% do total de espécies coletadas apresentaram níveis médios de HgT no músculo superior ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Conclusão

Algumas espécies podem ser uma via para a exposição ao Hg. O sedimento encontra-se dentro na normalidade. Os autores consideram que outros fatores, como a cultura e a sociedade, devem ser considerados para pesquisas futuras a fim de promover a saúde dessa população.

Palavras-chave:
mercúrio; peixe; sedimento; Purus; Amazônia

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