Resumo
Introdução: Caracterizados por comportamento agressivo e violação de regras, os Problemas Comportamentais Externalizantes (PCE) na adolescência representam elevada prevalência em países em desenvolvimento como o Brasil, onde desvantagens socioeconômicas predominam em determinados grupos étnico-raciais.
Objetivo: Investigar se há associações entre exposição à violência familiar na infância, fatores sociodemográficos, raça/cor da pele e grau de ancestralidade biogeográfica, e a prevalência de PCE na adolescência.
Métodos: Estudo transversal, realizado com 755 adolescentes residentes em Salvador/BA. Aplicou-se o Youth Self Report, Parent-Child Conflict Tactics Scales e questionário sociodemográfico. Raça/cor foi autodeclarada e grau de ancestralidade biogeográfica, mensurada por amostras de DNA. Empregou-se estatística descritiva, além de regressão logística bivariada e multivariada, adotando-se Intervalo de Confiança (IC) de 95%.
Resultados: A prevalência de PCE foi de 35,23%, permanecendo fortemente associada em níveis de significância estatística no modelo final de regressão logística multivariada com o sexo feminino (OR=2,08; IC95% 1,51–2,86) e a exposição frequente a maus tratos físicos na infância (OR=3,15; IC95% 2,21–4,48). Nessa mesma direção, mas com menor força que as demais variáveis, viu-se a renda familiar mensal menor ou igual a um salário mínimo (OR=1,49; IC95% 1,00–2,26).
Conclusão: Diante desses resultados, é necessário implementar ações de prevenção de PCE e priorizar assistência aos adolescentes acometidos por esses problemas.
Palavras-chave:
maus-tratos infantis; saúde das minorias étnicas; saúde mental