Resumo
Introdução: No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), os Cuidados Paliativos (CP) devem ser integrados à prática assistencial de qualquer profissional, equipe ou instituição.
Objetivo: Analisar desafios da atuação profissional durante a implantação de cuidados paliativos pediátricos.
Método: Estudo qualitativo, em hospital materno-infantil, de janeiro a maio de 2020, com 32 profissionais entrevistados em grupo focal, e uso de análise temática.
Resultados: 1) Fragilidades e desencontros na indicação de CP, em que os entrevistados admitiram barreiras para indicação e prática dos CP, desconhecimentos, associações com abandono e terminalidade, dúvidas sobre uso e benefícios, resistência, e desarranjos nos processos de trabalho; 2) Dissensos e contradições na oferta dos CP, nos quais os profissionais não se percebem responsáveis pela assistência paliativa, questionam o modelo consultivo existente, e alegam sobrecarga e problemas de comunicação; 3) Iniciativas facilitadoras da prática paliativa, com estratégias para incorporação dos CP na prática, como integração da equipe, troca de informações, posturas empáticas, e uso do Projeto Terapêutico Singular.
Conclusão: Há necessidade de capacitação e sensibilização das equipes assistenciais, e maior integração com equipe de CP para uniformização de práticas e autonomia dos profissionais na assistência. Além disso, valores, crenças e questões culturais e de formação precisam ser enfrentados para diminuir posturas de resistência.
Palavras-chave:
cuidados paliativos; cuidado da criança; pediatria; prática profissional