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Saúde oral de idosos vivendo em comunidade de descendentes de escravos no Brasil

Resumo

Introdução

A saúde bucal tem um enorme impacto na qualidade de vida e deveria ser integrada à saúde geral de todo indivíduo. Os quilombolas, comunidades de afrodescendentes, vivem em áreas rurais de difícil acesso e com diversos obstáculos em relação ao uso de serviços de saúde.

Objetivo

Este estudo tem como objetivo analisar as condições de saúde bucal da população quilombola idosa do norte de Minas Gerais, Brasil, e as principais limitações enfrentadas por ela no acesso a serviços públicos de saúde.

Método

Este estudo avaliou a saúde bucal dos quilombolas idosos no norte de Minas Gerais, Brasil, analisando o impacto dela em seu dia a dia. A população do estudo foi constituída por 669 quilombolas, com idade entre 65 e 74 anos, residentes em 33 comunidades rurais quilombolas localizadas em 20 municípios diferentes do Brasil. Foram realizados exames e entrevistas nas casas dos idosos pesquisados para avaliar a condição de saúde bucal, analisando o uso de serviços de saúde odontológica, condições objetivas (clínicas) e condições subjetivas (relatadas).

Resultados

A maioria dos entrevistados se autodeclarou negra, feminina, analfabeta e vivendo abaixo do salário mínimo. Mais de 50% dos idosos quilombolas entrevistados eram edêntulos e apenas 17% faziam uso de próteses dentárias totais. O principal impacto da condição bucal, relatado por eles, na vida cotidiana, foi no sorriso.

Conclusão

A análise fornecida por este estudo expõe o impacto de condições de saúde bucal negligenciadas em populações minoritárias, como quilombolas, e reforça a necessidade de investimentos públicos nessas comunidades vulneráveis.

Palavras-chave:
idoso; saúde bucal; epidemiologia; saúde pública

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