Dois experimentos foram conduzidos no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras, com o objetivo de determinar o valor nutritivo do resíduo da própolis para a alimentação de frangos de corte. No primeiro experimento, determinou-se a energia metabolizável do resíduo da própolis, utilizando o método de coleta total de excretas, segundo metodologia de Sibbald e Slinger (1963), utilizando 16 galos adultos com peso médio de 2500 + 100 g, alojados em gaiolas de metabolismo. Foram utilizadas duas rações com oito repetições de uma ave. As duas rações foram: (1) ração-referência à base de milho e farelo de soja e (2) 80% da ração-referência mais 20% do resíduo da extração da própolis. O valor de energia metabolizável aparente foi de 941 Kcal de EM/kg de MS. Ainda foram encontrados, no resíduo, 19,76% de proteína bruta, 26,76% de extrato etéreo e 14,41% de fibra bruta. Na fase de 1 a 21 dias de idade, para a variável consumo de ração, não houve efeito significativo para níveis de resíduo e para a interação níveis x sexos (P>0,05); no entanto, houve efeito significativo somente para sexos (P<0,01); o ganho de peso foi significativo para níveis e para sexos (P<0,01) e não houve interação entre níveis x sexos (P>0,05). Houve aumento no ganho de peso com nível de inclusão de até 2,86% (LRP) de resíduo na ração para ambos os sexos, observando-se ainda que, nesse período, a adição do resíduo da própolis proporcionou piora na conversão alimentar para machos e fêmeas. Na fase de 1 a 42 dias para consumo de ração, houve efeito significativo para sexos (P<0,01) e para a interação níveis x sexos (P<0,05); porém, não houve efeito para os níveis de resíduo (P>0,05). houve efeito significativo somente para os machos (P<0,05) que apresentaram um consumo máximo de 4,93% (LRP) de inclusão do resíduo na ração. O ganho de peso para machos e fêmeas nessa fase decresceu linearmente e também aumentou de forma linear para conversão alimentar em ambos os sexos, com a adição do resíduo na ração. O uso do resíduo de própolis até 2,86% na ração aumentou o ganho de peso na fase de 1 a 21 dias e, na fase de 1 a 42 dias, o uso do resíduo da própolis na alimentação de frangos de corte reduziu o ganho de peso e piorou a conversão alimentar dos frangos de corte de 1 a 42 dias. Isso ocorreu provavelmente devido ao teor de fibra presente no resíduo (14,41%) e ceras (26,76%).
Frango de corte; nutrição de monogástrico; resíduo de própolis