A manutenção do pH da urina na faixa ideal (6,2 - 6,4) é de grande importância para a promoção da saúde do trato urinário inferior de felinos. Em alimentos do segmento econômico e standard essa é uma grande preocupação, já que a urina dos animais tende a ser alcalina, após o consumo de alimentos desses segmentos comerciais, predispondo à formação de urólito de estruvita. Nesse sentido, neste trabalho, objetivou-se estudar os efeitos de níveis crescentes de acidificante urinário (0,0%; 0,3%; 0,6%; e 0,9%, em base de matéria seca) em alimento com elevado excesso de bases sobre o balanço ácido-básico do organismo, coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes, pH urinário, equilíbrio hidro-eletrolítico de gatos, bem como a adequação de equações propostas na literatura para estimar o pH urinário. Foram utilizados vinte e quatro gatos adultos, machos e fêmeas, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, constituído de seis animais por tratamento. A matéria seca da urina apresentou comportamento quadrático (p<0,05; y = 9.5863 + 3.2299x + 0.7871x² R² = 99,91%), o HCO3-, CO2 total e excesso de bases sanguíneos, no período em que os animais estavam alimentados, apresentaram-se elevados, na inclusão de 0,9% de acidificante em comparação a 0,6% (p<0,05). Em contrapartida, a utilização do aditivo não alterou o pH urinário, a concentração de eletrólitos sanguíneos, digestibilidade dos nutrientes, escore fecal, consumo de alimento e de água (p>0,05). As equações propostas na literatura, que utilizam o excesso de bases do alimento para estimar o pH urinário, superestimaram os valores de pH encontrados no presente estudo.
Felinos; hemogasometria; pH