RESUMO
As interações entre herbicidas quando misturados na calda de pulverização podem ser sinérgicas, aditivas ou antagônicas. Um exemplo de antagonismo está na associação entre os herbicidas 2,4-D e graminicidas. Há a suspeita de que o 2,4-D contribui para o aumento da atividade do Citocromo P450, podendo ser esta uma das causas do antagonismo. O objetivo deste estudo foi investigar o uso do inibidor das enzimas CYP450 in vivo, associado às misturas de herbicidas 2,4-D e inibidores da ACCase, no controle de Digitaria insularis. O experimento foi realizado em delineamento de blocos casualizados em esquema fatorial 6x2 com quatro repetições, sendo o fator A os herbicidas: controle 2,4-D (1005 g a.e. ha-1); cletodim (192 g a.i ha-1) e haloxifope (62,4 g a.i ha-1), 2,4-D+cletodim (1005 g a.e ha-1+192 g a.i ha-1), 2,4-D+haloxifope (1005 g a.e ha-1 +62.4 g a.i ha-1); e o fator B a presença ou não de malation (1000 g ha-1) aplicado duas horas antes dos herbicidas. Foi realizado um teste físico-químico para verificar a compatibilidade dos herbicidas no tanque. A aplicação do malation duas horas antes das misturas dos herbicidas 2,4-D+clethodim ou haloxyfop, não proporcionou controle satisfatório do capim-amargoso, sugerindo que as enzimas CYP450 inibidas pelo malation não estão envolvidas no efeito antagônico observado. A mistura de 2,4-D+haloxyfop demonstrou menos eficácia no controle do capim-amargoso quando comparada com 2,4-D+clethodim, porém ambas foram incompatíveis na mistura em tanque, o que pode estar associado à eficácia reduzida no manejo do capim-amargoso.
Termos para indexação:
Capim-amargoso; interação; metabolização; malation; 2,4-D; graminicidas; CYP450