Dando continuidade a uma série de reflexões que se situam no cruzamento entre os estudos da ação coletiva, da crítica ideológica e da sociologia dos corpos e emoções, este trabalho se propõe a tecer uma explicação dos saques na Argentina como fenômenos associados a políticas das sensibilidades particulares. Para isso, revisa os modos existentes de compreender os saques; posteriormente, reconstrói – a partir de diferentes fontes secundárias – uma aproximação da “história dos saques” na Argentina, descrevendo e estabelecendo proximidades e distâncias com o episódio ocorrido em Córdoba em 2013. Finalmente, desenvolve algumas interpretações possíveis desse episódio em função da análise de material qualitativo (observações e testemunhos de atores). Nas conclusões, enfatiza-se o modo como os saques concebem a “sem razão” de algumas práticas de sentir particulares, que podem ser descritas na relação entre fluxo, massa, raiva e vertigem. A partir daí, são sintetizadas algumas pistas para análises futuras.
Saques; Ação coletiva; Sensibilidades; Corpos; Conflito