Tomando o maior polo de irrigação da América Latina como referência empírica, neste artigo trato das vicissitudes envolvidas na configuração de relacionamentos em torno do trabalho no âmbito do agronegócio. A partir de etnografia inicialmente endereçada a trabalhadores temporários migrantes de vários estados do Nordeste, busco analisar entrelaçamentos entre a transposição de modos camponeses ao agronegócio, a expropriação moral de trabalhadores e mecanismos de disciplinamento. Tais entrelaçamentos põem em solo (e em mente) uma espécie de ética do bom trabalhador, que é problematizada como construto de uma sociedade particular, que faz o agronegócio expandir com contornos e procedimentos próprios, ainda que heterogêneos.
Encontro cultural; Agronegócio; Desenvolvimento; Gaúcho; Trabalho rural