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Velhos e novos desafios para a sociologia econômica no século XXI

DOSSIÊ

Velhos e novos desafios para a sociologia econômica no século XXI

Cristiano Fonseca MonteiroI; Marcelo Sampaio CarneiroII

IDoutor em Sociologia. Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração (campus Volta Redonda) e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, ambos na Universidade Federal Fluminense, Rua Desembargador Ellis Hermydio Figueira, 783, Prédio 1, Sala 307. Aterrado. Cep: 27213-415. Volta Redonda, Rio de Janeiro Brasil, E-mail: fonsecamonteiro@yahoo.com.br

IIDoutor em Sociologia. Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão, E-mail: marcelosc@uol.com.br

O presente dossiê reúne artigos apresentados no Grupo de Trabalho (GT) de Sociologia Econômica do XV Congresso Brasileiro de Sociologia, realizado na cidade de Curitiba em julho de 2011,1 1 O grupo de trabalho recebeu 72 propostas de comunicações, enviadas por pesquisadores de todas as regiões do Brasil, além de algumas propostas de colegas da Argentina. Conforme indicação da organização do Congresso, foram selecionados 36 trabalhos para apresentação, organizados sob as seguintes rubricas classificatórias: abordagens teóricas e construção social das lógicas econômicas; sociologia dos mercados e formas de coordenação das atividades econômicas; desenvolvimento: dimensões teóricas e empíricas. além da tradução de um artigo sobre a Sociologia dos Mercados de autoria de Neil Fligstein e Luke Dauter, publicado na Annual Review of Sociology.2 2 Artigo que realiza uma ampla revisão da literatura em língua inglesa, apresentando as correntes mais consolidadas na comunidade anglófona a respeito do que os autores chamam de "Sociologia dos Mercados", não só explorando as zonas de interseção e oposição entre essas correntes, como também sinalizando os possíveis ganhos com a incorporação de abordagens em campos próximos, na Ciência Política e nos Estudos Organizacionais. Uma limitação que pode ser identificada na obra é seu desconhecimento de importantes contribuições produzidas em língua francesa sobre a análise de mercados, caso principalmente da análise das convenções (Eymard-Duvernay, 2009; Salais, 2003); da economia das singularidades (Karpik, 2007) e da teoria dos campos de Pierre Bourdieu (2000), que é citado no artigo de forma marginal, apenas como um estudioso da questão do consumo e da firma. Os trabalhos do GT selecionados para compor esse dossiê exploram temas relacionados ao conceito mais amplo da imersão social dos processos econômicos, os diferentes tipos de relação entre agentes estatais e privados em processos de desenvolvimento econômico, em setores (telecomunicações) ou regiões (sul fluminense), e utilizam como ferramentas analíticas principais a teoria dos campos (Bourdieu, 2000) e a análise de redes sociais (Lazega, 1998; Lemieux; Ouimet, 2008; Mizruchi, 2009). Assim, a presente introdução explora três temas que caracterizam o conjunto de artigos reunidos no dossiê: a imersão social da economia, as ferramentas analíticas subjacentes aos estudos e o debate sobre globalização, livre mercado e desenvolvimento.

A questão da imersão social dos processos econômicos pode ser considerada como um eixo comum ao conjunto dos estudos apresentados no dossiê. Este eixo caracteriza aquilo que o artigo de Neil Fligstein e Luke Dauter demarca como um dos principais pontos de acordo da sociologia econômica no estudo de mercados. Trata-se, ainda, do que Philippe Steiner (2006) identifica como um das principais críticas feitas pela nova sociologia econômica à abordagem econômica tradicional, qual seja, sua incapacidade em perceber que os fatos econômicos são construções sociais.

Contudo, como também destacam esses autores, sublinhar os mercados (ou os fatos econômicos) como imersos em estruturas sociais (redes, campos, arenas e afins) é apenas a primeira etapa do percurso da sociologização dos estudos de processos econômicos, cabendo, num segundo momento, "abrir a caixa preta" do funcionamento dos diferentes tipos de processos pelos quais os bens e serviços econômicos são produzidos, distribuídos e consumidos (Boyer, 2004; Swedberg, 2005; Fligstein; Dauter, neste volume), bem como a forma como esses bens e serviços são construídos simbolicamente como econômicos (Duval; Garcia-Parpet, 2012).

Outra característica comum aos textos selecionados é a utilização de ferramentas analíticas inspiradas tanto na abordagem bourdieusiana da teoria dos campos como na análise de redes sociais. A realização de pesquisas baseadas nessas duas abordagens demonstra, dentre outras coisas, a preocupação dos autores com a natureza relacional dos objetos pesquisados, destacando o papel importante dos laços sociais [como capital relacional ou como capital social (Lazega, 2012)] na estruturação dos mercados e das estratégias de desenvolvimento, como pontos de apoio para a disputa no processo de privatização de uma empresa ou no desenvolvimento de estratégias diferenciadas no campo da chamada responsabilidade social empresarial.

A utilização do conceito de campo, como espaço social onde se desenvolvem relações de concorrência e colaboração por participantes que compartilham a mesmo illusio (Bourdieu, 2000), pode ser considerada uma das marcas da sociologia econômica elaborada no Brasil.3 3 O levantamento da produção bibliográfica de artigos classificado sob a rubrica da sociologia econômica realizado por Edmilson Lopes Junior (2012), apresentado no Grupo de Trabalho, mostra Mark Granovetter e Pierre Bourdieu como os autores contemporâneos mais citados. O volume elevado de citações de Mark Granovetter poderia servir como indicador da pujança dos estudos baseados na metodologia ou no paradigma da análise de redes sociais. Contudo, como mostra esse mesmo levantamento, os temas da produção bibliográfica classificados como "Instituições, Organizações e Redes", que são associados ao nome desse autor, representam somente 22,72% do conjunto. Quanto ao uso da análise de redes sociais, podemos dizer que, tanto na perspectiva etnográfica (Eve, 2002; Fry, 2011) quanto na neo-estrutural (Lazega, 1998; Lemieux; Ouimet, 2008), ela se encontra em estágio menos avançado em nosso campo de pesquisa, mas ganhando força, como mostram os trabalhos apresentados no GT4 4 Caso dos trabalhos de Minella (2011), Cenerino e Nascimento (2011) e Carbonai (2011), além de Silva e Neves, neste volume. e a publicação recente de traduções e estudos inspirados nessa perspectiva (Mizruchi, 2009; Lazzarini, 2011).

Em um primeiro momento, a apropriação do conceito de embeddedness privilegiou uma perspectiva mais microssociológica, analisando a organização de mercados particulares, seja demonstrando os mecanismos que permitem seu funcionamento (resolvendo os problemas de coordenação), seja demonstrando as relações de poder ali constituídas. Mais recentemente, a Sociologia Econômica tem se tornado mais aberta aos temas trazidos à baila pela globalização e pela agenda de liberalização econômica, abarcando a questão mais geral do desenvolvimento econômico. A seleção dos artigos reunidos neste dossiê reflete essa ampliação de agenda.

Em artigo introdutório a uma recente edição de A Grande Transformação (Polanyi, 2001), o sociólogo norte-americano Fred Block (2001) chama atenção para a contribuição dessa obra seminal para o debate sobre os desafios colocados aos atores públicos e privados em um contexto de globalização econômica e retomada da agenda de livre mercado. Trata-se, com efeito, da retomada do movimento em direção ao disembedment da economia, abandonado as estratégias de autoproteção perseguidas, principalmente nos países desenvolvidos, no contexto do pós-guerra. Escrevendo na virada para a década de 2000, Block (2001) refletiu sobre os processos de ruptura do tecido social provocados pela disseminação da agenda neoliberal, assim como apostou nos movimentos contra-hegemônicos como possíveis caminhos por meio dos quais a sociedade estaria em busca de sua autoproteção.

Nesse novo contexto, Block (2001) sugeriu que a obra de Karl Polanyi poderia ser inspiradora também para uma sociologia econômica mais engajada no debate sobre os rumos do capitalismo (Nee; Swedberg, 2005, 2007), capaz de refletir sobre os desafios da regulação dos mercados em tempos de globalização e financeirização, assim como sobre os riscos representados pela adesão ampla e irrestrita ao que Polanyi chamou de "utopia do livre mercado". A crise de 2008 e suas repercussões confirmariam a urgência do engajamento da sociologia econômica nesse debate. O livro Markets on trial:the economic sociology of the US financial crisis, em dois volumes (Lounsbury, Hirsch, 2010), é um dos marcos desse engajamento, contando com a participação de expoentes da vertente anglófona da disciplina, tais como Neil Fligstein, Richard Swedberg, Bruce Carruthers, Frank Dobbin, Mark Mizruchi, Michel Abofalia, Marc Schneiberg e Nicole Woosley Biggart, além do próprio Fred Block.

Coletâneas e artigos mais recentes têm enfatizado a crítica à "utopia do livre mercado", explorando o tema do papel ativo do Estado na constituição e criação de mercados e setores econômicos de uma perspectiva teórica (Block, Evans, 2005) e com base em pesquisas empíricas. Um dos temas privilegiados nessa vertente é o papel ativo do Estado na economia norte-americana, contrariando o senso comum que costuma associar esse tipo de capitalismo a uma espécie de liberalismo puro. Assim, Fligstein (2005) discute o papel do Estado americano na constituição do shareholder value e na promoção do desenvolvimento da indústria mais inovadora que floresceu em torno do Vale do Silício, enquanto Dobbin e Dowd (2000) discutem o papel da legislação antitruste na conformação do mercado de transporte ferroviário entre o século XIX e o início do século XX. Mais recentemente, Fred Block (2008) falou de um "estado desenvolvimentista escondido" nos Estados Unidos, explorando o papel de agências públicas federais e regionais no financiamento, seleção e estímulo ao desenvolvimento de projetos que, contrariando o discurso pró-mercado e anti-intervencionismo estatal da política norte-americana a partir de Reagan, fomentaram setores específicos e criaram empresas e produtos com maior capacidade de competir no contexto do capitalismo global.

Um olhar mais atento aos desafios políticos advindos com a globalização e a "utopia do livre mercado" nos remete a temas tratados tanto neste dossiê como entre outros trabalhos apresentados no GT de Sociologia Econômica. Chamamos atenção, em especial, para a forma como tais mudanças impactam na dinâmica interna das organizações (Pedroso Neto, neste volume; Carbonai, 2011), na relação entre Estado e setores econômicos específicos (Mocelin, Barcelos, neste volume; Cruz, 2011) e na questão do desenvolvimento regional (Lima, neste volume; Garcia, 2011).

A leitura dos artigos publicados neste dossiê deve servir, por um lado, como uma amostra da produção recente, permitindo um contato com temas e abordagens teórico-metodológicas privilegiados pela Sociologia Econômica no Brasil, acrescidos da revisão bibliográfica empreendida por Fligstein e Dauter (2007) acerca da literatura em língua inglesa. Por outro lado, essa leitura pode servir também como um convite e um estímulo para que mais estudantes e pesquisadores participem ativamente do debate. Nesse sentido, acreditamos que os textos selecionados, cada um à sua maneira, contribuem para o enfrentamento das questões discutidas anteriormente, alargando o campo da pesquisa empírica em Sociologia Econômica.

O artigo que abre o dossiê denomina-se A privatização de uma empresa: uma ação econômica enraizada nas relações sociais e foi escrito por Antonio Pedroso Neto. Nele, seu autor descreve o processo de privatização em uma empresa do setor elétrico paulista, destacando o movimento interno desse processo, as formas pelas quais os dirigentes (por ele designados de alto clero) lograram impor um conjunto de ações modernizantes nessa empresa. A partir de uma abordagem inspirada na teoria dos campos, analisa as diferentes etapas de modernização vividas pela empresa, destacando a capacidade de o alto clero impor sua visão sobre a necessidade da adaptação da empresa ao futuro iminente (a privatização), frente à resistência movida pelo movimento sindical e por outros agentes no interior da empresa. Nesse relato, destaca o êxito luta cognitiva movida por esses dirigentes, um processo capaz de atrair parcelas do baixo clero para sua proposta, ao mesmo tempo em que estigmatizou seus oponentes, sublinhando o resultado paradoxal do processo de reengenharia pré-privatização, que fragilizou a importância do alto clero para os futuros proprietários da empresa.

O texto de Daniel G. Mocelin e Regis L. G. Barcelos, Tecnologia, competitividade e regulação: a estruturação do mercado de telecomunicações no Brasil, discute a estruturação do mercado de telecomunicações no período posterior ao processo de privatização, destacando o papel dos diferentes agentes sociais (Estado, empresas e consumidores) na construção do ambiente político-institucional que define os parâmetros da regulação desse setor. Os autores chamam atenção para o forte crescimento do setor, apontando para uma relação complementar entre a ação estatal e o desempenho empresarial, sem, contudo, entrarem no mérito de disputas recentes sobre a qualidade dos serviços prestados pelas operadoras da telefonia móvel.

O artigo de Raphael Jonatha Lima, Estratégias integradas de regeneração em regiões industriais: uma aproximação com a conjuntura pós-década de 1990 no Sul Fluminense, analisa a tentativa de construção de formas coletivas de governança territorial em regiões marcadas por processo de desindustrialização. Tomando o exemplo da região sul fluminense no estado do Rio de Janeiro, marcada pelo declínio de um polo econômico tradicional (Volta Redonda) assentado na siderurgia, o autor destaca as dificuldades de concertação entre os diferentes atores políticos, chamando atenção para as disputas locais entre um polo em declínio e um polo em ascensão, baseado na produção automobilística sediada nos municípios de Resende e Porto Real. Apesar de constatar o insucesso na criação de um movimento de desenvolvimento regional (a experiência do Mercovale), o autor sugere que esse processo lançou as sementes da necessidade da construção de instituições regionais para enfrentar os desafios da de industrialização e da emergência de um novo centro dinâmico na economia regional.

Da filantropia ao investimento social responsável: novas distinções, texto escrito por Marina de Souza Sartore, aborda o processo de diferenciação das práticas sociais empresariais relacionadas com os temas do desenvolvimento sustentável, da responsabilidade empresarial e do investimento responsável, num espaço social marcado por relações de cooperação e competição. Com base na análise dos capitais e da trajetória dos principais agentes envolvidos nas iniciativas empresariais (Fundação Abrinq, Instituto Ethos, CEBDS, ISE etc.), a autora propõe critérios para classificar as diferentes estratégias adotadas, chamando atenção, dentre outros aspectos, para a diferença de natureza geracional que recobre algumas das principais transformações das intervenções empresariais no campo das práticas sociais.

O artigo de Gustavo M. Silva e Jorge A. B. Neves, Sistemas produtivos tradicionais e imersão de interesses econômicos em relações sociais, aborda o funcionamento do mercado de tecelagem tradicional do município de Resende Costa (Minas Gerais), descrevendo o funcionamento das redes estabelecidas entre os produtores domésticos, os fornecedores de insumos e os compradores dos produtos da atividade de tecelagem. Através da utilização das técnicas de pesquisa e dos conceitos da análise estrutural de redes sociais, os autores destacam o papel desempenhado pelos laços familiares no funcionamento desse mercado, através do estabelecimento de relações de confiança entre os integrantes da rede e da mobilização dos recursos necessários para o funcionamento da atividade produtiva.

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Além dos artigos selecionados para o presente dossiê, gostaríamos de destacar como indicador da qualidade dos trabalhos que têm sido apresentados no Grupo de Trabalho de Sociologia Econômica dos Congressos da Sociedade Brasileira de Sociologia, a publicação em dossiê de trabalhos apresentados no evento anterior, realizado em 2009, na cidade do Rio de Janeiro (Carneiro; Monteiro, 2010), de artigos apresentados no evento de Curitiba, mas que foram convidados para outras publicações (Santos, 2011; Carneiro; 2012), bem como a seleção do estudo apresentado por Lopes Junior (2012), que realiza um balanço da produção bibliográfica classificada como sociologia econômica realizada no Brasil, no período compreendido entre os anos de 2000 a 2010, para integrar livro contendo artigos indicados pelos coordenadores dos grupos de trabalho do Congresso Brasileiro de Sociologia (SBS), realizado em Curitiba.5 5 A partir das discussões realizadas nos dois últimos congressos da SBS, integrantes do Grupo de Trabalho de Sociologia Econômica lançaram um blog na rede mundial de computadores, com o objetivo de facilitar o intercâmbio entre os pesquisadores. Atualmente, esse blog é coordenado pelos professores Marina Sartore e João Martins Ladeira(SOCIOLOGIA, 2012).

Tem sido uma característica dos fóruns de Sociologia Econômica, tanto no Brasil como no exterior, a diversidade de temas, abordagens e metodologias. Essa diversidade já foi interpretada por alguns críticos como uma deficiência da Sociologia Econômica, pois lhe faltaria uma identidade em torno de um corpo teórico e de uma metodologia específicos (Ingham, 1996). O perfil plural de encontros internacionais como as reuniões da Society for the Advancement of Socio-Economics , a diversidade de temas e questões tratadas nas principais coletâneas da área (Handbook of Economic Sociology e afins) e os diferentes problemas empíricos tratados sob a rubrica da Sociologia Econômica, ao longo dos últimos anos, confirmam que essa é uma característica desse campo de conhecimento. Nosso entendimento é que essas características constituem a riqueza e a força da Sociologia Econômica no mundo todo. No Brasil, não poderia ser diferente.

(Recebido para publicação em 20 de agosto de 2012)

(Aceito em 24 de agosto de 2012)

Cristiano Fonseca Monteiro Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração (campus Volta Redonda) e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, ambos na Universidade Federal Fluminense. Tem publicado artigos e capítulos de livro sobre diferentes aspectos da relação entre Estado e mercado no transporte aéreo brasileiro. Publicou recentemente "Political dynamics and liberalization in the Brazilian air transport industry: 1990-2002", na Brazilian Political Science Review (2011) e organizou, em co-autoria, o Dossiê "Redes, estratégias e desenvolvimento: caminhos da renovação da Sociologia Econômica no Brasil", Revista Pós Ciências Sociais (2010). Coordena, atualmente, junto com Marcelo S. Carneiro, o Grupo de Trabalho de Sociologia Econômica nos encontros da Sociedade Brasileira de Sociologia.

Marcelo Sampaio Carneiro Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com estágio na École de Hautes Études en Sciences Sociales (França). Professor Adjunto do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão. Publicou recentemente (em co-autoria) os livros: "A terceira margem do rio: ensaios sobre a realidade do Maranhão no novo milênio" (EDUFMA, 2009) e "A agricultura familiar da soja na região sul e o monocultivo no Maranhão" (FASE, 2008) e, os artigos: "Entre o estado, a sociedade e o mercado. Análise dos dispositivos de governança da indústria florestal na Amazônia", Caderno CRH (UFBA), 2012 e "Práticas, discursos e arenas. Notas sobre a socioantropologia do desenvolvimento", Sociologia & Antropologia (UFRJ), 2012.

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  • 1
    O grupo de trabalho recebeu 72 propostas de comunicações, enviadas por pesquisadores de todas as regiões do Brasil, além de algumas propostas de colegas da Argentina. Conforme indicação da organização do Congresso, foram selecionados 36 trabalhos para apresentação, organizados sob as seguintes rubricas classificatórias: abordagens teóricas e construção social das lógicas econômicas; sociologia dos mercados e formas de coordenação das atividades econômicas; desenvolvimento: dimensões teóricas e empíricas.
  • 2
    Artigo que realiza uma ampla revisão da literatura em língua inglesa, apresentando as correntes mais consolidadas na comunidade anglófona a respeito do que os autores chamam de "Sociologia dos Mercados", não só explorando as zonas de interseção e oposição entre essas correntes, como também sinalizando os possíveis ganhos com a incorporação de abordagens em campos próximos, na Ciência Política e nos Estudos Organizacionais. Uma limitação que pode ser identificada na obra é seu desconhecimento de importantes contribuições produzidas em língua francesa sobre a análise de mercados, caso principalmente da análise das convenções (Eymard-Duvernay, 2009; Salais, 2003); da economia das singularidades (Karpik, 2007) e da teoria dos campos de Pierre Bourdieu (2000), que é citado no artigo de forma marginal, apenas como um estudioso da questão do consumo e da firma.
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    O levantamento da produção bibliográfica de artigos classificado sob a rubrica da sociologia econômica realizado por Edmilson Lopes Junior (2012), apresentado no Grupo de Trabalho, mostra Mark Granovetter e Pierre Bourdieu como os autores contemporâneos mais citados. O volume elevado de citações de Mark Granovetter poderia servir como indicador da pujança dos estudos baseados na metodologia ou no paradigma da análise de redes sociais. Contudo, como mostra esse mesmo levantamento, os temas da produção bibliográfica classificados como "Instituições, Organizações e Redes", que são associados ao nome desse autor, representam somente 22,72% do conjunto.
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    Caso dos trabalhos de Minella (2011), Cenerino e Nascimento (2011) e Carbonai (2011), além de Silva e Neves, neste volume.
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    A partir das discussões realizadas nos dois últimos congressos da SBS, integrantes do Grupo de Trabalho de Sociologia Econômica lançaram um blog na rede mundial de computadores, com o objetivo de facilitar o intercâmbio entre os pesquisadores. Atualmente, esse blog é coordenado pelos professores Marina Sartore e João Martins Ladeira(SOCIOLOGIA, 2012).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      15 Fev 2013
    • Data do Fascículo
      Dez 2012
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