Resumo
O presente estudo tem como objetivo identificar e analisar as relações de troca e comércio do corpo e sua transformação simbólica numa zona de baixo meretrício da cidade de Belo Horizonte. As referências conceituais abarcam 2 tópicos: de um lado, consumo e corpo consumido; de outro, preço, valor e troca no contexto da prostituição. A pesquisa de campo, de natureza qualitativa, contou com 39 entrevistas em profundidade, cujos dados foram submetidos à análise do discurso, pela qual se chegou a 2 interdiscursos: precariedade social e eficiência produtiva. O primeiro promove e facilita a transformação do corpo da prostituta em mercadoria, sendo vendido a preços negociáveis, dependendo dos serviços adicionais incluídos no programa, como qualquer outro produto, porém considerando que o preço difere do valor - este, individual e carregado de simbolismos. Apelos visuais, auditivos e táteis relativos ao produto, quer pelo próprio corpo, quer por objetos tabus, se mostram úteis nesse comércio, em que a negociação e a efetivação da compra precedem o consumo, implicando um descarte de caráter temporário.
Palavras-chave:
Corpo; Mercadoria; Prostituição