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15 anos do periódico Cadernos EBAPE.BR

Este número comemora os 15 anos do Cadernos EBAPE.BR!

Para festejar esta importante data, a partir do v. 16, n. 1, o periódico Cadernos EBAPE.BR será bilíngue, o que permitirá uma maior internacionalização da revista e a publicação de artigos relevantes em seu idioma original e a tradução (inglês ou português), facilitando nossa comunicação com o mundo todo. Estamos também aplicando esforços para a acreditação FNEGE (Fondation Nationale pour l’Enseignement de la Gestion des Entreprises) - ligada ao Ministério da Educação francês, equivalente ao nosso Qualis Capes. Tal classificação oficial permitirá nossa integração com a pesquisa europeia e com o sistema de avaliação oficial europeu.

Em se tratando da presente edição, um dos nossos temas, “A Teoria da Ação Comunicativa de Habermas”, aplica-se na contemporaneidade perante a necessidade de se encontrarem critérios éticos que levem em conta princípios comuns a todos nós, e vão além da mera constatação das diversidades culturais ligadas ao conceito de comunidade. Princípios estes que podem ser expressos como valores fundamentais comuns a todas as culturas. Antes de pertencermos a esta ou àquela cultura, somos todos seres humanos, cidadãos, possuímos os mesmos direitos e isso está acima das diferenças. Isto posto, é necessário reconhecer também as diferentes identidades e culturas - tema tratado nesta edição. Temos um artigo que utiliza os conceitos de Habermas para tratar de administração pública e do Estado e artigos que versam sobre interculturalidade - em um deles, compara-se a governança corporativa de Brasil e Portugal, considerando similitudes e diferenças. Em outros trabalhos, abordam-se a burocracia, analisando suas disfunções; o teletrabalho e suas consequências; e as comunidades de prática - outro tema tratado nesta edição -, onde questões de diversidade cultural também são levantadas, ao mesmo tempo que são afirmados princípios que vão além da diferença e que permitem que todos se sintam parte da mesma comunidade, vivam e trabalhem juntos - conscientes das diferenças e indo além delas; buscando aquilo que une a todos como seres humanos e cidadãos.

A interculturalidade e a gestão intercultural são conceitos tratados nesta edição. Tendo em vista estes temas, gostaríamos de anunciar aos nossos leitores o lançamento recente de dois livros escritos por Fernando GuilhermeTENÓRIO, F. G. Tem Razão A Administração?: Ensaios de Teoria Organizacional e Gestão Social. 4. ed. Ijuí: Unijuí, 2016. 272 p. TenórioTENÓRIO, F. G. O Pensamento Organizacional Sob o Olhar de Janus: Ensaios Críticos. Ijuí: Unijuí , 2013. 224 p. (Col. Gestão e Desenvolvimento)..

A quarta edição, revista e ampliada, do livro Tem Razão a Administração?, publicada pela editora Unijuí, na qual o autor, por meio de ensaios críticos, discorre analiticamente sobre a Filosofia Grega, sobre Habermas, Hegel, além de relembrar a importante história da construção do campo de Administração em Teorias Organizacionais no Brasil, com pensadores como Alberto Guerreiro Ramos, Fernando Cláudio Prestes Motta e Maurício Tragtenberg. Cada vez mais a Filosofia tem demonstrado sua utilização na condução da reflexão em nossa área de estudos, na qual se faz necessário não apenas a consciência do que sabemos, mas, sobretudo, face à complexidade, saber quais questões devemos apresentar.

O segundo livro, O Pensamento Organizacional sob o Olhar de Janus, Ensaios Críticos. Nesta obra o autor discorre sobre o pensamento crítico, sobre os paradoxos existentes nas Teorias Organizacionais, sobre gestão social, em conjunto com outros autores. Trata-se de um primoroso livro sobre pensamento crítico e criativo, tão necessários na atualidade.

Desejamos a todos uma excelente leitura dos artigos deste número e de nossas indicações de leitura!

O primeiro artigo, “Mecanismos de controle na governança corporativa das empresas estatais: uma comparação entre Brasil e Portugal”, de Joaquim Rubens Fontes Filho e Carlos Francisco Alves, tem como objetivo identificar como mecanismos de controle externo e interno da governança corporativa, tipicamente considerados no setor empresarial privado, são aplicados ou transformados para o setor público nas empresas estatais. Os autores comparam as realidades do Brasil e de Portugal.

O segundo, “O desempenho dos burocratas de médio escalão: determinantes do relacionamento e das suas atividades”, de Pedro Luiz Cavalcante, Gabriela Spanghero Lotta e Erika Manumi Kasai, consiste de uma avaliação dos efeitos que a burocracia e o modelo instrumental de recursos humanos têm sobre os funcionários de médio escalão no que se refere ao seu comportamento organizacional e de como isso influencia o seu trabalho.

O terceiro, “Competências gerenciais: uma análise de classificações em estudos empíricos”, de Pablo Fernando Pessoa de Freitas e Catarina Cecília Odelius, apresenta uma revisão de literatura sobre competências gerenciais por meio da qual são identificadas as classificações mais citadas em estudos empíricos - 46 artigos foram investigados. Na conclusão, os autores propõem uma agenda de pesquisa sobre o tema.

O quarto, “Os EUA, a exportação e a expansão do ensino de Management no Brasil nas décadas de 1950 e 1960”, de autoria de Rafael Alcadipani e Carlos Osmar Bertero, compreende um apanhado histórico da evolução do ensino de Administração no Brasil, de acordo com uma perspectiva crítica.

O quinto, “EBAP e ISEB na busca por uma administração brasileira: uma imersão nos anos 1950 para iluminar o século XXI”, de Sergio Wanderley, Ana Celano e Fátima Bayma, também traz uma perspectiva histórica e demonstra como esta influi na atualidade de forma fundamental.

O sexto, “Racionalidades na motivação para a participação cidadã no controle social: uma experiência local brasileira”, de Marjorie Sabioni, Marco Aurélio Marques Ferreira e Anderson de Oliveira Reis, trata de um tema aparentemente controverso: a participação cidadã em uma atividade de exercício do controle social, o que parece ser um paradoxo em si. Os autores investigam as possíveis coerências nesta aparente contradição.

O sétimo, “Representações Sociais no contexto intercultural: o cotidiano de três subsidiárias brasileiras”, de Janaína Maria Bueno e Maria Esther de Freitas, apresenta uma análise sobre as representações sociais construídas por membros de equipes multiculturais de trabalho em suas interações interculturais em três subsidiárias de multinacionais no Brasil.

O oitavo, “Socialização do consumidor na vida adulta: desafios e caminhos para a pesquisa”, de Catia Silva da Costa Moreira, Leticia Moreira Casotti e Roberta Dias Campos, trata-se de um estudo sobre a Teoria do Consumo em uma abordagem cultural, com a realização de um ensaio teórico e esclarecendo conceitos ligados a este tema.

O nono, “Competência intercultural grupal: uma proposição de conceito”, de Janete Schmidmeier, Adriana Roseli Takahashi, constitui-se em estudo sobre o conceito de competência intercultural para entender a evolução de alguns grupos de pessoas e organizações e de como eles progridem em situações interculturais.

O último artigo a ser apresentado nesta edição, “O teletrabalho: conceituação e questões para análise”, de Cháris Telles Martins da Rocha e Fernanda Spanier Amador, compõe-se de uma ampla revisão de literatura sobre o teletrabalho, com indicação das principais correntes que tratam deste tema.

Isabella Francisca Freitas Gouveia de VasconcelosHélio Artur Reis Irigaray

REFERÊNCIAS

  • TENÓRIO, F. G. Tem Razão A Administração?: Ensaios de Teoria Organizacional e Gestão Social. 4. ed. Ijuí: Unijuí, 2016. 272 p.
  • TENÓRIO, F. G. O Pensamento Organizacional Sob o Olhar de Janus: Ensaios Críticos. Ijuí: Unijuí , 2013. 224 p. (Col. Gestão e Desenvolvimento).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan 2018
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