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IMPACTO DE Bambusa tuldoides MUNRO (POACEAE) NA REGENERAÇÃO FLORESTAL

RESUMO

Bambuzais podem acarretar alterações na estrutura e composição florística da regeneração natural. O presente trabalho avaliou o impacto causado por Bambusa tuldoides na regeneração natural de mata ciliar no Rio Grande do Sul, sul do Brasil. Foram avaliadas duas áreas: mata ciliar sem bambus (SB), como área de referência, e área de mata ciliar substituída por Bambusa tuldoides (CB). Em 2014, dez parcelas (10x10 m) foram instaladas em cada área. Todos os indivíduos pertencentes às classes I (30≤ H<130 cm) e II (CAP≤5 cm) foram identificados. Avaliaram-se composição florística, índices fitossociológicos, índice de diversidade de Shannon, diversidade de Margalef Dominância de Simpson, similaridade de Sorensen e análise de agrupamento por Twinspan. Riqueza e densidade absoluta foram menores em CB, comparativamente a SB. As áreas apresentaram baixa similaridade florística e alta dominância de uma ou mais espécies em ambas as classes. Myrtaceae foi a família predominante em SB, com destaque para Campomanesia xanthocarpa. Em CB, a maioria das espécies foram secundárias, como Myrsine umbellata, Cupania vernalis e Ocotea puberula. Devido às grandes diferenças entre SB e CB, os agrupamentos formados ficaram restritos, em sua maioria, às espécies de cada área. Espécies como Myrsine umbellata (classe I e II) e Strichnos brasiliensis (classe II) aparecem como indicadoras e formadoras de grupos em CB. Conclui-se que adensamentos de Bambusa tuldoides afetam a riqueza e diversidade da regeneração natural, alterando o estabelecimento e perpetuação das espécies. Espécies secundárias demonstram maior potencial de adaptação a estes ambientes, podendo atuar como espécies-chave em ações de manejo e recuperação.

Palavras chave:
Bambusoideae; Espécies secundárias; Sucessão; Grupos florísticos

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