O uso de partículas de madeira, quimicamente modificadas na produção de painéis de madeira reconstituída, pode, ao mesmo tempo, afetar positivamente a estabilidade dimensional dos painéis, como afetar negativamente a ligação interna. Objetivou-se, neste trabalho, encontrar o ponto ótimo de acetilação para painéis aglomerados e madeira-cimento. Foram utilizadas partículas industriais de Pinus taeda acetiladas a 8, 15 e 20% na produção de aglomerados com resina uréia-formaldeído e corpos de prova de madeira-cimento pelo processo de vibrocompactação. Foram avaliadas as propriedades de absorção de água, inchamento de espessura e ligação interna dos painéis aglomerados de acordo com as normas europeias EN 317 e EN 319. Painéis aglomerados produzidos com partículas acetiladas acima de 15% apresentaram menores valores de absorção de água e inchamento de espessura. Contudo, o uso da madeira quimicamente modificada afetou negativamente a ligação interna dos painéis. Esse fenômeno pode ser explicado pelo comportamento semelhante da resina com a água, assim, a acetilação em níveis altos inviabiliza a ligação entre adesivo e aderente. Para os corpos de prova de madeira-cimento, a ligação interna melhorou com o aumento dos níveis de acetilação. Porém a inibição à cura do cimento aumentou em partículas com graus de acetilação superior a 8%.
Acetilação; Aglomerados; Painéis madeira-cimento