Acessibilidade / Reportar erro

ANÁLISE ECOMÔMICA DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO COM ACÁCIA-NEGRA (Acacia mearnsii De Wild.) NO RIO GRANDE DO SUL

EVALUATION ANALYSIS OF THE PRODUCTION SYSTEMS WITH BLACK-WATTLE (Acacia mearnsii De Wild.) IN RIO GRANDE DO SUL STATE

RESUMO

Neste estudo foi feita a análise econômica de dez sistemas de produção de acácia-negra, amostrados em 23 propriedades rurais localizadas nos municípios com tradição na agricultura. Foram analisados os seguintes sistemas que utilizam a regeneração induzida pelo fogo: acácia-negra (AN) em monocultivo (S1), AN consorciada com milho (S2), com feijão (S3) e com batata-inglesa (S4). Os sistemas de plantio de mudas analisados foram: AN em monocultivo (S5), monocultivo da AN em sucessão agrícola (S6), AN em consórcios com melancia (S7), com milho (S8), com feijão (S9) e com pecuária (S10). Para a análise econômica foram utilizados os critérios do Valor Líquido Presente (VLP), Valor Esperado da Terra (VET), Razão Benefício/ Custo (RBC) e Taxa Interna de Retorno (TIR). A idade de rotação otimizada da acácia-negra através da maximização do VLP, foi igual a 7 anos para taxas de juros que variam de 6 a 10% a.a, em todos os sistemas de produção. Em áreas novas, ou em que a regeneração pelo fogo não é possível, o sistema mais eficiente e rentável foi o plantio de mudas consorciado em melancia, pois o VLP, a taxa de 6% a.a, foi de 1.436,06 US$/ha e o RBC foi 2,13, para sítios com produtividades médias de 227 st/ha de madeira comercial e 14 t/ ha de casca seca a 12% de umidade, aos 7 anos de idade. Nas áreas em que é possível a regeneração induzida pelo fogo, o consórcio com batata-inglesa é o mais recomendável, assim, aos 7 anos, em sítios médios de VLP e RBC, a taxa 6% a.a, foram 1.063,99 US$/ha e 2,13, respectivamente.

Palavras-chave:
análise econômica; silviagropastoreio; agrossilvicultura; Acacia mearnsii

ABSTRACT

This study shows an economic analysis of 10 production systems of blackwattle which were sampled in 23 farms with know-how in cultivating this species. The analyzed systems utilizing regeneration induced by fire were: black-wattle (BW) alone (S1), BW associated with corn (S2), BW associated with beans (S3), BW associated with potatoes (S4). The planting systems analyzed were: BW alone (S5), BW alone in crop succession (S6), BW associated with water-melon (S7), BW with beans (S9), and BW with cattle (S10). For the economic analyses the following parameters were utilized: Discounted Net Worth (DNW), Soil expectation value (SEV), Benefit-cost ratio (B/C) m, Internal rate of return (IRR). The optimum age for rotation of the black-wattle through the maximization of the DNW, was 7 years for interest rates, varying from 6 to 10% per year in all the production systems analyzed. In new areas where the fire regeneration system is not possible, the most profitable and efficient system utilized was the association of blackwattle with water-melon. This was due to the DNW, that in a rate of 6% per year resulted in 1,436.06 US$/ha and B/C, that was 2,13 for sites with average productivity of 227 st/ha wood, and 14 tons/ha of dried bark with 12% humidity at 7 years of age. In areas where it is possible to utilize regeneration inducted by fire, the association with potatoes is the most suitable, knowing that at 7 years, in average sites, the PNW and B/C, in a rate of 6% per year, resulted in 1,063.99 US$/ha and 2.13, respectively.

Key words:
economic analyses; silviagropasturing; agroforestry; Acacia mearnsii

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

BIBLIOGRAFIA

  • ALVIM, R.; VIRGENS, A de C.; ARAÚJO, A.A. Agrossilvicultura como ciência de ganhar dinheiro com a terra: recuperação e remuneração antecipadas do capital no estabelecimento de culturas perenes arbóreas. Ilhéus: CPLAC, 1989. 36p. (Boletim Técnico, 161).
  • BAGGIO, A.J.; SCHREINER, H.G. Análise de um Sistema silvipastoril com (Pinus elliottii) e gado de corte. Boletim de Pesquisa Florestal, Curitiba, v.16, p.19-29, 1988.
  • COUTO, L. O estado da arte de sistemas agroflorestais no Brasil. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 4., Resumos... Belo Horizonte, 1990. p.94-98.
  • DAVIS, L.S.; JOHNSON, K.N. Forest Management. New York: McGraw-Hill, 1987. 783p.
  • FINGER, C.A.G. Ein Beitrag zur Ertragskunde von Eucalyptus grandis und Eucalyptus saligna in Sudbrasilien. Wien: Universitat fur Bodenkultur, 1991. 135p.
  • FINGER, C.A.G. Fundamentos de biometria florestal. Santa Maria: UFSM/CEPEF/FATEC, 1992. 269p.
  • FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Divisão do Brasil em microrregiões homogêneas. Rio de Janeiro: IBGE, 1968.
  • FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Levantamento dos recursos naturais. Rio de Janeiro: IBGE, 1986, v.33.
  • FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico. Dados distritais. Rio de Janeiro: IBGE, 1980, v.2, t.3, n.22, 1ª e 2ª partes.
  • INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL. Inventário Florestal Nacional: reflorestamento no Rio Grande do Sul. Brasília: EMBRAPA, 1983. 182p.
  • KLEIN, J.E.M. et al. Produção de madeira e casca de acácia-negra (Acacia mearnsii De Wild.) em diferentes espaçamentos. Ciência Florestal, Santa Maria, v.2, n.1, p.87-97, 1992.
  • KRAMER, H.; AKÇA, A. Leifaden fur Dendrometrie und Bestandes inventur. Frankfurt am Main: J.D. Saierlander’s Verlag, 1982. 251p.
  • LEUSCHNER, W.A. Introduction to Forest Resource Management. New York: John Wiley & Sons, 1984. 289p.
  • LEYRER, A. Akazienanbau in Rio Grande do Sul-Sudbrasilien. (Monografia) Freising, RFA: Fachhochschule Weihensteplan, 1987. 134p.
  • MUNIZ, C.V.D. Comportamento inicial do eucalipto (Eucalyptus toreliana F. Muell) em plantio consorciado com milho (Zea mays L.) no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa (MG) 1987. 61 f.
  • MORENO, J.A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Oficinas Gráficas da Secretaria da Agricultura, 1961. 34p.
  • PASSOS, C.A.M. Comportamento inicial do Eucalipto (Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden), em plantio consorciado com feijão (Phaseolus vulgaris L.), no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa (MG) 1990. 64p.
  • PERFUMO, L.R. Industris Tanica de la Mimosa em Brasil. Ingenieria Forestal, v.1, n.1, p.5-18, s.d.
  • POSENATO, R.E. Ensaios de espaçamentos em acácia-negra. Roessleria, Porto Alegre, v.1, n.1, p.125-130, 1977.
  • RAWAT, A.S.; FRANZ, F. Detailed non-linear asymptotic regression studies on tree and stand growth with particular reference to forest yield research in Bavaria (Federal Republic of Germany) and India. In: FRIES, J. (Ed.) Growth models for tree and stand simulation, Stockholm: Rolyal Coll. of Forestry, 1974. p.180-221.
  • RICHARDS, F.J. A flexibe growth function for empirical use. Jor. Agr. Res., v.46, n.7, p.627-638, 1959.
  • SCHNEIDER, P.R.; SILVA, J.A. da. Indice de sítio para acácia-negra, Acacia mearnsii De Wild. Brasil Florestal, Brasília, n.36, p.58-82, 1980.
  • SCHNEIDER, P.R.; OESTEN, G. Determinação da produção de madeira de acácia-negra, Acacia mearnsii De Wild. Ciência e Natura, Santa Maria, v.11, p.101-111, 1989.
  • SCHNEIDER, P.R. et al. Determinação da produção de madeira de acácia-negra, Acacia mearnsii De Wild. Ciência Florestal, Santa Maria, v.1, n.1, p.64-75, 1991.
  • SHERRY, S.P. The Black Wattle (Acacia mearnsii). Pietermoritzbung: University of Natal Press, 1971. 402p.
  • SILVA, E.M.R.; DOBEREINER, J. O papel das leguminosas no reflorestamento. In: SEMINÁRIO SOBRE ATUALIDADES E PERSPECTIVAS FLORESTAIS, 7., Anais... Curitiba: Associações biológicas entre as espécies florestais e microrganismos para o aumento da produtividade econômica dos reflorestamentos, 1982. p.33-52.
  • STERBA, H. Ertragskundliche Hypotesen uber den Standort. Wien: Univ. F. Bodenkultur, 1974. 132p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Dec 1993
Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria RS Brasil, Tel. : (55 55)3220-8444 r.37, Fax: (55 55)3220-8444 r.22 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciaflorestal@ufsm.br