RESUMO
A pandemia de Covid-19 acentuou desigualdades, ampliou a crise do cuidado e aumentou o trabalho doméstico. Uma realidade mais crítica para as mulheres, em especial para negras e pobres, vítimas de opressões interseccionais de gênero, raça e classe. Nesse grupo estão boa parte das mais de 11 milhões de mulheres chefes de famílias monoparentais brasileiras. Nesse contexto, movimentos feministas e de mulheres atuaram para visibilizar essas mulheres e suas especificidades na proposição, discussão e aprovação do auxílio emergencial em dobro para as mães solo. A pesquisa envolveu análise documental e entrevistas e revelou como os movimentos foram essenciais nas negociações para garantir renda e visibilidade à realidade dessas mulheres. O artigo contribui para o debate sobre o papel das redes de movimentos feministas na estruturação de políticas públicas.
Palavras-chave:
movimentos sociais; Covid-19; mães solo; auxílio emergencial; gênero