RESUMO
Nas últimas décadas, o paradigma da mobilidade sustentável vem dominando os estudos de transporte urbano, defendendo meios de transporte mais sustentáveis e a redução da dependência do automóvel particular. Nesse paradigma, uma parte da literatura abordou a complexidade para aceitação pública de políticas restritivas ao automóvel, buscando maneiras de vencer a resistências. Contudo, poucos lidaram com o aspecto político da questão, reconhecendo possíveis oposições geradas por conta dos conflitos distributivos pelo espaço público e pelos benefícios gerados por essas políticas. Esse gap é mais evidente no Sul Global, onde vale verificar o caso da expansão de políticas pouco ousadas, mas ainda com grande resistência, como faixas de ônibus e ciclofaixas, implementadas em larga escala em São Paulo recentemente. Este artigo revisa a literatura da política das políticas de mobilidade conflituosas, trazendo uma lente teórica inovadora para analisar casos como o paulistano, considerando o conflito distributivo como principal dimensão de análise.
Palavras-chave:
mobilidade sustentável; Sul Global; mobilidade urbana; mobilidade conflituosa; políticas conflituosas