RESUMO
O artigo analisa os processos de intermediação que definem o acesso de grupos sociais desfavorecidos a políticas públicas. Baseia-se em pesquisa de campo, realizada na região central de Brasília, envolvendo o acompanhamento de centenas de encontros entre pessoas em situação de rua e as instituições responsáveis pela provisão de serviços. O material põe em questão o pressuposto de relações diretas entre burocratas de linha de frente e usuários, frequentemente assumido pela literatura de implementação de políticas públicas. Mobilizando aportes que permitem enxergar as políticas como experiências cotidianas, que envolvem diversos terceiros, os achados apontam para: a) caminhos teórico-metodológicos para incorporação da intermediação como objeto central para o estudo de processos de implementação; e b) uma melhor compreensão das condições subjacentes à intermediação, dos diferentes intermediadores e das consequências desses processos para as pessoas em situação de rua, implicando conhecimento útil para ações com foco em acesso equitativo.
Palavras-chave:
intermediação; experiências; pessoas em situação de rua; implementação de políticas públicas; acesso a políticas públicas.
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