Resumo
Nos últimos 40 anos, a Teoria Crítica das Relações Internacionais (TCRI) influenciou os estudiosos tanto no Norte como no Sul Global. Entretanto, em relação à América Latina, a trajetória é ligeiramente diferente. Por um lado, a conceitualização não havia divorciado o nacional do internacional, como na teoria da dependência. Por outro lado, Gramsci foi muito lido antes de Robert W. Cox e até mesmo antes das Relações Internacionais terem sido constituídas como uma disciplina por direito próprio. Neste contexto, o objetivo do artigo é apresentar possíveis contribuições das abordagens (neo)gramscianas para a compreensão da região da AL, estabelecendo uma relação dialética entre alguns tópicos e conceitos que oferecem insights (e a reflexão teórica a respeito) e alguns conceitos (neo)gramscianos. Portanto, queremos reler, em uma via dialética, tanto a TCRI como alguns aspectos de como o pensamento gramsciano tem viajado em AL. Pretendemos analisar como esse pensamento está prosperando, se é que está prosperando, e discutir a relevância de resgatar o pensamento internacional de Gramsci para pensar a região.
Palavras-chave
Gramsci; neo-gramscianismo; Teoria Crítica das Relações Internacionais; pensamento internacional; América Latina